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Suínos / Peixes Aquicultura e Pesca

Mundo pós Covid-19 exigirá excelência na aquacultura

Eficiência é a palavra que define o que devemos seguir, fazer o melhor em todos os sentidos, sem desperdiçar nem sequer oportunidades

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por João Manoel Cordeiro Alves, zootecnista, mestre em Aquicultura e gerente de Produtos para Aquacultura da Guabi Nutrição e Saúde Animal

Fazer previsões é um exercício difícil e arriscado, mas o caminho da aquacultura mundial me parece claro. Cada dia é maior a preocupação com o meio ambiente, com o bem-estar dos animais, com a qualidade do alimento e com a saúde dos consumidores. Eficiência é a palavra que define o que devemos seguir, fazer o melhor em todos os sentidos, sem desperdiçar nem sequer oportunidades.

O novo Coronavírus, que provoca a Covid-19, mudou o mundo. Todas as áreas e todas as pessoas foram afetadas, assim como o fornecimento de pescados para alimentação. Por isso acredito que a aquacultura – produção de organismos aquáticos (peixes, crustáceos, moluscos, algas, etc.) terá um papel ainda mais importante neste novo cenário. As pessoas estão procurando cada vez mais saber da origem dos produtos que consomem, principalmente alimentos.

Apesar de correntes contrárias, os pescados cultivados são mais sustentáveis, baratos, rastreáveis e tão nutritivos quantos os de extrativismo. Sem querer causar alarme, mas os peixes preferidos e oriundos da pesca são os carnívoros, o topo da cadeia alimentar e é no topo que se concentram todos os metais pesados e outros contaminantes cumulativos. Os pescados cultivados são apenas o segundo elo da cadeia alimentar. As rações são feitas com subprodutos da agroindústria: grãos e farelos de grãos (primeiro elo) e subprodutos do abate de animais, principalmente, de aves e suínos (segundo elo).

Atualmente, mais do que nunca, a segurança alimentar é uma pauta relevante. O surgimento do Coronavírus alertou a todos os perigos de alimentos sem origem conhecida, desde os riscos de uma doença tão grave quanto a Covid-19 até diarreias. O consumidor está mais preocupado com a procedência do alimento, seu modo de criação, o bem-estar dos animais e os prejuízos que podem causar tanto para sua saúde como para o meio ambiente. Sem dúvidas, temos um consumidor mais consciente de sua importância na preservação e perenização da vida com qualidade na Terra. Precisamos fazer com que o planeta tenha abundância.

O consumo de pescados tem aumentado consistentemente pelas últimas décadas e aumentou ainda mais conforme a aquacultura foi crescendo, e a aquacultura tem crescido acompanhando o crescimento e a melhoria das rações oferecidas. Atualmente todo aumento de consumo vem da criação de animais aquáticos, a pesca extrativista está estagnada há cerca de 30 anos em torno de 90 milhões de toneladas.

Com a pandemia as redes de bares e restaurantes ficaram fechadas por muito tempo e as pessoas voltaram a comer em casa e preparar as próprias refeições, o que aumentou o consumo de pescados de uma maneira geral e que vai ficar pós Covid-19.

O Brasil é o país do agro, somos responsáveis pela alimentação de boa parte da população do planeta. Além de grãos, estamos entre os maiores produtores e exportadores de proteínas de origem animal. Temos potencial para fazer a aquacultura crescer no mercado doméstico, cujo crescimento de consumo está limitado à oferta, mas temos oportunidades para exportação também. O Brasil exporta pescados oriundos da pesca, mas a produção de pescados cultivados do Brasil é competitiva em muitos mercados e alguns negócios estão sendo fechados, principalmente tilápias e camarão.

No futuro próximo as produções de pescado serão cada vez mais intensivas, menos área e mais animais por metro quadrado, controle de temperatura e outros parâmetros da água, alimentação especializada, sem uso de fármacos ou outros químicos, mais próximas aos centros de consumo, animais melhorados geneticamente, produção o ano todo.

Nestes ambientes muito controlados, as rações passam a ter um papel ainda mais importante. A principal função das rações é fornecer os nutrientes necessários e suficientes para os animais desempenharem suas funções zootécnicas da maneira mais eficiente possível, mas também são veículos de substâncias que melhoram a vida dos animais, ajudam a preservar a qualidade dá água (que vai ser reutilizada no próximo cultivo). O aquicultor moderno deve pensar mais sobre a alimentação que vai usar e conseguir melhores resultados a partir dela.

Digestibilidade

Quanto mais digestível for a ração, menor será a produção de excretas, menor o impacto no ambiente e maior a rentabilidade. O uso de enzimas digestivas exógenas aumenta a digestibilidade dos ingredientes ajudando a manter a qualidade da água em ótimas condições.

Processamento

A digestão é a quebra dos alimentos até que fiquem tão pequenos que possam atravessar a parede do trato digestivo e caiam na corrente circulatória e desempenhem suas funções no corpo.

Nutracêuticos

São substâncias que, além de nutritivas, aumentam a saúde dos animais.

Micotoxinas

São toxinas produzidas por fungos e mofos, debilitam o sistema imune, deixando os animais mais suscetíveis a doenças. São raros os casos de mortalidade por intoxicação, mas os peixes e camarões não crescem bem. Num país tropical como o Brasil deveria ser obrigatório o uso de sequestrantes de micotoxinas.

Saúde intestinal

O aparelho digestivo é a porta de entrada dos nutrientes para o corpo e saúde reflete na saúde dos animais. Há uma incrível população de microrganismos e qualquer desequilíbrio pode afetar o desempenho. O uso de pré e probióticos e aglutinadores de bactérias nocivas é fundamental para a maximizar a eficiência das criações.

Microminerais

Peixes e camarões exigem os mesmos nutrientes (cerca de 45) que os outros animais, além de energia. Proteínas (aminoácidos), gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais, todos devem estar na ração nas proporções corretas para a fase de vida do animal que estamos criando. Na natureza os microminerais são ingeridos como parte dos alimentos naturais dos peixes e camarões, são orgânicos, mas nas rações são adicionados a partir de produtos da mineração e ou reciclagem de materiais, são inorgânicos. Os minerais inorgânicos são muito reativos e reagem entre si e com outros nutrientes, com enzimas, sucos gástricos, causando prejuízos na digestão. Além disso, por serem tão reativos, provocam inflamação no trato gastrintestinal com grande prejuízo para a absorção dos nutrientes. O uso de minerais inorgânicos evita estes problemas, além de mudarem a expressão dos genes (nutrigenômica) que comandam a produção de muco, melhorando a resistência a doenças e parasitas.

Vida de prateleira

Os animais abatidos perdem seus sucos, com isso perdem nutrientes, sabor, suculência, qualidade. A nutrição pode diminuir estas perdas, chamadas de drip loss, através da adição de nutrientes específicos.

Selênio, ômega 3 e outros nutrientes

Muitos nutrientes estão sendo recomendados na nutrição humana para prevenir, por exemplo a doença de Alzheimer com Selênio. Os peixes e camarões têm estes nutrientes, mas podemos aumentar a quantidade sem prejuízo para o desempenho do animal fornecendo ao consumidor um alimento enriquecido.

Desafios

Os peixes passam por desafios ambientais e sanitários durante o cultivo, o uso de manano oligossacarídeos, minerais orgânicos, determinadas vitaminas minimizam os problemas, ajudando o animal a se defender sem uso de antibióticos ou outros fármacos.

São muitas as oportunidades para as rações fazerem mais que apenas alimentar, com uma boa assistência técnica e o uso correto dos alimentos é possível aumentar muito a produção sem aumentar o uso de recursos naturais (área e água) e ainda produzir alimentos de mais segurança para o consumidor. Haverá crescimento de consumo de pescados por mais 25 anos pelo menos.

Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos / Peixes

Brasil conquista dois novos mercados para pescados na Índia

Agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

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Foto: Shutterstock

A missão do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, à Índia em novembro do ano passado segue gerando resultados positivos para o Brasil. Após encontros com Shri Parshottam Rupala, ministro da Pesca, Pecuária e Lácteos da Índia e Kamala V Rao, CEO da Autoridade de Segurança dos Alimentos da Índia, o Brasil obteve, na última sexta-feira (19), a confirmação da abertura de dois novos mercados: pescado de cultivo (aquacultura) e pescado de captura (pesca extrativa).

O anúncio se soma a expansões recentes da pauta agrícola do Brasil para o país asiático. Nos últimos 12 meses, o governo indiano autorizou a importação de açaí em pó e de suco de açaí brasileiros.

Em 2023, a Índia foi o 12º principal destino das exportações agrícolas brasileiras, com vendas de US$ 2,9 bilhões. Açúcar e óleo de soja estiveram entre os produtos mais comercializados.

Segundo o Agrostat (Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro), nos três primeiros meses deste ano, o Brasil exportou mais de 12 mil toneladas de pescado para cerca de 90 países, gerando receitas de US$ 193 milhões. Esse valor mostra um aumento de mais de 160% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 74 milhões.

“Seguimos comprometidos em ampliar a presença dos produtos agrícolas brasileiros nas prateleiras do mundo. Essa estratégia não apenas abre mais oportunidades internacionais para nossos produtos e demonstra a confiança no nosso sistema de controle sanitário, mas também fortalece a economia interna. Com as recentes aberturas comerciais estamos gerando mais empregos e elevando a renda dos produtores brasileiros”, ressaltou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

Com estes novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 30ª abertura comercial internacional apenas neste ano. Nos últimos 16 meses, foram abertos 108 novos mercados em 50 países.

Fonte: Assessoria Mapa
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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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