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Suínos Estreia da JBS

“Nosso objetivo é nos firmarmos como a principal empresa de pescados no Brasil”, diz diretor da Seara

Gigante dos alimentos estreia no mercado de pescados, por meio da marca Seara, com planos ousados. Confira a entrevista exclusiva com o diretor do negócios de pescados da Seara, Sandro Facchini.

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Divulgação/JBS

A JBS, uma das maiores companhias de alimentos no mundo, é mais uma agroindústria brasileira que aposta na ampliação do consumo de pescados no país. Por meio da marca Seara, neste ano lançou itens para abocanhar parte desse mercado em ascensão. Em entrevista ao jornal O Presente Rural, o diretor do negócios de pescados da Seara, Sandro Facchini, destaca que a “novata” da piscicultura tem planos ousados. “Nosso objetivo é nos firmarmos no mercado como a principal empresa de pescados no Brasil”, frisa.

O investimento se dá também ao redor do mundo. Em breve, a JBS vai iniciar a produção própria de pescados. “Em agosto a JBS anunciou acordo para a aquisição de 100% da Huon Aquaculture, que deve ser concretizada ainda neste ano. A Huon é a segunda maior produtora de salmão da Austrália e listada na Bolsa de Valores australiana. Verticalmente integrada, a Huon marcará o início da produção própria de peixes pela JBS”, destaca Sandro Facchini.

O Presente Rural – Quando e porque a JBS decidiu entrar para o ramo da piscicultura?

Sandro Facchini – Identificamos que esse setor ainda tem muito espaço para crescer no Brasil. Há uma carência na oferta da categoria. Por isso, em março deste ano a JBS lançou uma linha completa de pescados através da marca Seara. A linha estreou com dez itens, entre eles filé de tilápia, lombo de salmão, anéis de lula, camarão e kit para paella, entre outros. A nossa estratégia foi aproveitar a sazonalidade e lançar os novos produtos na quaresma, quando o consumo de pescados é maior.

O Presente Rural – Qual a produção atual e para onde é destinada?

Sandro Facchini – A produção da linha de pescados da Seara é terceirizada, ficando a cargo da JBS a distribuição por todo mercado brasileiro. Além dos pescados da Seara, em agosto a JBS anunciou acordo para a aquisição de 100% da Huon Aquaculture, que deve ser concretizada ainda neste ano. A Huon é a segunda maior produtora de salmão da Austrália e listada na Bolsa de Valores australiana. Verticalmente integrada, a Huon marcará o início da produção própria de peixes pela JBS, que já conta com o processamento de bovinos, aves, suínos e ovinos em unidades espalhadas pelo mundo. A Huon investiu mais de AU$ 350 milhões nos últimos cinco anos em infraestrutura operacional de ponta e práticas sustentáveis no ciclo de produção de salmão, posicionando a empresa para um crescimento sustentável.

O Presente Rural – Fale mais sobre os produtos disponíveis para o mercado consumidor.

Sandro Facchini – O portfólio da linha de pescados Seara atualmente conta com 24 itens, entre eles o filé de tilápia, lombo e filé de salmão e quatro itens de bacalhau, que possuem certificado ASC/MSC, atestando a sustentabilidade da cadeia produtiva e a rastreabilidade desde a origem. Também compõem a linha o filé de merluza, cinco opções de camarão, uma linha de empanados elaborados com carnes íntegras, frutos do mar e a Pescada Amarela, um peixe nobre nativo da região Norte do Brasil.

O Presente Rural – O consumo de peixe está aumentando, mas ainda é baixo no Brasil. Como o senhor analisa as possibilidades de mercado?

Sandro Facchini – Os hábitos de consumo estão mudando em todo o mundo. No Brasil, de acordo com pesquisa da Nielsen publicada em 2019, 57% dos entrevistados disseram estar buscando formas de reduzir o consumo de gorduras. Nos supermercados, 45% responderam que estão buscando mais alimentos com adição de fibras, vitaminas e minerais. A pesquisa ouviu 21 mil pessoas em mais de 8 mil lares pesquisados. Isso mostra que estamos no caminho certo, em oferecer cada vez mais ao consumidor opções variadas de alimentos. O peixe é um alimento rico em nutrientes, e acreditamos que o seu consumo aumentará, principalmente por essa busca por mais saudabilidade. A Mintel, em seu report “A yearofinnovation in fish, 2020”, prevê que o Brasil será o país das Américas com a maior taxa de crescimento em pescados nos próximos cinco anos. Todas essas oportunidades, somadas ao fato dos nossos pescados serem congelados um a um, entregando a praticidade que o consumidor busca no dia a dia, com rapidez no preparo, reforçam nosso principal objetivo que é nos firmarmos no mercado como a principal empresa de pescados no Brasil.

O Presente Rural – Quais são as tendências de mercado em relação consumo, exportação, produção, preços, custos?

Sandro Facchini – De acordo com a FAO (Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), nos próximos dez anos o consumo per capita de peixes deve crescer 5% globalmente. Na Oceania, essa taxa deve alcançar 7% e, na China, 15%. O consumo global per capita de peixes é maior que o de aves, suínos ou carne bovina. Por ano, ultrapassa 20 kg, segundo a FAO. Para 1,5 bilhão de pessoas, os pescados representam 20% da ingestão média de proteína, enquanto esse número supera mais de 15% para 3 bilhões. Segundo projeção da FAO e da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), já em 2023 os peixes para consumo humano produzidos pela aquicultura vão superar o que é obtido da captura na pesca em mares e rios.

O Brasil está entre os 15 maiores produtores do mundo, de acordo com a FAO. A produção de peixes cultivados no Brasil é a atividade zootécnica que mais vem crescendo no país nos últimos 10 anos e atingiu 802.930 toneladas em 2020, crescimento de 5,9% em relação a 2019, de acordo com dados da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

O Presente Rural – Quais são as tendências nos modelos de produção nas propriedades rurais?

Sandro Facchini – Segundo dados da Peixe BR, seis em cada dez peixes cultivados no Brasil são tilápias. O Brasil é o 4ª maior produtor de tilápia do mundo. É uma espécie nativa e, no Brasil, todos os estados (à exceção do Ceará) têm produção de peixes nativos, de acordo com o levantamento da Peixe BR. Isso mostra que a produção brasileira de peixes é um mercado com plenas condições de crescimento agressivo para os próximos anos, tanto para o aumento de produtividade como na variação de espécies cultivadas, como carpas, trutas e pangasius.

O Presente Rural – Quais os desafios e ações que precisam ser feitas para melhorar a competitividade?

Sandro Facchini – O principal desafio do setor no Brasil é aumentar a produtividade. Para isso, é fundamental o investimento em novas tecnologias que impulsionem a eficiência, a redução de custos e a agilidade dos processos. Essa eficiência operacional já existe na cadeia bovina, suína e de frangos. Agora precisamos fazer essa transformação no setor de pescados. Além disso, precisamos usar a experiência produtiva e operacional dos integrados das outras cadeias e trazer para a piscicultura brasileira.

Outros desafios, como falta de legislação, altos tributos, insegurança logística, dificuldade de licenciamento ambiental, baixos níveis de controle de qualidade da água e alto custo de energia e alimentação também dificultam o crescimento do mercado brasileiro nesse setor.

O Presente Rural – Como o senhor avalia o momento e quais as perspectivas que a empresa tem para o setor de pescados?

Sandro Facchini – Nosso foco está, neste momento, em desenvolver o relacionamento com o consumidor brasileiro por meio da marca Seara. Claro que consideramos o enorme potencial desse mercado e confiamos no crescimento dos volumes.

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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