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Notícias A partir da próxima safra

Nova regra aperfeiçoa Zoneamento Agrícola de Risco Climático

Nova metodologia será usada no Zarc-Soja na safra de 2022, especialmente para mitigar os efeitos da deficiência de água nessa cultura.

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Nova regra aperfeiçoa informações sobre tipos de solos e funcionamentos deles associados às relações clima e planta - Fotos: Fabiano Bastos

Uma nova regra passa a valer para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) a partir da próxima safra. Baseada em pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, dobra de três para seis as classes de água disponível (AD) no solo, passando a representar 99% das terras agrícolas brasileiras. Com isso, fortalece a operacionalização do Zarc como instrumento de política pública. Até que a instrução normativa seja publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) continua valendo a regra atual. A nova vai sendo implementada conforme as novas instruções para as culturas.

O conceito de AD indica a quantidade de água que pode ser armazenada no solo e utilizada pelas plantas. Trata-se de um atributo de extrema importância para a agricultura, pois impacta diretamente no tempo em que uma cultura conseguirá sobreviver sem chuva. A metodologia antiga do Zarc considerava três classes de água disponível no solo sendo uma para solo arenoso, outra para solo de textura média e outra para solo argiloso, diferenciadas pelo conteúdo de argila do solo.

Com a atualização, o Zarc passa a considerar seis classes de água disponível, abrangendo um intervalo desde 0,34 mm de água por centímetro de solo até valores maiores que 1,84 mm/cm, o que compreende mais de 99% dos solos agrícolas brasileiros na atualidade. “O maior número de classes permitiu considerar adequadamente uma amplitude maior de condições hídricas em diferentes tipos de solos e regiões brasileiras, ao mesmo tempo em que aumentou a precisão da estimativa do risco hídrico dentro do intervalo de cada classe”, diz o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital (SP), José Eduardo Monteiro.

“O objetivo da nova regra é aperfeiçoar o uso da informação, aumentar o número de cenários, os diferentes ambientes ou ocorrências de tipos de solos e funcionamentos deles associados às relações clima e planta. As novas classes de AD dos solos do Brasil serão estimadas não só pelos teores de argila, mas também pelas demais frações granulométricas do solo: areia e silte,” diz o pesquisador Balbino Evangelista, da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO).

“No passado, todo o risco era estimado para apenas três tipos de solo, caracterizados por três níveis fixos de água disponível (AD = 0,7; 1,1 e 1,5 mm/cm), os quais eram estabelecidos basicamente pelo teor de argila. Tal metodologia era usada desde o início dos trabalhos de Zarc (1996) e eram frequentes os questionamentos quanto à água disponível a ser considerada numa determinada região. Além disso, hoje sabe-se que a composição granulométrica (textural) do solo é muito mais complexa do que apenas o teor de argila para a definição da água disponível de um solo”, explica José Renato Bouças Farias, pesquisador da Embrapa Soja (PR).

O que é o Zarc?
O estudo é elaborado com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos climáticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultivares. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais, agentes financeiros e demais usuários. O Zarc atualmente contempla 44 culturas e sempre busca ampliar as culturas analisadas. Atualmente, está em estudo, por exemplo, o Zarc-palmeiras, que fará estudos para os cultivos do açaízeiro, coqueiro, dendezeiro e a macaubeira.

O Zarc tornou-se imprescindível para identificar, quantificar e mapear as regiões com climas mais favoráveis ao plantio dos cultivos de sequeiro e de alguns cultivos irrigados. Na atualidade, os estudos do ZARC contemplam a indicação das épocas de plantio e percentual de risco associado para todas as unidades da federação.

Em 2021, a adoção do Zarc proporcionou uma economia superior a R$ 8,7 bilhões à produção agrícola brasileira, de acordo com o Balanço Social da Embrapa. O valor equivale principalmente a prejuízos que o País deixou de sofrer com perdas de safras e às consequentes indenizações securitárias que elas provocariam.

O Zarc influencia diretamente o seguro agrícola. Em alguns programas de governo, como o Proagro, o seguro já está no financiamento. Esses seguros se baseiam no calendário agrícola que o Zarc faz para cada cultura.

O Zarc nada mais é do que é um calendário agrícola. Se o produtor deseja plantar milho no Rio de Janeiro, por exemplo, é indicada certa época do ano na qual terá 80% de chances de acerto, se plantar logo depois cai para 70% e se deixar para plantar no fim de dezembro, por exemplo, o risco é de 20% de dar certo, se o plantio for em março a chance de dar errado é de 100%. É um trabalho técnico que vira uma política pública.

Estudo resultou em equação preditiva de AD em diferentes solos brasileiros
Na nova regra, a AD é estimada para o solo de cada área de produção, a partir dos teores de silte, areia e argila, através do uso de uma equação (função de pedotransferência – PTF) devidamente ajustada e validada para os solos predominantes e de maior uso agrícola no Brasil. “Passamos seis meses tentando estabelecer uma equação que conseguisse predizer desde os solos siltosos da Amazônia até os solos argilosos bem estruturados típico dos latossolos”, revela o pesquisador da Embrapa Solos (RJ), Wenceslau Teixeira.

“Começamos um processo de validação dessa equação com as pessoas que trabalham diretamente nas áreas de produção em Mato Grosso, Paraná, e Região Nordeste, entre outras. Trabalhamos em diversas frentes para aumentar o conhecimento e a disponibilidade das características físico hídricas dos solos do Brasil.” conclui Wenceslau.

Os resultados do estudo referente ao ajuste da equação preditiva de AD para os solos do Brasil estão publicados no Boletim 272 da Embrapa Solos.

Água disponível: conceito fundamental na gestão da produção
O conceito de AD indica a quantidade de água que pode ser armazenada no solo e utilizada pelas plantas. A capacidade dos solos de reter água em sua matriz porosa é função das suas propriedades físicas e é uma característica determinante para o crescimento e a produtividade das culturas agrícolas. A AD do solo pode ser determinada a partir de amostras coletadas do campo e analisadas em laboratório.

Porém, uma maneira muito mais simples, prática e barata de se estimar a água disponível de um solo é pela análise granulométrica. A estimativa a partir da granulometria do solo não é o método mais exato, mas permite uma boa aproximação além de ser o mais simples possível. “A granulometria do solo é um dos fatores determinantes para a capacidade de reter água e, portanto, pode ser usada na estimativa da água disponível,” explica José Eduardo.

Espera-se aumentar a precisão na determinação da AD efetivamente representativa da área em produção, aprimorando a qualidade das informações disponíveis para subsidiar a gestão de riscos e o planejamento da produção. O próximo zoneamento, que é o da soja, um dos maiores, já vai incorporar essa nova metodologia.

“A composição e funcionamento de solos, associados a outros componentes do meio biofísico, é complexo. É importante dizer que a pesquisa, a ciência de solos precisa avançar, os métodos precisam evoluir para gerar resultados mais precisos, com menor incerteza e, com isso, gerar conhecimento, tecnologias para melhor apoiar as tomadas de decisão pelos integrantes das cadeias do agro, e também dos gestores de políticas públicas. E o Zarc é um ótimo exemplo”, acrescenta Balbino.

Zarc na soja
Disponibilizado em 1996, desde então, o Zarc-Soja teve ajustes pontuais, no entanto, em 2022, fez-se necessário aperfeiçoar o atual sistema de recomendação para acompanhar as recentes mudanças nos cenários agrícolas e socioeconômico do Brasil. O Zarc-Soja 2022 é fruto de uma parceria técnico-Institucional envolvendo a Embrapa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Banco Central do Brasil (BCB).

“Esperamos que a nova metodologia do Zarc aumente a qualidade das informações disponíveis para subsidiar a gestão de riscos e o planejamento da produção”, destaca José Renato Bouças Farias. “Nossa proposta é minimizar os riscos e possibilitar maior estabilidade da produção e de renda para o sojicultor, o que é estratégico para a manutenção/garantia da capacidade produtiva brasileira”, explica.

Segundo ele, o modelo agrometeorológico considera elementos que influenciam diretamente o desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude). De acordo com o pesquisador, o Zarc-Soja define as áreas com maior ou menor frequência de ocorrência de déficit hídrico durante a fase mais crítica da cultura da soja (floração e enchimento de grãos), em função das diferentes épocas de semeadura, da disponibilidade hídrica de cada região, do consumo de água nos diferentes estádios de desenvolvimento da cultura, da capacidade de água disponível no solo e do ciclo da cultivar utilizada.

“Ao definir áreas menos sujeitas a riscos de insucessos devido à ocorrência de adversidades climáticas, o Zarc-Soja constitui-se em uma ferramenta de fundamental importância para várias atividades do setor agrícola, porque delimita as áreas e as épocas de semeadura com menor probabilidade de perdas na produtividade de grãos, principalmente por falta de água”, diz.

Impacto da deficiência de água na soja
Na safra 2020/2021, o Brasil produziu aproximadamente 138 milhões de toneladas de soja em cerca de 40 milhões de hectares, de acordo com levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), consolidando o país como líder mundial na produção e na exportação do grão. A oleaginosa está presente em todas as regiões brasileiras e os três maiores estados produtores estão concentrados no Centro-Oeste e Sul do Brasil. O grão é a principal fonte de proteína, em nível mundial, sendo usado em produtos industrializados, biodiesel e em ração animal.

Porém, reduções constantes na safra de soja no Sul do País vêm ocorrendo devido à deficiência de água para que as plantas se desenvolvam plenamente. Segundo estimativas da Conab, para a safra 2021/2022, somente no Rio Grande do Sul e no Paraná – segundo e terceiro produtores nacionais – a quebra na safra pode ser superior a 50%, o que representa perdas próximas a 38 milhões de toneladas de grãos. Dessa forma, cerca de US$ 19 bilhões deixarão de entrar no bolso do produtor, somente na safra 2021/2022.

Para José Renato Bouças Farias, o Zarc é uma das ferramentas disponíveis para auxiliar os produtores e técnicos nas tomadas de decisão. “Recomendamos evitar as regiões e épocas reconhecidamente de maior risco de seca para minimizar as perdas”, destaca. “Isso porque levantamentos apontam que as áreas com Zarc apresentam índices de perdas, por eventos climáticos adversos, quatro vezes menores que as demais áreas”, finaliza o pesquisador.

Fonte: Embrapa Solos

Notícias Avicultura

Globoaves: 39 anos de inovação e sustentabilidade

No cenário da avicultura, a Globoaves se destaca não apenas pelo seu tamanho e capacidade produtiva, mas também pela sua forte atuação em sanidade, genética e biotecnologia

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Foto e texto: Assessoria

A Globoaves completa na data de 27 de março a marca de 39 anos. No setor avícola, destaca-se como uma das principais produtoras e exportadoras de ovos férteis e pintos de um dia da América Latina. Com pilares fundamentais na inovação e sustentabilidade, busca constantemente formas de aprimorar os processos produtivos de maneira ambientalmente responsável e eficiente.

No cenário da avicultura, a Globoaves se destaca não apenas pelo seu tamanho e capacidade produtiva, mas também pela sua forte atuação em sanidade, genética e biotecnologia. Esses elementos são essenciais não só para garantir a qualidade dos produtos que oferece, mas também para contribuir com a saúde e o bem-estar dos animais e do meio ambiente em que está inserida.

Ao integrar tecnologia de ponta em suas operações, está constantemente em busca de soluções inovadoras que permitam atender às demandas do mercado interno e externo de forma sustentável. Isso inclui desde o desenvolvimento de novas práticas de manejo até a implementação de sistemas de monitoramento ambiental, visando sempre a redução do impacto ambiental e o uso mais eficiente dos recursos naturais.

Sua visão para o futuro da avicultura está pautada na busca pela excelência, pela sustentabilidade e pela constante inovação. A Globoaves reafirma seu compromisso em contribuir para um setor mais sustentável e em desenvolvimento contínuo, onde a tecnologia e a responsabilidade ambiental caminham lado a lado em prol de um mundo melhor.

Fonte: Assessoria
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Notícias

Brasil expande cooperações e explora novos mercados com a Tailândia

Em reunião com o governo tailandês, foram feitos encaminhamentos para a abertura do mercado de suínos e a eliminação de qualquer impedimento para o trânsito de carga de frango na Tailândia relacionado à influenza aviária

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Foto: Divulgação/Mapa

Prosseguindo com a missão no Sudeste Asiático, um dos principais destinos das exportações agrícolas do Brasil, a delegação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) avançou em importantes cooperações e novos acordos comerciais com o governo da Tailândia nesta semana. O país é o nono maior importador do agronegócio brasileiro, totalizando US$ 3,13 bilhões.

Em parceria com os Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), além da ApexBrasil, os representantes do Mapa marcaram presença no Seminário Empresarial Brasil-Tailândia em Bangkok, no dia 25, acompanhados de rodadas setoriais. Com a presença de Nalinee Taveesin, conselheira do primeiro-ministro da Tailândia Srettha Thavisin, mais de 80 participantes trocaram informações sobre setores produtivos, ambiente de negócios, investimentos e oportunidades comerciais, bem como requisitos e procedimentos para importação.

Dentre as associações brasileiras que participaram do Seminário estavam a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), a ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), a ABRA (Associação Brasileira de Reciclagem Animal) e o CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil).

No dia 26, a comitiva brasileira teve uma reunião no Ministério da Agricultura e Cooperativas da Tailândia com Bunsing Warinrak, assessor do ministro, e Sedthakiat Krajangwongs, vice-ministro, para discutir a ampliação da parceria agropecuária entre os dois países, considerando suas capacidades produtivas. Durante o encontro, acordou-se a implementação do Memorando de Entendimento (MOU), assinado em 2022, para avançar na cooperação técnica agrícola, abrangendo temas como sanidade animal, recuperação de pastagens e agroflorestas, com a primeira reunião do Grupo de Trabalho agendada para a segunda semana de agosto deste ano.

Ainda na audiência, o lado tailandês confirmou a retirada da restrição do trânsito de carne de aves com destino a terceiros mercados por conta da influenza aviária. Os brasileiros também expressaram interesse em obter novas habilitações para exportar carne bovina e farinhas de origem animal, além de solicitarem a redução das altas tarifas de importação aplicadas na Tailândia.

Em outra bilateral com o diretor do Departamento de Pecuária da Tailândia, foram discutidas a habilitação de exportações brasileiras de carne bovina e farinhas de origem animal, com previsão de novas missões para o segundo semestre de 2024. Também se acordou acelerar a abertura de mercado para produtos brasileiros como carne suína, pet food, mel, bovinos vivos e material genético avícola, fortalecendo as relações comerciais entre Brasil e Tailândia.

A delegação brasileira do Mapa é liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa, e é composta pelo diretor de Promoção Comercial e Investimento, Marcel Moreira; pelo coordenador-geral de Promoção Comercial, Dalci de Jesus Bagollin; e pela adida agrícola na Tailândia, Ana Carolina Lamy. A missão segue agora para Phnom Penh, no Camboja.

Fonte: Assessoria Mapa
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Ministro da Agricultura se reúne com a FPA para detalhar medidas de auxílio ao agro

Em reunião no Mapa, ministro apresentou as propostas do Governo Federal para os produtores impactados pelas intempéries climáticas nesta safra

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Foto: Divulgação/Mapa

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reuniu representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na noite de terça-feira (26) para falar sobre as medidas de apoio aos produtores rurais que estão sendo adotadas pelo Governo Federal.

Participaram da reunião na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o presidente da FPA, Pedro Lupion, o vice-presidente na Câmara, Arnaldo Jardim, os senadores Tereza Cristina e Alan Rick e os deputados federais Alceu Moreira, Isnaldo Bulhões, Marussa Boldrin, Sérgio Souza e Vicentinho Júnior e o assessor especial do ministro, Carlos Ernesto Augustin.

Uma das propostas que já está em discussão e será avaliada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) nos próximos dias é a repactuação de débitos referentes a contratos de investimentos dos produtores de milho, soja e da pecuária de corte e de leite dos estados afetados pelas intempéries climáticas.

O ministro detalhou aos parlamentares a proposta de prorrogação das parcelas de 2024 e debateu as propostas que ainda estão sendo discutidas para o setor. Para os débitos referentes ao custeio, será realizada a análise de crédito e a avaliação de cada caso. O ministro tirou as dúvidas dos parlamentares e recebeu sugestões de propostas estruturantes.

Também foram discutidas as medidas para conter o preço dos alimentos básicos. Conforme Fávaro, uma delas será a apresentação, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), dos Contratos de Opção para arroz, feijão, trigo e milho como forma de estimular a produção.

Fonte: Assessoria Mapa
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