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“Não existe pensar no futuro da atividade leiteira sem pensar no Sul do Brasil”

Coordenador da Câmara do Leite, Vicente Nogueira Netto, destaca relevância dos Estados sulistas na produção nacional e a participação expressiva do Paraná.

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Coordenador da Câmara Setorial do Leite, Vicente Nogueira Netto: “O melhor insumo para o produtor de leite é o preço, e isso ele está tendo agora" -  Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

“Não existe pensar no futuro da atividade leiteira do Brasil sem pensar no Sul do país como polo produtor de leite”. A afirmação é do coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (CSLEI/Mapa) pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Vicente Nogueira Netto, feita por ocasião de visita ao Jornal O Presente na quarta-feira (1º), após palestrar no 1º Dia do Leite, evento promovido pelo Jornal O Presente Rural, em parceria com a Frimesa.

Netto destacou o crescimento da pecuária leiteira nos últimos dez anos nos três Estados sulistas, com o Paraná no centro deste desenvolvimento ao modernizar seus processos produtivos, intensificar medidas de sanidade, manejo, bem-estar animal, incentivos à profissionalização da atividade e a produção mais sustentável.

Coordenador da Câmara Setorial do Leite, Vicente Nogueira Netto: “Vamos seguir crescendo porque temos uma atividade leiteira pujante, a participação no mercado internacional deve ser menor, mas, em contrapartida, temos muito espaço para crescer no Brasil.

O Estado desponta como segundo maior produtor de leite do Brasil, ficando atrás apenas de Minas Gerais. São produzidos por um rebanho de três milhões de vacas, em média, 4,4 bilhões de litros ao ano, o que corresponde a 13,6% do volume nacional. “Quando todo mundo imaginou que o leite iria se desenvolver na região do Cerrado, para onde a agricultura encontrou solo fértil e a suinocultura espaço para se firmar, o leite seguiu caminho inverso e cresceu no Sul do país”, analisa Netto.

Dependência interna

O leite é um dos alimentos mais consumidos no mundo e uma das mais importantes cadeias do agronegócio nacional. Nas últimas cinco décadas, a produção no país cresceu sete vezes, saltando de cinco para quase 35 bilhões de litros por ano. Apesar da expressiva produção, o setor abastece apenas o mercado interno, tendo participação ínfima na exportação do produto, menos de 1%.

Netto diz que essa dependência doméstica continuará existindo, porque, diferente de outros produtos, com o leite não é fácil ganhar mercado externo. “Diferente dos outros produtos, que ganhamos exportação rapidamente, a expansão de produção na pecuária do leite não ocorre com a mesma rapidez que acontece de um ano para o outro quando se aumenta a área de plantio da soja, por exemplo. No leite precisamos lidar com a gestação de uma vaca que tem nove meses e não há como reduzir isso. Se o produtor decidir hoje que quer aumentar sua produção, terá que começar a produzir mais vacas, ou seja, uma decisão tomada hoje terá efeito somente daqui a dois, três anos”, evidencia.

Segundo o coordenador da Câmara do Leite, o setor lácteo tem uma característica particular frente às demais commodities: é uma atividade que desenvolve pelo mundo principalmente os seus Estados, são poucos os países exportadores e, no máximo, 6% da produção é comercializada entre países. “A Austrália está enfrentando muitos problemas climáticos, com isso reduziu sua importância no mercado internacional, Argentina e Uruguai exportam pouco e os Estados Unidos tem aumentado bastante a participação no mercado internacional, porém muito com ingredientes, vendendo pouca commodity. Os americanos são muitos pragmáticos”, expõe Netto.

Cenário atual

Por outro lado, ele vislumbra que existem muitas oportunidades para a cadeia leiteira crescer no Brasil, traçando uma análise do atual momento do mercado mundial. “Vamos seguir crescendo porque temos uma atividade leiteira pujante, a participação no mercado internacional deve ser menor, mas, em contrapartida, temos muito espaço para crescer no Brasil. Se olharmos a curto prazo nós temos uma condição, neste momento, muito melhor do que no mercado internacional, que vive em função da Covid-19, com problemas de não recuperação da economia nos Estados Unidos, com os norte-americanos enfrentando uma inflação acima de 8%, com a China experimentando lockdown nas principais cidades (em virtude do avanço de casos do coronavírus). Aqui no Brasil só temos boas notícias, o PIB (Produto Interno Bruto) foi revisado para cima, há criação de empregos formais bastante sustentável e o nível de desemprego caiu para patamares de antes da pandemia”, aponta.

Alta do leite em junho

No entanto, após sucessivas quedas, o preço do leite subiu a patamares elevados, tendo projeções nada animadoras para o consumidor, principalmente para o mês de junho. De acordo com Netto, a alta é motivada, principalmente, pela elevação do custo de produção e pela queda do investimento no setor. O leite longa vida – vendido em caixinha – e os queijos ficaram quase 15% mais caros nos últimos 12 meses. “As perspectivas para 2022 são boas para a atividade leiteira após os produtores passarem por um período conturbado. Os preços que vamos encontrar no mês de junho, entretanto, serão ‘salgados’ para o consumidor. O produtor, contudo, consegue recuperar a produção rápido, porque consegue melhorar as condições de alimentação e ampliar número de ordenhas. O melhor insumo para o produtor de leite é o preço, e isso ele está tendo agora”, enfatiza Netto.

Acompanharam Netto na visita ao O Presente Rural o presidente Cooperativa Central do Produtores Rurais de Minas Gerais, Marcelo Candiotto, e o analista técnico institucional da OCB, Fernando Pinheiro.

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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