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Na abertura da 61ª ExpoLondrina, governador destaca força do agronegócio paranaense
Um dos maiores eventos do setor agropecuário no Brasil, evento acontece entre os dias 6 a 16 de abril no Parque de Exposições Governador Ney Braga, com expectativa de receber mais de 500 mil visitantes e movimentar R$ 1 bilhão em negócios.

Uma das maiores feiras do agronegócio brasileiro, a ExpoLondrina começou oficialmente na quinta-feira (06) com a participação do governador Carlos Massa Ratinho Junior. O Governo do Estado está mais uma vez presente no evento, que vai até 16 de abril no Parque Governador Ney Braga, através de estruturas fixas e ações organizadas por secretarias e órgãos estaduais visando o apoio ao setor agrícola do Paraná.
Durante a sua visita à feira, o governador lembrou a importância da feira para o Estado. “É um orgulho estar novamente na ExpoLondrina, que é uma das maiores feiras agropecuárias do país e da América do Sul, trazendo novas tecnologias, equipamentos e soluções para o campo”, afirmou Ratinho Junior. “Este é um evento que além do seu aspecto de negócios acaba sendo um grande atrativo turístico para a cidade de Londrina e a região Norte do Estado, o que ajuda a estimular o setor de serviços, hotéis, restaurantes”, acrescentou o governador.
Ao citar números da produção paranaense, Ratinho Junior reiterou o papel fundamental do agronegócio na economia paranaense e reiterou o comprometimento do poder executivo estadual para fortalecer ainda mais os produtores, em especial com abertura de novos mercados consumidores em nível internacional.
“A produção paranaense tem batido recordes na colheita de soja e milho, lidera a produção nacional de peixes e frango, as cooperativas do Estado têm crescido em média 25% ao ano e o Paraná se transformou no grande produtor de alimentos do País, atraindo muitas indústrias pra esse setor e gerando empregos para a nossa gente”, comentou. “Recentemente, estivemos no Japão e na Coreia do Sul em missão de negócios para viabilizar a venda da carne suína e bovina aos novos mercados asiáticos, ampliando as exportações e agregando valor à suinocultura e bovinocultura”, concluiu o governador.
ExpoLondrina
Dentro do Parque Governador Ney Braga, 200 mil metros quadrados estão reservados para um dos maiores evento do agronegócio do Brasil. São cerca de 280 espaços comerciais que contemplam concessionárias de veículos, maquinários e implementos agrícolas, pavilhões comerciais com produtos do varejo, gastronomia, empresas de mídia, agências bancárias com ofertas de linhas de crédito especiais e financiamentos.
Durante a abertura da feira, o presidente da Sociedade Rural do Paraná, Marcelo El Kadre, agradeceu a presença do governador e o apoio do Estado ao setor nos últimos anos. Ele também exaltou o grande potencial econômico da ExpoLondrina. “A ExpoLondrina é referência no segmento agropecuário e os números da feira comprovam isso. Deveremos receber mais de 500 mil visitantes e 20 mil produtores nos 11 dias de evento, o que demonstra a importância do evento para a economia de Londrina e região, movimentando cerca de R$ 1 bilhão em novos negócios”, comentou.
Realizada desde 1955 para aproximar os produtores rurais e fortalecer o agronegócio, a ExpoLondrina dinamizando as transações comerciais através da disseminação das mais avançadas tecnologias de produção. A edição de 2022 superou as expectativas dos organizadores, recebendo mais de 560 mil pessoas e 26 mil produtores rurais.
Para o prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, a tradicional feira é uma marca forte que ajuda a consolidar a cidade no cenário nacional e internacional. “É o maior evento da nossa cidade e um dos maiores eventos do Brasil, que lota os hotéis e restaurantes, gerando mais de oito mil empregos diretos e indiretos. Além do impacto econômico, ela ajuda a levar o nome da cidade de maneira positiva para todo o mundo”, declarou.
Agricultura
O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) está presenta na ExpoLondrina com a organização da 27ª Via Rural Smart Farm e Eventos. Durante a feira, os profissionais do Instituto estarão em diversas unidades didáticas expositivas, levando novas tecnologias ao público com o propósito de melhorar a renda dos produtores rurais. Também serão realizados seminários, encontros e oficinas.
O IDR-PR também vai apresentar o Programa Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR), que incentiva a geração distribuída de energia elétrica a partir de fontes renováveis, em especial energia solar, biogás e eólica nas propriedades rurais. O objetivo é, além de proteger o meio ambiente, reduzir os custos, contribuindo para elevar a renda do produtores.
BRDE
O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) prepara uma série de assinaturas de novos financiamentos com cooperativas, produtores rurais e empresas, que devem totalizar cerca de R$ 35 milhões em créditos liberados para o setor agrícola. Desde 2019, a instituição financeira aprovou R$ 234 milhões em créditos para financiamentos em Londrina e região, em especial para a agroindústria.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



