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Novas parcerias e avanço no melhoramento genético marcaram trajetória da ANCP em 2021 

Em 2022, a ANCP lançará quatro novos índices bioeconômicos de seleção

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Fotos: Divulgação

O ano de 2021 foi marcado pelo início da retomada das atividades econômicas, fortemente comprometidas pela pandemia do Covid-19. O período atípico e de incertezas dá lugar a um novo cenário, com perspectivas de crescimento em todos os setores. E assim como em 2020, a Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) definiu e alcançou seus objetivos, comemorando muitas conquistas.

Sempre na vanguarda, a entidade encerra 2021 com um aumento no número de fazendas associadas. Avançando nas áreas de tecnologia e melhoramento genético, continuou próxima de seus associados, contribuindo para o progresso da qualidade da informação genômica e promovendo a disseminação do conhecimento. Por conta das restrições impostas pela pandemia, os eventos continuaram ocorrendo de modo virtual e com o mesmo impacto positivo.

Para o Professor Raysildo Lôbo, presidente a ANCP, 2021 foi um ano de grande crescimento e contribuição para o melhoramento genético das raças. A entidade firmou importantes parcerias com associações de gado de corte e outras universidades do Brasil e da América Latina, além de realizar implementações nos processos de avaliação genômica e desenvolvimento de pesquisas que levarão a novas ferramentas já para 2022. “Além disso, nos preocupamos em estar cada vez mais próximos dos criadores, promovendo lives, cursos e workshops para nossos associados brasileiros e de demais países”, ressalta.

Uma das principais conquistas da entidade em 2021 foi o convênio firmado com a Associação Boliviana de Criadores de Zebu da Bolívia (ASOCEBU). Celebrado em evento virtual no dia 18 de outubro, a parceria confere à ANCP a responsabilidade pela avaliação genética de animais pertencentes a rebanhos bovinos com registro genealógico pela associação.

De acordo com o vice-presidente da ANCP, Carlos Viacava, os avanços dos programas de melhoramento genético da entidade despertaram o interesse da ASOCEBU.  “É motivo de muito orgulho para a ANCP receber esse voto de confiança de uma entidade oficialmente reconhecida como responsável pelo registro genealógico e pela avaliação genética desse país vizinho, que conta com um rebanho zebuíno de muito prestígio internacional”, destaca.

Pelo segundo ano consecutivo, a ANCP conduziu projeto de pesquisa na Fazenda Bacuri, em Barretos (SP), com o objetivo de avaliar o impacto da gordura sobre a precocidade sexual de fêmeas Nelore. Na última coleta de informação de carcaça no início da estação de monta de novilhas precoces, os resultados apontaram que as fêmeas que ganharam mais gordura durante a estação de monta foram as que tiveram maiores índices de prenhês, independente do peso. A pesquisa é coordenada pelo diretor de Tecnologia e Inovação da ANCP, Fernando Baldi, e pelo pesquisador professor Saulo Silva, da FZEA/USP de Pirassununga.

O Workshop Circuito ANCP de Tecnologias, um importante evento promovido pela associação, foi apresentado em várias edições neste ano, no formato virtual, levando conhecimento a vários criadores, técnicos e pesquisadores, inclusive da Bolívia, através do convênio com a ASOCEBU.

O médico veterinário Argeu Silveira explica que 2021 foi um ano de grande crescimento para a ANCP, com a contratação de novos consultores, retomada do trabalho a campo, além da realização de diversas lives com treinamentos, entrevistas, apresentação dos dois sumários (maio e agosto) e visitas presenciais a vários criadores associados. “Nossa expectativa para o próximo ano é a melhor possível, uma vez que esperamos um bom crescimento da entidade, com o lançamento de novas tecnologias e ferramentas. Será um ano muito interessante do ponto de vista cientifico para os nossos associados”, ressalta.

Em parceria com a Embrapa Cerrados, a ANCP realizou duas provas a pasto das raças Nelore, Tabapuã e Guzerá, com teste de touros jovens e avaliação genômica, além de provas de eficiência alimentar da raça Nelore. Segundo o pesquisador Claudio Magnabosco, ambas as instituições deram continuidade na avaliação dos abates técnicos realizados pelas fazendas parceiras Agronova e Panorama. “Para 2022, estamos trabalhando em novos índices e novas DEPs e creio que os abates técnicos alcançarão um patamar ainda melhor e de maior importância”, projeta.

Para o próximo ano, a ANCP reserva grandes novidades em prol da pecuária nacional e internacional, com lançamento de novos serviços e tecnologias, como o ANCPNet 2.0, DEPG Interim e mais quatro novos índices bioeconômicos que atenderão os mais diversos sistemas de produção. “Essas novidades irão consolidar cada vez mais o protagonismo da ANCP no melhoramento genético e a liderança na pecuária do Brasil e da América Latina. Essas novas ações e tecnologias que nos aguardam em 2022 têm como única meta disseminar o melhoramento genético e o conhecimento técnico-científico de qualidade e o aumento da produtividade e do lucro do pecuarista”, conclui o Professor Raysildo.

 

Novas ferramentas 

O aumento significativo no número de animais genotipados, praticamente duplicando a base, ultrapassando a marca de 150 mil genótipos, é um bom sinal para os criadores que a cada dia acreditam mais nas avaliações genômicas, isso porque a consistência das avaliações vem melhorando continuamente.

Em 2022, a ANCP lançará quatro novos índices bioeconômicos de seleção, além do MGTe, que auxiliarão tanto quem faz quanto quem compra genética. São eles: o MGTe_cria, que será utilizado para o sistema de cria; o MGTe_pasto, para o sistema de recria e engorda a pasto; o MGTe_confN, para o sistema de produção em confinamento, e o MGTe_confF1, para animais cruzados.

Além disso, está previsto o lançamento do serviço de predições genômicas indiretas, que funcionarão como um intra-rebanho genômico, ferramenta que ajudará o criador na tomada de decisões no dia a dia da fazenda, bem como outros serviços que serão lançados pela entidade em 2022.

 

DEPG Interim 

Confirmando seu compromisso com a inovação, a associação apresentará ao mercado a DEP genômica Interim, cujo objetivo é auxiliar nas decisões de seleção e manejo do rebanho dentro da fazenda. Desenvolvida em parceria com o Centro Técnico de Avaliação Genômica (CTAG), a ferramenta fornece predições genômicas indiretas rápidas para animais recém-genotipados, permitindo classificá-los para fins de descarte ou de seleção, enquanto se aguarda a avaliação oficial.

Segundo o diretor de Pesquisa e Inovação da ANCP, Fernando Baldi, a nova ferramenta não deve substituir a DEP Genômica das avaliações oficiais do cronograma da ANCP. “A DEPG Interim é altamente correlacionada com a DEP Genômica da avaliação oficial, portanto, a classificação dos animais baseada nas duas DEPs deve ser muito próxima para todas as características consideradas na ANCP”, ressalta.

Fonte: Assessoria

Bovinos / Grãos / Máquinas

Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023

Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.

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Foto: Ari Dias/AEN

O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.

Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.

Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.

Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.

Gráfico 1 – Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2024). Fonte: Cepea-Esalq/USP.

 

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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Foto: Shutterstock

O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Mateus Castilho Santos / Divulgação

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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