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Nova safra recorde deve exigir demandas internas e externas aquecidas em 2020

Ritmo de negociações da safra atual está relativamente maior que o registrado na temporada passada

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Divulgação/MAPA

A produção brasileira de soja deve atingir novo recorde na safra 2019/20. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, depois de iniciar o semeio com atraso, o ritmo de cultivo da oleaginosa se acelerou em outubro, fazendo com que as atividades ficassem até mesmo acima da média dos últimos anos na maioria das regiões. Em seguida, as chuvas voltaram com maior intensidade, favorecendo o desenvolvimento das lavouras e gerando expectativas de elevada produtividade – exceto no caso das áreas cultivadas primeiramente.

A safra recorde, por sua vez, vai exigir do Brasil maiores demandas interna e, especialmente, externa. Neste contexto, vão entrar em discussão os impactos e/ou resoluções da guerra comercial entre Estados Unidos e China e seus reflexos sobre a procura brasileira. Por enquanto, agentes não esperam grandes mudanças.

Levantamento do Cepea mostra que o ritmo de negociações da safra atual está relativamente maior que o registrado na temporada passada, influenciado pelos preços mais elevados no último trimestre de 2019 e pela maior atratividade dos contratos a termo para 2020. Agentes acreditam que os contratos com vencimentos em janeiro e fevereiro poderão ter dificuldades de serem cumpridos, devido ao atraso no semeio. Vale considerar que boa parte das empresas finalizou 2019 com pouco ou nenhum estoque, o que exigiu, inclusive, a parada antecipada do processamento. Este fato pode dar sustentação aos preços, ao menos no curto prazo.

Do total da safra 2019/20 de soja em Mato Grosso, principal produtor nacional, mais de 40% foram negociados antecipadamente em 2019, segundo indicações de agentes consultados pelo Cepea. Levantamentos do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), por sua vez, mostram que 51,12% da produção havia sido vendida no correr de 2019, acima dos 41,33% negociados no mesmo período de 2018.

Para 2020, a paridade de exportação no porto brasileiro de Paranaguá (PR) indica preços de R$ 89,60/saca de 60 kg para fevereiro, de R$ 88,42 para março/20, de R$ 88,92/sc para abril/20 e de R$ 89,12/sc para maio/20 – foi considerado o dólar futuro médio de dezembro na B3. Na temporada passada, a paridade indicava preço até 10 Reais/sc inferior ao verificado em dezembro/19.

Por outro lado, o maior custo operacional das aquisições de insumos – especialmente de fertilizantes – podem limitar as margens do produtor. A Equipe de Custo de Produção do Cepea estima que, entre as safras 2018/19 e 2019/20, os preços dos insumos adquiridos pelos produtores das regiões de Londrina (PR) subiram 6%; em Cascavel (PR), onde os produtos agrícolas já vinham se valorizando, a alta foi de 1% – aqui são consideradas aquisições de insumos entre março e setembro de 2019 e no mesmo período de 2018. Na região de Sorriso (MT), o aumento no valor dos insumos foi de 6% e, em Primavera do Leste (MT), de 2%. No Rio Grande do Sul, a alta nos valores foi de 3%.

Oferta

Diante da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China nos últimos dois anos, a área cultivada com soja nos Estados Unidos teve forte redução na temporada 2019/20, sendo de 30,36 milhões de hectares – a menor desde 2011/12 – e 14,35% inferior à safra passada. Assim, a produção (colhida em 2019) somou 96,84 milhões de toneladas, a mais baixa em seis temporadas.

Com isso, a estimativa é que a oferta agregada possa ficar 5,74% menor que na temporada passada, em 337,7 milhões de toneladas. A demanda por soja para esmagamento segue crescente e, no agregado, deve aumentar 1,76%, para 303,58 milhões de toneladas, um recorde. Na Argentina, o esmagamento deve crescer 9,94%, a 44,6 milhões de toneladas; nos Estados Unidos, 0,62%, a 57,29 milhões de toneladas, e, no Brasil, 2,9%, a 43,75 milhões de toneladas.

O aumento no processamento é puxado pelas demandas por farelo e óleo de soja. As ofertas globais desses subprodutos devem somar 238,59 milhões de toneladas e 56,86 milhões de toneladas, respectivamente. A demanda por farelo de soja é estimada pelo USDA em 235,81 milhões de toneladas, 2,11% a mais que na temporada passada. Para o óleo, a demanda é prevista em 56,86 milhões de toneladas, 2,8% a mais que em 2018/19.

Vale ressaltar que a demanda doméstica por farelo e por óleo de soja no Brasil e nos Estados Unidos devem ser recordes na temporada 2019/20. De óleo de soja, o consumo norte-americano deve ser de 10,66 milhões de toneladas e o brasileiro, de 7,35 milhões de toneladas. Em ambos os países, há expectativa de aumento na demanda de óleo de soja para a produção de biodiesel.

O lado bom é que a demanda interna por farelo de soja também é estimada em patamares recordes, de 33,38 milhões de toneladas nos Estados Unidos e de 18,27 milhões de toneladas no Brasil. Neste caso, há expectativa de maior demanda para a produção de ração animal. Isso porque a China não tem conseguido recuperar sua produção de suínos, devendo seguir adquirindo proteína animal do Brasil e dos Estados Unidos.

As transações mundiais de soja também seguem em alta. Segundo o USDA, 147,9 milhões de toneladas de soja em grão devem ser transacionadas mundialmente, 1,37% a mais que na temporada 2018/19. Dentre os países que devem aumentar as importações, a China é o principal, com 85 milhões de toneladas (+3%), seguida pela União Europeia, com 15,2 milhões de toneladas (+1,3%), México (+1,56%), Japão (+1,5%), Taiwan (+4,4%), Indonésia (+8,26%), Tailândia (+7,77%), Egito (+10.45%), Vietnã (2,78%), Coreia do Sul (6,23%), Rússia (+15%) e Turquia (+7,69%).

O Brasil deve seguir liderando o abastecimento global, com 76 milhões de toneladas de soja, 1,4% a mais que em 2018/19. Para os Estados Unidos, são previstos embarques de 48,3 milhões de toneladas (+1,56%) e, para a Argentina, de 8,2 milhões de toneladas, conforme dados do USDA.

Na Argentina, o novo presidente Alberto Fernández elevou a alíquota sobre as exportações do complexo soja, para 30%. Esse cenário torna as vendas externas menos atrativas aos argentinos. Vale lembrar que o país é o terceiro maior exportador de soja e líder de vendas de farelo e de óleo do mundo.

Fonte: Cepea

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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