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Avicultura

Novas normas do sistema de inspeção entra em vigor nos frigoríficos de frango

Dentre as mudanças estão a participação proativa das empresas na identificação e controle dos riscos para a saúde do consumidor, presença de pelo menos um médico-veterinário no abatedouro dedicado exclusivamente ao processo de abate, durante todos os horários de processamento que envolvam atividades de avaliação e classificação de aves vivas, aves depenadas, carcaças, partes de carcaças e vísceras.

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Nos últimos 25 anos, a produção brasileira de carne de frango cresceu mais de 613%, saltando de 647 mil toneladas produzidas em 1997 para 4.610 milhões de toneladas em 2022, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Para alcançar esse resultado, a estrutura da produção avícola nacional e os desafios de saúde pública veterinária e da segurança da carne passaram por grandes e importantes transformações, as quais garantiram a sanidade, a qualidade dos processos produtivos e asseguraram níveis competitivos de produtividade, tornando a cadeia cada vez mais especializada, com melhorias em biosseguridade, em genética, em bem-estar animal, em manejo sanitário e nutricional, além de programas de erradicação e controle de doenças atrelados à legislação brasileira e a padrões internacionais de produção de alimentos.

As plantas frigoríficas que abatem e processam frango de corte adotam procedimentos operacionais e sistemas de gestão de qualidade alinhados a normas internacionais de segurança dos alimentos e exigências de compradores que demandam cada vez mais de uma legislação moderna, que atenda às necessidades de todos os elos envolvidos no setor.

Zootecnista e diretora técnica da ABPA, Sula Alves: “Essa nova abordagem exige que decisões, padrões e atividades de inspeção sejam baseadas no conhecimento científico dos riscos, de forma quantitativa e qualitativa” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Com a modernização dos procedimentos para adesão dos abatedouros avícolas registrados no Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ao sistema de inspeção ante e post-mortem com base em risco, a zootecnista e diretora técnica da ABPA, Sula Alves, foi uma das convidadas do Painel “Atualizações e tendências regulatórias” para palestrar sobre os desafios e oportunidades da nova norma durante a 6ª edição do Congresso e Central de Negócios Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios (Avisulat), realizada em novembro, na cidade de Porto Alegre, RS.

A Portaria SDA nº 736/2022 que trata da nova norma foi aprovada no fim de 2022 e está restrita ao abate de frango, não se aplicando as plantas frigoríficas de matrizes, galinhas poedeiras e aves de outras espécies. A nova regra entrou em vigor nesta quarta-feira (1º).

Dentre as mudanças estão a participação proativa das empresas na identificação e controle dos riscos para a saúde do consumidor, presença de pelo menos um médico-veterinário no abatedouro dedicado exclusivamente ao processo de abate, durante todos os horários de processamento que envolvam atividades de avaliação e classificação de aves vivas, aves depenadas, carcaças, partes de carcaças e vísceras, auditorias no abate e avaliações microbiológicas para medir a eficiência da higiene no processamento dos animais, ações executadas mediante supervisão dos auditores fiscais federais agropecuários (affas). “Em constante evolução, as mudanças do setor avícola ocorrem de forma contínua como resultado de inovações tecnológicas, novas informações científicas sobre os riscos aos consumidores, bem como novas abordagens para a legislação e os controles sanitários, porque temos cada vez mais a necessidade de conhecer os processos para fins de controle, principalmente para tomada de decisões a respeito do processo de abate”, enfatiza Sula.

De acordo com a especialista é preciso alinhamento e sinergia entre as áreas de produção e qualidade, médico-veterinário responsável, granjas de aves, indústrias, affas e equipes de trabalho, porque não se trabalha com gestão de risco sem comunicação ou sem fazer trocas de informações. “Neste aspecto, a qualificação de todos os atores envolvidos nos processos é essencial, porque vai prepará-los para tomadas de decisões mais assertivas”, frisa a zootecnista.

Conforme Sula, o médico-veterinário responsável nas plantas frigoríficas terá que ter uma grande capacidade de articulação e interação com o setor e com o governo, uma vez que vai ter autonomia na tomada de decisões dentro do abatedouro. “É preciso preparar muito bem esses profissionais, porque decisão só se faz conhecendo processos e trabalhando bem com pessoas. Comunicação do risco, treinamentos e promoção de trocas de informação são estratégias importantes para melhorar a performance de segurança de alimentos. Todos os envolvidos na produção de alimentos devem estar devidamente capacitados para exercer seu papel na cadeia”, evidencia a diretora técnica da ABPA.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Outro ponto destacado pela especialista, que vai ser um desafio mais também uma oportunidade, é a integração de processos, uma vez que as informações da cadeia são fundamentais para avaliação de potenciais perigos apresentados pelos animais destinados ao abate como parte dos sistemas de gestão baseados em Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). “Sistemas de dados integrados e trabalhos internos precisam ser muito bem desencadeados para que os procedimentos sejam realizados com precisão”, aponta Sula.

Monitoramento microbiológico

Os abatedouros frigoríficos de aves para serem considerados aptos a adesão ao sistema de inspeção com base em risco prevista na Portaria SDA nº 736/2022, devem incluir em seus autocontroles o monitoramento microbiológico do desempenho higiênico-sanitário do processo de abate, que consiste em fazer o mapeamento higiênico-sanitário do processo por meio de indicadores, conhecimento total do desempenho microbiológico das etapas de abate, correlacionando resultados de eficiência de processo, desempenho de equipamentos e embasamento para uso em defesas diversas diante de desvios microbiológicos oficiais, como dos autos de infração e do sistema de alerta rápido para alimentos e rações (RASSF).

Os abatedouros frigoríficos devem cumprir a amostragem em todos os dias e turnos em que houver abate, mantendo a rastreabilidade das coletas para que seja possível o controle higiênico-sanitário do processo. Sula explica que a amostragem é feita com uma carcaça coletada na saída de cada sistema de pré-resfriamento a cada hora de operação. “Para fins de avaliação higiênico-sanitária do processo será utilizada janela móvel aplicada sob os resultados cumulativos de cinco semanas consecutivas. A cada semana, o profissional deve registrar um parecer quanto ao controle higiênico-sanitário do abatedouro frigorífico, considerando a totalidade dos resultados referentes ao período de cinco semanas, conforme os padrões definidos pelo Dipoa”, afirma.

Desempenho higiênico-sanitário insatisfatório

Se o abatedouro frigorífico apresentar desempenho higiênico-sanitário insatisfatório, além do mapeamento higiênico-sanitário do processo e da amostragem, o estabelecimento deve estudar e reavaliar seus processos de autocontroles, bem como é recomendado a coleta antes e depois das etapas ou conjunto de etapas do processo de abate para realizar o mapeamento higiênico-sanitário. “Caso o resultado no final do pré-resfriamento seja insatisfatório, devem ser avaliadas as etapas anteriores, sendo no mínimo após a lavagem inicial, após a máquina evisceradora, após a linha do DIF e do chuveiro de lavagem de carcaças (PCC1B), com amostragens a cada uma hora durante os turnos de produção por cinco semanas consecutivas”, expõe Sula.

O investimento total da planta frigorífica com a coleta de amostragem dentro de cinco semanas em todas as etapas do processo será em torno de R$ 42,5 mil além da logística laboratorial, conforme é demonstrado no quadro Adesão do Sistema com base em risco. “Isso mostra o quanto é importante conhecer bem as etapas e os processos realizados em cada uma, pois quanto mais conhecer, menores serão as chances de o frigorífico apresentar desempenho higiênico-sanitário insatisfatório”, reforça Sula.

Tabela – Adesão do sistema com base em risco

Desempenho higiênico-sanitário satisfatório

Em apresentando desempenho higiênico-sanitário satisfatório, após cinco semanas o abatedouro pode reduzir a coleta de amostragem. Considerando que uma empresa tenha 12 médias amostrais por semana, na redução vai passar a trabalhar com três médias amostrais, cerca de 27 carcaças por semana.

Oportunidades

Entre as oportunidades para os estabelecimentos que aderem ao sistema de inspeção com base em risco, Sula elenca a interação e a troca de informações contínuas entre campo e indústria, o que contribui para atuar preventivamente na avaliação das informações de campo/fomento/agropecuário, realizar a classificação dos produtores e lotes de aves e fazer o planejamento estratégico da sequência de abate. “Isso garante maior segurança sanitária e manutenção da cadência de processo, com menor risco de perda de controle de processo”, menciona.

Outro ponto que a zootecnista destaca se refere a maior assertividade e a gestão de processos para fazer a avaliação de aves vivas, de carcaças e de partes de carcaças e vísceras; possibilidade de deslocamento de pessoas dos pontos tradicionais (Linhas A,B,C); treinamento, gestão e supervisão de avaliadores e classificadores; mapeamento de alterações e autonomia para adoção de medidas corretivas visando a redução de contaminação visível (visual e micro). “A partir destas ações vamos melhor o fluxo da manutenção da cadência de processo, reduzindo risco de perdas de controle”, salienta Sula.

A diretora técnica da ABPA afirma que o sucesso dos sistemas de inspeção de carne vai depender da capacidade e da vontade dos abatedouros de mudar para uma abordagem baseada no risco. “Essa nova abordagem exige que decisões, padrões e atividades de inspeção sejam baseadas no conhecimento científico dos riscos, de forma quantitativa e qualitativa e um nível estabelecido de proteção à saúde, que vai exigir responsabilidade compartilhada, integração de princípios de autocontrole e abordagem em toda cadeia de valor”, assegura Sula.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse gratuitamente a edição digital de Avicultura Corte e Postura. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

No Dia Mundial do Frango, foco setorial se concentra na garantia de abastecimento

Além da segurança alimentar, setor detém importante papel socioeconômico no Brasil.

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Foto: Shutterstock

Hoje, 10 de maio, é o Dia Mundial do Frango, data criada pelo Conselho Internacional da Avicultura (IPC, sigla em inglês) para celebrar a cadeia produtiva e estimular o consumo de uma das mais importantes e versáteis proteínas animais do mundo.

Neste ano, a avicultura do Brasil abordará uma perspectiva diferente dos anos anteriores. A celebração deste ano exaltará a importância desta proteína para a garantia de segurança alimentar e para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Em toda a cadeia produtiva, são 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Apenas nas fábricas são mais de 300 mil postos de trabalho de um setor com Valor Bruto de Produção superior a R$ 90 bilhões.

É uma enorme força de trabalho que produziu no ano passado 14,8 milhões de toneladas em território brasileiro – desde 2013, o Brasil adicionou cerca de 2,5 milhões de toneladas em sua produção.

Quase 35% disto é direcionado a mais de 150 países nos cinco continentes – capilaridade que proporcionou ao Brasil a liderança mundial nas exportações da proteína, sendo responsável por 38% do total do comércio internacional. Para fins de comparação, as agroindústrias brasileiras exportaram no último ano mais que as vendas internacionais de Estados Unidos e União Europeia – segundo e terceiro maiores, respectivamente – somadas, e é maior do que toda a produção da Rússia (quinto maior produtor global da proteína). São embarques que geram receitas próximas a US$ 10 bilhões (dados de 2023).

O impacto econômico e social da carne de frango para o Brasil não está apenas nos dados macroeconômicos. O peso social individualizado da proteína se vê em seu consumo per capita. Cada brasileiro consome, em média, 45 quilos da proteína – índice alcançado em 2020 e que se mantém desde então. É, de longe, a proteína animal mais consumida pelo brasileiro.

São números que mostram a relevância e a missão deste setor com o Brasil – para onde é destinada 65,3% de toda a produção nacional. “Nossa cadeia produtiva é continental, e tem papel determinante nos hábitos, na economia e na cultura gastronômica de Norte a Sul. Do campo às fábricas, são bilhões em investimentos em tecnologia de ponta para garantir a qualidade e a sanidade dos produtos, com maior produtividade. É um dos alicerces alimentares do País, e pilar econômico de diversas regiões. Neste dia, celebramos um setor resiliente, que cumpre seu papel e que seguirá atuando para que não falte o acesso a este alimento de alta qualidade para as famílias de todo o país”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fonte: Assessoria ABPA
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Avicultura

Especialista aponta umidade e profundidade da cama como fatores críticos ao desenvolvimento das aves

Ao garantir um ambiente saudável e confortável para as aves, bem como a qualidade do produto final, os produtores não apenas protegem sua própria operação, mas também contribuem para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor como um todo.

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Fotos: Shutterstock

O manejo adequado da cama de frangos de corte é uma peça fundamental no quebra-cabeça da produção avícola. Ao garantir um ambiente saudável e confortável para as aves, bem como a qualidade do produto final, os produtores não apenas protegem sua própria operação, mas também contribuem para a segurança alimentar e a sustentabilidade do setor como um todo.

Bacharel em Ciência Animal, mestre em Nutrição de Aves e doutora em Gestão Ambiental de Aves, Connie Mou: “Não há um sistema de gestão único que funcione para todos, pois ele varia de acordo com as necessidades de produção, recursos disponíveis, mão de obra e equipamentos” – Foto: Arquivo pessoal

A bacharel em Ciência Animal, mestre em Nutrição de Aves e doutora em Gestão Ambiental de Aves, Connie Mou, elenca que o manejo correto da cama visa garantir um ambiente propício para o desenvolvimento saudável das aves. “Para alcançar esse objetivo é essencial gerenciar e manter as propriedades benéficas da cama, como absorção, evaporação, isolamento e amortecimento, com foco especial em conservar a umidade entre 20 e 25%”, ressalta Connie. Ela vai tratar deste assunto no 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), que acontece entre os dias 09 e 11 de abril, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó, SC.

Controlar a umidade da cama é fundamental para prevenir o crescimento de microrganismos patogênicos e garantir a saúde das aves. Uma cama bem manejada também proporciona um ambiente confortável para as aves se movimentarem, descansarem e se alimentarem, contribuindo assim para o bem-estar animal e o desempenho produtivo. Além disso, o manejo correto da cama pode ter benefícios ambientais, como a compostagem do material usado, que pode ser reaproveitado como fertilizante orgânico, contribuindo para a sustentabilidade da operação avícola.

Qualidade da cama

A qualidade da cama é de extrema importância no desempenho das aves e na saúde intestinal. A especialista em avicultura, ressalta que se a cama for mal gerida, pode se tornar um ambiente ideal para o desenvolvimento de agentes patogênicos nocivos, que podem acabar afetando as aves e provocando doenças. “Níveis excessivos de umidade na cama podem contribuir para o desenvolvimento de lesões nas patas das aves. Além disso, a cama desempenha um papel importante na produção de amônia, se não for cuidadosamente gerenciada, pode levar a níveis elevados de amônia no ambiente, o que foi demonstrado em pesquisas como prejudicial ao sistema respiratório das aves, impactando a função do sistema imunológico, podendo também aumentar o risco de proliferação de bactérias oportunistas.

Vários fatores podem influenciar a umidade da cama, incluindo o uso de água pelas aves, a densidade e as taxas de ventilação. De acordo com a doutora em Gestão Ambiental de Aves, a melhor maneira de abordar o manejo da cama é monitorar a umidade relativa do aviário constantemente e manter um registro histórico de qual é a umidade relativa do ar no aviário ao longo da vida do lote, entre lotes, para entender quão bem está sendo feito o trabalho dentro do aviário, a fim de garantir um equilíbrio adequado de umidade.

Connie diz que nos Estados Unidos aprendeu-se ao longo dos últimos 20 anos que o sucesso da gestão da cama é fortemente influenciado pela educação do produtor. “Existem diversos sistemas de gestão disponíveis para manejo das camas, porém, o sucesso deles depende da capacitação adequada dos produtores. Não há um sistema único que funcione para todos, pois ele varia de acordo com as necessidades de produção, recursos disponíveis, mão de obra e equipamentos”, salienta.

Quanto aos sinais de que a cama precisa ser renovada, a especialista conta que nos Estados Unidos a troca acontece quando começa a aparecer areia na cama ou quando se torna muito profunda. “Um sistema não precisa de uma cama com mais de seis polegadas, cerca de 15 cm de profundidade, pois uma cama mais profunda pode dificultar o gerenciamento da amônia e da umidade”, aponta.

Quanto ao reaproveitamento da cama, quando gerenciado corretamente, pode ser mais benéfico do que prejudicial. Isso ocorre porque a cama reutilizada já possui uma população microbiana estabelecida, o que pode acelerar o desenvolvimento da imunidade das aves. “Já em camas novas é muito mais imprevisível quais microrganismos irão povoar as aves desse alojamento, o que pode impactar o desenvolvimento do sistema imunológico dos frangos”, expõe.

Ventilação

Quanto ao manejo adequado da ventilação, seu impacto na qualidade da cama e na saúde das aves é significativo. O objetivo principal da ventilação é remover a umidade gerada pelas aves, o que está diretamente ligado à qualidade da cama e à saúde das aves. “Sem um programa de ventilação adequadamente executado, nunca será possível alcançar uma boa qualidade da cama e, consequentemente, uma boa saúde das aves. Portanto, o manejo adequado da ventilação é essencial para garantir um ambiente saudável e higiênico para as aves durante todo o ciclo de produção”, frisa a mestre em Nutrição de Aves.

Preparação do alojamento

Para garantir um ambiente saudável para as aves, as melhores práticas para a preparação inicial do alojamento antes da chegada dos pintinhos incluem o gerenciamento dos níveis de umidade, mantendo-os abaixo de 20%, e garantindo uma profundidade adequada da cama para acompanhar a deposição de umidade das aves. “É importante observar a aparência da cama, pois se ela ficar muito fina, há maior chance de níveis mais elevados de amônia. Se não houver opção de tratamento de cama para reduzir a amônia no início do lote, torna-se ainda mais crítico gerenciar”, salienta a bacharel em Ciência Animal.

Controle da proliferação de patógenos na cama

Em relação ao controle da proliferação de patógenos na cama, como Salmonella e Escherichia coli, é importante entender que nunca será possível controlar totalmente esses microrganismos, mas apenas gerenciá-los. “A área do microbioma nos aviários ainda é muito mal compreendida, e há muito a ser aprendido sobre como esses organismos interagem. No entanto, uma estratégia eficaz é gerenciar a umidade da cama, pois a água é um dos principais fatores que esses microrganismos precisam para sobreviver”, expõe Connie, acrescentando: “Mantendo a cama o mais seca possível e pelo maior tempo possível, podemos reduzir as chances de crescimento desses patógenos a níveis que impactariam negativamente nossas aves”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura ARTIGO

Será que o Brasil sabe a dimensão do desastre no Rio Grande do Sul?

Você está fazendo tudo o que pode mesmo? Quem sabe você pode ajudar só um pouquinho mais

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Fotos : divulgação Governo do Estado

O Estado do RS acabou. Da forma como a gente o conhecia, ele não existe mais. Nos resta rezar a Deus e torcer para que o Brasil e o mundo nos ajude a enterrar nossos mortos e a reconstruir um pouco do que foi devastado pelas águas – e ainda vai ser devastado, pois vem mais ciclone por aí. Quem sabe, em meio ao caos, no fundo do poço, a gente encontre uma força que nem a gente saiba que tem, algo como o Japão que se reconstrói em tempo recorde após os terremotos. ou como a Flórida, que enfrenta dezenas de furacões anuais e continua em pé!
Talvez estas palavras iniciais sejam fortes, Mas, talvez a maioria das pessoas de outras regiões do Brasil não tenha se dado conta do tamanho da tragédia. Ela é muito pior do que você vê na TV ou nos vídeos de WhatsApp! Muito, mas muito pior! É como se todo mundo desta região aqui perdesse sua casa, se enchesse tudo isso de água, por dias e mais dias, fechando estradas, escolas, lar de idosos, empresas… tudo!

Você já parou para pensar!? Então, você vai ajudar mais!?

 

Muitos não ajudam pelo medo do julgamento alheio

Por outro lado, felizmente muitas regiões do país estão ajudando, botando a mão na massa, salvando pessoas.

Cito aqui o exemplo do Pablo Marçal, que vai e volta quase todo dia a São Paulo e salvou mais gente da água do que eu e você juntos – sem contar que deu uma aula em poucos minutos ali no centro de distribuição de doações. Eu estive lá em Hamburgo Velho e agradeci a Deus por estar do lado de cá dos gradis, que separavam a fila gigantesca para buscar donativos, das pessoas que foram doar ou tomar uma dose de coragem para ajudar mais!

O Marçal poderia estar torrando o dinheiro em Dubai, mas estava em cima de uma empilhadeira, no meio da rua, discursando para arrebanhar pessoas para ajudar daqui pra frente, pois talvez o pior esteja daqui pra frente, acredite! Você não precisa gostar dele, não precisa gostar da Globo, mas toda ajuda é muito bem-vinda! E, ao citar o Marçal, cito cada um aqui da região que está empenhado em ajudar, com grana, com barco, separando doações, tirando gente da água, doando…

Temos percebido muitos golpes, muita gente reclamando, muita gente se aproveitando para aparecer… e muita gente ou empresa querendo ajudar, mas não ajuda porque tem medo de que vão dizer que está querendo fazer propaganda. Vocês não têm noção a quantidade de pessoas (ou empresas) que vem me falar isso! Ora, vamos parar de ter medo destes juízes de sofá da sala, que se escondem em casa e ficam só metendo o pau nos outros; e não fazem nada! Deixe ‘essa gente pra lá’ e daí que a Globo só veio depois da Madona, e daí que alguns dizem que o Pablo Marçal está fazendo marketing, e daí que muitos só reclamam e apontam o dedo, daí que tem gente que vai na fila duas vezes pegar 2kg de arroz e 2 litros de leite, e daí, que se danem! Ora, manda a m… diz assim: “vá cuidar da tua vida”!
E se esta tragédia tocou seu coração, vai lá você e bota o pé na lama, porque você sabe que quem reclama não fará nada, estará muito ocupado dando opinião e reclamando.

O Brasil pode fazer muito mais

Se não tua casa, graças ao bom Deus, não teve mortes, somente alguns alagamentos, pessoas perderam bens materiais e… e estamos tocando nossa vida normalmente, limpando o guarda-roupa, fazendo uma comprinha maior para doar e… e deu! Era isso, a ajuda é só isso! Mas você pode fazer mais, todo mundo pode fazer mais!

Eu sinto que muita gente ainda não acordou para o tamanho da tragédia (e está tudo certo, cada um é cada um, não reclamo destes). Mas gostaria de ajudar, então, se você quiser dormir com a consciência tranquila, faça mais. “Teoricamente” só morreram 100, mas você sabe que esse número vai aumentar muito. Quantos idosos foram levados por não conseguir se locomover, quantos bebês morreram, quantos animais ainda estão ilhados ou foram levados, bichinhos de estimação que estão abandonados, quanta gente vai morrer de doença, de leptospirose, de hipotermia (vem o frio aí), e tem muitos outros problemas que vão aparecer.
Quantas crianças não terão mais aulas, quantas crianças não terão mais pais ou avós ou amiguinhos – que viraram estrelinhas ou ainda vão virar?
Quantas crianças perderam seu bichinho de estimação ou vão perder por falta de ração? Quantos avós perderam seus netos ou ainda vão perder!
A gente não sabe nada, não sabe a dimensão desta “desgraceira” toda! Não é uma enchentezinha que sobe, alaga e no dia seguinte volta para o rio, aí você vai lá e mete o lava-jato e tudo volta ao “normal”. Serão semanas, meses, vai ter lodo, lama até nos fios da luz.
Tem cidade inteira no Vale do Taquari que acabou, estão pensando em mudar a cidade de lugar, recomeçar. Você tem noção do tamanho da tragédia? Então, graças a Deus você está bem, seu vizinho está bem, mas tem muita gente que precisa de ti, tire um tempo, reserve um dinheiro, faça sua doação, ajude mais, você pode, sim! Se você não tem grana, não tem alimento, não tem colchão, doe tempo, doe uma palavra, vá lá no campo de batalha lutar, senão, jamais ouse cantar aquele pedaço do Hino Rio-grandense que diz “Mostremos valor, constância, nesta ímpia e injusta guerra”… eu não quero que “nossa façanha sirva de modelo a toda terra”, eu só peço a Deus e a você que ajude a salvar o máximo de gente possível “nesta ímpia e injusta guerra”.

 

Por
Mauri Marcelo ToniDandel
Jornalista – Dois Irmãos

Fonte: Mauri Marcelo ToniDandel
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CBNA – Cong. Tec.

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