Avicultura Protagonista
Na avicultura, Paraná tem crescimento acima da média e responde por 34% da produção nacional
Setor cresce mais de 6% no Estado e gera 89 mil postos de trabalho diretos em 2021, de acordo com Sindiavipar.
Responsável por um terço da produção avícola nacional, o Paraná se firma também como principal exportador da carne de frango, respondendo por 40% do produto enviado para fora do país. Até novembro, o Estado havia exportado 1,6 milhão toneladas do produto, 9% a mais em relação a 2020, movimentando no período mais de U$S 2 bilhões, segundo informações da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A proteína também é um dos principais contribuintes para o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) brasileira, gerando um faturamento de R$ 108,6 milhões, o que representa 9,75% do total da receita gerada, figurando em quarto lugar no ranking entre os principais contribuintes para a formação do índice. Maior produtor de carne de frango, o Paraná movimenta R$ 36 milhões em receita para o VBP do Estado, um crescimento e 19,27% em relação ao ano anterior.
No acumulado dos dez primeiros meses do ano passado, foram abatidas 1,6 bilhão de aves. A produção em solo paranaense está concentrada em cerca de 18,5 mil aviários, distribuídos em 8,7 mil propriedades rurais. A atividade gera 89 mil empregos diretos na indústria e estima-se que outros 12 a 17 postos de trabalho são gerados de forma indireta, impactando mais de um milhão de paranaenses no setor.
Elevação no custo da energia elétrica, falta de mão de obra, alta no preço dos insumos, embalagens e combustíveis foram algumas das dificuldades que precisaram ser superadas ao longo de 2021 pela cadeia produtiva. Mesmo com esses desafios, o setor apresentou um crescimento superior a 6% no último ano, segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). “A avicultura paranaense teve um desempenho positivo em 2021, apesar do forte impacto gerado pelo aumento dos grãos e dos custos para conseguir se manter na atividade, ainda assim, houve ampliação nos negócios, com novos produtores entrando na atividade e outros modernizando as instalações dos aviários, mas foi um ano de dificuldade, onde o setor se mostrou ser bem resiliente, aguentou firme, gerou mais empregos e cresceu”, afirma o presidente do Sindiavipar, Irineo da Costa Rodrigues.
Protagonista na produção avícola, o Estado representa 34% do que é produzido no país e ano após ano vem apresentando crescimento acima da média nacional. Para Rodrigues, essa evolução é reflexo da concentração da atividade pela agricultura familiar, característica fundamental para o desenvolvimento da avicultura na região Sul do país. “A região Sul do país se destaca pela agricultura familiar, no entanto, Santa Catarina e Rio Grande do Sul não tem uma produção de grãos tão farta quanto o Paraná, que produz em grande quantidade e tem uma agricultura familiar muito forte, que possibilita o desenvolvimento da avicultura. Enquanto na região Centro-Oeste tem fartura de grãos, mas não tem a agricultura familiar que nós temos, então o Paraná tem as melhores condições para o setor crescer de forma contínua”, destaca Rodrigues.
Outra característica do Estado que fortalece a atividade é a integração produtor-cooperativa, o que contribuiu para que os avicultores não fossem tão afetados pela alta dos custos de produção, uma vez que neste modelo da cadeia produtiva, a empresa integradora oferta a ração e demais insumos para a produção e os produtores são responsáveis pela mão de obra e energia elétrica da propriedade.
De olho no presente com foco no futuro
Um dos grandes desafios do setor é com os custos da energia elétrica, item que mais pesa no bolso do produtor. Com o fim do subsídio do programa Tarifa Rural Noturna (TRN), que será extinto em dezembro, o Sindiavipar busca junto as integradoras alternativas para oferecer aos avicultores, como a geração de energia solar ou a biogás. “A partir de janeiro de 2023 a conta de energia será mais cara, então é urgente a necessidade do produtor buscar novas fontes de energia a fim de minimizar seus custos e a energia solar ou a biogás são duas alternativas para isso”, salienta, exemplificando: “Um produtor que tem uma propriedade grande terá um impacto entre R$ 7 a R$ 8 mil mensal com a energia elétrica sem o subsídio, por outro lado, com a energia solar esse custo pode cair entre 60% a 90%, então é fundamental que o produtor encare a energia como um custo que pode mitigar com uma energia alternativa”.
Outra frente fomentada pelo sindicato é o Programa de Cereais de Inverno, que visa buscar outras culturas para a composição da ração em alternativa ao milho, principal componente da alimentação para aves. “Vivemos uma escassez de milho com novo patamar de preço. Pensando nisso, o Paraná tem cerca de 2.730 mil hectares que ficam em pousio (fase sem plantio) durante o inverno, área que pode ser plantada grãos como trigo, triticale, sorgo e aveia, culturas que podem substituir parte do milho na ração”, pontua.
Uma das grandes preocupações elencadas pelo presidente do Sindiavipar é em relação a sanidade avícola do plantel paranaense. “Não podemos em hipótese nenhuma correr o risco de uma enfermidade no plantel por um descuido, por isso é necessário que os produtores sigam à risca as recomendações de biosseguridade”, ressalta Rodrigues.
Otimismo
Apesar de não haver boas perspectivas para a safra de verão na região Sul, em razão da escassez hídrica que tem gerado períodos longos de estiagem, e já apresenta redução de produtividade em lavouras de milho, sobretudo no Rio Grande do Sul, Rodrigues é otimista quanto a safra de soja, plantada mais cedo, e o próximo ciclo da safra de milho, que deve ter melhores condições climáticas para o desenvolvimento da planta. “Não teremos uma safra de verão satisfatória em virtude dos problemas com a seca, mas como plantamos soja mais cedo, com perspectiva de colher no fim de janeiro acredito que teremos uma boa safra. Em seguida, vamos plantar uma grande safra de milho, em situações climáticas mais amenas, que vai beneficiar o cultivo do grão e vamos conseguir reduzir a médio prazo os custos na produção da ração, dando um fôlego para avicultura”, anseia Rodrigues.
Ele ainda diz que há muito espaço para o setor crescer em solo paranaense e que novos investimentos estão sendo projetados, no entanto a escassez de grão para produção de ração é um dos fatores que preocupa a cadeia produtiva. “Existe demanda para crescermos ainda mais e existe vontade de investir, mas se houver dificuldade em produzir milho e soja nós teremos impacto nos índices de crescimento da avicultura, tanto no Estado como no país”
Mais informações sobre o cenário nacional de grãos você pode conferir na edição digital do Anuário do Agronegócio Brasileiro.
Avicultura
Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.
Avicultura
Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
Avicultura
Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.