Suínos
Mycoplasma hyopneumoniae custa até US$ 5 por suíno, indica estudo
Programas de erradicação de micoplasma que exigem o fechamento do rebanho, segundo o especialista, precisam de no mínimo 240 dias para estabilizar as matrizes, permitindo que recuperem a saúde e evitem perdas de pelos.

A eliminação de Mycoplasma hyopneumoniae, uma das principais ameaças à saúde respiratória em suínos, é um desafio que vem sendo enfrentado pelo setor com abordagens inovadoras. Segundo Paul Yeske, médico-veterinário com mais de 30 anos de experiência na área, os avanços no controle do micoplasma são resultado de projetos meticulosamente planejados, novas ferramentas de diagnóstico e estratégias bem estruturadas.
Programas de erradicação de micoplasma que exigem o fechamento do rebanho, segundo o especialista, precisam de no mínimo 240 dias para estabilizar as matrizes, permitindo que recuperem a saúde e evitem perdas de pelos. Ao final deste período, a erradicação pode ser considerada concluída. Paralelamente, programas de vacinação focam na imunização de todo o rebanho, com reforço inicial e aplicações trimestrais, dando ênfase a doses duplicadas para marrãs.
Já os métodos rápidos de controle incluem uso em massa de antibióticos, reforçados por vacinação e ajuste de doses com base no peso corporal das matrizes. “Leitões recebem tratamento específico logo após o nascimento, com novas aplicações aos 14 dias de idade e por até quatro semanas. Após esses cuidados, o desmame ocorre normalmente entre 18 e 21 dias, promovendo a saúde e o controle da infecção nestes animais”, expôs durante sua participação na 22ª edição da PorkExpo, realizada nos dias 23 e 24 de outubro, em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Estudo
Yeske apresentou um estudo sobre eliminação de Mycoplasma hyopneumoniae em que comparou a eficácia dos métodos de fechamento de rebanho e medicação em massa. O fechamento de rebanho, aplicado em 52 granjas com 145.038 mil matrizes, alcançou 86% de negatividade após um ano, enquanto o método de medicação, em 20 unidades de produção com 47.450 mil matrizes, obteve 58%. Além disso, o fechamento manteve uma maior proporção de rebanhos negativos a longo prazo, 76% contra 53%. Em média, rebanhos tratados com fechamento permaneceram livres de Mycoplasma hyopneumoniae por 58 meses, enquanto os tratados com medicação se mantiveram negativos por 52 meses. “Esses resultados indicam que o fechamento de rebanho, apesar de exigir pelo menos 240 dias de interrupção, é mais eficaz na eliminação de micoplasma, especialmente em operações de maior escala. A inclusão de programas de vacinação e medicação reforça ainda mais a estratégia, melhorando a imunidade coletiva e garantindo maior estabilidade do rebanho”, pontuou o especialista.
Custos e benefícios econômicos
A eliminação de Mycoplasma hyopneumoniae também apresenta benefícios econômicos expressivos. Um estudo da Iowa State University revelou que, em um sistema de cinco mil matrizes, o aumento no ganho médio diário, redução de consumo de ração, diminuição na mortalidade e economia em vacinas e antibióticos podem gerar US$ 623 mil ao ano ou US$ 4,99 por animal. “Entre os métodos avaliados, o fechamento de rebanho com o uso de medicamento foi o mais econômico, com custo total de US$ 18.133 e retorno do investimento em apenas 3,3 meses”, ressaltou.
Diagnósticos e ferramentas avançadas
O diagnóstico precoce e preciso é fundamental para o sucesso das estratégias de controle. Yeske destacou que ferramentas como o PCR em tempo real e testes de anticorpos permitem identificar a presença de Mycoplasma hyopneumoniae de forma mais confiável e rápida. “Além disso, a utilização de sequenciamento genético tem melhorado a precisão na detecção e monitoramento da infecção”, frisou.
Erradicação
De acordo com o médico-veterinário, a erradicação eficaz de Mycoplasma hyopneumoniae requer um planejamento robusto, que inclui desinfecção rigorosa e interrupção da produção por pelo menos seis semanas; vacinação reforçada e contínua de todo o rebanho e medicação em massa, acompanhada de monitoramento e controle rigorosos.
Futuro do controle de Mh

Paul Yeske, médico-veterinário com mais de 30 anos de experiência na suinocultura: “Com os avanços atuais, espero que no futuro falemos sobre quando o Mycoplasma costumava estar em suínos” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
O profissional enfatiza que o controle do micoplasma é um processo evolutivo, destacando que as melhorias nas ferramentas de diagnóstico e exposição, aliadas a estratégias de erradicação mais eficientes, estão mudando o cenário da suinocultura. “A batalha pode ser vencida. Com os avanços atuais, espero que no futuro falemos sobre quando o Mycoplasma costumava estar em suínos”, mencionou.
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Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.



