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Suínos

Mycoplasma hyopneumoniae eleva custos da suinocultura em até US$ 10 por animal

Doença reduz ganho de peso e aumenta mortalidade, mas programas de erradicação podem gerar até US$ 7 de ganho por animal e melhorar a competitividade da suinocultura brasileira.

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Fotos: Ari Dias

O Mycoplasma hyopneumoniae (MHP), agente do complexo de doenças respiratórias suínas, é considerado um dos principais desafios sanitários da suinocultura brasileira. Endêmico no país, o patógeno gera prejuízos significativos e também representa uma das maiores oportunidades atuais para elevar o padrão sanitário do rebanho. “O custo econômico de infecções não complicadas de MHP varia de US$ 2 a US$ 5 por cabeça. Quando há associação com outros agentes, como o vírus da Influenza A, o impacto é ainda maior, podendo chegar a US$ 10,12 por animal”, explica o médico-veterinário Giovani Trevisan, doutor em Filosofia, Ciências Populacionais em Saúde Animal e professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Iowa.

Médico-veterinário Giovani Trevisan: “O retorno do investimento acontece após dois meses do início do abate de animais negativos para MHP em programas de fechamento de rebanho ou sete meses com programas terapêuticos” – Foto: Arquivo pessoal

Um estudo citado pelo especialista indica que a infecção isolada por MHP pode causar mortalidade e perda de ganho de peso durante o ciclo produtivo, com custo médio de US$ 0,63 por cabeça. A presença de coinfecções, porém, potencializa os danos e reforça a necessidade de estratégias preventivas mais robustas.

Por outro lado, os benefícios econômicos da eliminação do agente são expressivos. Estimativas indicam ganhos de US$ 7 por animal abatido em rebanhos livres de MHP. “O retorno do investimento acontece após dois meses do início do abate de animais negativos para MHP em programas de fechamento de rebanho ou sete meses com programas terapêuticos”, detalha Trevisan.

A experiência norte-americana tem servido de referência. Com protocolos de erradicação já estabelecidos e vacinas eficazes disponíveis para animais de terminação, os Estados Unidos vêm avançando nessa frente. Atualmente, cerca de duas milhões de matrizes, aproximadamente 30% do rebanho, já estão livres de MHP, e outras granjas seguem o mesmo caminho.

Dados do laboratório de diagnóstico da Iowa State University mostram uma tendência de

redução constante nos casos respiratórios associados ao MHP desde 2020. O relatório SDRS #81 indica queda significativa na porcentagem de confirmações ligadas ao agente, resultado alinhado ao aumento da produção em granjas negativas para a doença.

Segundo Trevisan, o Brasil pode colher os mesmos frutos ao adotar uma política direcionada para erradicação. “Seguindo o exemplo americano, a eliminação do MHP representa uma das grandes oportunidades econômicas e sanitárias para a suinocultura brasileira. Não é apenas uma questão de saúde animal, mas de competitividade no mercado global”, avalia.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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