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No Japão, ministro da Agricultura apresenta propostas brasileiras a investidores de diversos setores
Primeiro dia da missão do Mapa em território japonês contou com reuniões com grandes empresas.

Com o objetivo de captar investimentos estrangeiros de fundos internacionais para a ampliação de projetos de sustentabilidade da agropecuária brasileira, a missão do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) se reuniu com representantes de empresas de diversos segmentos para apresentar as possibilidades da agropecuária brasileira que contribuem para reduzir a emissão de carbono no planeta e a segurança alimentar no mundo.

Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro: “Temos um enorme potencial para a produção de etanol, seja a partir da cana ou do milho, com a agropecuária brasileira trabalhando em prol de uma energia mais limpa e renovável, sem queima de carvão” – Fotos: Divulgação/Mapa
Uma delas está relacionada à energia renovável. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com o vice-presidente do Conselho de Administração da Toyota, Shigeru Hayakawa, e lembrou que foi no governo do presidente Lula que ocorreu o lançamento do carro flex no Brasil e, desde então, seus mandatos têm um política de estímulo ao uso do combustível. “Temos história e tecnologia. Temos um enorme potencial para a produção de etanol, seja a partir da cana ou do milho, com a agropecuária brasileira trabalhando em prol de uma energia mais limpa e renovável, sem queima de carvão. O Brasil vai fortalecer e avançar na rota do etanol como combustível veicular”, destacou o ministro.
Da mesma forma, Hayakawa ressaltou a importância do etanol para a estratégia de carbono neutro da empresa que busca cooperar na redução das emissões de gás carbônico (CO2) e, para isso, conta com o apoio do Brasil.
Assim, a parceria entre os países deve celebrar a cooperação para o desenvolvimento e uso das tecnologias de combustíveis sustentáveis em ambos.
Diretor-presidente e CEO da Sumitomo, companhia presente em 66 países e regiões, Masayuki Hyodo, destacou a importância das relações com o Brasil para as ações estratégicas da empresa, que tem histórico de atuação com a Agroamazônia.
No encontro com o ministro Carlos Fávaro, foi tratada a abertura de novos mercados entre Brasil e Japão e também apresentada a possibilidade de a companhia investir na recuperação de pastagens de baixa produtividade no Brasil, permitindo a melhoria do solo e ganho de produtividade na produção de alimentos, com sequestro de carbono.
A rodada também incluiu a reunião entre o ministro e o presidente do Conselho de Administração da Mitsui & Co, Tatsuo Yasunaga, ocasião em que também foram discutidas as possibilidades de diversificação do comércio entre os países, com abertura de mercados, e a importância do investimento em ações de sustentabilidade no Brasil que visam a redução da emissão de carbono no planeta. Os encontros ocorreram em Tóquio, capital do Japão, na quinta-feira (27).
Seminário Empresarial
Ainda neste primeiro dia da missão do Mapa no Japão, o ministro Carlos Fávaro participou do seminário Oportunidades e Parcerias para a Indústria de Proteína Animal. O evento contou com a participação de cerca de 200 autoridades e empresários japoneses e brasileiros. Durante o encontro, foram apresentadas as tecnologias desenvolvidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para o avanço sustentável do agro, bem como a qualidade do sistema de defesa sanitário brasileiro, que vem se tornando internacionalmente reconhecido.
Fávaro ressaltou a importância da parceria entre Brasil e Japão na cooperação técnica e comercial, que permitam cada vez mais o uso de tecnologias e da ciência aplicada no campo para uma agropecuária mais precisa, produtiva e sustentável.
Agenda
Nesta sexta-feira (28), o ministro Carlos Fávaro participa de reunião com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), considerada uma das principais parceiras da Embrapa no avanço da agricultura tropical que permitiu a expansão da produção de grãos para a região do Cerrado.
Em seguida, Fávaro se reúne com os ministros Agricultura, Florestas e Pesca, Tetsuro Nomura; e da Saúde, Trabalho e Bem Estar, Katsunobu Katō.
A comitiva do Mapa deixa o Japão à noite e segue para a Arábia Saudita.

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Plantio da soja desacelera e safra 2025/26 acende alerta
Irregularidade das chuvas mantém o ritmo abaixo do ano passado e aumenta as incertezas sobre o potencial produtivo, com apenas 78% da área semeada até 22 de novembro.

O ritmo de semeadura da soja da safra 2025/26 segue abaixo do registrado na temporada passada. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é reflexo da distribuição irregular das chuvas em grande parte do território nacional nos últimos três meses.
No Sul do País, o excesso de umidade ainda tem limitado o acesso às lavouras. Já no Centro-Oeste e no Matopiba, a distribuição desigual das precipitações resultou em umidade abaixo do necessário para avançar nos trabalhos de campo.
Apesar do aumento recente dos acumulados pluviométricos no Centro-Oeste e no Matopiba e da redução dos volumes de chuvas no Sul especialmente no Paraná, colaboradores do Cepea relatam que o cenário é de incertezas quanto ao potencial produtivo da safra 2025/26.
De acordo com a Conab, 78% da área nacional havia sido semeada até 22 de novembro, abaixo dos 83,3% registrados no mesmo período do ano passado.
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Chuvas irregulares marcam novembro e desafiam início da safra
Semeadura avançou mesmo com precipitações mal distribuídas, enquanto regiões como Matopiba e Centro-Oeste tiveram recuperação gradual da umidade do solo.

No período de 01 a 21 de novembro deste ano, as chuvas registradas em importantes áreas agrícolas foram irregulares e mal distribuídas. Essa condição trouxe impactos na semeadura e no início do desenvolvimento dos cultivos de primeira safra em algumas regiões produtoras do país. Ainda assim, de maneira geral, a umidade no solo e as temperaturas máximas não tão elevadas favoreceram o avanço da semeadura e o desenvolvimento das lavouras, inclusive em parte do Matopiba, com a intensificação das precipitações no final do período. A análise está no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgado nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com o documento, no Centro-Oeste, principal região produtora de grãos do país, o período chuvoso foi instável, com chuvas irregulares e mal distribuídas em partes da região. A média diária do armazenamento hídrico no solo no período analisado ainda indicava áreas com baixa umidade no sudoeste de Mato Grosso, no Pantanal e no leste de Mato Grosso do Sul, bem como no sul e no norte de Goiás. No entanto, houve uma recuperação do armazenamento hídrico ao longo do mês, favorecendo a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, principalmente nas áreas com maior capacidade de retenção hídrica.

Foto: José Fernando Ogura
As precipitações também foram irregulares na região produtora que abrange áreas do Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste da Bahia e Tocantins (Matopiba). Nessa área, as chuvas se intensificaram apenas na terceira semana do mês. Mesmo assim, houve uma recuperação do armazenamento hídrico no solo em toda a região, favorecendo o início da semeadura e o desenvolvimento das lavouras em áreas onde o plantio encontrava-se atrasado. Já em parte da Bahia, contemplando áreas até o sudeste do Piauí, os altos índices de precipitação registrados no final do período analisado não foram suficientes para elevar o armazenamento hídrico no solo a ponto de favorecer a semeadura dos cultivos de primeira safra.
Nas regiões produtoras de Rondônia, Pará e Tocantins, as chuvas não foram regulares, o que manteve a umidade no solo baixa em algumas áreas. Mas, com as chuvas registradas, é possível observar uma elevação do armazenamento hídrico no solo ao longo do período nesses três estados. Em contrapartida, no Amazonas, as chuvas foram frequentes e abundantes, contribuindo para a manutenção do nível dos rios.
No Sudeste, as chuvas foram melhor distribuídas, com maiores acumulados em São Paulo e no centro-sul de Minas Gerais. Entretanto, ainda se notam áreas com baixa umidade no solo em partes do Triângulo, Noroeste e Norte de Minas. Por outro lado, as temperaturas mais baixas diminuíram a perda de umidade no solo e mantiveram as condições favoráveis para o manejo e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra na maioria das áreas.
Já na região Sul, o início do mês foi marcado por altos índices de precipitação, principalmente no oeste do Paraná. Essas chuvas vieram acompanhadas de rajadas de vento, formação de tornados e granizo, causando danos significativos a algumas lavouras. Nas demais áreas da região Sul, os acumulados de chuva, no período de 01 a 21 de novembro, foram menores e mantiveram o armazenamento hídrico no solo em níveis suficientes para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra em praticamente todas as áreas. Considerando os cultivos de inverno, mesmo diante dos eventos de excesso de chuvas, o clima, no geral, foi favorável para o andamento e a conclusão da colheita.
O boletim completo, com informações sobre o clima e seus impactos na safra, está disponível no Portal da Conab.
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Novos destinos impulsionam exportações do agro brasileiro
Filipinas, Guatemala e Nicarágua abriram mercado para gordura bovina, arroz beneficiado e sementes, reforçando a diversificação e o avanço do comércio exterior do setor.

O governo brasileiro concluiu negociações sanitárias e fitossanitárias com os governos das Filipinas, da Guatemala e da Nicarágua, que permitirão ao Brasil exportar diversos produtos agropecuários para esses países.
Nas Filipinas, as autoridades sanitárias aprovaram a exportação de gordura bovina do Brasil. Trata-se de insumo utilizado na indústria de alimentos e na produção de biocombustíveis, contribuindo neste último caso para a geração de energia de baixo carbono, em particular o diesel verde e o “Sustainable Aviation Fuel”. Com cerca de 115 milhões de habitantes, as Filipinas são um dos maiores mercados consumidores do Sudeste Asiático. Entre janeiro e outubro de 2025, o país importou quase US$ 1,5 bilhão em produtos agropecuários do Brasil.
Na Guatemala, o Brasil obteve autorização fitossanitária para exportar arroz beneficiado (sem casca). Com uma população de cerca de 18 milhões de habitantes, a Guatemala importou mais de USD 192 milhões em produtos agropecuários brasileiros entre janeiro e outubro de 2025. Os cereais foram o principal produto exportado pelo Brasil neste ano.
Na Nicarágua, as autoridades fitossanitárias autorizaram o Brasil a exportar sementes de milheto, crotalária e nabo, insumos estratégicos para a agricultura tropical, que contribuem para o aumento da produtividade e a redução da dependência de fertilizantes minerais. Entre janeiro e outubro de 2025, a Nicarágua importou cerca de USD 55 milhões em produtos agropecuários do Brasil.
Com esses anúncios, o agronegócio brasileiro alcança 496 aberturas de mercado desde o início de 2023.
Os resultados reforçam a estratégia de diversificação de destinos e de produtos, incluindo itens de maior valor agregado, e são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).



