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Na Cocamar, Ratinho Junior destaca apoio do Paraná no agronegócio
Governador participou da 63ª Assembleia Geral da cooperativa e destacou o trabalho do Governo do Estado para melhorar o ambiente do agronegócio paranaense e os investimentos na modernização dos ramais logísticos para diminuir os custos de produção, além das pavimentações em estradas rurais.

O governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior acompanhou, nesta quinta-feira (03), em Maringá, a 63ª Assembleia Geral da Cocamar Cooperativa Agroindustrial. Ele destacou o trabalho do Governo do Estado para melhorar o ambiente do agronegócio paranaense e os investimentos na modernização dos ramais logísticos para diminuir os custos de produção, além das pavimentações em estradas rurais.
Mais cedo, ele assinou a ordem de serviço para duplicação de um trecho de quase 22 quilômetros da PR-317, entre Iguaraçu e Maringá. Na região, o Governo do Estado também executa obras de duplicação e aumento de capacidade da PR-323 e a revitalização da Estrada Boiadeira, esta em parceria com a Itaipu Binacional.
Ratinho Junior ressaltou que esses projetos de unem ao maior programa de concessões do país, que vai levar a leilão ainda neste ano 3,3 mil quilômetros de estradas em todo o Estado. “Ao contrário dos antigos contratos de pedágio, construímos junto com o governo federal e com ampla discussão com a sociedade, um programa de concessão que não é abusivo, é transparente e prevê R$ 44 bilhões em obras”, disse.
“Estamos construindo no Paraná um ambiente favorável para o agronegócio crescer e se desenvolver”, afirmou o governador. “Nossa vocação é produzir alimento para o planeta, somos a fazenda do mundo. Por isso temos que ser muito eficientes, sem gargalos logísticos. Cooperativas como a Cocamar são extremamente importantes dentro desse projeto de expansão do agronegócio paranaense”.
Outros modais logísticos também passam por modernizações. Ele citou a ampliação do Cais Leste do Porto de Paranaguá, conhecido como Moegão, que vai aumentar a capacidade de carga e descarga de grãos no terminal, e o projeto da Nova Ferroeste, estrada de ferro ligando Maracaju (MS) ao porto, que também deve ir a leilão em 2022.
Sanidade
Além da infraestrutura, o Paraná também avança na área de sanidade animal. Em 2021, o Estado foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como área livre de febre aftosa sem vacinação.
“Resultado de uma luta de mais de 50 anos, esse selo de qualidade abre para o Paraná o acesso a países que não compravam carne do Brasil”, explicou. “Passamos a acessar um mercado de milhões de dólares para vender o peixe, frango, porco e boi que são produzidos no Paraná”.
Outro reconhecimento internacional conquistado no ano passado veio das mãos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que colocou o Paraná como exemplo mundial de sustentabilidade.
“Além da qualidade sanitário, o mundo também exige que a produção seja sustentável. Projetos como o Paraná Mais Verde, o Rio Vivo, a proteção das matas ciliares e manutenção das reservas legais mostram que agro paranaense também tem qualidade ambiental”, acrescentou Ratinho Junior.
Cocamar
Com 16 mil cooperados, a Cocamar fechou 2021 com faturamento de R$ 9,6 bilhões, 37% a mais que os R$ 7 bilhões do ano anterior. O impulso contribui para antecipar o planejamento estratégico do grupo, que previa atingir em 2025 a meta de R$ 10,5 bilhões faturados em cinco anos.
A cooperativa recebeu, no ano passado, a maior safra de soja da história, com 1,8 milhão de toneladas do grão. Também movimentou 707 mil toneladas de milho, 61 mil toneladas de trigo, 21 mil sacas de café beneficiado e 3,1 milhões de caixas de laranja.
Fundada em 1963, em Maringá, onde também conta com um parque industrial, o grupo tem 97 unidades operacionais no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Foi eleita revista Istoé Dinheiro como a melhor cooperativa agropecuária do Brasil em 2021.
Presenças
Participaram da solenidade o secretário estadual da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; o presidentes da Ocepar, José Roberto Ricken; o deputado federal Ricardo Barros; o deputado estadual Soldado Adriano José; e o prefeito de Maringá, Ulisses Maia.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



