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Novo presidente da Copagril fala dos planos, desafios e oportunidades para a coooperativa

O Presente Rural entrevistou, no início de fevereiro, o novo presidente da Copagril, Eloi Podkowa, que assumiu no lugar de Ricardo Chapla o comando da cooperativa.

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Recém-eleito e empossado presidente da Copagril, Elói Podkowa, falou sobre as metas da sua gestão aos jornalistas Ana Paula Wilmsen, editora de O Presente, e Giuliano De Luca, editor de O Presente Rural - Foto: Sandro Mesquita/OP Rural

Criada em 09 de agosto de 1970, por um grupo de produtores rurais, durante uma Assembleia Geral de Constituição, a Cooperativa Agrícola Mista Rondon Ltda (Copagril) atua há mais de 50 anos, na região oeste do Paraná. Atualmente os funcionários da cooperativa trabalham com a missão de Interagir tecnologia e eficiência produtiva, industrializar e comercializar produtos com excelência para satisfazer as necessidades das pessoas. Depois de ter sido comandanda por um longo período pelo presidente Ricardo Chapla, no início deste ano, a cooperativa passou a ser liderada pelo novo presidente, Eloi Podkowa.

Eloi esteve no O Presente Rural onde participou de uma entrevista exclusiva.

O Presente Rural – O senhor imaginava um dia se tornar o presidente da Copagril?

Eloi Podkowa – Sinceramente, eu nunca pensei. Só que sempre tive na minha cabeça estar me preparando, porque poderia acontecer um dia. O Ricardo (Chapla) falou eu vou parar e quero que você continue. Eu só ia continuar se tivesse o aval dele, da diretoria, para a gente ter que continuar com os negócios da cooperativa. Sendo tantos anos vice presidente, eu estou por dentro de todos os assuntos e negócios da cooperativa. Ele tem um perfil, eu tenho outro e a gente vai buscando sempre o melhor para a cooperativa, trazendo oportunidades e novos negócios. Uma visão diferente, talvez na gestão, mas sempre primando pela segurança, credibilidade, enfim, fazendo tudo com os pés no chão.

O Presente Rural – Conte um pouco da história do senhor na Copagril.

Eloi Podkowa – Eu vou contar um pouco no sistema cooperativo. Comecei nos clubes de jovens aos 14 anos. Foram as primeiras vezes que tive contato com a filosofia cooperativista. Passamos depois aos comitês educativos e depois também fui durante três anos conselheiro fiscal da Copagril. Aí fiquei um tempo sem nenhuma atividade. Em 2000 fui convidado para participar no conselho de administração. Aí participamos e fomos eleitos. Então, em 2000, quando o Ricardo assumiu, eu também assumi como conselheiro de administração. Em 2006 assumi por um ano como diretor secretário e em 2007 nós tivemos eleições gerais para administração e eu fiquei vice. Até então, eu estava como vice presidente, agora como presidente.

Então, graças a Deus, eu, dentro desse período eu tive essa preparação, fui buscando informações. Também me formei em parapsicologia, (que ajuda na) gestão de pessoas, onde você consegue transmitir esse equilíbrio para as pessoas. E a gente sempre foi muito otimista, muito perfeccionista, até em certos momentos, para a gente sempre é fazer bem feito. E a gente, durante a vida, sabia essa coisas boas. Então a gente está colhendo agora os frutos daquilo que a gente foi durante a vida. Estou muito convicto, muito otimista, muito certo daquilo que eu quero, naquilo que eu acredito. Eu tenho nos diretores um conselho também que está me apoiando e apoiou e está junto. Nós estamos muito bem alinhados e também eu tenho um feedback muito bom dos associados, que a gente também sempre buscou isso.

O Presente Rural – Todo gestor tem uma marca. Qual deve ser a marca do Eloi como presidente da Copagril?

Eloi Podkowa – A minha marca quero registrar com muito trabalho, estou ali para servir a sociedade. Tenho um propósito muito forte de que aquilo que eu quero pra mim eu quero para os outros. Eu quero fazer com que a cooperativa possa ter um crescimento exponencial e que eu possa ter uma conectividade maior com o associado para que nós possamos ouvir mais e trazer para a estratégia da cooperativa. A minha disposição, minha vontade é que eu possa realmente cumprir aquilo tudo o que eu tenho em mente e que possa deixar essa cooperativa melhor que ela está hoje.

O Presente Rural – O senhor falou em mudar um pouco a gestão e ter um relacionamento mais próximo com o associado. O senhor tem uma ideia de como vai ser a sua gestão? O que muda?

Eloi Podkowa – Dentro do nosso plano estratégico, já para cinco anos, temos já praticamente definido o que nós queremos nas linhas principais. Mas eu peço uma gestão mais compartilhada, com gestão um pouco mais junto ao nosso produtor, junto ao nosso funcionário, para que nós possamos trabalhar de uma forma mais unida, de uma forma mais otimizada. Trabalhando de uma forma mais compartilhada, ouvindo mais, escutando um pouco mais sugestões, temos muita gente, muitos funcionários que têm uma capacidade boa, pessoas que já estão muitas na cooperativa e que querem também participar. Vamos fazer de uma forma compartilhada para que nós possamos ter mais ideias, mais sugestões e, com isso, sermos mais assertivos naquilo que vamos fazendo.

O Presente Rural – Alguma mudança o senhor já pretende fazer a partir de agora ou segue a mesma linha?

Eloi Podkowa – Não temos grandes mudanças, a gente já tem um caminho para andar. Mas têm alguns processos que vamos tentar mudar. Por exemplo, as vezes os funcionários têm algumas oportunidade e eles deixam de trazer isso para a Diretoria. A gente quer diminuir essa diferença, essa distância para que eles possam trazer para nós, traçando um objetivo que seja bom para a cooperativa e também para os associados.

O Presente Rural – A Copagril tem investido muito em inovação. O que tem de novo por vir?

Eloi Podkowa – Nós temos diversas ideias e inclusive nós temos um departamento com várias pessoas que estão juntando ideias. Nós temos vários aplicativos que estão em andamento e que a gente vai estar disponibilizando. O aplicativo a gente vai trabalhando para que o produtor possa fazer os negócios já diretamente com a cooperativa. Como temos alguns lançamentos que a gente vai estar divulgando nas próximas etapas.

Eu vejo que a inovação não é uma questão diferente, é uma necessidade hoje das grandes empresas. Temos buscado inovação até na fábrica de ração. Nós temos alguns processos dentro da indústria sendo trabalhados. O que a gente quer que não seja um departamento, mas seja uma cultura da cooperativa, buscando a inovação. E não precisa ser algo grande, podem ser coisas pequenas que vão acrescentar no final grandes resultados para a cooperativa.

O Presente Rural – O ano de 2022 foi bem desafiador para o agronegócio. Como foi para a Copagril? E o que a cooperativa espera para 2023?

Eloi Podkowa – Para nós, como para todas as empresas, foi um ano desafiador. Foi bastante complicado, porque para começar nós não tivemos a safra de verão. Nós tínhamos a expectativa e colhemos basicamente um pouco e ainda de qualidade muito inferior. Qualidade ruim para nós, que tínhamos uma indústria de óleo aguardando para fazer tanto farelo como óleo. A qualidade era muito ruim. Ainda vindo de uma pandemia também, que também atrapalhou bastante, como falta de produtos porque as empresas não conseguiam mandar, dificuldade de estar buscando esses produtos, as pessoas com medo. Então foi um ano difícil, porém foi superado.

Eu vejo o ano de 2013 com otimismo, porque nós temos uma safra agora chegando. Nós não vamos ter aquela supersafra, mas vamos ter uma safra boa. Têm produtos que vão colher bem, tem outros que vão colher menos e têm produtores que já estão encaminhando até seguro com as chuvas regulares. Porém, no geral, vamos ter uma safra de razoável para boa. Então acredito que o ano já começa melhor. Nós temos a pandemia não superada, mas bem encaminhado nessa questão com as vacinas. Enfim, tudo hoje já está mais tranquilo. Eu vejo que o otimismo existe porque existe uma safra. Ela sempre traz motivação e traz mais expectativa de que o ano seja melhor. E também nós temos vários setores que ainda estamos trabalhando.

Estamos mudança de governo. A gente precisa ainda aguardar um pouco para ver como que vai ser que as coisas vão andar para a gente. Mas, em termos gerais, vejo com otimismo.

O Presente Rural – O preço dos grãos está em patamares elevados. Por um lado é bom para quem planta. Por outro lado, para quem produz proteína animal, como a Copagril, encarece os custos. Como o senhor analisa o cenário da pecuária?

Eloi Podkowa – Nós temos os preços das commodities ainda um pouco alto para quem é da área da pecuária. Para quem é dos grãos, está achando que está bom. Cada um tem seu lado e é assim. Agora os preços deram uma recuada. Tínhamos preços de soja na faixa de 180. Hoje está em 150. O desafio nosso é ter os custos compatíveis com a atividade. Nós temos hoje a atividade pecuária, que já vem de vários anos com dificuldade devido ao preço alto das commodities.

Com a safra vindo, vejo que é um ano para estar equilibrando as contas, porque recuando um pouco (o custo), o produtor pode ter um resultado, apesar que os insumos também subiram bastante para quem produz soja e milho. O que a gente espera é não ter uma atividade muito distorcida da outra, temos que ter um equilíbrio entre as partes para que possa ter o consumo. Se nós começarmos a matar demais uma atividade a outra também vai ter problemas. O produtor tem que ver também um momento melhor de ele negociar. E nós, da pecuária, vamos ter que estar fazendo mais com menos.

O Presente Rural – A Copagril tem um planejamento de atingir um faturamento de R$ 5 bilhões em cinco anos. Fale sobre esse planejamento.

Eloi Podkowa – Nós vínhamos trabalhando praticamente todo o ano passado para ter um planejamento para mais cinco anos. Dentro desses cinco anos temos projetados R$ 5 bilhões com a rentabilidade de 5% em nossos negócios. A gente teria assim uma liquidez muito boa, um resultado muito bom.

Hoje se faz um faturamento alto, porém o resultado não é tão interessante como a gente gostaria que fosse. Estamos avaliando e verificando que alguns processos podem ter melhorias. Todo ano vai estar reestruturando (o planejamento) e vendo as melhorias, as oportunidades. Pode ser R$ 5 bilhões, pode ser mais, dependendo de como nós vamos estar trabalhando e conforme a economia. Enfim, as safras vão vindo, a gente vai estar buscando, sempre atualizando, mas buscando sempre faturamento e um resultado que seja também compatível com o que cada um dos setores possa trazer para a cooperativa.

O Presente Rural – E de onde virá esse faturamento de R$ 5 bilhões? Qual é o peso de cada atividade da Copagril hoje e no futuro para o faturamento?

Eloi Podkowa – Hoje o maior peso é a atividade pecuária. Esse ano (2022), foi R$ 1,1 bilhão só da atividade pecuária. Hoje o maior faturamento é a pecuária e depois vem a indústria e os grãos, supermercados e serviços. Mas a fatia maior hoje ainda é o suíno, frango, leite e peixes.

O Presente Rural – Algum grande projeto nesse planejamento de cinco anos?

Eloi Podkowa – Temos várias ideias, algumas estudo, mas cada qual no seu devido tempo. Temos ideia de abrir novas unidades e ampliar o mercado. Temos vários negócios que a gente está engatando, mas tudo depende de boas safras, da economia. E hoje até as taxas de juro também são bastante altas, é preciso também ver o momento certo de investir.

O Presente Rural – Um desafio e uma oportunidade para 2023?

Eloi Podkowa – O desafio é nós conseguirmos atividades que ofereçam resultados e renda. Oportunidade eu vejo que nós temos condições de estar traduzindo isso de uma maneira que as vezes você não visualiza, mas através da inovação e busca de processos a gente encontra oportunidades, as vezes onde você nem espera. As oportunidades estão por tudo, desde que você consiga visualizar, enxergar elas.

O Presente Rural – Na sua opinião, como o novo governo deve se relacionar com o agronegócio?

Eloi Podkowa – O agronegócio não precisa estar sendo muito ajudado. Ele precisa, sim, taxas de juros compatíveis para que possamos investir para custear nossas safras, os investimentos. O que nós precisamos são recursos para fazer as nossas atividades andarem. Hoje nós temos tanto pequenos como grandes produtores. Todos pensam e fazem com que o negócio seja rentável para ele. Temos muitas propriedades que hoje são verdadeiras indústrias, têm duas, três atividades, são potenciais grandes. Porém, nós temos algumas dificuldades.

Às vezes, quando o produtor precisa de um recurso, esse recurso não está disponível ou, de repente, até uma outorga de água há dificuldade de você ter. Às vezes, por algum processo, uma licença é demorada. Eu acho que tudo tem que ser fiscalizado, tem que ser certinho dentro daquilo que a lei permita e exige, mas que as ações sejam mais ágeis, mais eficazes para que tudo aquilo que está sendo projetado ele possa ser executado em tempo que é programado. Alguma agilização que foi feita, temos até conseguido (mais rápido), mas passamos por isso. Acho que o governo tem essas políticas que possam estar dificultando.

A gente espera que haja um entrosamento, temos que trabalhar unidos, só assim nós venceremos e é assim que o Brasil vai prosperar. Eu vejo que o Brasil tem um potencial muito grande e tem uma atribuição muito grande também em termos de produção de alimentos. O mundo depende hoje do Brasil e nós temos que fazer da forma certa, correta, dentro da legislação e cada um fazendo o melhor.

O Presente Rural – Um recado final aos cooperados.

Eloi Podkowa – Como presidente, eu posso dizer que os associados podem ter certeza que trabalho, determinação, vontade de fazer essa cooperativa crescer não vai faltar. Podem ter certeza que a gente vai estar trabalhando com firmeza, com segurança, dando toda a credibilidade para a cooperativa.

Estamos assumindo uma nova direção, com novas pessoas, o novo conselho, mas que a gente tem uma bagagem bastante grande de conhecimento. Vamos fazer tudo aquilo que realmente for bom para a cooperativa e for para a sociedade. O cooperado pode ficar tranquilo, sossegado, que tudo aquilo que ele fizer com a cooperativa com certeza ele está fazendo e vai estar em boas mãos.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor pecuário acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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