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Suínos / Peixes Como identificar

Entenda a síndrome da necrose de ponta de orelha em suínos

A síndrome da necrose de ponta de orelha pode ocorrer independente do sistema de produção. Considerando que a disseminação da doença é multifatorial, é necessária a identificação dos fatores de risco. O uso de enriquecimento ambiental pode amenizar os canibalismos de cauda e orelha a partir da redução do estresse dos suínos em diversas fases.

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Fotos: Divulgação/Agrostock/Arquivo pessoal

A síndrome da necrose de ponta de orelha tem dois padrões distintos de apresentação. A forma branda é a mais frequente e as lesões iniciam-se com exsudação e dermatite superficial, localizadas na ponta da orelha ou no bordo ventral, causando pouco desconforto e sem manifestação sistêmica no animal (Figura 1).

Figura 1 – Lesão inicial com necrose e formação de crosta na extremidade da orelha

A outra forma, que ocorre ocasionalmente, é a mais severa, que compromete boa parte da extremidade da orelha, causando cianose, exsudação, ulceração e necrose irregular devido a um processo inflamatório agudo e que, geralmente, é sistêmico (Figura 2A e Figura 2B).

Figura 2A – Necrose em fase avançada da lesão.

Figura 2B – Lesão na fase final da evolução do quadro clínico em que a orelha perde sua forma característica e cai.

Os principais fatores envolvidos para a ocorrência aguda da necrose de orelha são o estresse e a imunossupressão. Como a síndrome não tem sido reproduzida experimentalmente, o motivo específico ainda é pouco elucidado, pois várias causas podem estar associadas: Epidermite exsudativa, Inflamação por Staphyococcus (St.) Hyicus ou por Streptococcus (Str.) beta hemolítico.

Uma alteração vasomotora é iniciada pela penetração e desenvolvimento dessas bactérias, que causam um processo inflamatório, intensificando o metabolismo e resultando em celulite, vasculite, trombose, isquemia e necrose. Esses processos geram uma deficiência na irrigação sanguínea e, consequentemente, a síndrome de necrose de orelha. As lesões traumáticas iniciais (Figura 4) permitem a penetração e desenvolvimento de um processo inflamatório bacteriano por St. Hyicus ou Str.B-hemolitico.

Figura 4 – Lesão sugestível de trauma, que pode consequentemente desenvolver a Síndrome de necrose de orelha

Embora a Síndrome de necrose de orelha (SNO) ainda não esteja clara, o desenvolvimento das bactérias St. Hyicus ou Str.B-hemolitico, que são comensais na microbiota epitelial dos suínos, exige uma solução de continuidade na pele (lesões traumáticas iniciais, que permitem a penetração das bactérias como lesões por mordedura), pois não são capazes de penetrar no tecido sadio.

Circovirose

A necrose auricular pode também ser decorrente da circovirose suína, e nesses casos as lesões são resultantes de uma vasculite generalizada por hipersensibilidade imunomediada. Geralmente as lesões são bilaterais e avermelhadas, começando na extremidade da orelha e se estendendo ventralmente. Nesse caso, simultaneamente à lesão auricular, ocorrem sinais clínicos e lesões sistémicas de circovirose em vários leitões do lote, sendo que o diagnóstico deve ser confirmado através de exames laboratoriais.

Intoxicação por Ergot

A ingestão de grãos contaminados com fungo do gênero Claviceps púrpura, que produz a toxina denominada Ergot, é outra possível causa de necrose da orelha. Esse fungo é parasita de grãos, principalmente o centeio, aveia e trigo, e quando ingerido produz uma toxina alcaloide que causa gangrena e problemas reprodutivos, especialmente hipogalaxia/agalaxia, além de leitegadas pequenas. Nesse quadro, a gangrena que ocorre nas extremidades é do tipo seca e não exsudativa, causada por vasoconstrição e danos endoteliais. Os sintomas sistêmicos principais compreendem: depressão, diminuição no consumo de ração, pulso acelerado, laminite e, em alguns casos mais severos, é visível a necrose da orelha e cauda, além da queda das unhas. Os sinais são mais intensificados no período de inverno e o tratamento envolve limpeza local e uso de antibióticos para controlar as infeções secundárias.

Eperitrozoonose

Quando ocorrem infecções por Mycoplasma suis, causador da Eperitrozoonose, é possível verificar a ocorrência de necrose da orelha. Uma vez que essa bactéria está presente no plasma sanguíneo, o organismo desenvolve anticorpos que podem provocar micro aglutinações, principalmente nas extremidades das orelhas, com consequentes distúrbios circulatórios manifestados por cianose, exsudação e necrose.

Doenças sistêmicas

A Salmonelose e a Erisipela são outras doenças sistêmicas. Quando ocorre septicemia em casos raros e em reações tardias, um dos sinais clínicos pode ser a cianose, exsudação e necrose das extremidades das orelhas.

Controle

Primariamente, deve-se avaliar as condições de criação dos leitões, principalmente na creche a no início do crescimento: brigas ou comedouros inadequados levam à ocorrência de lesões traumáticas em excesso; superlotação e formação de lotes muito grandes; evitar misturar leitegadas na formação dos lotes/baias, tanto na creche quanto no crescimento, diminui a ocorrência de brigas; a qualidade do desgaste dos dentes na maternidade deve ser observada; e independente da etiologia da SNO é importante melhorar a limpeza e desinfecção da maternidade, creche e crescimento

Eliminar riscos

Apesar de não estar bem definida a etiologia dessa doença, que pode ser multifatorial como relatado anteriormente, quando constatadas irregularidades com problemas sanitários, a implementação de ações corretivas é indispensável (em qualquer patologia). É preciso atentar sempre à limpeza das baias e desinfeção correta, tempo de vazio sanitário, retirar água dos comedouros na chegada do lote, manter baias secas, manutenção de todo barracão, baias, ventilação, chupetas, cortinas, etc.  Note-se que controlar a SNO é agir na eliminação dos fatores de risco, proporcionando conforto e bem-estar aos animais e fornecendo alimento com formulação adequada.

Em se tratando de conforto e bem-estar aos animais, uma boa ferramenta é o enriquecimento ambiental. Ele pode trazer inúmeros benefícios como a redução da incidência de canibalismo de cauda e até mesmo de orelha, uma vez que diversos estudos têm demonstrado que o enriquecimento pode ser eficaz para reduzir a severidade de doenças infecciosas.

A escolha do material de enriquecimento é muito importante, pois devem ser adequados às necessidades comportamentais dos suínos para que os mesmos não fiquem ainda mais estressados. É preciso avaliar se os materiais são seguros, comestíveis, mastigáveis, investigáveis, manipuláveis e, ainda, como deverão ser fornecidos.

Vale ressaltar que as causas primárias desses comportamentos anormais devem ser investigadas. Por si só, o enriquecimento não é suficiente para atenuar o problema, mas pode ajudar a prevenir e complementar o trabalho de combate ao estresse.

Às vezes os antimicrobianos não exercem efeito direto sobre algumas causas da SNO, entretanto, quando a patologia atinge vários suínos em um mesmo lote é recomendável o uso oral de um antibiótico de amplo espectro, de oito a dez dias.

Dependendo do caso, individualmente, alguns leitões necessitam de tratamento com anti-inflamatórios e soluções tópicas. Em outros casos, quando o problema ocorre somente em alguns suínos, apenas a separação do animal em baia hospital pode ser suficiente para a recuperação espontânea.

Caso a SNO esteja associada a uma doença sistêmica como Eperitrozoonose e Circovirose, medidas específicas devem ser adotadas para o agente envolvido. Além disso, é importante manter comedouros e bebedouros suficientes para o número de animais na baia para evitar competição.

Considerações finais

A síndrome da necrose de ponta de orelha pode ocorrer independente do sistema de produção. Considerando que a disseminação da doença é multifatorial, é necessária a identificação dos fatores de risco. O uso de enriquecimento ambiental pode amenizar os canibalismos de cauda e orelha a partir da redução do estresse dos suínos em diversas fases. Sendo assim, deve-se agir na eliminação dos fatores de risco e monitorar os animais em nível nutricional, ambiental e sanitário.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: Por Neidilânia Maria Soares Ribeiro, assistente de Pesquisa na Agroceres Multimix

Suínos / Peixes

Marcos Sipp celebra 30 anos dedicados à suinocultura

Atual gerente das UPLs da Coopavel conquistou recentemente o 1º lugar na categoria Sustentabilidade no Programa Open Farm AWARDS.

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Fotos: Arquivo pessoal

Em uma trajetória marcada por dedicação e paixão pelo campo, Marcos Jovani Sipp, atual gerente das Unidades de Produção de Leitões (UPLs) da Coopavel Cooperativa Agroindustrial, reflete sobre suas três décadas de contribuição para o setor. “Parece que foi ontem, mas já se passaram 30 anos”, recorda.

Técnico em Agropecuária e Administrador, Sipp iniciou sua carreira profissional em 28 de março de 1994 como extensionista na suinocultura da BRF. Esses anos foram repletos de aprendizado e conquistas para Marcos, que destaca: “Como extensionista tive a oportunidade de conhecer, aprender e levar muita informação para a tomada de decisão dos produtores por onde passei, sempre com muita dedicação, competência, inconformismo e resiliência”, enfatiza.

Ao longo de sua carreira, o profissional acumulou diversos prêmios, sendo o mais recente o 1º lugar na categoria Sustentabilidade em um projeto da Estação de Tratamento de Efluente (ETE) no Programa Open Farm AWARDS, no qual a Coopavel concorreu com outros cinco projetos.

O técnico em Agropecuária ressalta a importância da gratidão e da reflexão sobre os erros e acertos que moldaram sua trajetória. “Carrego na bagagem muita história boa para contar. De acertos e erros que nos fazem corrigir rapidamente o rumo que deve ser seguido, com muita gratidão a Deus, que sempre me acompanha a cada passo. Sei que ainda tem muito a ser feito”, pontua.

Entre os desafios da atual função que exerce na Coopavel, Sipp diz que estão planejar, executar e desenvolver novos talentos, destacando a importância de profissionais com capacidade de organização, planejamento e entrega de resultados superiores. “Sinto-me realizado, vitorioso e muito feliz com as conquistas alcançadas e com as vitórias que ainda estão por vir. Aprendi que sozinho vou mais rápido, mas que juntos vamos mais longe. Com essa reflexão, gostaria de deixar registrado o meu agradecimento a cada um que fez parte dessa história, sejam produtores, empresas parceiras, amigos e, em especial, ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, pela confiança. Agradeço também à minha família e aos meus colegas de trabalho e parceiros da cadeia produtiva”, ressalta.

 

Fonte: O Presente Rural
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Suínos / Peixes

Peixes têm quantidade limitada para captura em 2024

Cotas foram limitadas por dois ministérios

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Foto: Adriano Gambarini/OPAN/Agência Brasil

Quatro espécies de peixes muito consumidos na culinária brasileira tiveram cotas de pesca estabelecidas para este ano de 2024. Os limites de captura valem para as espécies albacora-branca (Thunnus alalunga), albacora-bandolim (Thunnus obesus), espadarte (Xiphias gladius) e tubarão-azul (Prionace glauca), tanto em águas nacionais, quanto internacionais, inclusive na Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que é a região de responsabilidade ambiental do Brasil e que vai até 200 milhas além da costa, onde embarcações brasileiras têm direito prioritário para pesca.

Para a espécie albacora-branca, também conhecida como atum branco ou voador, o limite é de 3.040 toneladas e para o albacora-bandolim, também conhecido por atum-cachorro ou patudo, é permitida a captura de até 5.639 toneladas.

Espadarte

A cota para pesca do espadarte foi limitada em 2.839 toneladas no Atlântico Sul (abaixo do paralelo 5ºN) e em 45 toneladas no Atlântico Norte (acima do paralelo 5ºN). Já o tubarão-azul, conhecido popularmente como cação, teve a captura autorizada este ano em até 3.481 toneladas.

As cotas foram determinadas por portaria conjunta dos Ministérios da Pesca e Aquicultura e Meio Ambiente e Mudança Climática, publicada nesta quarta-feira (27), no Diário Oficial da União. A medida tem como objetivo a sustentabilidade no uso dos recursos pesqueiros e atende à Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca.

Fonte: Agência Brasil
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Suínos / Peixes

Semana Nacional da Carne Suína 2024 na era da personalização: tem para todo mundo, tem para você!

De 4 a 19 de junho a 12ª edição da SNCS levará a diversidade da carne suína para as maiores e melhores redes de varejo do Brasil

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Foto: Divulgação/Assessoria ABCS

De 4 a 19 de junho, prepare-se para mais uma edição da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS), a maior vitrine e case de sucesso da proteína no varejo brasileiro. Em um mundo onde a diversidade crescente apresenta um mar de escolhas individuais cada dia maior, a décima segunda edição da SNCS emerge nas maiores e melhores redes de varejo do país não apenas como uma data comercial, mas como uma celebração da diversidade e da personalização. Reconhecendo cada preferência, cada necessidade e cada desejo dos consumidores, sem esquecer que as diferenças não mais afastam, mas sim agregam.

A SNCS é a maior estratégia de incentivo às vendas e ao consumo de carne suína no Brasil, uma iniciativa premiada com resultados comprovados que agrega valor à proteína suína e traz ganhos financeiros para toda a suinocultura brasileira, com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS). Desde sua primeira edição, a campanha vem arrecadando crescimento e foi essencial para a conquista dos 20,68 kg per capita de 2023, totalizando um crescimento de mais de 50% no período de 12 anos.

É por isso que a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) se inspira em um insight verdadeiro para o tema deste ano: existe diversidade no prato, mas também união na mesa. “Reconhecemos que cada um de nós tem suas próprias preferências e restrições. E seja você um mestre do churrasco buscando a peça perfeita, alguém procurando opções saudáveis e econômicas, ou um chef de cozinha inovador à procura de ingredientes para aquela receita especial, a carne suína tem uma opção para você”, explica o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.

Saudabilidade, Sabor e Economia: esses são os pilares que sustentam a paixão pela carne suína. Mais do que uma escolha econômica, ela é uma fonte de nutrição saborosa adaptável a um estilo de vida saudável, a um cotidiano prático e a momentos inesquecíveis. A carne suína incorpora tecnologia e consciência ambiental, refletindo o compromisso da suinocultura brasileira em promover melhorias contínuas para garantir mais saúde, menos desperdício e práticas sustentáveis.

Este ano, é hora de redescobrir a carne suína. Porque sabemos que, independentemente da preferência, ela tem algo para todos. Para Maria e João. Para o churrasqueiro e para o chef premiado. Para todas as receitas e necessidades. Para cada geração, à sua maneira. Afinal, a carne suína é para todos. Há opções para quem tem pouco tempo, para o forno e para a airfryer, para todas as necessidades. Para quem busca economia, para quem procura uma opção mais saudável, para aquela receita especial. Para o churrasco, para os conectados e, é claro, para você! Por isso, nada mais claro do que dizer este ano: Semana Nacional da Carne Suína. Tem para todo mundo. Tem para você.

A diretora de marketing da ABCS, Lívia Machado, e também especialista em comportamento do consumidor aponta que a SNCS deste ano está ainda mais conectada com o conceito do consumidor ao centro e da necessidade de propor, a cada interação, uma experiência única que retrate os benefícios da carne suína para todas as gerações. “Estamos cada vez mais dentro da era do “e”, deixando o conceito do “ou” para trás. Lidamos constantemente com as mudanças e os conflitos de interesse geracionais e dentro deste contexto, temos o desafio de promover a carne suína de forma interessante e que cative a atenção das pessoas. A SNCS de 2024 está em consonância com tudo isso”.

O compromisso da ABCS é garantir que a carne suína não apenas satisfaça paladares diversos, mas também contribua para um mundo melhor. Isso inclui uma comunicação mais personalizada, sem perder o senso de comunidade. Varejo, produtores e consumidores unidos para celebrar tradições e criar novas memórias em torno da mesa, onde a carne suína é a grande anfitriã.

Fonte: Assessoria ABCS
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SABSA 2024

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