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Na Intermodal, Portos do Paraná apresenta ações sustentáveis e adere pacto de descarbonização
Iniciativas verdes, que ajudam a posicionar a empresa pública nessa trilha sustentável, aconteceram na 28ª edição da Intermodal South America – Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, no São Paulo Expo
A Portos do Paraná participou na quarta-feira (6) do seminário “Desafios e Perspectivas para o Desenvolvimento Portuário Sustentável Brasileiro e Neerlandês” e assinou o termo de integração na Aliança Brasileira para Descarbonização de Portos. As duas iniciativas verdes, que ajudam a posicionar a empresa pública nessa trilha sustentável, aconteceram na 28ª edição da Intermodal South America – Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, no São Paulo Expo.
A participação no primeiro evento aconteceu a convite da Embaixada do Reino dos Países Baixos. O diretor do Meio Ambiente da empresa pública, João Paulo Santana, e o secretário-geral da Portos do Paraná, Felipe Gama, discutiram soluções socioambientais, especialmente referentes à energia limpa, atendimento a comunidades tradicionais e mudanças de processos de gestão com foco em ESG. O encontro faz parte da Parceria para Portos Verdes (Green Ports Partnership), da qual a empresa pública é signatária.
Santana integrou o painel “Desenvolvimento portuário sustentável e logística”. “Foi um momento muito positivo e diverso. A Holanda está buscando zerar as emissões de gases de efeito estufa e é vanguarda em sustentabilidade. Estar com eles, discutindo, interagindo, e mostrando a nossa realidade foi muito importante para nós e para eles também, devido à nossa potencialidade de produção de energia limpa”, explicou.
Também participaram do debate o diretor do Porto de Roterdã, René van der Plas; a superintendente de Desempenho, Sustentabilidade e Inovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Cristina Castro Lucas de Souza; e o diretor de Planejamento da Infra S.A., Cristiano Della Giustina.
Na segunda etapa do evento, o secretário-geral participou dos matchmakings organizados pelo governo holandês, que são encontros para aproximar as empresas e as instituições holandesas. “A Portos do Paraná participou de duas conversas: uma com a Associação Holandesa de Fornecedores na Indústria de Óleo&Gás (IRO) e outra com a multinacional holandesa Fugro. Foi o momento de apresentar nossos projetos no cenário sustentável, de energia verde e de desenvolvimento portuário”, afirmou.
Outra ação realizada com foco na Parceria para Portos Verdes durante a Intermodal, foi a recepção da comitiva neerlandesa no estande da Portos do Paraná. Felipe Gama recebeu o presidente do Porto de Rotterdam, Boudewijn Siemons; o vice-prefeito de Rotterdam, Robert Simons; o embaixador dos Países Baixos, André Driessen; os cônsules da Holanda, as autoridades do setor portuário e empresas privadas.
“Esta é a primeira vez que recebemos a comitiva holandesa na Intermodal com foco em desenvolvimento de projetos sustentáveis e, sobretudo, na energia verde e hidrogênio verde. Temos como grande objetivo o desenvolvimento de parcerias e projetos nessa área, trazendo a expertise que os portos holandeses e a Holanda já têm sobre o assunto para o Brasil”, disse Gama.
ALIANÇA – Já a adesão à Aliança Brasileira para Descarbonização de Portos ocorreu no estande do Porto de Itaqui. Ela é resultado de uma parceria com a Fundaciòn ValenciaPort, instituição espanhola que é referência mundial no setor portuário. O objetivo é a troca de experiências e de informações para acelerar o processo de descarbonização do setor portuário brasileiro.
“É com muita honra e muita responsabilidade que a gente desenvolve esse trabalho, em parceria com todos os signatários, desenvolvendo as melhores práticas ambientais”, destacou o diretor-presidente da Portos do Paraná e presidente da ABEPH (Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias), Luiz Fernando Garcia.
Além dos portos paranaenses, são signatários o Porto do Itaqui, Porto do Açu, Porto Sudeste, Suape, Portos RS, Santos Brasil, CLI (Corredor Logística e Infraestrutura), Consórcio TEGRAM (Terminal de Grãos do Maranhão), Bunker One, ZCarbon Soluções em Descarbonização e PortGreen Consultoria. Entre as apoiadoras do projeto estão a Secretaria Nacional de Portos e Transporte Aquaviário, a Associação de Terminais Portuários Privados, a ABEPH e a Associação Brasileira de Terminais Portuários.
INTERMODAL – Em 2024, a Intermodal South America reúne mais de 500 marcas expositoras, de 15 países, dos setores de logística, intralogística, tecnologia, transporte de cargas e comércio exterior da América Latina, abrangendo todos os modais de transporte. O evento é reconhecido nacional e internacionalmente por apresentar soluções para toda a cadeia logística, de ponta a ponta. A expectativa é receber mais de 43 mil profissionais no evento, que segue até esta quinta-feira.
Notícias Em Palotina - Paraná
Obras do contorno viário para acesso à C.Vale se aproximam de 20%
Construtora está empregando quase 160 trabalhadores e 52 máquinas e equipamentos. O prazo para a execução é de 20 meses.
As obras do contorno viário de Palotina, no Oeste do Paraná, vão completar, no início de dezembro, quatro meses de sua retomada com velocidade de execução superior ao projetado no cronograma original. O avanço físico dos trabalhos estava em 15% do total, no dia 8 de novembro, seis pontos acima do previsto para a data. Quando a obra completar quatro meses, no dia 1º de dezembro, praticamente um quinto dos trabalhos estará concluído. A C.Vale, gestora da obra, calcula que a execução estará em 19% de sua totalidade contra 11% do previsto.
A construtora Castilho atua em três frentes de trabalho. No trecho 1, entre a Avenida Ariosvaldo Bittencourt e a PR 364, sentido a Assis Chateaubriand, estão sendo montadas vigas e pré-lajes do viaduto que será erguido sobre o atual trevo do complexo agroindustrial da C.Vale. No trecho 2, sentido Palotina a Francisco Alves, a empreiteira está fazendo a terraplenagem, drenos e bases do pavimento. Essas mesmas atividades estão sendo executadas no trecho que liga Palotina a Terra Roxa.
A construtora está empregando quase 160 trabalhadores e 52 máquinas e equipamentos. O prazo para a execução é de 20 meses, mas o ritmo mais acelerado que o previsto está alinhado com os planos da Castilho de finalizar a obra antes do fim do período contratual.
O contorno viário terá 15,2 quilômetros de pistas, viaduto, trevos e rotatórias ligando Palotina a Assis Chateaubriand, Terra Roxa, Francisco Alves e Toledo.
A obra está orçada em, aproximadamente, R$ 170 milhões e vai facilitar o fluxo de entrada e saída de veículos do complexo agroindustrial da C.Vale, em Palotina. O local concentra um abatedouro de frangos, um frigorífico de peixes, uma fábrica de rações, incubatório avícola e esmagadora de soja. A cooperativa projeta circulação de 5.500 veículos por dia até 2030 nas rodovias que conduzem ao complexo.
Notícias
Epagri completa 33 anos: sustentabilidade é o nosso presente
Profissionais da Epagri pautam rotina de trabalho na busca pela sustentabilidade.
“Atentos à realidade mundial, nossos profissionais pautam sua rotina de trabalho na busca de soluções capazes de garantir o desenvolvimento econômico dos meios rural e pesqueiro catarinenses, sem perder de vista a sustentabilidade ambiental e social”, sentencia o presidente da Epagri, Dirceu Leite.
Para comemorar essas mais de três décadas de história, o site inicia hoje uma série de reportagens que vão apresentar como pesquisa e extensão – as atividades fins da Epagri – atuam para ajudar famílias agricultoras e pescadoras a produzir alimentos de forma limpa, rentável e com baixo impacto ambiental. As matérias serão publicadas periodicamente, até novembro de 2025, quando a Epagri estará comemorando 34 anos e o Brasil sediará a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Plano Estadual ABC+ 2020-2030
A série de reportagens vai apresentar projetos desenvolvidos pela Epagri que integram o Plano Estadual ABC+ 2020-2030, que mira na baixa emissão de carbono na agropecuária. O Plano pretende consolidar Santa Catarina no cenário mundial de produção limpa de alimentos.
O Plano Estadual ABC+ 2020-2030 dá continuidade a ações desenvolvidas pela Epagri no Plano ABC 2010-2020. A proposta é estimular a adoção e manutenção de tecnologias já consolidadas na fase anterior, como o Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH).
Santa Catarina conta com 183 mil estabelecimentos agropecuários. Destes, 78% são de agricultores familiares. A Epagri atende, em média, 130 mil famílias agricultoras por ano, que recebem orientação técnica para implantação de tecnologias capazes de produzir alimentos de qualidade, com baixa emissão de carbono.
Créditos de carbono
Entre 2022 e 2024, as tecnologias difundidas pela Epagri dentro do Plano Estadual ABC+ foram aplicadas em 76.686 hectares do território catarinense e responsáveis pela mitigação de 5.844.038 toneladas de carbono equivalente (CO2eq). Dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) são os principais gases causadores do efeito estufa. Para efeito de cálculo, esses gases são transformados em carbono, o que os pesquisadores denominam carbono equivalente. Os agricultores que aplicam tecnologias sustentáveis poderão vender esses créditos de carbono quando seu comércio estiver regulamentado no Brasil.
Nesses dois anos, a Epagri capacitou 13.142 pessoas para aplicação das tecnologias sustentáveis. A meta é alcançar 70 mil capacitados até 2030.
Conheça a seguir as tecnologias difundidas pela Epagri dentro do Plano Estadual ABC+ 2020-2030, que serão tema das reportagens a serem publicadas nos próximos 12 meses. Os dados publicados são referentes ao período entre 2022 e outubro de 2024, com exceção dos bioinsumos, cujos dados referem-se a 2023. No caso dos bioinsumos e da terminação intensiva de bovinos à pasto (TIBP), os números são estimativas que levam em consideração o trabalho da Epagri em parceria com outras cerca de 20 instituições que integram o Plano Estadual.
Manejo e Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD)
Há muitos anos a Epagri difunde em Santa Catarina a produção de leite e carne bovina à base de pasto. Quando bem aplicado, o sistema apresenta inúmeras vantagens na comparação com a criação confinada. Entre os benefícios, estão o menor custo para o produtor e a maior sustentabilidade ambiental. Pastagens naturais têm a capacidade de transformar a pecuária em um sistema carbono zero ou até mesmo remover o gás carbônico (CO2) da atmosfera em grande escala. As raízes dessas plantas, que crescem em maior profundidade, permitem o acúmulo e armazenamento de carbono no solo. Também viabilizam mais infiltração e armazenamento de água, aumentando a quantidade, distribuição proporcional, profundidade e decomposição das raízes ao longo do perfil do solo. Pastagens também atuam na redução da erosão e aumentam a capacidade adaptativa para secas prolongadas.
Sistema Plantio Direto de Grãos (SPDG)
Aplicado em 48.909 hectares, mitigou 47.441,86 toneladas de CO2eq. Nesse sistema o solo permanece coberto e protegido durante o ano inteiro, seja por plantas vivas específicas ou pela palhada formada por elas quando mortas. Ao manter o solo permanentemente coberto, o SPDG permite a conservação dos recursos naturais, melhorando a qualidade química, física e biológica do solo. Promove maior disponibilidade de água, ao mesmo tempo em que torna o ambiente favorável ao crescimento das raízes das culturas, o que aumenta a eficiência no uso desse recurso natural. Reduz as perdas de produtividade e a vulnerabilidade dos grãos às pragas. Contribui ainda para reduzir os impactos negativos de eventos extremos de chuva.
Sistema Plantio Direto de Hortaliças (SPDH)
Assim como o SPDG, o SPDH é baseado na cobertura permanente do solo por plantas vivas ou palhada. Desta forma, aumenta a eficiência no uso de insumos, reduz a perda de solo, de água e de nutrientes por erosão, e diminui também a amplitude térmica e a temperatura do solo. Promove menor dependência de insumos externos e menos uso de combustíveis fósseis. Torna possível melhorar o uso da água de irrigação. É uma tecnologia desenvolvida pela Epagri, em parceria com agricultores familiares catarinenses, que já vem sendo difundida para outros países.
Sistemas Irrigados (SI)
Aplicados em 1.309 hectares, mitigaram 3.966,12 toneladas de CO2eq. A irrigação reduz a vulnerabilidade das lavouras a períodos de seca. Consequentemente, diminui o risco de perdas de colheita devido a eventos climáticos extremos. O resultado final mais visível para a sociedade é a maior estabilidade de produção, que permite oferta de alimentos durante todo o ano.
Integração lavoura-Pecuária-Florestas (iLPF)
O princípio básico dessa tecnologia é manter o gado de leite em espaço compartilhado com florestas plantadas. O benefício mais visível e imediato é a garantia do bem-estar da vaca, que se abriga à sombra das árvores nos dias mais quentes, aumentando a produção de leite. O sistema ainda reduz efeitos do déficit hídrico na propriedade, ao mesmo tempo em que preserva solo e água. Minimiza perdas de pastagens em regiões sujeitas a inversão térmica, fenômeno natural caracterizado pela retenção temporária do ar frio próximo da superfície.
Manejo de Resíduos da Produção Animal (MRPA)
Total de metros cúbicos de resíduos manejados: 4.171.233. Mitigou 5.547.739,73 toneladas de CO2eq
A decomposição de resíduos e a estabilização adequada dos efluentes reduzem a emissão de gases do efeito estufa (GEE) resultantes do processo de fermentação. Também diminui a dependência de fertilizantes e de energia externos, pelo uso da fertirrigação.
Florestas plantadas
Aplicada em 786 hectares, mitigou 100.250,70 toneladas de CO2eq.A indústria florestal é uma das atividades mais importantes para a economia catarinense, sendo que as florestas plantadas ocupam 11% do território do estado. Uma grande vantagem do sistema é que árvores plantadas podem remover gás carbônico da atmosfera mais rápido do que florestas que regeneram naturalmente, em taxas elevadas de acúmulo, particularmente nas fases iniciais de estabelecimento. As florestas plantadas também aumentam a captação de água em maior profundidade e simplificam os ciclos da água em seus arredores. Isso cria habitat para vários animais e espécies vegetais, resultando no aumento da biodiversidade. Têm alto potencial de gerar produtos e bioprodutos para diferentes usos.
Terminação Intensiva de Bovinos à Pasto (TIBP)
Total de Kg de carcaça de animais abatidos com menos de 24 meses: 33.771.983. Mitigou 385.000,61 toneladas de CO2eq
Intensifica o manejo alimentar na fase final de produção de bovinos para abate, adotando a suplementação ao pasto. Essa estratégia eleva o fornecimento de energia, principalmente por meio de grãos, farelos, aditivos e coprodutos. Uma das grande vantagens é que reduz as emissões de metano diretamente, ao diminuir a fermentação no rúmen, e indiretamente, ao encurtar o ciclo de produção e possibilitar o abate de animais mais jovens. Otimiza o uso dos recursos de forragem e aumenta a produtividade do sistema, permitindo maior flexibilidade e ajuste na estratégia de uso das pastagens.
Bioinsumos
Monitoramento de 2023 aponta aplicação em 649.623 hectares, mitigando 1.156.329 toneladas de CO2eq
Nessa tecnologia, microorganismos são inoculados nas sementes para otimizar a captação de nitrogênio da atmosfera, eliminando a necessidade de correção do solo com uréia, produzida a partir do petróleo. Estimula o crescimento das raízes, permitindo um maior aproveitamento da água disponível no solo. Melhora os atributos físicos e químicos do solo. Reduz o uso de fertilizantes químicos à base de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), tanto pelo fornecimento de nutrientes via microrganismos quanto pelo aumento da eficiência do uso de fertilizantes pelas plantas. Estimula o sistema de defesa das plantas.
Colunistas
No agro, governança e transparência é questão de sobrevivência
Atitudes sustentáveis levam ao acesso a novas fontes de financiamento e capital, que contribuem para a prosperidade de suas atividades e podem mudar não só o futuro da empresa, mas do país.
O agronegócio desempenha um papel fundamental na economia global, fornecendo alimentos, fibras e combustíveis que sustentam a vida moderna. No entanto, para manter e expandir suas operações e ter acesso a novas tecnologias, as empresas do setor precisam de acesso a capital e, para isso, é necessário investimento em transparência e governança.
Óbvio que transparência e governança são componentes essenciais para qualquer empresa que deseja operar de forma sustentável e responsável. No entanto, no contexto do agronegócio esses princípios assumem uma importância ainda maior devido aos impactos ambientais e sociais significativos associados à agricultura e à pecuária.
Num primeiro momento, a transparência envolve a divulgação aberta e acessível de informações sobre as operações da empresa. Isso inclui dados sobre práticas contábeis, fiscais e trabalhistas, impactos ambientais, uso de recursos naturais e condições de trabalho. Quando as empresas do agronegócio são transparentes, elas demonstram também comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade.
Isso não apenas atrai investidores preocupados com essas questões, mas também ajuda a construir uma reputação positiva junto aos consumidores, o que pode impulsionar as vendas e a rentabilidade a médio e curto prazos.
A governança corporativa refere-se as estruturas e processos que regem o funcionamento interno de uma empresa. No agronegócio isso inclui a gestão de riscos ambientais e sociais, a conformidade com regulamentações governamentais e regras contábeis, a gestão de cadeia ética de suprimentos e muito mais. Ter uma governança sólida não apenas minimiza o risco de crises, mas também melhora a eficiência operacional, a tomada de decisões estratégicas e, sobretudo, facilita o acesso ao capital.
E, por que a governança e transparência são importantes para acessar capital mais barato? A resposta está na crescente conscientização dos investidores e das instituições financeiras sobre os riscos associados ao agronegócio. À medida que os problemas ambientais, como desmatamento e escassez de água, e as preocupações sociais, como condições de trabalho e direitos indígenas e quilombolas ganham destaque, investidores estão cada vez mais interessados em apoiar empresas que abordem essas questões de maneira responsável.
Empresas que investem em transparência e governança têm maior probabilidade de atrair investidores comprometidos com critérios ambientais, sociais e de governança (ESG). Esses investidores estão dispostos a fornecer capital a taxas mais favoráveis para empresas que demonstram um compromisso genuíno com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Portanto, as empresas do agronegócio que adotam práticas transparentes e sólidas de governança estão bem-posicionadas para acessar capital mais barato.
Além disso, as instituições financeiras estão cada vez mais incorporando métricas ESG em suas decisões de empréstimos e investimentos. Isso significa que as empresas que não investem em transparência e governança correm o risco de serem consideradas de maior risco, o que pode resultar em custos de capital mais elevados.
Um exemplo notável é a emissão de títulos verdes, que são instrumentos de dívida usados para financiar projetos sustentáveis. Em novembro de 2023, o Tesouro Nacional fez a sua primeira emissão de títulos sustentáveis. Essa emissão foi de um novo título, denominado Global 2031 ESG, com vencimento em 18 de março de 2031. O título foi emitido no montante de US$ 2,0 bilhões, com uma taxa de retorno para o investidor de 6,50% a.a. – fato que certamente influenciará o setor privado a seguir o mesmo caminho. As empresas do agronegócio que adotam práticas transparentes e de governança podem se beneficiar ao emitir este tipo de títulos, pois a demanda por eles está em alta e as taxas de juros tendem a ser mais baixas em comparação com títulos tradicionais.
As empresas do agronegócio podem explorar oportunidades de financiamento de impacto, que são investimentos voltados para projetos com benefícios sociais e ambientais mensuráveis. Esses investimentos muitas vezes oferecem condições favoráveis de empréstimo ou investimento e podem ser uma fonte valiosa de capital para empresas comprometidas com a responsabilidade social e ambiental.
Fica, então, evidente a importância para as empresas do agronegócio investirem em transparência e governança. Isso não apenas as coloca em uma posição favorável para atrair investidores comprometidos com ESG, mas também as ajuda a acessar capital mais barato e a se adaptar às crescentes expectativas da sociedade em relação a responsabilidade ambiental e social.
À medida que o mundo se volta para a sustentabilidade, as empresas do agronegócio que abraçam esses princípios avançam mais rápido. É um ciclo virtuoso que garante perenidade e sucesso a longo prazo. Atitudes sustentáveis levam ao acesso a novas fontes de financiamento e capital, que contribuem para a prosperidade de suas atividades e podem mudar não só o futuro da empresa, mas do país.