Empresas
Não tenha medo do clima
Irrigação inteligente ajuda o produtor a reduzir perdas causadas por diferentes condições climática
** Por Cristiano Jannuzzi, gerente agronômico da Netafim Brasil
Toda safra os agricultores buscam forma de se proteger e garantir rentabilidade, seja pelas oscilações nos preços dos insumos, pela qualidade das sementes, mas todos esses fatores são definidos da porteira para dentro. Outros quesitos, no entanto, são entendidos como externos, ou seja, que não podem ser controlados, como o clima.
É bem verdade que não temos poder de controlar a chuva, calor, frio ou seca, mas hoje em dia tecnologias já permitem aos produtores terem mais controle sobre sua produtividade. A irrigação inteligente é uma delas. Levando água e nutrientes diretamente na raiz das plantas, o sistema gota a gota, reduz as perdas causadas por diferentes condições climáticas.
Nos últimos anos o clima está entre as principais preocupações do setor produtivo. Ciclos de El Niño e La Niña tem alterado a regularidade dos períodos de chuva, modificado os padrões climáticos e dificultado o planejamento das safras.
Falta de chuva
Alguns estados brasileiros, como é o caso do Rio Grande do Sul, já contabilizam perdas pelo baixo índice pluviométrico durante o desenvolvimento da safra. Consultores estimam quebra de até 30% se as chuvas não se regularizarem nas próximas semanas.
Em condições de solos mais declivosos e/ou rasos, já há lavouras com sintomas de amarelecimento das folhas e murcha de plantas em reboleiras. Nas áreas implantadas há menos tempo, e que não tiveram oportunidade de um enraizamento mais profundo, já se notam falhas pela morte de plantas.
Mas, esses prejuízos poderiam ser reduzidos com a aplicação da irrigação por gotejamento. O sistema utiliza tubos subterrâneos (enterrados), desenvolvidos justamente para esta finalidade, levam água e nutrientes de forma precisa as plantas.
Quando aplicada na área de absorção, o aproveitamento chega a 95% e a economia de água obtida é de 60%, colaborando para que o produtor não cometa eventuais desperdícios, especialmente em períodos de irregularidades de chuvas, onde a reserva é reduzida. Em alguns casos, o ganho de produtividade é superior a 30%.
E os benefícios não param por aí, com o sistema gota a gota é possível irrigar 100% da área independente de seu formato ou topografia, garantindo maior retorno de produtividade nas culturas, além de melhorar a eficiência energética – já que com a mesma infraestrutura é possível irrigar áreas 20% a 40% maiores.
Excesso de chuva
Porém, não é só a falta de precipitação que traz perdas, o excesso de água também prejudica o desenvolvimento das plantas. Na safra 2017/18 – diferente do que ocorreu em 2016/17 – os estados do Centro-Norte vivenciam uma condição de chuvas acima da média, especialmente no período de enchimento dos grãos. Essa realidade climática tem prejudicado a evolução da soja nos principais produtores, Mato Grosso e Paraná.
Segundo especialistas, as circunstâncias são mais preocupantes no Paraná, já que boa parte das áreas estão registrando o abortamento de vagens. Esse fenômeno ocorre através de uma combinação de fatores: pouca chuva na época da semeadura, e chuvarada antes da florada, causando muito estresse no momento da emergência das sementes.
Mas, como a irrigação por gotejamento pode beneficiar nestas condições? Bom, primeiro é importante entender que a falta de chuvas durante o plantio causou estresses nas plantas que refletem até o momento. Portanto, se o produtor tivesse em sua lavoura o sistema de irrigação inteligente, não faltaria água neste período e ajudaria na recuperação pós temporada chuvosa.
Outro ponto fundamental é que em condições de excesso de precipitações, as plantas têm dificuldade com a fotossíntese e absorção de nutrientes. Outro fenômeno comum nessas condições é a lixiviação, especialmente em solos arenosos. Em geral, os produtores costumam fazer os tratos com insumos no início do ciclo, assim, em casos de lixiviação o solo fica praticamente sem nutrientes no restante do ciclo.
Com a irrigação por gotejamento, no entanto, é possível realizar a técnica conhecida como nutrirrigação – que leva os insumos de forma precisa as plantas -, evitando assim desperdícios e otimizando a absorção pelas plantas. Nestes casos é recomendado a irrigação técnica, que não visa suprir necessidade de água no solo.
Frio intenso
E a irrigação inteligente não protege apenas da falta ou excesso de chuvas, em condições de geada o sistema também colabora para o alcance de resultados positivos. A Netafim possui uma linha completa de produtos para combate a geadas. De maneira geral as soluções funcionam por meio da aplicação de água no ambiente das plantas, criando proteção contra as baixas temperatura e o consequente congelamento dos brotos, flores e etc.
Basicamente, ao aplicar água no ambiente, o meio tenta se equilibrar, trocando temperatura com o ar. Posteriormente quando a água congela, libera calor no ar, prevenindo que as plantas atinjam temperaturas abaixo do ponto de congelamento.
Tudo isso é possível por conta do fenômeno que auxilia neste processo. Sempre que houver água e gelo juntos no mesmo ambiente, a temperatura não abaixa a menos de 0°C. Só é importância desligar o sistema depois que o gelo já tiver descongelado das plantas, independentemente do método utilizado.
Muito embora, condições de clima adverso causem prejuízos, com a irrigação inteligente é possível amenizar as perdas, assegurando safras mais produtivas. A Netafim, israelense pioneira em tecnologia de irrigação por gotejamento, desenvolve projetos personalizados para atender a demanda dos clientes.
Fonte: Ass. Imprensa

Empresas Discussões sanitárias
American Nutrients reforça a cadeia exportadora da carne suína ao aderir ao programa livre de ractopamina
A empresa oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade

A ractopamina, um agonista β-adrenérgico amplamente utilizado para melhorar ganho de peso e eficiência alimentar em suínos, permanece no centro das discussões sanitárias internacionais. Embora seu uso seja regulamentado no Brasil, diversos mercados estratégicos — como União Europeia, China e Rússia — possuem tolerância zero para resíduos desta substância em produtos de origem suína.
O ponto crítico está na cadeia de alimentação: a inclusão de ractopamina na ração de suínos pode resultar na sua detecção na carne, mesmo quando utilizada dentro das doses permitidas. Essa presença residual é suficiente para inviabilizar exportações e comprometer toda a cadeia produtiva voltada a mercados que adotam exigências mais restritivas.
Com o objetivo de assegurar conformidade sanitária, rastreabilidade e segurança na exportação, o Ministério da Agricultura e Pecuária instituiu o Programa de Produção Livre de Ractopamina. A certificação reconhece empresas que mantêm protocolos rigorosos de controle para garantir ausência parcial ou total da molécula em qualquer etapa da produção de rações para suínos.
A American Nutrients oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade e alinhamento às demandas globais. Ao assegurar que suas soluções nutricionais estão completamente isentas de ractopamina, a empresa fortalece a confiança de frigoríficos, integradoras e produtores que dependem de dietas certificadas para acessar mercados premium.
Esta iniciativa reforça o compromisso da American Nutrients com a qualidade, a transparência e a sustentabilidade da cadeia suinícola. Em um cenário de crescente rigor sanitário internacional, a nutrição animal livre de ractopamina é um elemento-chave para manter e expandir a participação brasileira nos mercados mais exigentes do mundo.
Empresas
Inteligência Artificial conta 140 mil ovos por dia com 99,9% de precisão e transforma avicultura
Entre outros indicadores, tecnologia da ALLTIS monitora temperatura, água e volume de grãos nos silos, reduz perdas e aumenta produtividade da Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP)

A Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP), alcança um novo patamar de produtividade após a implementação do sistema de inteligência artificial da empresa de tecnologia ALLTIS. Com produção diária de 140 mil ovos, o equivalente a 4,7 milhões por mês, a granja – dona da marca Naturegg – estima ganhos operacionais de até 90% após a integração de um pacote de sensores controlado por IA, que permite controle sanitário, monitoramento ambiental e gestão de recursos com mais segurança, precisão e eficiência. A ALLTIS resolve problemas crônicos da avicultura, transformando as granjas em propriedades 4.0 e contribuindo para o aumento da produtividade e a redução de custos. Recentemente, a ALLTIS firmou sociedade com a MCassab Nutrição e Saúde Animal, empresa do Grupo MCassab, especialista em nutrição e saúde animal há mais de meio século.
Fundada em 1983 pela família Teixeira, a São Marcos deixou de ser fornecedora de frangos vivos para ser uma produtora de ovos orgânicos e caipiras livres de antibióticos, comercializados sob a marca Naturegg. Hoje, tem 170 mil aves em postura e distribuição para seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
A necessidade de incluir a tecnologia e digitalizar os processos em uma atividade historicamente tradicional, decorre do volume de informações exigidas tanto para gestão do negócio quanto pelos órgãos certificadores. Diariamente, a equipe da São Marcos passou a registrar pela IA, entre outros, dados de temperatura, umidade, consumo de água e ração, taxas de mortalidade e indicadores de bem-estar animal.
“Nosso maior desafio sempre foi transformar informação em decisão. Com a operação que temos hoje, isso já não era possível de forma tradicional. A tecnologia traz agilidade, segurança e capacidade de gerir de maneira eficiente e de antecipar problemas. Agora, conseguimos agir antes que o impacto aconteça”, afirma Matheus Teixeira, diretor comercial da Naturegg.
A parceria com a ALLTIS foi importante para os planos da São Marcos. A granja utiliza quatro frentes tecnológicas da startup: monitoramento ambiental (Sense), controle do consumo de água (Aqua), gestão automática dos silos (Domo) e contagem de ovos por inteligência artificial (EggTag) com precisão de 99,9%. “Cito um exemplo: antes de ter o monitoramento das informações por IA, nossos funcionários precisavam subir em 21 silos para verificar o estoque de ração, enfrentando risco de acidentes e imprecisão nos cálculos. Agora, todo o controle é feito pelo celular, com previsões de consumo e alertas programados”, explica Tailisom Silva, gerente da granja.
“Ter dados confiáveis em tempo real é essencial para obter resultados melhores e maior precisão na gestão. O mercado exige rastreabilidade e sustentabilidade, e a tomada de decisão precisa ser rápida e embasada. Nosso papel é transformar dados em informações úteis para o dia a dia e entregar tecnologias que se adaptam às necessidades e realidade do produtor”, afirma André Aquino, sócio e COO da ALLTIS.
“O exemplo da São Marcos mostra o quanto a tecnologia é importante para potencializar a produtividade das granjas de postura. Mas não apenas isso. É essencial monitorar todas as áreas do negócio e, assim, reduzir os gargalos, que são vários. A tecnologia da ALLTIS está disponível para contribuir para vencer esse desafio”, ressalta Mauricio Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, acionista da ALLTIS.
Outros avanços devem vir nos próximos meses, como a automatização da contagem de ovos com identificação por tamanho e coloração. A expectativa é reduzir ainda mais o índice de erros humanos e dispor de dados detalhados para ajustar o manejo à tecnologia e otimizar o rendimento da produção de ovos.
Para Matheus, a digitalização dos processos é um caminho indiscutível. “O maior erro é achar que a tecnologia é algo distante ou complicado. É o contrário. Ela simplifica, reduz perdas e dá clareza para agir. Quem não se permitir evoluir vai ficar para trás”, ressalta o diretor comercial da Naturegg.
Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
