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Novo Plano Safra 2024/25 tem aumento de 16,5% nas linhas de crédito de investimentos, ressalta ministro da Agricultura
Carlos Fávaro destacou ainda que este ano houve o maior incremento de recursos públicos para as linhas de crédito voltadas aos produtores rurais.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ressaltou que, no novo Plano Safra 2024/25, as linhas de crédito de investimentos para os produtores rurais tiveram um aumento de 16,5%, alcançando o valor de R$ 107,3 bilhões, que é uma parte dos R$ 400,59 bilhões destinados para financiamentos. Declaração ocorreu durante participação no programa Bom Dia, Ministro, do CanalGov, na quinta-feira (04).

Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro: “Nos últimos dois anos os custos de produções, preços de adubos, sementes, os custos dos insumos caíram em uma média ponderada de 23%, e mais o aumento de 40% nos recursos. É mais recurso chegando no campo, nos produtores, financiando a safra, financiando equipamento” – Foto: Divulgação/Mapa
Fávaro apresentou que, para o Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga), houve incremento de recursos e aumento de 6% a mais de limite para os produtores. “Esta é uma das linhas de créditos importante, é um programa de incentivo à irrigação. Com o aumento dos valores, os produtores vão poder comprar mais equipamentos, ampliar as suas irrigações e continuar produzindo com sustentabilidade”, destacou.
O ministro da Agricultura reforçou também que os custos dos insumos agrícolas caíram 23%. “Nos últimos dois anos os custos de produções, preços de adubos, sementes, os custos dos insumos caíram em uma média ponderada de 23%, e mais o aumento de 40% nos recursos. É mais recurso chegando no campo, nos produtores, financiando a safra, financiando equipamentos. Isso não é bom só para o campo, é bom para cidade também, porque lá na cidade a economia aquece, gera empregos, oportunidades”, ressaltou.
Completou explicando que, com isso, o Plano acaba sendo mais eficaz em cerca de 63%, com maior cobertura e mais recursos disponíveis.
Na ocasião, foi destacado o papel fundamental da agropecuária na economia do país e o empenho do Governo Federal no trabalho do crescimento da agricultura. Somente neste ano foram disponibilizados mais de R$ 16 bilhões de recursos do Tesouro Nacional para a agropecuária. “Com a devida relevância e importância, nós tivemos o maior incremento de recursos públicos no Plano Safra desse ano”, afirmou Carlos Fávaro.
Escoamento de safra
Durante a participação no programa “Bom Dia, Ministro”, Fávaro afirmou que a infraestrutura e logística são essenciais para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. “Nada é mais relevante num país continental como o Brasil do que infraestrutura e logística eficiente. Nós estamos falando de commodities de produtos de baixo valor agregado onde o frete impacta muito no preço quer seja para nós sermos competitivo na exportação quer seja para chegar ao alimento da nossa mesa”, disse.
Além disso, apresentou que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está investindo em logística, no novo Plano Safra foram disponibilizados R$ 200 milhões para as cooperativas com juros mais baixos para a construção de armazéns. “Não basta só ter rodovias, ferrovias, integrar os modais, portos eficientes se não tem armazém para guardar safra, então é um conjunto de ações que faz a nossa agropecuária ser mais competitiva nisso”, destacou.
Arroz
Na noite dessa quarta-feira (5), o ministro Carlos Fávaro e o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, se reuniram com representantes do setor da indústria e produtores de arroz, e fizeram o compromisso de monitorar os preços e a distribuição do grão após o cancelamento do leilão do arroz. “Todos concordamos que tem arroz suficiente. Esse arroz tem que chegar de forma rápida mesmo do produtor, com preço justo, bater a especulação. Nós vamos monitorar e na medida que os preços normalizem, sem especulação, não se faz necessário ter mais leilão” afirmou Fávaro.
Explicou ainda que o Governo Federal, por determinação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá trabalhar para o estímulo do plantio de arroz em outras regiões do Brasil, além da região Sul.
Ações de apoio ao Rio Grande do Sul
Além da instalação do Gabinete Itinerante e a suspensão de dívidas dos produtores rurais gaúchos até o dia 15 de agosto, Fávaro apresentou que os próximos passos de apoio ao estado é o trabalho na repactuação dos endividamentos dos agricultores e pecuaristas.
O estado será contemplado com R$ 368 milhões para Seguro Rural no novo Plano Safra 2024/25. Serão 26 mil produtores atendidos e cobertura de 1.200 milhão de hectares.
Entregas
Entre quinta (04) e sexta-feira (05), o Mapa está promovendo as entregas de equipamentos agrícolas para três estados: Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Rondônia.
Na quinta-feira, foram entregues 16 equipamentos para o Espírito Santo e na sexta-feira serão realizadas entregas simultâneas no Rio Grande do Sul com 36 equipamentos e em Rondônia com 17 equipamentos. “São ações do governo do presidente Lula juntamente com os parlamentares de cada estado”, afirmou Carlos Fávaro.
Abertura de mercado
Desde o início da atual gestão, foram abertos 152 novos mercados para a agropecuária brasileira para 52 países. Em 2023 foram 78 novos mercados, atualmente em 2024 foram 74 aberturas. “Quase batemos um recorde anual em meio ano, é espetacular, vendemos de tudo um pouco dentro da agropecuária”, disse Carlos Fávaro.

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Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul
Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.
A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.
Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.
Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.
Visita ao parque de inovações da LG
Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.
A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.
CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis
A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.
Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.
Colunistas
Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro
Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por Rhizoctonia, Fusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.
Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.
O desafio do manejo
O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.
Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP
A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.
Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.
Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.
Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.
A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.
Notícias 02, 03 e 04 de dezembro
Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro
Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).
A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.
A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.
Antecipação estratégica
A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.
Raio X – Dia de Campo 2025/26
147 empresas participantes
45 cultivares de soja
58 híbridos de milho
16 cultivares de mandioca
65 parcelas de agroquímicos
17 parcelas de produtos biológicos
63 parcelas de programas nutricionais
17 parcelas com tratamento de sementes
14 parcelas de tecnologia de aplicação
16 espécies forrageiras
9 parcelas de plantas de cobertura de solo
4 instituições de pesquisa
1 instituição de ensino
4 instituições financeiras



