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Novos alimentos

Precisamos fazer com que a nossa mesa seja mais nutritiva, plena de alimentos que também trazem múltiplos benefícios à nossa saúde.

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Décio Luiz Gazzoni - Foto: Assessoria

Por Décio Luiz Gazzoni, engenheiro-agrônomo, pesquisador da Embrapa e membro do Conselho Agro Sustentável

No futuro mediato, diversos alimentos chegarão às nossas mesas com novas características. Falamos de alimentos funcionais, mais nutritivos e com propriedades benéficas à saúde, obtidos com as novas ferramentas da biotecnologia. Vamos a alguns exemplos.

 

Tomate roxo

Tomates têm casca e polpa vermelha, correto? E que tal um tomate roxo? Parecido com berinjela? Que benefícios traria para o consumidor? A cor roxa indica que o alimento é rico em antocianinas. É um tipo de antioxidante que melhora as funções das veias e reduz a formação de placas de gordura nas artérias, além de diminuir os níveis de colesterol “ruim” (LDL) no sangue, prevenindo doenças como derrame, infarto e aterosclerose. Essa é uma propriedade dos antioxidantes, que neutralizam os “radicais livres”, moléculas que podem desencadear danos celulares responsáveis pelo desenvolvimento de câncer e certas doenças crônicas.

O grupo de pesquisa liderado pela Dra. Cathie Martin, no Reino Unido, desenvolveu uma variedade de tomate roxo. Seu teor de antocianinas é dez vezes maior que nos tomates tradicionais, um avanço enorme. Os cientistas identificaram dois genes, que atuam apenas nos frutos, incorporando-os ao genoma do tomate, o que aumentou o seu teor de antocianinas. E quais os benefícios do tomate roxo? No laboratório, os camundongos usados como cobaias aumentaram a sua longevidade em 30%, quando comparados aos que consumiram o tomate tradicional.

Os estudos também mostraram que o tempo entre a colheita e o consumo, durante o qual o tomate mantém suas características, mais do que dobrou. Assim diminuem perdas e desperdícios, o que pode reduzir o preço do tomate, pelo melhor aproveitamento das colheitas.

O tomate é naturalmente rico em licopeno, que é um carotenoide com alta capacidade antioxidante. O licopeno protege moléculas de lipídios, lipoproteínas de baixa densidade, proteínas e DNA contra o ataque dos radicais livres. Ou seja, um típico alimento funcional que, além de nutrir, beneficia a saúde. Mas, o novo tomate vai agradar ao consumidor? É onde entra o trabalho dos agrônomos, melhoristas de plantas. É perfeitamente viável introduzir a característica de alto teor de antocianinas em cultivares de tomate comercial, mantendo o sabor preferido dos consumidores. Outras características benéficas do tomate são igualmente preservadas.

 

Frutas e grãos

Falando em licopeno, o leitor já viu abacaxis de polpa rósea? Pois eles existem, e possuem esta coloração pelos teores elevados de licopeno. Está certo, a cor é rosa, nos adaptaremos. Mas, e o sabor? Aí vem o bônus, porque são mais doces que os frutos convencionais. Também são mais aromáticos, o que melhora o sabor da piña colada. Há novidades nos laranjais, com cultivares de laranja apresentando altos teores de antocianinas, com efeito antioxidante. Novas cultivares de bananas apresentam alto teor de vitamina A. Essa mesma característica é encontrada no arroz dourado, que foi desenvolvido para combater a cegueira infantil, causada pela deficiência de vitamina A. O arroz dourado foi um dos produtos pioneiros no uso da biotecnologia para melhoria da qualidade nutricional e funcional dos alimentos.

Óleo de canola é muito bem aceito pelos consumidores. De olho nesse mercado, pesquisadores desenvolveram cultivares da oleaginosa com altos teores de ômega 3. Trata-se de um tipo de lipídio que possui ação anti-inflamatória e ajuda a controlar os níveis de colesterol sanguíneo. Novas cultivares de trigo incorporam genes com até três vezes mais fibras que o convencional, favorecendo a microbiota intestinal, com múltiplos benefícios para a saúde do consumidor.

 

Maçã, batata

Já estão no mercado, ou na rampa de lançamento, diversos alimentos obtidos pela utilização de modernas ferramentas da biotecnologia, com benefícios ao consumidor. Frutos que mudam de coloração quando cortados e expostos ao ar não são apreciados pelos consumidores. Esse escurecimento ocorre pela ação da enzima polifenol oxidase. Para solucionar o problema, foram desenvolvidas variedades de maçã que não mudam de cor, mesmo tendo decorrido muito tempo após o corte. Elas podem ser guardadas para consumo posterior. A tecnologia permitiu também criar batatas com essa característica. A cultivar Innate não apresenta esse inconveniente, ou seja, não escurece mesmo decorrido tempo após o corte. Essa cultivar, quando frita, produz muito menos acrilamida, que é uma substância suspeita de aumentar o risco de causar determinados tipos de câncer.

 

Vinho

Um exemplo clássico de alimento funcional é o vinho. É muito conhecido o chamado “paradoxo francês”, vez que a população francesa ingere gordura em excesso em sua dieta e, no entanto, a incidência de mortalidade por doença coronariana é igual a de países mediterrâneos, cuja dieta tem menor consumo de gorduras saturadas e maior proporção de frutas e vegetais.

O paradoxo francês é atribuído ao consumo de vinho tinto. Uma substância chamada resveratrol, que é um flavonoide, é responsável pelos benefícios do vinho. Atua como antioxidante, cardioprotetor, antiviral e redutor do risco de câncer, além de retardar o envelhecimento da pele. Entrementes, além do resveratrol, o vinho tinto tem antocianinas, ácido elágico, catequina, quercetina, pterostilbeno, licopeno, luteína e betacaroteno, que também atuam como antioxidantes. O paradoxo francês tem servido de inspiração para cientistas, que buscam emular o fenômeno para desenvolver outros alimentos, que tragam os mesmos benefícios para o consumidor.

Em resumo, estamos no limiar de uma nova era, em que a biotecnologia vai aprimorar o trabalho da Natureza, fazendo com que a nossa mesa seja mais nutritiva, plena de alimentos que também trazem múltiplos benefícios à nossa saúde.

Fonte: Assessoria

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Falta de chuva preocupa; cotações da soja têm novos aumentos

Paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo. 

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Foto: Geraldo Bubniak

A falta de chuva nas principais regiões produtoras de soja no Brasil vem deixando agentes em alerta, visto que esse cenário pode atrasar o início da semeadura na temporada 2024/25.

Segundo pesquisas do Cepea, nesse cenário, vendedores restringem o volume ofertado no spot nacional, ao passo que consumidores domésticos e internacionais disputam a aquisição de novos lotes.

Com a demanda superando a oferta, os prêmios de exportação e os preços domésticos seguem em alta, também conforme levantamentos do Cepea.

A paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo.

Fonte: Assessoria Cepea
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Exportação de ovos cai 42% em um ano e processados têm menor participação desde dezembro de 2022

De acordo com dados da Secex, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023. 

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Foto: Rodrigo Félix Leal

As exportações brasileiras de ovos comerciais recuaram pelo segundo mês consecutivo, refletindo a diminuição nos embarques de produtos processados, como ovalbumina e ovos secos/cozidos.

De acordo com dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023.

Das vendas externas registradas no último mês, apenas 24,6% (o equivalente a 305 toneladas) corresponderam a produtos processados, a menor participação dessa categoria desde dezembro de 2022, também conforme a Secex.

Fonte: Assessoria Cepea
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Preços do milho seguem em alta no Brasil

Atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.

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Foto: Gilson Abreu

Levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho seguem em alta no mercado doméstico.

Segundo pesquisadores deste Centro, atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.

Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea explicam que a procura internacional pelo milho brasileiro tem se aquecido, sustentada pela maior paridade de exportação.

Compradores internos também têm retomado as negociações, seja para recompor estoques e/ou por temerem novas valorizações nos próximos dias.

Quanto aos embarques, em agosto, somaram 6,06 milhões de toneladas do cereal, praticamente o dobro das 3,55 milhões escoadas em julho, mas ainda 35% inferiores aos de agosto de 2023, conforme dados Secex.

Fonte: Assessoria Cepea
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