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Mudança de uso da terra impacta o carbono do solo

Pesquisadores avaliam 39 anos de conversões de uso da terra (pastagem, plantio direto e integração lavoura-pecuária-floresta) no Instituto de Zootecnia, em São Paulo.

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Foto: Sandra Furlan

Um recente estudo feito por pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e da Embrapa Meio Ambiente contribuiu para entender como a mudança do uso da terra impacta os estoques de carbono (C) do solo no Brasil e sua relação com as mudanças climáticas globais. A pesquisa analisou a conversão de floresta (Mata Atlântica) em pastagens não manejadas e, posteriormente, a conversão dessas áreas em lavouras de soja ou em sistemas integrados de lavoura, pecuária e floresta (ILPF). O trabalho se deu no âmbito do projeto “Melhorando o manejo da pastagem como ‘solução baseada na natureza’ para sequestro de carbono no solo”, financiado pela Shell e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Foto: Breno Lobato

Conduzido no Instituto de Zootecnia (IZ), em Nova Odessa, SP, o trabalho revelou que as conversões de floresta para pastagem e de pastagem para usos agrícola ou sistema de integração influenciam o estoque de carbono no solo. Utilizando imagens do Google Earth e análises laboratoriais, pesquisadores observaram impactos ao longo de 39 anos, evidenciando a interferência de efeitos de borda nos fragmentos de floresta e a contribuição dos sistemas conservacionistas para o sequestro de carbono.

De acordo com Rafaela Ferraz Molina, em sua dissertação, a conversão de floresta para pastagem aumentou o carbono orgânico  apenas na superfície do solo, sem mudança abaixo dessa faixa. Cabe mencionar que os fragmentos de Mata Atlântica avaliados na pesquisa tem forte influência antrópica, estando próximos das cidades e sujeitos e eventos de fogo ao longo dos anos, situação comum no Estado de São Paulo.

“Já a mudança de uso da terra de pastagem para o sistema ILPF elevou os estoques de C ao longo do perfil do solo até 1 m de profundidade, indicando boa contribuição para o sequestro de C e colocando o sistema integrado com alternativa no combate ao desafio climático. O ILPF demonstrou taxa média de acúmulo de carbono no solo 5 ton por ha ano. Em contraste, o cultivo de soja em plantio direto manteve o estoque de C do solo sob pastagem, sem ganhos ou perdas”, explica Molina.

O estudo destaca que sistemas conservacionistas, como o ILPF e o plantio direto, são alternativas sustentáveis para a agricultura brasileira. O ILPF favorece o acúmulo do carbono no solo, o que significa retirar CO2 da atmosfera. Atualmente, o Brasil tem 33,5% de seu território ocupado pela agropecuária, setor que contribuiu com 23,8% do PIB nacional em 2023 e 49% das exportações do país.

Especialistas alertam que a mudança do uso da terra foi responsável por 41,4% das emissões totais do setor agropecuário no Brasil. Desde 1750, a concentração de CO₂ na atmosfera aumentou, mas parte desse carbono pode ser capturada pelo solo e pelos oceanos. Estratégias que incentivem a adoção de sistemas sustentáveis são fundamentais para mitigar os impactos ambientais da agropecuária e garantir a produção agrícola a longo prazo.

A dinâmica dos estoques de carbono do solo está diretamente ligada a fatores como clima, tipo de solo e mudança no uso da terra. No Brasil, a conversão de vegetação nativa para pastagem tem sido uma das mudanças mais impactantes. De acordo com o MapBiomas, entre 1985 e 2023, 84,1% das novas áreas de pastagem foram abertas em locais antes cobertos por vegetação nativa.

Foto: Carlos Maurício

Estudos indicam que pastagens manejadas corretamente podem aumentar os estoques de carbono no solo, enquanto pastos degradados tendem a perder esse recurso. A adoção de sistemas integrados, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, tem demonstrado potencial para reverter esse cenário, promovendo a retenção de carbono e a conservação do solo.

Para Sandra Furlan, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coorientadora do estudo, o Sistema de Plantio Direto em grãos também se mostra uma alternativa eficaz para mitigar a perda de carbono, por se tratar de uma prática que não revolve o solo e permite manter ou acumular o carbono estocado. Entre 2006 e 2017, áreas sob este sistema cresceram 84,9%, atingindo 33 milhões de hectares em 2018.

Para incentivar práticas sustentáveis, o Plano ABC+ (2021-2030) visa ampliar o uso de tecnologias agrícolas de baixa emissão de carbono, como a recuperação de pastagens degradadas e a adoção de sistemas agroflorestais. O avanço dessas iniciativas pode garantir um equilíbrio entre a produção agropecuária e a conservação ambiental no Brasil.

Os resultados reforçam o papel das pastagens no armazenamento de carbono no solo, a questão de fragmentos de mata altamente impactados pela ação do homem, e destacam o potencial de sistemas conservacionistas e bem manejados na captura de carbono pelas plantas e estabilização de parte desse C no solo. O estudo indica que sistemas integrados, como o ILPF, podem aumentar a resiliência da agropecuária frente às mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que contribuem para a sustentabilidade da produção agrícola e pecuária.

A equipe de trabalho é formada por Rafaela Ferraz Molina, o orientador Waldssimiler Teixeira de Mattos, a co-orientadora Sandra Furlan Nogueira, dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Zootecnia, Apta/SAA.

Fonte: Assessoria Embrapa Meio Ambiente

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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira

Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

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A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel

Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.

Exemplo

O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.

Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.

A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.

 

Fonte: Assessoria Coopavel
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Copacol reconhece desempenho dos produtores no Experts do Agro

Com participação de 120 produtores, evento premiou melhores resultados regionais e apresentou o próximo desafio: alcançar 500 sacas por alqueire somando soja e milho.

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A dedicação, o conhecimento e a capacidade de inovação dos cooperados foram reconhecidos pela Copacol na cerimônia de premiação do Projeto Experts do Agro. O evento reuniu em Cafelândia agricultores, familiares, técnicos e parceiros que, ao longo nos últimos dois anos, trabalharam com foco em eficiência, sustentabilidade e melhores resultados no campo.

Divido em três regiões (Baixa, Alta e Sudoeste) o Experts do Agro teve a participação de 120 cooperados e cooperadas, que participaram de encontros e treinamentos intensos, com análises de estudos exclusivos do Centro de Pesquisa Agrícola (CPA). O conhecimento obtido por cada um dos agricultores foi aplicado em áreas de cultivo e os melhores resultados tiveram o reconhecimento da Cooperativa.

Fotos: Divulgação/Copacol

Foram premiados os três melhores de cada região. Cada um foi presenteado com uma viagem à Foz do Iguaçu, com hospedagem em resort e direito à um acompanhante. Na região baixa, regional de Nova Aurora, os premiados foram: com 4.304,5 pontos, Sidney Polato de Goioerê André Gustavo, com 4.343,15 pontos e com 4.388,5 pontos Simone Chaves Oenning, de Nova Aurora, que se destacou com o maior resultado da região, com produtividade de 208 sacas por alqueire.

Na região alta, regional de Cafelândia, os vencedores foram: com 4.177,8 pontos, Elton José Müller, de Bom Princípio, Toledo Elci Dalgalo, de Cafelândia, com 4.208,5 pontos e com 4.260 pontos, também de Cafelândia, Marcio Rogério Scartezini, que se destacou com produtividade de 221,6 sacas por alqueire.

Já no Sudoeste, os destaques foram os produtores: com 4.205,4 pontos, Willian Rafael Dallabrida, de Flor da Serra Ricardo Galon, de Salto do Lontra, com 4.630 pontos e com 4.724 pontos, Douglas dos Santos Cavalheiro, de Pérola do Oeste, que colheu 241,9 sacas por alqueire.

Proporcionar ao produtor tecnologia e conhecimento técnico para garantir uma safra com maior produtividade e rentabilidade foi a proposta do Projeto Experts do Agro. No decorrer dos anos, vários desafios foram lançados aos cooperados e superados pelos participantes: Projeto 160, Produtividade com Qualidade Soja + Milho 440 e Excelência 460.

A partir de 2026, os cooperados serão desafiados a participar do Projeto Safra 500: total de sacas de milho soja por alqueire. “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo. Agora, temos pela frente um novo desafio, que também será alcançado com o desenvolvimento de estudos que auxiliam os produtores”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.

Destaque

Diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol: “Evoluímos muito no decorrer das seis décadas de atuação da Copacol e com as pesquisas realizadas avançamos de maneira rápidas. Tivemos elevadas produtividades graças a essa aplicação de tecnologias no campo”

Com a maior produtividade entre todos os participantes do Projeto Experts do Agro, Douglas Cavalheiro aplicou na propriedade todo o conhecimento obtido nos treinamentos. O resultado superou as expectativas do cooperado do Sudoeste paranaense, onde a Copacol está expandindo a atuação nos últimos anos.

“A Copacol tem feito a diferença em nossas vidas. No Sudoeste não tínhamos oportunidades de nos capacitar, de buscar crescimento. Com a chegada da Cooperativa, estamos evoluindo a cada ano em produtividade, em conhecimento técnico e inovação, e por meio do CPA temos à disposição o que há de mais avançado para produzir. Estou feliz não só pelo prêmio, mas pela presença da Cooperativa em nossa região”, comemora o campeão de produtividade.

Atrações

Além da premiação dos cooperados, o encerramento do Experts do Agro contou um panorama amplo do mercado atual de grãos, com Ismael Menezes, especialista em economia e mercado agrícola, com mais de 20 anos de experiência no setor do agro. Duante a cerimônia, o gerente técnico, João Maurício Roy, e o supervisor do CPA, Vanei Tonini, apresentaram um resumo da safra, o desempenho elevado da Cooperativa na comparação com as demais áreas agrícolas e os avanços alcançados pelos participantes do Experts do Agro ao longo dos últimos dois anos.

“Conseguimos traduzir os resultados de pesquisas do CPA em informações que chegam lá no campo. Foram dois anos de troca de experiências com êxito. Encerramos em grande estilo reconhecendo os produtores que mais se destacaram nos manejos e na aplicação das tecnologias. Com produtividade 30% maior que a média geral da Cooperativa, finalizamos com sucesso o Experts do Agro”, exalta João.

Critérios de avaliação

Além da boa produtividade no Experts do Agro, os produtores premiados se destacaram também na boa condução dos manejos, como: Incremento de produtividade em relação à média da unidade em sacas por alqueire qualidade estrutural do solo cobertura do solo com consórcio milho + braquiária, cobertura pré-trigo cobertura após o milho segunda safra manejo de buva e participação nos encontros dos Experts do Agro.

Fonte: Assessoria Copacol
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Nova edição de Nutrição & Saúde Animal destaca avanços que moldam o futuro das proteínas animais

Conteúdos exclusivos abordam soluções nutricionais que ampliam índices produtivos e fortalecem a sanidade de aves, suínos, peixes e ruminantes.

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A nova edição do Jornal Nutrição e Saúde Animal, produzida por O Presente Rural, já está disponível na versão digital e reúne uma ampla cobertura técnica sobre os principais desafios e avanços da produção animal no Brasil. A publicação traz análises, pesquisas, tendências e orientações práticas voltadas aos setores de aves, suínos, peixes e ruminantes.

Entre os destaques, o jornal aborda a importância da gestão de micotoxinas na nutrição animal, tema discutido no contexto da melhoria da eficiência dos rebanhos . A edição também traz conteúdos sobre o uso de enzimas e leveduras e o papel dessas tecnologias na otimização de dietas e no desempenho zootécnico .

Outro ponto central são os avanços na qualificação de técnicos e multiplicadores, essenciais para promover o bem-estar animal e disseminar práticas modernas dentro das granjas . O jornal destaca ainda o impacto estratégico dos aminoácidos na nutrição, além de trazer uma análise sobre conversão alimentar, tema fundamental para a competitividade da agroindústria .

Os leitores encontram também reportagens sobre o uso de pré-bióticos, ferramentas de prevenção contra Salmonella, estudos sobre distúrbios de termorregulação em sistemas produtivos e avaliações sobre os efeitos da crescente pressão regulatória e tributária sobre o setor de proteína animal .

A edição traz ainda artigos sobre manejo, probióticos, qualidade de ovos, doenças respiratórias em animais de produção e desafios sanitários relacionados a patógenos avícolas, temas abordados por especialistas e instituições de referência no país .

Com linguagem acessível e foco técnico, o jornal reforça seu papel como fonte de atualização para produtores, gestores, consultores, médicos-veterinários e demais profissionais da cadeia produtiva.

A versão digital já está disponível no site de O Presente Rural, com acesso gratuito para leitura completa, clique aqui.

Fonte: O Presente Rural
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