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Novas abordagens para o controle da mastite na cadeia produtiva do leite

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José Pantoja encerrou as palestras de terça-feira falando sobre mastite clínica - Foto: Divulgação

Na produção leiteira, inibir os processos inflamatórios na glândula mamária é fator imprescindível para manter a produtividade. As novas abordagens no tratamento da mastite clínica foram tema da palestra apresentada pelo médico veterinário e doutor em Dairy Science, José Pantoja, ontem(9), no 10º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet).

A mastite bovina está entre as doenças que mais impactam os rebanhos leiteiros no Brasil e no mundo, responsável por prejuízos econômicos expressivos aos produtores e à indústria. É também uma preocupação sanitária latente. De acordo com Pantoja, a mastite é responsável por 52% a 62% do uso total de antimicrobianos em rebanhos leiteiros. “Esse é um percentual muito expressivo. Precisamos ser muito responsáveis nesse uso se quisermos alcançar uma pecuária leiteira sustentável”.

O especialista abordou a evolução no controle da mastite e as principais causas clínicas. Para Pantoja, o principal problema hoje no manejo da doença é o uso incorreto de medicamentos e tratamentos ineficazes que só geram desperdício financeiro e ainda expõem o animal de forma equivocada aos antimicrobianos. “Pesquisas mostram que 7 em cada 10 tratamentos são desperdiçados se não usarmos as técnicas corretas”. Além do prejuízo econômico, o palestrante chama atenção para a questão de saúde pública que envolve esse controle. O uso dos antimicrobianos precisa ser consciente para diminuir os riscos de resíduos, os custos e o descarte de leite.

“O medicamento pouco importa para tratar a mastite. A eficiência do tratamento depende de muitos fatores. O produtor está sempre frustrado porque o tratamento não funciona e isso acontece porque tem vários aspectos determinantes que influenciam, como a condição imunológica do animal; o patógeno; o número de casos nas lactações anteriores, se houve infecção subclínica crônica prévia; idade da vaca e número de quartos acometidos”, explica.

Estudos mostram, por exemplo, que entre 30% a 50% das culturas de mastite clínica não apresentam crescimento de bactérias, casos em que não se faz necessário o tratamento com antimicrobianos. Há ainda o fato de que grande parte das infecções é de cultura negativa, eliminadas rapidamente pelo próprio sistema imunológico do animal. “Essas frustrações acontecem, em grande parte, porque o produtor acaba investindo no tratamento de vacas com baixa probabilidade de cura”.

Na prática, é preciso assimilar que é necessário usar mecanismos de controle para reconhecer os animais que terão baixa probabilidade de cura e, assim, evitar o desperdício de recursos com um tratamento que não irá funcionar. “É preciso avaliar as chances de cura das vacas. As que são repetidoras de mastite clínica ou com histórico de Contagem de Células Somáticas (CCS) são exemplos de animais com baixa chance de atingir um tratamento eficaz. Temos que aprender a usar essas informações para optar pelo manejo mais adequado”.

O médico veterinário citou a cultura microbiológica na fazenda como um divisor de águas no combate à mastite. Por meio desse método, é possível identificar qual agente está causando a doença e definir de forma mais ágil o manejo mais assertivo, seja com uso de medicamento ou até mesmo o não tratamento, dependendo de cada caso.

No entanto, esse sistema terá um melhor desempenho em fazendas que possuem rebanhos com perfil ambiental. “É um método que exige vários protocolos diferentes. Não adianta apostar em tecnologia sem fazer o básico. É preciso cuidar do alicerce, para depois partir para o próximo passo”.

Diante dos desafios no tratamento da mastite clínica, é urgente buscar alternativas estratégicas e a racionalização no uso de medicamentos. “Sempre aprendemos a dar remédio para a vaca, mas essa visão mais moderna traz uma abordagem diferente, que nos ensina a usar dados, informações e ferramentas. É aprender como tratar e como não tratar a mastite. A cultura da fazenda é uma ferramenta brilhante nesse sentido, porém nem todas as propriedades possuem o perfil adequado para aplicar esse método. Lembrando que a propriedade tem que ter feito seu dever e cuidar desde o controle básico para desfrutar desse sistema”, concluiu Pantoja.

 

Terceiro lote

O 10º SBSBL acontece virtualmente, com transmissão a partir de Chapecó, até essa quinta-feira (11). Paralelamente ao evento é realizada a 5ª Brasil Sul Milk Fair.

A comercialização do terceiro lote dos ingressos segue durante todo o Simpósio, com os seguintes valores: R$ 460 para profissionais; R$ 360 para estudantes; R$ 360 para agroindústrias e órgãos públicos; e R$ 350 para universidades. A partir de 10 inscrições, é possível adquirir pacotes com benefício de inscrições bonificadas. Para se inscrever e consultar as regras basta acessar: https://nucleovet.com.br/

 

 Apoio

O 10º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite tem apoio da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Embrapa Gado de Leite, do Icasa, da Prefeitura de Chapecó, do Sindicato dos Produtores Rurais de Chapecó, do Sistema FAESC/SENAR-SC, do Sindirações, da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc) e da Unochapecó.

 

PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA DO 10º SIMPÓSIO BRASIL SUL DE BOVINOCULTURA DE LEITE

Hoje(10)

13h30 às 17h50 – Painel Gado Jovem: Investindo no futuro da fazenda

13h35 às 14h20 – Epigenética, colostro e leite de transição

Palestrante: James D. Quigley

14h20 às 15h05 – Manejo nutricional de bezerras (dieta líquida e sólida): qual a melhor estratégia   para otimizar o crescimento, produção futura e obter o melhor custo/benefício

Palestrante: Michael Steele

15h05 às 15h35 – Discussão

15h35 às 15h50 – Intervalo

15h50 às 16h35 – Nutrição e manejo pós desmama: como melhorar a performance e a eficiência financeira

Palestrante: João Costa

16h35 às 17h20 – Manejo de instalações e controle eficiente de enfermidades

Palestrante: Viviani Gomes

17h20 às 17h50 – Discussão

 

Amanhã(11):

13h30 às 17h50 – Painel: Instalações e Ambiência

13h35 às 14h20 – Avaliando a performance de diferentes sistemas de resfriamento

Palestrante: Adriano Seddon

14h20 às 15h05 – Free-Stall x Compost Barn

Palestrante: Flávio Damasceno

15h05 às 15h35 – Discussão

15h35 às 15h50 – Intervalo

15h50 às 16h35 – Como o resfriamento no período seco afeta a saúde e performance futura

Palestrante: Geoffrey Dahl

16h35 às 17h20 – Estratégias de manejo ambiental para reduzir os impactos negativos do estresse calórico

Palestrante: Grazyne Tresoldi

17h20 às 17h50 – Discussão

 

Fonte: MB

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Inscrições com desconto ao Simpósio de Incubação e Qualidade de Pintos encerram dia 30 de abril

Evento será realizado nos dias 21 e 22 de maio em Uberlândia (MG).

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Foto: Shutterstock

A Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Avícolas (Facta) realiza, entre os dias 21 e 22 de maio, o Simpósio de Incubação e Qualidade de Pintos no Nobile Suíte Hotel em Uberlândia (MG),

Todas as palestras serão realizadas de forma presencial e as inscrições podem ser feitas pelo site da Facta. Os valores, com desconto do primeiro lote variam de R$ 390,00 para profissionais e R$ 195,00 para estudantes. Estes valores estarão disponíveis até o dia 30 de abril.

Para se inscrever clique aqui. A inscrição só será confirmada após o pagamento, que pode ser realizado via depósito bancário, PIX, transferência bancária ou pelo cartão de crédito.

As inscrições antecipadas podem ser feitas até dia 16 de maio, não sendo possível se inscrever presencialmente no dia do evento.

Programação explora tópicos importantes para a avicultura

Durante o Simpósio de Incubação e Qualidade de Pintos, os participantes terão a oportunidade de se aprimorar em uma variedade de temas fundamentais para o setor avícola. Um dos pontos de discussão será a otimização da janela de nascimento e seus impactos na qualidade e desempenho das aves adultas. Os especialistas compartilharão novos conceitos sobre como aperfeiçoar esse processo para garantir melhores resultados na produção avícola.

Além disso, a limpeza, desinfecção e controle da contaminação no incubatório serão abordados em detalhes. Os participantes terão  acesso à informações sobre as melhores práticas para manter um ambiente higiênico e seguro para o desenvolvimento dos pintinhos. Confira a programação completa clicando aqui.

Fonte: Assessoria Facta
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Uma em cada dez famílias brasileiras enfrenta insegurança alimentar

Mais de 20 milhões de pessoas convivem com o problema aponta IBGE em levantamento divulgado nesta quinta-feira (25).

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Foto: Daniel Vieira/Pexels

A insegurança alimentar moderada ou grave atingia 7,4 milhões de famílias brasileiras (ou 9,4% do total) no último trimestre de 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25).

Segundo o IBGE, esses mais de sete milhões de lares que convivem com a redução na quantidade de alimentos consumidos ou com a ruptura em seus padrões de alimentação abrigam 20,6 milhões de pessoas.

A metodologia da pesquisa envolve um questionário sobre a situação alimentar do domicílio nos 90 dias que antecederam a entrevista. “A gente não fala de pessoas [individualmente], a gente fala de pessoas que vivem em domicílios que têm um grau de segurança ou insegurança alimentar”, destaca o pesquisador do IBGE Andre Martins.

O domicílio é, então, classificado em quatro níveis, segundo a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. O grau segurança alimentar demonstra que aquela família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente.

De acordo com o IBGE, 56,7 milhões de famílias brasileiras (que reúnem 152 milhões de pessoas) encontram-se nessa situação.

O grau insegurança alimentar leve afeta 14,3 milhões de famílias (43,6 milhões de pessoas) e significa que há preocupação ou incerteza em relação aos alimentos no futuro, além de consumo de comida com qualidade inadequada de forma a não comprometer a quantidade de alimentos.

Já a insegurança alimentar moderada atinge 4,2 milhões de famílias (11,9 milhões de pessoas) e demonstra redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre os adultos.

Por fim, a situação mais severa é a insegurança alimentar grave, que representa uma redução quantitativa de comida e ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre todos os moradores, incluindo as crianças. São 3,2 milhões de famílias, ou 8,7 milhões de pessoas, que se encontram nesse cenário.

Orçamentos familiares

Na comparação com o último levantamento sobre segurança alimentar, a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada em 2017 e 2018, no entanto, houve uma melhora na situação.

O percentual de domicílios em situação de segurança alimentar subiu de 63,3% em 2017/2018 para 72,4% em 2023. Já aqueles que apresentavam insegurança alimentar moderada ou grave recuaram de 12,7% para 9,4%. A insegurança alimentar leve também caiu, de 24% para 18,2%. “A gente teve todo um investimento em programas sociais, em programas de alimentação, principalmente esses programas de [transferência de] renda. Isso reflete diretamente na escala de insegurança alimentar, que responde bem a esse tipo de intervenção”, afirma Martins. “A recuperação da renda, do trabalho também se reflete na segurança alimentar”.

Outro indicador que provoca melhora da situação é a redução dos preços dos alimentos. Em 2023, por exemplo, os produtos alimentícios para consumo no domicílio tiveram queda de preços de 0,52%.

O pesquisador do IBGE Leonardo de Oliveira ressalta, no entanto, que não é possível atribuir apenas ao ano de 2023 o avanço ocorrido, uma vez que se passaram cinco anos entre a POF 2017/2018 e a Pnad Contínua do quarto trimestre de 2023. E não houve nenhuma pesquisa do IBGE sobre segurança alimentar entre essas duas. “É importante ter em mente que esse movimento não são melhorias de um único ano. O resultado aqui é consequência de todos os movimentos da renda e movimentos de preço que aconteceram entre esses dois períodos”, destaca Oliveira. “Esse resultado não é apenas do que aconteceu no último ano, embora coisas que tenham acontecido nesse último ano são importantes”.

A situação de segurança alimentar, no entanto, ainda está inferior àquela observada no ano de 2013, quando o assunto foi abordado pela Pnad. Naquele ano, a segurança alimentar era garantida a 77,4% dos lares, enquanto a insegurança alimentar leve atingia 14,8% dos domicílios, a insegurança moderada, 4,6% e a insegurança grave, 3,2%.

Fonte: Agência Brasil
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Faesc aprova medidas do Governo de Santa Catarina em apoio aos produtores de leite

Faesc considera o Programa Leite Bom SC como um grande auxílio às urgentes demandas da cadeia produtiva de leite do estado catarinense.

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Foto: Divulgação /NA

Sempre atenta às questões que envolvem a cadeia produtiva do leite, em especial com os desafios impostos aos produtores de leite catarinenses, a Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) aplaude as medidas adotadas pelo Governo de Santa Catarina por meio do Programa Leite Bom SC, lançado na última semana. O decreto, os financiamentos aos produtores e os incentivos fiscais para a indústria leiteira visam beneficiar direta ou indiretamente os 22,2 mil produtores catarinenses e garantem R$ 300 milhões em apoio ao setor nos próximos três anos.

Vice-presidente executivo da Faesc, Clemerson José Argenton Pedrozo: “Com a suspensão da concessão de incentivos fiscais para a importação de leite e derivados, inibe-se a concorrência desleal que tanto prejudica nosso produtor rural” – Foto Divulgação Sistema FaescSenar

Para o vice-presidente executivo da Faesc, Clemerson José Argenton Pedrozo, o programa lançado é um grande auxílio às urgentes demandas da cadeia produtiva de leite do estado. “A forte presença de leite importado no mercado brasileiro provocou queda geral de preços, anulando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro. Com a suspensão da concessão de incentivos fiscais para a importação de leite e derivados, inibe-se a concorrência desleal que tanto prejudica nosso produtor rural”, ressalta.

As novas medidas de financiamento também são citadas por Clemerson Pedrozo como grandes aliadas ao setor. Por meio dos programas Pronampe Leite SC e Financia SC poderão ser disponibilizados até R$ 150 milhões para subsidiar juros de empréstimos bancários e conceder financiamentos sem juros. “Essa iniciativa é essencial para garantir investimentos no sistema produtivo”, evidencia.

Ainda dentro do novo programa do governo do estado, os incentivos que serão repassados às agroindústrias catarinenses visam propiciar a estas patamares tributários similares aos benefícios concedidos por estados vizinhos (Paraná e Rio Grande do Sul). “Sempre defendemos que fosse concedido aos produtores de leite catarinenses e sua cadeia produtiva as mesmas condições dadas aos demais Estados. Não pedimos nada a mais, somente condições justas para o produtor rural catarinense”.

Clemerson valoriza a decisão do governo do estado e enaltece a atuação do governador Jorginho Mello, bem como do secretário da Fazenda, Cleverson Siewert, e do secretário da Agricultura Valdir Colatto que foram sensíveis aos pleitos das entidades representativas do agronegócio catarinense para providenciar medidas cruciais e urgentes em favor de um setor prejudicado de forma extrema nos últimos tempos. O vice-presidente executivo ainda reforça que a FAESC se manterá atenta às demandas do produtor rural e continuará atuando firmemente em defesa e visando o progresso da cadeia produtiva do leite catarinense.

Fonte: Assessoria Faesc
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