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Mycoplasma hyopneumoniae: inovando com vacinas “Cell Free”

A vacinação dos suínos contra o M. hyopneumoniae é um dos principais pilares estratégicos para o controle da doença

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Erico Franco, médico veterinário e assistente Técnico de Suínos da Zoetis

Conhecida há décadas nos sistemas de produção intensiva de suínos, a pneumonia enzoótica dos suínos, causada pelo Mycoplasma hyopneumoniae (M. hyopneumoniae), está presente em quase todos os sistemas de produção intensiva praticados no Brasil. Estima-se que aproximadamente 95% das granjas comerciais brasileiras sejam positivas para M. hyopneumoniae. As exceções são as granjas núcleo, que normalmente eliminam o agente do plantel com maior frequência e, por apresentarem programas de biosseguridade mais rígidos, conseguem manter-se negativas por um período maior.

A pneumonia enzoótica é reconhecida como uma doença crônica que causa prejuízos que merecem atenção especial. Ela, influenza e circovirose suína consolidam as três doenças primárias e endêmicas que afetam a nossa produção.

A alta prevalência dessa doença ainda persiste em nossos plantéis e faz parte da nossa realidade diária. Isso foi muito bem levantado por trabalhos que indicaram achados de lesões pulmonares provocadas pelo M. hyopneumoniae ao abate, com acometimento, em média, de 55,38% dos animais. Granjas positivas para M. hyopneumoniae e sem uma estratégia de controle adequado podem amargar perdas de até 41 gramas no ganho de peso diário por animal, uma redução de 16% na taxa de crescimento e 14% a menos de conversão alimentar.

Além da importante perda de desempenho zootécnico, planteis acometidos pelo M. hyopneumoniae apresentam uma imunossupressão importante; o grave dano causado pelas lesões do epitélio ciliar dos brônquios e bronquíolos facilita a colonização de outros agentes secundários oportunistas.

As coinfecções com Pasteurella multocida foram encontradas em 97,3% dos pulmões com diagnóstico positivo para M. hyopneumoniae. Juntas, as bactérias agravam as extensões das lesões e subtraem desempenho dos animais. Por isso, controlar o M. hyopneumoniae deve ser uma prioridade na estratégia de um programa sanitário de granjas positivas para esse agente.

Outras associações com agentes primários têm demonstrado causarem significativos impactos econômicos nas granjas. Segundo estudo que mensurou a perda por animal na produção norte-americana, o M. hyopneumoniae sozinho seria responsável pela perda de US$ 0,63/animal; já o vírus da influenza (SIV), por US$ 3,23/animal. Em casos de associação M. hyopneumoniae + SIV, esse prejuízo atinge US$ 10,12/animal. O sinergismo entre esses patógenos fica bem evidenciado e o prejuízo é muito grande. O aumento de custo com tratamentos utilizando antibióticos e a perda de receita por queda de desempenho pressionam as margens e afetam os ganhos e a rentabilidade da atividade, portanto os produtores devem estar atentos às mais inovadoras soluções que os ajudem a controlar esse que é um dos principais agentes do complexo das doenças respiratórias dos suínos: Mycoplasma hyopneumoniae.

Vacinação

A vacinação dos suínos contra o M. hyopneumoniae é um dos principais pilares estratégicos para o controle da doença. É fundamental que a vacina, nesse caso, estimule especificamente a resposta imune celular, já que o M. hyopneumoniae parasita a camada mucociliar dos pulmões e essa importante linha de defesa do organismo é o que efetivamente combate esse engenhoso agente, por isso a qualidade de antígenos e adjuvante precisa ser debatida ao se traçarem programas de vacinas para saúde respiratória.

As vacinas inovaram e processos de produção mais modernos direcionam os antígenos importantes para o que realmente deve ser foco ao sistema imune, como pode ser visto no processo de vacinas “Cell Free”.

No caso do M. hyopneumoniae, as proteínas de superfície são as grandes responsáveis pela ancoragem da bactéria ao epitélio ciliar. Essa especificidade de ligação é que torna o M. hyopneumoniae tão eficiente para causar a doença. À medida que o patógeno consegue se ligar de maneira mais eficiente e colonizar o epitélio ciliar, outros desdobramentos ocorrem no epitélio e resultam na doença que caracterizamos e conhecemos como pneumonia enzoótica.

Juntando os pontos: a tecnologia de produção de vacina “Cell Free” separa as proteínas de superfície (antígenos de ancoragem do M. hyopneumoniae) do meio de cultura celular de filtros específicos. A partir desse momento, são obtidos antígenos altamente específicos e purificados para serem incorporados ao adjuvante. Podemos constatar a eficácia da tecnologia “Cell free”, em que a vacina com antígenos de superfície foi capaz de reduzir 40% o número de leitões que apresentaram lesões pulmonares em relação ao controle. Também reduziu a extensão da área lesionada de 12,2% para apenas 3,2% naqueles indivíduos que apresentaram lesão característica de pneumonia enzoótica.

Uma vacina com antígenos de superfície de Mycoplasma hyopneumoniae contendo em sua formulação um adjuvante, que direciona o sistema imune dos suínos para estimular a resposta imune celular, é fundamental para uma proteção robusta e duradoura contra o M. hyopneumoniae. Outros pontos importantes para uma boa vacina é que o adjuvante seja extremamente seguro, que não cause reações adversas, como dor e inchaço no local da aplicação, e seja totalmente absorvido pelo organismo, ou seja, metabolizável. Essas características asseguram uma largada importante para os leitões: proteção de qualidade, específica, duradoura e segura.

Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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