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Na saúde animal é melhor (e mais inteligente) prevenir do que remediar

Médico veterinário Pedro Henrique Tomasi, fala sobre importância de manter a saúde dos planteis em dia, destaca funcionalidade da vacinação e frisa importância de um trabalho integrado

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Manter a saúde dos animais é princípio básico para uma avicultura de sucesso, aliando boa lucratividade e segurança alimentar. O médico veterinário e consultor do jornal O Presente Rural, Pedro Henrique Tomasi, fala sobre a importância de manter a saúde dos planteis em dia, destaca a funcionalidade da vacinação e frisa a importância de um trabalho integrado entre empresas e produtores para alcançar produtos cada vez mais competitivos.

“A saúde de um lote de aves é consequência do trabalho de várias áreas dentro de uma integração. Começa com uma matriz de boa qualidade, passa por um bom processo de incubação e termina no campo, com o animal recebendo uma ração e um ambiente ótimos! Se houver uma falha em algum desses pontos, a saúde de toda a cadeia fica comprometida”, sustenta Tomasi. Confira.

O Presente Rural (OP Rural) – Quando o produtor sabe quando um frango está em sua perfeita saúde?

Pedro Henrique Tomasi (PHT) – O melhor indicativo é avaliar o crescimento de um lote. Um lote saudável apresenta, sempre, um crescimento dentro do esperado. Além disso, o produtor normalmente é capaz de, observando as aves, perceber se há algum problema com os animais. Muitas vezes, o técnico recebe um chamado com uma reclamação não muito precisa, com o relato de que “algo não está normal” com o lote. Nesse momento, o técnico precisa avaliar a situação para chegar ao diagnóstico do problema.

OP Rural – Que práticas são usadas para que o plantel tenha a saúde desejável? A saúde é resultado de todo o restante do processo produtivo?

PHT – A saúde de um lote de aves é consequência do trabalho de várias áreas dentro de uma integração. Começa com uma matriz de boa qualidade, passa por um bom processo de incubação e termina no campo, com o animal recebendo uma ração e um ambiente ótimos! Se houver uma falha em algum desses pontos, a saúde de toda a cadeia fica comprometida.

OP Rural – Quais os principais riscos à saúde/sanidade avícola atuais no Brasil?

PHT – Tem se falado muito em Salmonella. Nesse caso, temos que diferenciar as espécies que são patogênicas para os animais e seres humanos, daquelas que são ambientais. Normalmente as pessoas não falam isso, mas produzir um frango com ausência total de Salmonella é impossível. Mas é importante ressaltar que a presença de uma espécie de ambiental de Salmonella não compromete a segurança desse alimento. A maneira mais eficaz de se controlar a Salmonella é através de ações dentro das plantas de abate – da mesma forma que os Estados Unidos fazem. Lá, a prevalência de Salmonella (todas elas!) no animal abatido é muito próxima de zero. O modelo europeu trabalha de maneira inversa: tenta fazer o controle da Salmonella ainda no campo. Na prática, há um aumento da prevalência no frango abatido, uma vez que não pode ser adotada nenhuma medida de controle ou redução das bactérias durante o abate.

A segunda ameaça é a influenza aviária. Felizmente não temos essa doença no Brasil. Caso ela chegue aqui, o prejuízo causado será incalculável.

OP Rural – De modo geral, como está a saúde do frango de corte brasileiro?

PHT – A saúde das nossas aves é excelente. Os programas de controles adotados pelas empresas são eficientes e estão sempre em aprimoramento constante. É importante que o consumidor saiba que, mesmo com a divulgação de escândalos recentes – e dos próximos que poderão surgir -, a carne brasileira é muito segura para ser consumida. Nossa indústria trabalha no limite da economicidade. Qualquer perda que ocorra por um problema sanitário já deixa a operação como um todo no vermelho.

OP Rural – Qual o papel da vacinação na saúde dos frangos?

PHT – As vacinas são importantes, pois previnem as manifestações clínicas das doenças. A avicultura brasileira só chegou até aqui graças às vacinações. Hoje, muitas doenças que dizimavam lotes há alguns anos atrás simplesmente não são mais diagnosticadas. As vacinas são imprescindíveis.

OP Rural – Quais são as vacinas necessárias, para que servem e quando são aplicadas nas aves?

PHT – O programa de vacinação muda para cada empresa/região, pois as realidades são muito dinâmicas. Normalmente as empresas vacinam para gumboro e bronquite, porém outras vacinas podem entrar no programa, como New Castle.

OP Rural – Que outros medicamentos/aditivos são usados para estimular a boa saúde das aves?

PHT – A melhor forma de se trabalhar é evitar que o animal seja desafiado. A estimulação do sistema imune, ao contrário do que muitos pensam, não é sempre desejável. Nosso sistema de defesa tem um custo metabólico elevado para ser estimulado sem necessidade. Então, é sempre melhor investir num bom ambiente de criação, com bom intervalo entre lotes e manejo nesse período.

OP Rural – As aves podem perder saúde com a retirada de antimicrobianos do processo de produção? Se sim, o que fazer para minimizar ou eliminar essas perdas?

PHT – Podem, pois os antibióticos fazem com que as condições ambientais fiquem “menos importantes”, pois eles controlam as bactérias com potencial patogênico. Aqui, a base de tudo é rever os conceitos de produção, respeitando os preceitos básicos: boa ambiência, bom manejo entre os lotes com um intervalo “mínimo” – eu diria que 12 a 14 dias. Fazer a fermentação da cama também é um manejo altamente desejável.

OP Rural – O Brasil é livre de Influenza Aviária. O que isso representa para a saúde das aves e para o mercado brasileiro?

PHT – A IA é uma doença que causa alta mortalidade. Então, de modo imediato, o impacto na produção é grande. O pior é que isso “fecha as portas” do mercado externo. Sinceramente é difícil precisar qual seria o impacto para toda a cadeia de aves caso essa doença chegue no Brasil.

OP Rural – O que o produtor precisa evitar para entregar animais saudáveis?

PHT – O produtor precisa seguir as recomendações técnicas das empresas integradoras e não esquecer de que o trabalho de criação começa na saída do lote anterior. Manejos como limpeza, desinfecção e fermentação da cama são indispensáveis para a manutenção da saúde dos animais.

OP Rural – Cinco dicas para manter a saúde dos planteis de aves de corte.

PHT – Ter um intervalo entre lote de no mínimo 12 – 14 dias; fazer a fermentação da cama (de maneira adequada) entre os lotes; manter um bom programa de vacinação, desde as reprodutoras até o frango de corte; manter um bom programa nutricional, avaliado sempre as questões técnicas e financeiras; estudar para diferenciar tecnologias e produtos que são oferecidos pelo mercado.

Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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