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Notícias Produtividade aliada à redução de custos

Novo software avalia fertilidade e equilibra adubação em sistemas de produção de soja

A nova plataforma on-line planeja o manejo de adubação das áreas agrícolas ajustado com as necessidades de reposição de nutrientes, considerando o histórico de produção da área avaliada e o balanço de entradas e saídas de nutrientes.

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Arquivo/OP Rural

Um software, desenvolvido pela Embrapa Soja (Londrina-PR), possibilita ao agricultor racionalizar o uso de fertilizantes nos sistemas de produção de soja, garantindo aumento de produtividade aliado à redução de custos. A nova plataforma on-line, denominada AFERE – Avaliação da Fertilidade do Solo e Recomendação da Adubação, planeja o manejo de adubação das áreas agrícolas ajustado com as necessidades de reposição de nutrientes, considerando o histórico de produção da área avaliada e o balanço de entradas e saídas de nutrientes. O lançamento será durante o IX Congresso Brasileiro de Soja e o Mercosoja 2022, que acontecem paralelamente até quinta-feira (19), em Foz do Iguaçu (PR).

De acordo com o pesquisador Adilson de Oliveira Jr., da Embrapa Soja, à medida que a produtividade das culturas aumenta, torna-se necessário ajustar a adubação de reposição, evitando balanços nutricionais negativos, por meio de exportação de nutrientes sem a correspondente reposição. O software foi desenvolvido com foco em produtores rurais, empresas do mercado de consultoria, planejamento e assistência técnica.

Fotos: Edson Roberto Costenaro

Esse primeiro módulo da plataforma AFERE irá realizar o cálculo do balanço da adubação e gerar relatórios de reposição dos nutrientes em sistemas de produção de soja. “Estamos disponibilizando um sistema gratuito com funcionalidades que possibilitam armazenar os dados do usuário, gerar históricos de adubação, de produtividade e dos balanços nutricionais ao longo do tempo”, destaca. “Nossa proposta com essa ferramenta é incrementar os processos de recomendação de adubação, mapeando constantemente as áreas produtivas para evitar balanços nutricionais negativos que reduzem a produtividade, além de maximizar o uso dos nutrientes disponíveis no solo para minimizar os custos de produção”, acrescenta Oliveira Jr.

Um dos impactos esperados com o lançamento da tecnologia é racionalizar o uso de fertilizantes, que representam o principal custo de implantação de uma lavoura de soja. No último ano, o valor da tonelada desses produtos teve um incremento de 162%, saltando, em média, de R$ 2.133,00, em fevereiro de 2021, para R$ 5.600,00, em fevereiro de 2022, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná. O Brasil importa a maior parte dos fertilizantes usados na agropecuária nacional, em especial o potássio, o nitrogênio e o fósforo. Reduzir esta dependência é estratégico para o País,  tanto que o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), lançado pelo governo federal em março de 2022, tem como meta diminuir a importação de fertilizantes, em 2050, de 85% para 45%.

Dados obtidos a partir de parcerias técnicas incluem outras culturas
Para a construção dos padrões de exportação de nutrientes do AFERE, os pesquisadores da Embrapa Soja utilizaram bases de dados geradas em experimentos de longa duração e representativos de diferentes áreas agrícolas brasileiras e também, obtidos por meio das parcerias técnicas da Embrapa e outras instituições de pesquisa. “Queremos, cada vez mais, fortalecer as parcerias para continuar incrementando as bases de dados com padrões atualizados de exportação para as cultivares mais representativas das principais regiões produtoras de soja, assim como, para as culturas que integram o sistema de produção”, como o milho, trigo, algodão, feijão, entre outras, afirma o pesquisador César de Castro, da Embrapa Soja.

De acordo com Oliveira Jr., o AFERE possibilitará que os cálculos sejam realizados automaticamente, a partir de informações previamente cadastradas sobre a adubação realizada e a produtividade obtida, de forma customizada pelos usuários. Os dados introduzidos ficarão armazenados em um banco, permitindo a estruturação dos históricos de adubação das áreas de produção cadastradas, de produtividade das culturas agrícolas e dos balanços nutricionais. “Cada usuário terá acesso aos respectivos parâmetros de interpretação, atualizados com dados da pesquisa, e poderão ainda gerar suas próprias bases de dados de diagnose nutricional e exportação de nutrientes”, ressalta o pesquisador.

Além de focar na cultura da soja, o sistema ainda permite que os cálculos de exportação de nutrientes sejam realizados para outras culturas do sistema de produção, como milho, feijão, algodão e trigo, que já contam com parâmetros implantados e disponíveis. “Vale lembrar: quando se faz a rotação ou sucessão de culturas, não se planeja a adubação pensando apenas na soja, mas sim considerando as culturas que compõem o sistema de produção. Enquanto a soja exporta grande quantidade de potássio, por exemplo, o trigo e o milho necessitam de quantidades bem menores deste nutriente”, explica. “A adubação do sistema deve buscar um balanço equilibrado entre as diferentes culturas”, complementa.

Adicionalmente, os parâmetros de exportação de cada cultura poderão ser definidos, também, por cultivar/híbrido e por safra, possibilitando que as bases de dados de exportação sejam frequentemente atualizadas.

Próximos Módulos

O segundo módulo da plataforma AFERE possibilitará a interpretação da análise foliar da soja a partir de novos padrões nutricionais, condizentes com os patamares de produtividade, utilizando ferramentas de avaliação do estado nutricional como o Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) e a Diagnose da Composição Nutricional (CND). Segundo o pesquisador Fábio Álvares de Oliveira, novos padrões para interpretação nutricional da cultura da soja são necessários para otimizar a recomendação de adubação e, com isso, incrementar a produtividade. Outra questão importante é a possibilidade de regionalização da interpretação, em função das características de cada ambiente de produção.

O módulo 3 irá indicar a necessidade de correção da acidez e a recomendação de adubação (nutrientes/fertilizantes), por meio da interpretação do cadastro dos resultados das análises de solo, integrando as informações de balanço, diagnose nutricional e sistemas de produção nas recomendações. Nesse módulo também será disponibilizado uma calculadora que possibilitará a escolha de produtos em função dos custos visando o maior retorno econômico.

Arena Inova Soja é uma das novidades do Congresso de Soja
Para discutir o tema central do IX Congresso Brasileiro de Soja e do Mercosoja 2022 (www.cbsoja.com.br) – Desafios para produção sustentável no Mercosul – estão programadas seis conferências, 18 painéis em que serão realizadas 50 palestras. Além disso, o evento contará com 288 trabalhos técnicos que serão apresentados em formato de pôster e oralmente.

A programação técnica irá abordar desde assuntos ligados aos atuais desafios tecnológicos dos sistemas de produção, às novas oportunidades que estão surgindo para a cadeia produtiva, tendo a sustentabilidade como conceito transversal em todo evento. A expectativa é compartilhar conhecimentos que impactem na abertura de novos mercados, inserção da cadeia na era da bioeconomia, avanços na área de edição genômica, entre e outras tecnologias emergentes.

Uma das novidades desta edição será a Arena Inova Soja, ambiente que pretende integrar os participantes do ecossistema brasileiro de inovação, reunindo desde startups a empresas de agricultura 5.0, além de apresentar as mais recentes aplicações disruptivas para a cadeia produtiva da soja.

Fonte: Embrapa

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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