Suínos Masterboi
“Nossa expectativa é sermos o grande fornecedor de carne suína de Pernambuco e do Nordeste”
Com investimento superior a R$ 120 milhões, a indústria ocupa uma área total de 111 hectares, dos quais 21 mil metros quadrados são de área construída.

Entre as proteínas animais mais consumidas no mundo, a carne suína ainda não conquistou completamente o paladar dos moradores do Nordeste. Com uma população de 54,6 milhões de habitantes, o consumo anual varia entre oito e nove quilos por pessoa, bem abaixo dos 20,5 quilos per capita da média nacional, de acordo com dados de 2022 da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Reconhecendo o potencial de crescimento desse mercado na região, a Masterboi iniciou suas operações em agosto de 2022 com a instalação de uma moderna unidade frigorífica, localizada no município de Canhotinho, PE.
Com investimento superior a R$ 120 milhões, a indústria ocupa uma área total de 111 hectares, dos quais 21 mil metros quadrados são de área construída. Essa é a primeira unidade industrial da companhia no Nordeste, que mantém sua sede e uma unidade de desossa em Recife, PE, e outros dois frigoríficos na região Norte – um em Nova Olinda, no Tocantins; e outro em São Geraldo do Araguaia, no Pará, além de dois centros de distribuição e cinco lojas. “Mesmo com a baixa oferta de matéria-prima animal, a Masterboi apostou no potencial agropecuário e climático da região Nordeste para o desenvolvimento da suinocultura, atividade ainda pouco explorada na região”, menciona o diretor administrativo da Masterboi, Miguel Zaidan.
Em pouco mais de um ano que entrou em operação, o frigorífico tem capacidade nominal instalada para abate de 960 suínos/dia, 700 cabeças de gado/dia, além de ovinos e caprinos, podendo alcançar 300 toneladas de carne diariamente. Atualmente, o abate de suínos é de 300 animais por semana e vem numa curva crescente. Toda a operação do frigorífico é acompanhada por um fiscal do Mapa e 11 agentes da inspeção. Quando a unidade estiver em sua capacidade plena deve gerar cerca de 800 empregos diretos e 3,5 mil indiretos.
Os animais processados na indústria são oriundos dos municípios pernambucanos de São Bento do Una, Venturosa, Caruaru, Belo Jardim. Também são comercializamos suínos de Sergipe e de Minas Gerais. Entre os principais produtos processados no frigorífico de Canhotinho estão carcaça inteira resfriada, carcaça inteira congelada e sarapatel (feito com vísceras), todos com processo produtivo chancelado permanentemente pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). “Em breve estarão disponíveis diversos cortes como bisteca, picanha, copa, lombo e outros”, adianta Zaidan.
Maior frigorífico industrial do Nordeste e o único a operar com o Serviço de Inspeção Federal (SIF) na região, a Masterboi pode comercializar os produtos desta planta nos mercados nacional e internacional e, inicialmente, pode exportar para os países do bloco Lista Brasil, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) – que reúne um grupo de mais de 90 países, além de Israel. “Hoje atendemos somente o mercado interno com carne suína. Nosso objetivo é aumentar o volume para o mercado pernambucano e, posteriormente, fortalecer a atuação em todo o Nordeste”, ressalta Zaidan.
Apesar das cadeias produtivas – gado, ovinos, caprinos e suínos – serem organizadas, os produtores pernambucanos não contavam com uma estrutura de alta demanda de animais para abate. Zaidan diz que para alcançar a plena capacidade do abatedouro, a Masterboi incentiva os pecuaristas a realizar mais investimentos em genética e nutrição animal para, desta forma, conseguir obter maior rotatividade dos plantéis.
Relação comercial
A Head de ESG & Compliance, Sandra Catchople, explica que a relação comercial com os produtores ocorre por meio de compra direta, uma vez que eles atuam de forma independente. “Os pecuaristas e suas propriedades são registrados no sistema de gestão do grupo. Em cada transação de compra, os critérios ambientais da propriedade fornecedora são rigorosamente avaliados para garantir o cumprimento das normas de bem-estar e sanidade animal, bem como dos aspectos socioambientais. Para cada negociação
é elaborado um contrato de compra de animais que inclui informações sobre a espécie e a quantidade adquirida”, informa.
Para ser fornecedor da empresa, o produtor precisa comprovar inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), do governo federal, e cumprir a legislação de combate ao desmatamento ilegal, à sobreposição com unidades de conservação, terras indígenas ou quilombolas, embargos ambientais estaduais ou federais e ao trabalho análogo ao escravo.
Controle sanitário
Para garantir a qualidade e a segurança da carne suína que sai de sua unidade em Canhotinho, a Masterboi adota um conjunto rigoroso de processos e controles desde o embarque dos animais, transporte e desembarque na indústria. “Todos os procedimentos para garantir o bem-estar e a sanidade dos animais são realizados”, garante Sandra, enfatizando: “Desde a insensibilização dos animais, que é realizada através da eletronarcose, o processo de abate segue rigorosas regras de controle sanitário em todas as etapas, evitando contaminações e garantindo a segurança alimentar até o controle da temperatura das carcaças no resfriamento. Durante o período de 24 horas as carcaças permanecem nas câmaras de resfriamento (menor ou igual a 2ºC) garantindo a queda da temperatura até atingirem 5ºC, evitando, assim, a proliferação de bactérias. As carcaças somente são liberadas das câmaras de maturação com temperatura menor ou igual a 5ºC através do monitoramento contínuo. Após a liberação, as carcaças seguem para o processo de quarteamento, embalagens e estocagem. Todo este processo é realizado em ambientes com temperaturas controladas com base nas regras do regulamento da inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal”.
Compromisso com o desenvolvimento da cadeia
Head de ESG & Compliance destaca que a empresa, através de parcerias e termos de cooperação técnica com os diversos atores da cadeia, propõe ações de capacitação dos produtores nos pilares do desenvolvimento para melhoramento genético, nutrição animal e eficiência dos modelos de produção. “Além de apontar oportunidades para políticas públicas mais favoráveis à orientação e desburocratização para desenvolvimento de uma agropecuária sustentável. Inclusive nossa equipe está apta e ativamente engajada em fornecer informações através de visitas às fazendas e palestras sobre temas da rotina da agropecuária”, expõe.
Desafios e oportunidades
Entre os principais desafios do setor para seu pleno desenvolvimento, o profissional aponta a necessidade de fortalecer a cultura da criação de suínos e o emprego de tecnologia para melhoramento genético, nutrição e de manejo nas propriedades para desta forma aumentar a produtividade e a rentabilidade para o produtor rural. “A suinocultura ainda é pouco explorada no Nordeste e isso abre possibilidades para o crescimento exponencial da criação de suínos. Nossa expectativa é sermos o grande fornecedor de carne suína de Pernambuco e do Nordeste”, aponta.
Benefícios do consumo de carne suína
Zaidan reforça que a carne suína, além de ser muito saborosa, é uma proteína rica em nutrientes, que oferece diversos benefícios para a saúde humana, sendo considerada uma proteína magra, ao lado de peixes e frango. “É uma das principais fontes de vitamina B1, melhora o funcionamento do sistema nervoso, possui niacina, que melhora a saúde da pele e auxilia no funcionamento do sistema digestivo, além de ser rica em ferro, selênio, zinco e potássio”, afirma.
Alguns cortes suínos possuem teor de gordura ainda menor que a de carne de frango e por possuir um teor de sódio menor, contribuem para a prevenção da hipertensão. “Alguns cortes têm altos níveis de colágeno pré-formado, ajudando as articulações, o cabelo, as unhas e a pele”, evidencia Zaidan.
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Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



