Empresas
Novo estudo com frangos de corte encerra debate de 30 anos em torno da biodisponibilidade de distintas fontes de metionina
Embora os produtos de DL-metionina sejam usados na maioria dos mercados avícolas globais, cerca de um terço dos produtores usa produtos análogos, sobretudo na forma líquida com ácidos livres (MHA-FA).
Um novo estudo, conduzido com uma genética moderna de aves, confirmou que a biodisponibilidade de metionina de produtos hidróxi-análogos líquidos (MHA-FA) é de apenas 65%, aproximadamente, em comparação com produtos de DL-metionina (DLM), como o MetAMINO®. Essa conclusão definitiva é coerente com a opinião científica recente2 da Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) e irá ajudar os produtores a otimizar os seus custos com alimentação animal.
O estudo1, conduzido no Schothorst Feed Research, na Holanda, mostrou que a biodisponibilidade relativa de MHA-FA e DLM65 (DL-Metionina dilupida a 65%) na comparação com MetAMINO® foi de 65% e 61%, respectivamente. Todos os valores de biodisponibilidade de MHA-FA ficaram significativamente abaixo do teor da substância ativa no produto referenciado pelo fabricante de 88%.
“Esses resultados, que foram obtidos usando frangos de corte de genética moderna, confirmam que a biodisponibilidade de produtos hidróxi-análogos líquidos de metionina – MHA-FA – é de cerca de 65% na comparação com MetAMINO® na base produto a produto”, explicou Dr. Emmanuel Auer, responsável pela linha de negócios Animal Nutrition da Evonik.
“Esses números são consistentes com a opinião científica de 2018 da EFSA de 66% em base de produto, e é importante que os produtores levem isso em conta se o objetivo é otimizar os seus alimentos para animais e obter a melhor relação custo-benefício”.
Embora os produtos de DL-metionina sejam usados na maioria dos mercados avícolas globais, cerca de um terço dos produtores usa produtos análogos, sobretudo na forma líquida com ácidos livres (MHA-FA).
“Ainda que esses produtos tenham um teor ativo de 88%, a pesquisa mostra que só uma parcela desse teor está biologicamente disponível – por isso, os produtores devem estar cientes desse fato ao formularem as suas dietas”.
Os dados de desempenho do estudo também confirmaram que todas as melhoras obtidas com MetAMINO®, MHA-FA e DLM65 à dose mais alta atingiram um platô comum, onde não se perceberam diferenças significativas entre eles.
“Esses resultados deixam claro que a biodisponibilidade poderia ser interpretada de maneira equivocada quando baseada em dados dessa parte da curva dose-resposta”, disse Auer. “É necessário realizar a análise de regressão multiexponencial dos dados do estudo dose-resposta para determinar a biodisponibilidade de metionina e outros nutrientes. A validade desse método foi confirmada pelo novo estudo”.
O estudo abrangeu 1.920 frangos de corte que receberam dietas iniciais (0 a 11 dias), crescimento (11 a 28 dias) e terminação (28 a 35 dias) com diferentes teores de metionina. Cada grupo de 120 aves recebeu MetAMINO®, MHA-FA ou DLM65 (MetAMINO® diluído com amido para um teor de metionina de 65%) em cinco níveis diferentes (de 0,4 a 3 g/kg). Um grupo basal de 120 aves não recebeu nenhuma metionina adicional. O desempenho de crescimento foi avaliado em cada fase e a avaliação da carcaça realizada no dia 35.
Os resultados mostraram que o aumento das doses de todos os três produtos de metionina (MetAMINO®, MHA-FA e DLM65) foi associado a um melhor desempenho em crescimento e rendimento da carcaça na comparação com a dieta basal. O suplemento de metionina mais alto (3 g/kg) melhorou o GP (ganho de peso corporal) em 70, 67 e 70% e reduziu a CA (taxa de conversão alimentar) em 22, 22 e 23% com MetAMINO®, MHA-FA e DLM65, respectivamente. De modo similar, o rendimento da carcaça melhorou 13, 11 e 13% e o rendimento da carne de peito (como percentual do peso corporal) melhorou 62, 60 e 63% com MetAMINO®, MHA-FA e DLM65, respectivamente.
Análises estatísticas adicionais dos dados mostraram que a eficácia do MHA-FA em comparação com o MetAMINO foi de apenas 58% para ganho de peso (GP), 66% para taxa de conversão alimentar (CAR) e 62% para índice europeu de produção (IEP).
Referências:
1. Biodisponibilidade de dl-metionina hidróxi análoga em comparação à dl-metionina e validação da abordagem de regressão multiexponencial mediante o uso de dl-metionina 65% diluição em frangos, 2018, Poultry Science Association 107th Annual Meeting Abstracts, #242.
2. Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA), 2018: segurança e eficácia de hidróxi análogos de metionina e seu sal de cálcio (ADRY+â) para todas as espécies animais, EFSA Journal 16 (3): 5198.
Fonte: Ass. de Imprensa

Empresas Discussões sanitárias
American Nutrients reforça a cadeia exportadora da carne suína ao aderir ao programa livre de ractopamina
A empresa oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade

A ractopamina, um agonista β-adrenérgico amplamente utilizado para melhorar ganho de peso e eficiência alimentar em suínos, permanece no centro das discussões sanitárias internacionais. Embora seu uso seja regulamentado no Brasil, diversos mercados estratégicos — como União Europeia, China e Rússia — possuem tolerância zero para resíduos desta substância em produtos de origem suína.
O ponto crítico está na cadeia de alimentação: a inclusão de ractopamina na ração de suínos pode resultar na sua detecção na carne, mesmo quando utilizada dentro das doses permitidas. Essa presença residual é suficiente para inviabilizar exportações e comprometer toda a cadeia produtiva voltada a mercados que adotam exigências mais restritivas.
Com o objetivo de assegurar conformidade sanitária, rastreabilidade e segurança na exportação, o Ministério da Agricultura e Pecuária instituiu o Programa de Produção Livre de Ractopamina. A certificação reconhece empresas que mantêm protocolos rigorosos de controle para garantir ausência parcial ou total da molécula em qualquer etapa da produção de rações para suínos.
A American Nutrients oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade e alinhamento às demandas globais. Ao assegurar que suas soluções nutricionais estão completamente isentas de ractopamina, a empresa fortalece a confiança de frigoríficos, integradoras e produtores que dependem de dietas certificadas para acessar mercados premium.
Esta iniciativa reforça o compromisso da American Nutrients com a qualidade, a transparência e a sustentabilidade da cadeia suinícola. Em um cenário de crescente rigor sanitário internacional, a nutrição animal livre de ractopamina é um elemento-chave para manter e expandir a participação brasileira nos mercados mais exigentes do mundo.
Empresas
Inteligência Artificial conta 140 mil ovos por dia com 99,9% de precisão e transforma avicultura
Entre outros indicadores, tecnologia da ALLTIS monitora temperatura, água e volume de grãos nos silos, reduz perdas e aumenta produtividade da Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP)

A Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP), alcança um novo patamar de produtividade após a implementação do sistema de inteligência artificial da empresa de tecnologia ALLTIS. Com produção diária de 140 mil ovos, o equivalente a 4,7 milhões por mês, a granja – dona da marca Naturegg – estima ganhos operacionais de até 90% após a integração de um pacote de sensores controlado por IA, que permite controle sanitário, monitoramento ambiental e gestão de recursos com mais segurança, precisão e eficiência. A ALLTIS resolve problemas crônicos da avicultura, transformando as granjas em propriedades 4.0 e contribuindo para o aumento da produtividade e a redução de custos. Recentemente, a ALLTIS firmou sociedade com a MCassab Nutrição e Saúde Animal, empresa do Grupo MCassab, especialista em nutrição e saúde animal há mais de meio século.
Fundada em 1983 pela família Teixeira, a São Marcos deixou de ser fornecedora de frangos vivos para ser uma produtora de ovos orgânicos e caipiras livres de antibióticos, comercializados sob a marca Naturegg. Hoje, tem 170 mil aves em postura e distribuição para seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
A necessidade de incluir a tecnologia e digitalizar os processos em uma atividade historicamente tradicional, decorre do volume de informações exigidas tanto para gestão do negócio quanto pelos órgãos certificadores. Diariamente, a equipe da São Marcos passou a registrar pela IA, entre outros, dados de temperatura, umidade, consumo de água e ração, taxas de mortalidade e indicadores de bem-estar animal.
“Nosso maior desafio sempre foi transformar informação em decisão. Com a operação que temos hoje, isso já não era possível de forma tradicional. A tecnologia traz agilidade, segurança e capacidade de gerir de maneira eficiente e de antecipar problemas. Agora, conseguimos agir antes que o impacto aconteça”, afirma Matheus Teixeira, diretor comercial da Naturegg.
A parceria com a ALLTIS foi importante para os planos da São Marcos. A granja utiliza quatro frentes tecnológicas da startup: monitoramento ambiental (Sense), controle do consumo de água (Aqua), gestão automática dos silos (Domo) e contagem de ovos por inteligência artificial (EggTag) com precisão de 99,9%. “Cito um exemplo: antes de ter o monitoramento das informações por IA, nossos funcionários precisavam subir em 21 silos para verificar o estoque de ração, enfrentando risco de acidentes e imprecisão nos cálculos. Agora, todo o controle é feito pelo celular, com previsões de consumo e alertas programados”, explica Tailisom Silva, gerente da granja.
“Ter dados confiáveis em tempo real é essencial para obter resultados melhores e maior precisão na gestão. O mercado exige rastreabilidade e sustentabilidade, e a tomada de decisão precisa ser rápida e embasada. Nosso papel é transformar dados em informações úteis para o dia a dia e entregar tecnologias que se adaptam às necessidades e realidade do produtor”, afirma André Aquino, sócio e COO da ALLTIS.
“O exemplo da São Marcos mostra o quanto a tecnologia é importante para potencializar a produtividade das granjas de postura. Mas não apenas isso. É essencial monitorar todas as áreas do negócio e, assim, reduzir os gargalos, que são vários. A tecnologia da ALLTIS está disponível para contribuir para vencer esse desafio”, ressalta Mauricio Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, acionista da ALLTIS.
Outros avanços devem vir nos próximos meses, como a automatização da contagem de ovos com identificação por tamanho e coloração. A expectativa é reduzir ainda mais o índice de erros humanos e dispor de dados detalhados para ajustar o manejo à tecnologia e otimizar o rendimento da produção de ovos.
Para Matheus, a digitalização dos processos é um caminho indiscutível. “O maior erro é achar que a tecnologia é algo distante ou complicado. É o contrário. Ela simplifica, reduz perdas e dá clareza para agir. Quem não se permitir evoluir vai ficar para trás”, ressalta o diretor comercial da Naturegg.
Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
