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Novo cadastro da agricultura familiar começa a operar este mês no Brasil

Ferramenta é fundamental para que os produtores tenham acesso a crédito rural e outras políticas públicas agrícolas.

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Fotos: Shutterstock

O novo sistema de Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) 3.0 começa a operar a partir deste mês em todo o País. A iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) reforça a retomada do antigo cadastro, que estava inoperante e sem estrutura para atender à demanda crescente. O CAF 3.0 busca simplificar ainda mais o cadastro, integrar dados e garantir o acesso mais eficiente a diversas políticas públicas.

O processo de atualização do CAF teve início há dois anos. Em 2024, segundo o MDA,

3.073.324 de unidades familiares contavam com Cadastro ou a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) ativos. Ainda segundo o Ministério, aumentou quatro vezes e meia a média mensal de emissões do CAF entre 2022 e 2024. O sistema conta com 6.690 entidades emissoras e mais de 20 mil técnicos emissores em todo o Brasil, realizando até 13 mil atendimentos, entre atualizações e cadastros, diariamente.

Podem se cadastrar no CATF agricultores familiares, pescadores artesanais, aquicultores, silvicultores, extrativistas, quilombolas, assentados do Programa Nacional de reforma Agrária (PNRA), beneficiários do Programa Nacional de Crédito fundiário (PNCF) e formas associativas da agricultura familiar.

Entre as inovações do CAF 3.0 destacam-se o fim da etapa de triagem, fim do CAF Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), CAF automático para Reforma Agrária, integração com registros de terras do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), integração com registros de renda, cinco anos de validade para região norte e três anos para as demais regiões; marcação de agroecologia para os produtos e identificação dos 28 segmentos dos Povos e Comunidades Tradicionais.

Segundo o MDA, a transição da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) para o CAF teve início em 2023, transformando o cadastro no principal instrumento de identificação e habilitação dos agricultores familiares e suas organizações para o acesso às políticas públicas.

A mudança tem como finalidade reconhecer e integrar as unidades familiares às políticas públicas, como a concessão de crédito, e também para outros programas e iniciativas de fortalecimento da agricultura familiar. O cadastro permite mapear as necessidades das famílias, identificar características produtivas e garantir que políticas públicas sejam implementadas de forma mais eficiente e inclusiva.

Para os agricultores, as vantagens do CAF 3.0 são a simplificação do processo de cadastro, integração com outras bases de dados, monitoramento e fiscalização otimizados, acesso a incentivos e programas de sustentabilidade, transparência e acesso público. O novo sistema oferece maior transparência, permitindo que informações ambientais sejam acessíveis ao público, promovendo a responsabilidade socioambiental.

Um grande país

Foto: Gilson Abreu

O Anuário Estatístico da Agricultura Familiar 2023, divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que se todos os agricultores familiares do Brasil formassem um país, seria o oitavo maior produtor de alimentos do mundo.

Segundo o mais recente Censo Agropecuário do IBGE, feito em 2017 e divulgado em 2019, o Brasil tem 5.073.324 produtores agropecuários, 76,8% deles dedicados à agricultura familiar, somando 3.897.408 de famílias, que ocupam 23% da área dedicada a atividades agropecuárias. Ainda segundo o IBGE, a agricultura familiar emprega 66,3% dos trabalhadores em atividades agropecuárias do país, cerca de 10 milhões de pessoas. Entre os produtores rurais familiares, 81% são proprietários de terras.

Acesso a recursos

Foto: Freepik

Agricultores familiares já tiveram acesso a R$ 43,3 bilhões do Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025 nos primeiros sete meses, 6,4% mais que o contratado no mesmo período da safra anterior, segundo balanço do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar divulgado no fim do mês passado. O valor representa 1.078.789 de operações de financiamento para agricultores familiares, agroindústrias e cooperativas.

No atual Plano Safra, lançado em junho do ano passado, foram disponibilizados R$ 76 bilhões para apoiar a produção sustentável de alimentos saudáveis para a população brasileira. As regiões no Brasil que mais acessaram o crédito rural do Pronaf, no atual Plano Safra, por quantidade de operações, foram o Nordeste, com 52% das operações, e o Sul, com 29%.

A legislação determina que o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) com inscrição ativa é requisito para o acesso de agricultores familiares e demais beneficiários às políticas públicas de apoio e incentivo à produção agrícola familiar.

Clique aqui para acessar o CAF.

Fonte: Assessoria Ascenza

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Plantio de milho em Santa Catarina entra na fase final com boas perspectivas

Controle fitossanitário segue ativo e produtores monitoram impacto das chuvas na germinação.

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Foto: Gilson Abreu

A semeadura do milho de verão em Santa Catarina entra na fase final, com 92% da área estimada já plantada, segundo os dados mais recentes do Boletim Agropecuário de Santa Catarina. Até o momento, 93% das lavouras apresentam condição considerada boa, reforçando a expectativa de um início de ciclo favorável no estado.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O ritmo da safra é descrito como adequado, com bom estabelecimento das plantas e condições climáticas favoráveis, o que tem permitido avanço dentro do calendário previsto pelo zoneamento agroclimático.

O controle fitossanitário segue ativo, especialmente no monitoramento da cigarrinha-do-milho, praga que preocupa produtores nos últimos anos. Até agora, porém, a incidência registrada é baixa. No litoral catarinense, técnicos observaram falhas de germinação em algumas áreas, atribuídas ao excesso de chuvas no período de emergência das plantas.

O boletim também alerta para as chuvas intensas na região Sul, que podem exigir maior atenção no manejo de doenças e na aplicação de adubação de cobertura, etapas cruciais para o desenvolvimento das lavouras.

Apesar dos pontos de atenção, o cenário até o momento é favorável. A Epagri/Cepa mantém perspectiva positiva de produtividade, condicionada à continuidade de clima e sanidade adequados nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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Caminho Verde recebe R$ 30 bilhões e inicia recuperação de 1,3 milhão de hectares no país

Primeiro aporte do Mapa viabiliza crédito com juros reduzidos para converter áreas degradadas em produção sustentável, com meta de restaurar 40 milhões de hectares em dez anos.

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Foto: Freepik

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou, na segunda-feira (17), o primeiro aporte de recursos da ordem de R$ 30 bilhões para o Programa Caminho Verde, com foco nos investimentos voltados para a conversão de áreas degradas para a produção de alimentos. O programa será financiado por bancos, com juros abaixo do mercado, entre eles o Banco do Brasil, o BNDES, o BTG, o Itaú, Caixa Econômica, entre outros. Os recursos começarão a ser acessados a partir de 2026 e conta com a parceria do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério da Fazenda para o financiamento. A meta inicial é recuperar, com este montante, cerca de 1,3 milhão de hectares nesta primeira rodada.

A meta geral do programa é recuperar até 40 milhões de hectares de áreas degradadas em dez anos. Este foi o debate do painel “Programa Caminho Verde Brasil: avanços, desafios e oportunidades”, realizado nesta segunda-feira em um dos auditórios da AgriZone, espaço da Embrapa e parceiros, também conhecido como “Casa da Agricultura Sustentável” na COP30. O evento técnico foi organizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), a Embrapa e o Banco do Brasil.

Para o assessor especial do ministro da Agricultura e Pecuária e presidente do Conselho de Administração da Embrapa, Carlos Augustin, o Caminho Verde reforça a posição estratégica do País na agenda global e destaca as práticas regenerativas como solução para garantir segurança alimentar e estabilidade climática.

“O programa cria condições para um expressivo aumento da produção de alimentos e de biocombustíveis, sem desmatamento de novas áreas, preservando matas nativas”, explica. “Dessa forma, promove simultaneamente a segurança alimentar, apoia a transição energética e conserva o meio ambiente”.

Dados do Mapa indicam que, atualmente, o Brasil possui cerca de 280 milhões de hectares destinados à agropecuária, dos quais 165 milhões são pastagens, sendo que aproximadamente 82 milhões de hectares estão em algum grau de degradação. A proposta do programa é a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo dos próximos dez anos, convertendo essas áreas em terras agricultáveis de alto rendimento, sem a necessidade de desmatamento.

O recurso que será aportado no valor de R$ 30 bilhões representa o início do programa, mas o Mapa está em busca de novas parcerias. O programa Caminho Verde faz parte da carteira de financiamento do Ministério da Fazenda – O Eco Invest Brasil, parte do Novo Brasil,  criado para impulsionar investimentos privados sustentáveis e atrair capital externo para projetos de longo prazo, oferecendo instrumentos de proteção contra a volatilidade do câmbio. Com mecanismos financeiros inovadores, o programa viabiliza projetos estratégicos para a indústria verde, recuperação de biomas, infraestrutura para lidar com os efeitos das mudanças do clima e de inovação tecnológica para a Transformação Ecológica. Serão R$16,5 bilhões do Tesouro e os outros R$ 16 bilhões das instituições financeiras.

Judson Valentim, pesquisador da Embrapa Acre, destacou que as áreas degradadas oferecem um potencial forte de recuperação para a produção de grãos, fibras e biocombustíveis, aumentando a capacidade brasileira de fornecimento de alimentos em um cenário global, de forma sustentável.

Na perspectiva da sustentabilidade, o Programa Caminho Verde inclui o uso de boas práticas recomendadas pela Embrapa. No caso de produção de alimentos, plantio conforme recomendação do ZARC, plantio direto, uso de bioinsumos e inoculantes, uso de sementes certificadas ou salvas legalmente, plantio de cobertura, gestão de embalagens de agroquímicos. No caso de pecuária o uso de sementes de forrageiras, divisão das pastagens e manejo do pastejo, proteção aos corpos d´água, taxa de lotação de acordo com a capacidade de suporte das pastagens e rastreabilidade. Para florestas plantadas a Embrapa sugere as seguintes recomendações: uso de bioinsumos, manejo de solos, manejo integrado de pragas, plano de combate a incêndios e proteção dos corpos d´água.

A Embrapa também elaborou um conjunto de indicadores métricas para aplicação no programa. Entre elas: metodologia de Bioanálise dos Solos (BioAs), metodologia de determinação de estoques de carbono no solo, metodologia de balanço de emissão de gáses, dentre outras. Além de calculadoras como o RenovaCalc, ABC+Calc, Zarc, Plataforma de Saúde do Solo, Carne Baixo Carbono, entre outras.

Para o diretor de Agronegócio do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, o tema da sustentabilidade é uma das suas prioridades. Ele explicou que o primeiro estímulo para que o produtor entre no programa é a expectativa efetiva de rentabilidade com a recuperação de suas áreas degradadas. “Este convencimento é o primeiro argumento para a tomada de decisão de recuperar a pastagem”, explicou. Ele acrescentou que o incentivo, via crédito e tecnologias, deve vir junto com o controle do estado brasileiro contra o desmatamento ilegal. Por fim, o acesso ao crédito será fundamental com pagamento a longo prazo. “As três ações serão determinantes para o acesso ao crédito para o Caminho Verde”.

Para ele, o Caminho Verde é uma das soluções que traz vários elementos positivos, mas para o agricultor familiar, o ideal ainda é o Pronaf. O Caminho Verde se aplicará melhor aos médios e grandes produtores rurais. Mas a grande vantagem deste financiamento é sua veiculação à uma área que usará boas práticas para a sua recuperação. “Um programa de governo com um compromisso mensurável do ponto de vista de área recuperada e o compromisso de não desmatar e um monitoramento que soma qualitativo e quantitativo”.

Saiba mais sobre o Programa Caminho Verde acessando aqui

Fonte: Assessoria Ascom
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Brasil lidera integração inédita entre clima, natureza e uso da terra na COP30

No principal painel das três Convenções da ONU, o Mapa apresentou políticas públicas que recuperam áreas degradadas, reduzem emissões e fortalecem a produção sustentável, alinhando agendas globais.

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Foto: Eufran Amaral

Pela primeira vez, as três Convenções da ONU reuniram suas agendas de clima, natureza e uso da terra em um mesmo debate, e o Brasil foi protagonista. No painel realizado nesta terça-feira (18), na COP30, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou como políticas públicas já implementadas pela pasta integram essas frentes e transformam áreas degradadas em solos produtivos, resilientes e de baixa emissão.

O encontro destacou a necessidade de alinhar agendas globais de clima, natureza e uso do solo, reforçando soluções que reduzam emissões, restaurem ecossistemas e ampliem a segurança alimentar. O representante do Mapa no painel, Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável da Secretaria de Desenvolvimento Rural, afirmou que há caminhos concretos capazes de entregar resultados simultaneamente para as três convenções — e o Brasil já demonstra isso com políticas públicas consolidadas.

“Eles estão falando das sinergias e das complementaridades entre os objetivos das três convenções e que existem investimentos custo-eficientes do ponto de vista do clima, da natureza, da segurança alimentar e do desenvolvimento socioeconômico. Um bom exemplo é a recuperação de áreas agrícolas degradadas com boas práticas, como vemos no Plano ABC, no ABC+ e no Caminho Verde Brasil”, afirmou.

Durante sua intervenção, Bruno reforçou que o país chega ao debate com programas robustos, ampla experiência técnica e capacidade de escalar iniciativas alinhadas ao desenvolvimento sustentável. “O Brasil já possui políticas públicas de destaque nesse sentido, como as que mencionei. E esperamos continuar trabalhando em parceria com os países anfitriões das COPs de biodiversidade, combate à desertificação e do clima no próximo ano, de forma a atrair novos investimentos”, destacou o diretor.

O painel também marcou a preparação para o lançamento da Belém Joint Statement on Action Agendas on Land, Climate and Nature, iniciativa que orientará esforços conjuntos das três convenções para restaurar terras degradadas, proteger ecossistemas, fortalecer meios de vida sustentáveis e integrar agendas globais de adaptação, biodiversidade e produção agrícola.

A sessão reuniu representantes de governos, organismos internacionais, comunidade científica, setor privado e lideranças indígenas, reforçando que o avanço na restauração de paisagens depende de cooperação, ciência, financiamento adequado e do protagonismo de produtores, comunidades rurais e povos tradicionais.

Fonte: Assessoria Mapa
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