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Novo pacote muda regras do seguro rural e promete mais previsibilidade ao produtor
Proposta atualiza coberturas, evita cortes na subvenção e reforça o fundo de catástrofe, ampliando a segurança para quem depende do seguro para enfrentar eventos climáticos.

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (26), o substitutivo do senador Jayme Campos (União-MT) ao PL 2.951/2024, de autoria da senadora Tereza Cristina (PP-MS), que atualiza o marco legal do seguro rural, fortalece a governança do setor e autoriza a União a aportar até R$ 4 bilhões no fundo de cobertura suplementar de riscos climáticos.
Vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Casa, a autora do projeto, senadora Tereza Cristina, afirmou que a proposta “moderniza a política de seguro rural e prepara o país para enfrentar eventos climáticos cada vez mais severos”. Para ela, o novo marco “dá previsibilidade ao produtor, protege a renda e fortalece a segurança alimentar”.
A CCJ aprovou também as Emendas nº 1 e nº 2, ambas acolhidas pelo relator. A Emenda nº 1, do senador Izalci Lucas (PL-DF), esclarece a isenção tributária prevista no Decreto-Lei 73/1966. Segundo Jayme Campos, o ajuste era indispensável. “A isenção passa a ser interpretada de forma clara: ela abrange todos os tributos federais incidentes sobre o seguro rural. Isso traz estabilidade e segurança jurídica para o setor”, disse.
A Emenda nº 2, do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), impede o contingenciamento dos recursos destinados à subvenção ao prêmio do seguro rural. “A subvenção não pode ficar à mercê de cortes orçamentários. O produtor precisa de estabilidade para planejar sua safra”, afirmou Jayme.
O substitutivo redefiniu ainda o termo “seguro agrícola” como “seguro rural”, conceito mais amplo que engloba agricultura, pecuária, aquicultura, pesca e atividades florestais. “O agro evoluiu, e o seguro precisa acompanhar essa evolução. Estamos atualizando a lei para refletir o Brasil real”, disse o relator.
As regras para indenização também foram modernizadas, com prazos obrigatórios, lista objetiva de documentos e comunicação prévia para vistorias. “O produtor deve saber quando e como será indenizado. Previsibilidade é essencial para dar confiança ao mercado”, completou Campos.
O texto também consolida o seguro rural como instrumento estratégico do crédito rural, permitindo taxas de juros diferenciadas, prazos maiores e prioridade em renegociar para quem contrata seguro. Jayme Campos destacou que “não podemos continuar recorrendo a renegociações anuais que custam caro ao Tesouro. O seguro rural é a solução estrutural para dar estabilidade ao campo”.
Fundo de catástrofe

Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
Entre outros pontos, a modernização da Lei Complementar 137/2010 reforça o fundo de catástrofe, permitindo que a União integralize cotas com recursos orçamentários, títulos públicos, imóveis e outros ativos. O aporte poderá chegar a R$ 4 bilhões. “Esse fundo é fundamental para dar solidez ao sistema e para que o seguro rural alcance escala nacional”, afirmou o relator. Também foram reforçados os mecanismos de governança, com nova instituição administradora, conselho diretor ampliado e participação de seguradoras, resseguradoras e cooperativas.
“Este é um seguro rural moderno, responsável e alinhado ao futuro da agricultura brasileira. Protege o produtor, preserva recursos públicos e fortalece a segurança alimentar do país”, concluiu Jayme Campos.
Com a aprovação na CCJ, o PL 2.951/2024 segue agora para votação em turno suplementar na Casa.

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Produção de carnes deve bater novos recordes em 2026
Produção brasileira de proteínas deve alcançar marcas históricas no próximo ano, com alta oferta interna e exportações firmes, segundo projeções atualizadas da Conab.

A produção de carne de frango em 2026 pode chegar a cerca de 15,86 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume representa um novo recorde na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), superando a estimativa de produção deste ano, que é de 15,5 milhões de toneladas. O bom resultado da avicultura de corte, junto com a suinocultura, influencia positivamente a produção de carnes no país. Devem ser produzidas no país 32,6 milhões de toneladas de carnes, quando somadas as três principais proteínas mais consumidas pelos brasileiros (aves, suína e bovina). O volume previsto para o próximo ano representa uma ligeira alta de 0,4% em relação à quantidade prevista para este ano, de 32,48 milhões de toneladas, e também se configura como um novo recorde. É o que revela o quadro de suprimento do produto atualizado nesta quarta-feira (26) pela estatal.

Foto: Divulgação/Freepik
Neste ano, o bom resultado da produção de carne de frango permite um aumento na disponibilidade interna do produto no mercado doméstico, mesmo com o ligeiro aumento nas exportações, estimadas em 5,2 milhões de toneladas, frente ao volume embarcado em 2024 de 5,15 milhões de toneladas. Vale lembrar que as vendas ao mercado internacional foram afetadas pelo registro de um caso de Influenza Aviária em maio, no Rio Grande do Sul. Ainda assim, os embarques seguiram aquecidos, com outros mercados absorvendo parte significativa da produção, amenizando o impacto nas exportações. Neste mês, a China, o maior importador de carne de frango, declarou a retomada das compras do produto brasileiro.
Para 2026, a expectativa é de continuidade da trajetória positiva das exportações, com o volume total embarcado estimado em 5,25 milhões de toneladas. Mais uma vez, o aumento nas vendas internacionais não deve impactar o mercado doméstico, já que a disponibilidade interna também deve crescer no próximo ano em 3,1%, saindo de 10,3 milhões de toneladas em 2025 para 10,62 milhões de toneladas em 2026, possibilitando que a disponibilidade per capita seja estimada em 51,3 quilos por habitante, garantindo o abastecimento.

Panorama semelhante é esperado para a carne suína. Em 2025, a produção deve chegar a 5,63 milhões de toneladas. As exportações seguem crescendo, mesmo com a desaceleração da demanda chinesa em razão da recuperação do seu plantel após ser afetada pela Peste Suína Africana (PSA), e devem atingir 1,48 milhão de toneladas até o final deste ano. Ainda assim, a disponibilidade interna deve sair de 4 milhões de toneladas em 2024 para 4,16 milhões de toneladas em 2025.
Esse cenário positivo tende a se repetir no próximo ano. Em 2026, a Conab espera uma alta na produção de 4,5% em comparação com este ano, podendo chegar a 5,88 milhões de toneladas. Esse aumento no volume produzido possibilita uma nova elevação nos embarques, projetados em 1,6 milhão de toneladas, sem afetar o abastecimento interno, uma vez que é previsto um incremento na disponibilidade interna no próximo ano na ordem de 3,2%, estimada em cerca de 4,3 milhões de toneladas.
No caso da carne bovina, em 2025 a produção é estimada em 11,38 milhões de toneladas, volume levemente superior ao obtido em 2024. As exportações seguem aquecidas e a expectativa é que até o final de 2025 sejam embarcadas 4,21 milhões de toneladas, o maior volume já registrado. O bom ritmo das exportações acontece mesmo com as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao produto brasileiro, retiradas em meados de novembro deste ano, e é estimulado pela demanda chinesa, que absorveu 53,7% das exportações brasileiras.
Já em 2026, deverá ser marcada a reversão do ciclo pecuário, o que reflete em uma menor produção de carnes, estimada em 10,89 milhões de toneladas, diante de uma maior retenção de fêmeas. A demanda internacional pelo produto brasileiro deve seguir aquecida e o volume exportado tende a se manter próximo da estabilidade, em torno de 4,25 milhões de toneladas. Por sua vez, há expectativa de redução na quantidade do produto disponível no mercado interno, estimada em 6,67 milhões de toneladas.
Produção de ovos

Foto: Freepik
Já com relação ao quadro de suprimento de ovos, a estimativa da Conab é de um novo recorde na produção em 2026, estimada em 50,3 bilhões de unidades, uma alta de 2,6% em relação à projeção do volume produzido em 2025, de 49 bilhões de unidades. Esse resultado mantém o movimento de alta na disponibilidade do produto no mercado interno.
Clique aqui e acesse o quadro de suprimento de carnes e ovos atualizados.
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Lar Cooperativa reforça parceria estratégica na 4ª turma da Escola de Rações
Capacitação reforça a estratégia da cooperativa de investir em educação para qualificar equipes e fortalecer toda a cadeia produtiva.

A Lar Cooperativa celebrou importantes avanços em capacitação profissional na terça-feira (18) com o encerramento da 4ª turma da Lar Escola de Rações. Em uma cerimônia solene realizada no Lar Centro de Eventos, em Medianeira (PR), 56 funcionários receberam certificados após concluírem a formação focada na excelência e nas melhores práticas em todo o ciclo da produção de rações.
O evento contou com a presença de familiares dos profissionais, patrocinadores da iniciativa e lideranças da Lar, que prestigiaram a conquista e destacaram a importância da capacitação contínua para o desenvolvimento da cooperativa e da região onde atua.
“Momentos como esse, onde celebramos a conclusão de um curso, felizmente, estão cada vez mais frequentes na cooperativa. Isso se deve, porque a Lar acredita e investe na educação, é o que está por trás de toda nossa trajetória e é a ferramenta que vai nos guiar para o futuro. Só assim continuaremos a ser ousados, nos permitindo evoluir ainda mais”, comentou o diretor-presidente da Lar, Irineo da Costa Rodrigues.
A 4ª turma da Lar Escola de Rações contou com alunos de diversas áreas de atuação da cooperativa, sendo elas: indústria de rações, fomento de aves, fomento de suínos, recria de aves, unidades produtoras de pintainhos, indústria de aves, indústria de soja, operacional de grãos e setor de compras. Essa diversidade promoveu uma rica troca de experiências entre os participantes, além de demonstrar o caráter estratégico da formação em integrar as melhores práticas sobre a cadeia produtiva, do campo à indústria.
“A conclusão do curso representa dedicação, esforço e muita vontade de crescer. A capacitação fortalece nossas equipes, melhora resultados e demonstra o compromisso da cooperativa com as pessoas. Todo o conhecimento que conquistamos será aplicado no nosso dia a dia nas unidades onde atuamos e assim todos ganham”, destacou Michele Ribeiro Caldeira, da Unidade Industrial de Rações, de Rolândia (PR), após receber o diploma do curso.
Divididos em 10 módulos, que somaram ao todo 80 horas de conteúdos especializados com alto valor técnico, a formação foi uma verdadeira jornada imersiva em todo o ciclo produtivo da ração. Entre os temas trabalhados, destaca-se a nutrição, formulação de dietas, qualidade de ingredientes, segurança alimentar, bem-estar animal, entre outros assuntos.
“Este curso não foi apenas sobre adquirir conhecimento teórico, mas também sobre entender a necessidade de inovação, de qualidade e principalmente de ética, pois o mercado é exigente e não podemos entregar nada além da excelência. Ao integrarmos as cadeias de produção da cooperativa temos uma enorme responsabilidade em nossas mãos, mas para o sucesso desse trabalho, contamos com uma equipe qualificada que busca evolução contínua e esse curso é a prova disso”, afirmou o gerente das Indústrias de Rações da Lar e coordenador da Lar Escola de Rações, Carlos Eduardo Varnier.
O curso foi desenvolvido por meio de uma parceria estratégica entre a Lar Universidade Corporativa e um seleto grupo de fornecedores, que patrocinaram os professores, materiais de ensino, premiações de incentivo, além da cerimônia de encerramento. A lista com as empresas que acreditaram e viabilizaram a iniciativa, inclui grandes nomes do setor: Safeeds, Huvepharma, BTA/Apply, Van Aarsen, Adisseo, DSM, Evonik, CJ do Brasil, De Heus e Famsun.
“A sinergia entre a Lar e nossos fornecedores está pautada em um pilar chamado confiança. Investimos juntos nessa formação porque acreditamos em um futuro ainda mais próspero para a pecuária, por meio de um sucesso compartilhado na visão de que seremos ainda melhores. Temos uma nutrição de alto padrão e os mais altos indicadores zootécnicos, mas estamos sempre em busca da melhoria contínua”, ressaltou o superintendente de Suprimentos e Alimentos da Lar, Jair Meyer.
Em linha com os pilares estratégicos da cooperativa, o superintendente de Negócios Agrícolas da Lar, Vandeir Conrad, enfatizou o papel fundamental da educação no crescimento e eficiência da Lar. “Não temos dúvida nenhuma de que é através da educação que alcançaremos a geração e a percepção de valor por nosso associado, comunidade e clientes. Esse é um trabalho contínuo, pois entendemos que a eficiência operacional é resultado da busca por conhecimento. Somos muitos felizes com essa estratégia da cooperativa que nos guia para o sucesso.”
O sucesso da 4ª turma da Lar Escola de Rações, somada a diversas outras iniciativas que cultivam o conhecimento, configuram a Lar como uma cooperativa educadora. Um legado guiado por um único propósito: cooperar para melhorar a vida das pessoas.
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ABPA lança manual de biosseguridade para aves e suínos
Documento técnico integra as ações do Movimento “Uso Consciente, Futuro Sustentável” e reforça a importância da prevenção e da saúde única

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) realizou, na terça-feira (25), o webinar “Lançamento do Manual de Procedimentos de Biosseguridade para Aves e Suínos”, promovido pela Academia ABPA.
O evento contou com a participação da diretora técnica da entidade, Sula Alves, da coordenadora Tabatha Lacerda e da analista Beatriz Belloni, além do consultor Bruno Pessamílio e do coordenador de biosseguridade da Seara Alimentos, Paulo Pelissaro.

Diretora técnica da ABPA, Sula Alves: “A biosseguridade é o pilar central da produção responsável” – Foto: Divulgação/Arquivo OPR
O novo manual foi desenvolvido com o objetivo de fortalecer os procedimentos mínimos de biosseguridade nos sistemas produtivos de aves e suínos, oferecendo um guia técnico acessível e aplicável à realidade das granjas brasileiras. O documento orienta produtores e profissionais sobre medidas preventivas contra a entrada e disseminação de agentes infecciosos, reforçando o papel da biosseguridade como primeira linha de defesa sanitária na produção animal.
Entre os temas abordados estão localização e estrutura das instalações, barreiras físicas e sanitárias, controle de acesso de pessoas e veículos, manejo alimentar e vacinação, controle de vetores, cuidados com dejetos e planos de contingência para emergências sanitárias.
O Manual de Biosseguridade da ABPA está alinhado aos princípios do Movimento “Uso Consciente, Futuro Sustentável”, lançado em outubro pela entidade, e reforça a importância das práticas de prevenção como base da estratégia do uso consciente de antimicrobianos e combate à resistência antimicrobiana (RAM). “A biosseguridade é o pilar central da produção responsável. Cada medida preventiva adotada nas granjas representa uma barreira a menos para a entrada de doenças e um passo a mais na direção da sustentabilidade sanitária. Com este manual, queremos apoiar o setor produtivo com informações claras, práticas e aplicáveis ao dia a dia dos profissionais que estão no campo”, destacou Sula Alves, diretora técnica da ABPA.

Presidente da ABPA, Ricardo Santin: “Este material reforça o papel educativo da ABPA e consolida o compromisso do setor com a saúde única” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
O manual será distribuído gratuitamente aos associados e disponibilizado no hotsite do movimento Todos Contra RAM. “Este material reforça o papel educativo da ABPA e consolida o compromisso do setor com a saúde única. Nosso objetivo é apoiar conhecimento técnico em prática cotidiana, incentivando o uso responsável de antimicrobianos e o fortalecimento da biosseguridade”, afirmou Ricardo Santin, presidente da ABPA.
O lançamento do manual encerra as ações educativas da ABPA durante a Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência Antimicrobiana (WAAW). Apesar do fim da Semana, a iniciativa continuará por meio de uma agenda de eventos técnicos e encontros regionais junto a produtores e cooperativas, incentivando o engajamento coletivo do setor na promoção da saúde animal e na prevenção sanitária.



