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Nitrogênio: bom posicionamento para ótima qualidade e rendimento do trigo

Manejo adequado do nutriente garante altas produtividades e excelente qualidade industrial

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Um carro, por si só, não anda sozinho. É preciso combustível para que ele saia do lugar. Assim como a gasolina ou o etanol movem um veículo, o Nitrogênio (N) é o combustível para o desenvolvimento da planta. É com essa comparação que o diretor técnico da empresa Atman, de Goiânia (GO), Ivo Frare, destaca a importância do Nitrogênio para o desenvolvimento das culturas, especialmente as gramíneas. “Não adianta ter um carro se não tiver combustível, não se consegue andar. O Nitrogênio, depois do Carbono, Hidrogênio e Oxigênio, é o elemento químico mais demandado pelas plantas. Este nutriente é um componente estrutural por ser constituinte de aminoácidos e proteínas, fundamental para a vida vegetal”, afirma. A cultura do trigo, por exemplo, exige elevada quantidade de Nitrogênio para atingir tetos produtivos altos e boa qualidade industrial. Segundo Frare, que é uma das principais referências técnicas quando se trata da cultura do trigo no Paraná, são vários os itens que interferem na cobertura do Nitrogênio no solo: fonte do produto, dose, fase de aplicação e condição climática. “Esses fatores determinam, junto com a cultivar, o volume e a qualidade do produto a ser produzido”.

Região de cultivo e clima

Fatores como a região e o clima interferem na aplicação. Para um ano com influência de La Niña, como 2016, é importante aplicar um grande volume no plantio, de uma fonte mais solúvel, já que as chuvas não serão em grande quantidade. “A palha não vai ser transformada em matéria orgânica (mineralização) para suprir a planta do trigo com Nitrogênio. É importante aproveitar as frentes frias para aplicar o Nitrogênio em cobertura antes da chuva e não após a chuva, porque, dependendo da fonte, há perda por volatilização”, recomenda Frare. Durante o crescimento do trigo, segundo a engenheira agrônoma e mestre em Ciência do Solo, Ingrid Arns, a região Sul apresenta chuvas irregulares, momentos com maiores e outros com menores precipitações, portanto é fundamental o parcelamento das aplicações para redução de perdas e melhor aproveitamento do N pela cultura durante suas fases de desenvolvimento. “O trigo absorve Nitrogênio durante todo o seu ciclo de crescimento e as suas exigências variam de acordo com o estádio fenológico. A falta de N em uma determinada fase pode comprometer o rendimento e a qualidade do trigo”, explica.

Aplicação

Contudo, de nada adianta colocar todo o Nitrogênio na base de plantio para ter um bom arranque se não investir em mais aplicações. Frare utiliza outra comparação para ilustrar a importância da aplicação em todas as fases. “O mais importante é saber que a planta é um ser vivo. Nós tomamos café, almoçamos e jantamos. A planta também deve ser suprida durante todo o ciclo”. A recomendação de Ingrid Arns é, no momento do plantio, colocar no mínimo 30 kg de N na base pós-cultura de soja e no mínimo 40 kg de N em pós-cultura de milho. O Nitrogênio em cobertura deve ser dividido em pelo menos duas vezes: uma aplicação no início do perfilhamento (fase do duplo anel), quando a planta está iniciando a formação da espiga, e outra aplicação de N no início da elongação (fase da espigueta terminal), quando se define o tamanho da espiga e inicia a diferenciação floral, ou seja, irá determinar número de flores férteis para formação de grãos após o florescimento.

O trigo responde muito em produtividade e qualidade industrial quando o N é aplicado no início da elongação (fase da espigueta terminal) até o emborrachamento. “Quando não há condições de aplicar o N no início do perfilhamento, por causa de baixa umidade, períodos sem chuvas, muitos produtores desistem de fazer aplicações de N em cobertura, mas é bom lembrá-los que não é só no perfilhamento que definimos potencial produtivo e sim nestas outras fases mais tardias, que são as mais importantes”, afirma Ingrid.

Outro fator importante para a melhor eficiência do Nitrogênio é a fonte. Segundo Ingrid, a ureia precisa de chuvas logo após a aplicação. “As perdas vão depender da fonte, do intervalo entre a aplicação e a precipitação pluviométrica, assim como o volume da mesma, e também da temperatura e umidade do ar e do solo. Dentre os fertilizantes nitrogenados, a ureia apresenta maior risco de perda, principalmente em condições de plantio direto e temperaturas altas. Já as fontes amoniacais e nítricas apresentam menor risco de perdas e sua eficiência é menos dependente do clima”. Para Frare, os adubos nitrogenados, como o sulfato de amônia, que não é tão dependente de condição climática, é uma boa opção em ano de La Niña. “A escolha da fonte é muito importante para o sucesso da atividade”, ressalta.

Nitrogênio no controle de doenças

Além dos benefícios no rendimento e qualidade de grãos, o estado nutricional do trigo também é fator de predisposição às manchas foliares. Segundo o fitopatologista da Biotrigo Genética, Paulo Kuhnem, estudos têm observado que plantas bem nutridas apresentam uma menor incidência de mancha foliar, bem como um menor número de lesões por folha.  “Em lavouras onde a fertilidade natural do solo precisa ser corrigida, aplicações de Nitrogênio em cobertura nos estádios recomendados têm mostrado uma boa correlação com a redução da intensidade da mancha foliar, em especial a amarela”, explica. A resposta à aplicação nitrogenada varia entre cultivares e, muitas vezes, pode-se confundir sintomas de deficiência de N com outras doenças, o que na verdade pode ser “fome”, sinais sendo expressados pela planta. “O Nitrogênio não controla a doença e sim reduz a predisposição da planta a infecção do fungo”, afirma.

Fonte: Ass. de Imprensa- Biotrigo

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Entidades querem restringir a importação de leite

Em razão dos transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado, com estiagens, enchentes e excesso de importação, as federações estaduais recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Mobilização contra o aumento do volume de importação de leite subsidiado, principalmente da Argentina, está sendo estimulada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc).

Presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo: “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção” – Foto: Divulgação/MB Comunicação

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, diz que os transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado – estiagens, enchentes e excesso de importação – recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

Nesse sentido, “é muito importante que cada Estado tome uma iniciativa para reduzir a compra do leite de outros países em uma atuação coordenada do setor em todo País”. Alguns Estados elevaram a alíquota de 0% para 12% aos importadores de leite em pó e de 2% para 18% na venda de produto fracionado. Em  outros, os lácteos importados foram excluídos da cesta básica, com aumento de ICMS sobre o leite importado.

Pedrozo informa que a CNA está elaborando um estudo para a aplicação de direitos antidumping à Argentina, com o objetivo de proteger o setor lácteo nacional. O dirigente lembra  que a excessiva importação de leite iniciada no primeiro semestre do ano passado achatou a remuneração do produtor nacional, impactando negativamente a competividade do pequeno e médio produtor de leite. As importações brasileiras de lácteos da Argentina e do Uruguai, em 2023, praticamente dobraram.

O presidente observa que grande parte dos produtores rurais atua na área de lácteos e que a crise no setor derruba a renda das famílias rurais. A forte presença de leite importado no mercado brasileiro provocou queda geral de preços, anulando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro.

Pedrozo defende um debate do setor produtivo com o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para a definição de medidas de fortalecimento da pecuária leiteira no País com foco no aumento da produção e no fortalecimento do pequeno e do médio produtor de leite. Dessa forma será possível estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas, manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo, além da utilização de leite e derivados de origem nacional em programas sociais. “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção”, defende.

Pedrozo alerta que a crise na cadeia do leite afeta diretamente a agricultura familiar, levando milhares de produtores a abandonar a atividade, que já registra forte concentração da produção em Santa Catarina. “Talvez uma das soluções seja regular a importação, criando gatilhos e barreiras para que seu exagero não destrua as cadeias produtivas organizadas existentes”, sugere.

Fonte: Assessoria
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Paraná tem 55 premiados no Mundial do Queijo; melhor queijeiro também é do estado

Entre os paranaenses premiados, são 12 medalhas Super Ouro, 14 Ouro, 14 Prata e 15 Bronze. Além do Brasil, participaram do concurso Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

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Foto: Guilherme White/Foosstudiobrasil

O Paraná teve 55 queijos e produtos lácteos de 23 municípios premiados na 3ª edição do Mundial do Queijo do Brasil, que aconteceu entre os dias 11 e 14 de abril, no Teatro B32, em São Paulo. No total, 1.900 produtos de 13 países foram avaliados por 300 jurados, e 598 queijos e produtos lácteos receberam medalhas. O júri foi presidido pelo queijista Laurent Dubois, um dos melhores artesãos da França na categoria queijo.

Foto: Divulgação/Mundial do Queijo

Entre os paranaenses premiados, são 12 medalhas Super Ouro, 14 Ouro, 14 Prata e 15 Bronze. A competição, organizada pela associação SerTãoBras, avaliou de forma anônima queijos, iogurtes, doces de leite e coalhadas, pela sua aparência exterior e interior, textura, aromas e sabores. Além do Brasil, participaram do concurso Itália, Espanha, México, Argélia, Polônia, Irlanda, Colômbia, Argentina, Inglaterra, Suíça, França e Uruguai.

Os produtos premiados são de Cantagalo (2), Carambeí (1), Cascavel (2), Chopinzinho (1), Curitiba (3), Diamante D’Oeste (1), Guarapuava (1), Jaguapitã (2), Jandaia do Sul (1), Lapa (1), Londrina (6), Manfrinópolis (1), Marechal Cândido Rondon (4), Maringá (1), Nova Laranjeiras (1), Palmeira (6), Palotina (2), Paranavaí (2), Ponta Grossa (2), Ribeirão Claro (3), Santana do Itararé (3), São Jorge D’Oeste (2) e Toledo (7). Confira a lista completa de premiados neste link .

A Cooperativa Witmarsum, de Palmeira, na região dos Campos Gerais, conquistou quatro medalhas. Ganhador do Ouro, o queijo Witmarsum Colonial Natural possui o selo de Indicação Geográfica (IG) – que indica a procedência do produto, respeitando os saberes e fazeres dos produtores locais.

“Conquistar uma premiação como a do Mundial é bem mais do que um reconhecimento da qualidade dos nossos produtos, é reconhecer a força dos nossos cooperados que se empenham de sol a sol na produção leiteira, fortalecer o cooperativismo e também uma prova de que somos capazes de produzir queijos tão bons quanto os Europeus”, diz o diretor de Operações da empresa, Rafael Wollmann.

O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com cerca de 3,6 bilhões de litros ao ano. O leite é o quarto produto em importância no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná, com R$ 11,4 bilhões em 2022, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral). Os queijos paranaenses têm tradição de destaque em concursos nacionais e internacionais

O sistema digital de apuração no 3ª Mundial do Queijo, que soma as notas dos jurados em tempo real, foi desenvolvido pelo Sistema Faep/Senar-PR.

Assistência

Foto: Divulgação/Cooperativa Witmarsum

Entre as queijarias premiadas, algumas recebem assistência técnica do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná). Um exemplo é o Rancho Seleção, de Londrina, no Norte do Paraná, que conquistou uma medalha Super Ouro, três Ouro, uma Prata e uma Bronze.

Outro caso é da Estância Baobá, de Jaguapitã, também no Norte, de Lívia Trevisan e Samuel Cambefort, que recebeu prêmios pelo requeijão de corte (Super Ouro) e pelo baommental (Bronze), um queijo inspirado no emmental, mas com menos maturação e com sabor adocicado.

Na edição passada do Mundial, a queijaria já havia levado sete medalhas. Os prêmios deste ano vieram após um período de muitas dificuldades. Em 2023, a propriedade teve metade de seu rebanho roubado. “Essas medalhas foram uma superação para a gente depois de tanto sufoco”, diz a proprietária. Além do diferencial da produção agroecológica, adotado ainda por poucas propriedades na região, as receitas da Estância Baobá têm valor sentimental. “O requeijão foi o primeiro queijo que fizemos. É uma receita da minha bisavó que foi passada para a minha mãe”.

A Estância Baobá também faz parte da Rota do Queijo Paranaense, iniciativa do IDR-Paraná, e está organizando sua adesão ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf-PR), para ampliar a comercialização. Atualmente a pequena propriedade recebe apoio de extensionistas do IDR-Paraná no sistema reprodutivo. “É um acompanhamento incrível”, diz Trevisan.

Melhor queijeiro

Além dos produtos, o Paraná também se destacou no prêmio de Melhor Queijeiro do Brasil, cujo grande campeão foi o engenheiro de alimentos Henrique Herbert, mestre Queijeiro da Queijaria Flor da Terra, de Toledo, no Oeste do Estado. Natural de Poço das Antas (RS), ele vive no Paraná há 10 anos.

Essa modalidade do concurso avaliou os concorrentes quanto ao saber-fazer profissional, à capacidade de produzir queijos em condições que os tiraram de sua zona de conforto e a habilidade em maturar um queijo em condições especiais. “Com esses resultados, cada vez mais deixamos de ser apenas um importante estado produtor de leite, mas também passamos a ser reconhecidos pelos queijos de excelência que são produzidos aqui”, comemora.

Em sua equipe, Herbert contou o apoio do engenheiro de alimentos Kennidy de Bortoli, natural de Foz do Iguaçu, para desbancar os demais candidatos. Ambos atuam no Parque Científico e Tecnológico de Biociências (Biopark), em Toledo, onde conduzem um projeto de pesquisa em queijos finos. O projeto levou oito medalhas, três de Ouro e cinco de Prata.

“Tanto as medalhas conquistadas pelos nossos queijos quanto a medalha conquistada por nós vêm de encontro com o que o Biopark almeja, que é justamente o desenvolvimento da região Oeste do Paraná, com o fator do ensino e a pesquisa”, diz Herbert.

Fonte: AEN-PR
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Momento favorece compra de boi magro para confinamento

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

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Foto: Everton Queiroz

Pesquisas do Cepea apontam que a atual relação entre os preços do boi magro e os ajustes do contrato julho de 2024 negociado na B3 (distante três meses, período de um ciclo de confinamento) sinaliza um bom momento para as compras de novos lotes dessa categoria de animal.

Ao contrário do que acontecia até o início desta década, desde 2022, levantamento do Cepea mostra que os valores do boi magro têm caído de março a maio, justificados pela demanda relativamente baixa de agentes que ainda não concluíram o planejamento das operações do segundo semestre.

Ressalta-se que o boi magro representa cerca de 60% do custo de produção de confinamento.

Os outros insumos de impacto nos custos são os da alimentação.

O milho e o farelo de soja, tradicionais balizadores da cotação de alternativas para a dieta, estão em patamares inferiores aos registrados em anos recentes.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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