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Monitoramento molecular: a chave para o controle das doenças virais na avicultura

Desenvolvimento contínuo de vacinas e o aprimoramento do diagnóstico molecular são fundamentais para a sustentabilidade da avicultura brasileira.

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Foto: Shutterstock

A avicultura brasileira enfrenta grandes desafios em função de doenças infecciosas que comprometem de forma persistente a saúde das aves e, consequentemente, a segurança sanitária da cadeia avícola. Entre as principais ameaças estão o Reovírus, a Bronquite Infecciosa (IBV) e a Doença de Gumboro (IBDV). A importância do monitoramento molecular para o controle dessas enfermidades foi tratada pelo biólogo e doutor em Genética, Jorge Marchesi, durante o 15º Encontro Mercolab de Avicultura, realizado em setembro na cidade de Cascavel, no Oeste do Paraná.

Com uma ampla diversidade genética, o especialista enfatizou que a variabilidade do Reovírus está associada a problemas como artrite viral e a síndrome da má absorção, gerando impactos expressivos no desempenho produtivo das aves. Para identificar a cepa do vírus, Marchesi citou a importância de fazer a tipificação molecular do Reovírus utilizando o gene sigma para diferenciar as cepas vacinais das cepas de campo. “Compreender as nuances genéticas do Reovírus é muito importante para o desenvolvimento de estratégias de prevenção e controle para minimizar os danos causados por essas infecções, bem como permite que tenhamos uma resposta mais eficaz para o manejo da doença”, salientou.

O doutor em Genética destacou que a associação dos diferentes Reovírus com infecções por Escherichia coli (E. coli), especificamente a Escherichia coli patogênica aviar (APEC), agrava o quadro clínico das aves afetadas. “Essa interação pode resultar em complicações adicionais, dificultando ainda mais o manejo sanitário nos plantéis”, reforça.

Bronquite Infecciosa

Em relação à linhagem GI-23 da Bronquite Infecciosa (IBV), Marchesi destacou a complexidade do cenário viral no Brasil. Caracterizada por uma alta diversidade genética, a GI-23 representa um dos maiores desafios para os programas de vacinação no país. “As cepas brasileiras do IBV continuam a ser um problema persistente para os avicultores, exigindo um monitoramento constante para rápida tomada de decisões, uma vez que muitas das cepas possuem características que escapam da imunidade conferida pelas vacinas, situação que traz implicações diretas na saúde das aves, contribuindo para o surgimento de lesões graves nas traqueias e rins”, pontua.

O monitoramento contínuo das cepas de IBV é uma das principais estratégias de controle da doença defendidas por Marchesi. Segundo ele, o acompanhamento sistemático não apenas fornece dados para a adaptação dos programas vacinais, como também ajuda na tomada de decisões para prevenir surtos e minimizar os impactos econômicos associados à Bronquite Infecciosa. “Diante desses desafios, o setor deve estar atento à evolução do vírus e disposto a ajustar suas abordagens de manejo sanitário para garantir a saúde das aves”, frisa.

Doença Infecciosa da Bursa

Outra patogenicidade tratada pelo especialista foi a Doença Infecciosa da Bursa, causada pelo IBDV (vírus da Doença de Gumboro). Classificado em genogrupos com alta diversidade genética, o vírus está amplamente distribuído no Brasil. “Essa variabilidade genética torna o vírus um desafio para o manejo sanitário, especialmente em relação ao impacto no desempenho dos lotes contaminados”, expõe.

A coinfecção com o vírus da Bronquite Infecciosa agrava ainda mais a situação, pois reduz a resposta imunológica das aves afetadas. “Essa combinação de infecções pode comprometer gravemente as aves, levando a grandes perdas produtivas e econômicas”, ressalta.

Estudos indicam que o IBDV G4, além de afetar o desempenho dos lotes, também interfere na imunidade materna das aves jovens, colocando em risco a saúde de todo o lote. “O que requer um controle rigoroso dos lotes, busca por vacinas mais eficientes para minimizar perdas produtivas e monitoramento da

Biólogo e doutor em Genética, Jorge Marchesi: “Temos que conhecer o que está acontecendo dentro dos aviários para poder combater os patógenos de forma assertiva” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

s cepas de IBDV para tomada de decisões mais assertivas”, reforça.

Uso de ferramentas moleculares

Marchesi frisou que um maior controle dessas doenças está na ampliação do uso de ferramentas moleculares, como o PCR, para monitoramento mais preciso e rápido, além da necessidade de atualizar constantemente os programas vacinais em resposta à evolução genética dos patógenos. “O desenvolvimento contínuo de vacinas e o aprimoramento do diagnóstico molecular são fundamentais para a sustentabilidade da avicultura brasileira”, salientou. “Temos que conhecer o que está acontecendo dentro dos aviários para poder combater os patógenos de forma assertiva. Hoje existem diversas metodologias disponíveis e com um custo acessível para gerar informação para que, a partir destas informações coletadas, possamos tomar decisões que colaboram e contribuem para reduzirmos cada vez a presença destes vírus nas unidades de produção”, complementou.

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Fonte: O Presente Rural

Avicultura Apresentado na EuroTier 2024

Sistema de vacinação automatizado consegue imunizar até 2,8 mil aves por hora

Tecnologia combina IA com tecnologias de medição 3D para vacinar aves de maneira totalmente autônoma, custos reduzidos, melhorando o bem-estar animal e aumentando a qualidade e consistência da vacinação.

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Foto: Divulgação/Agri-AT

A inteligência artificial (IA) está se consolidando como uma ferramenta de grande importância na avicultura, trazendo uma nova era de precisão e eficiência. Na EuroTier 2024, esse avanço tecnológico foi o centro das atenções em uma série de seminários que discutiram o impacto da IA ​​no setor.

Gerente de produção da Agri-AT, Johannes Grafe: “A automação da vacinação, além de reduzir custos e aumentar a confiabilidade, torna um modelo de tecnologia sustentável na avicultura” – Foto: Selmar Marquesin/OP Rural

Desde sistemas automatizados de alimentação até o monitoramento de bem-estar animal, a IA permite que os produtores acompanhem cada etapa do ciclo produtivo com um nível de controle de alta precisão.

Entre as inovações, a automação da vacinação de aves está sendo celebrada como um marco. Esse processo, que historicamente depende de mão de obra intensiva e suscetível a erros, agora pode ser realizado com extrema precisão e agilidade por sistemas automatizados. Um dos grandes destaques da feira é o Vaccybot, robô desenvolvido pela Agri-AT, que combina IA com tecnologias de medição 3D para vacinar aves de maneira totalmente autônoma, custos reduzidos, melhorando o bem-estar animal e aumentando a qualidade e consistência da vacinação. Tecnologia foi premiada com medalha de ouro no Prêmio de Inovação EuroTier 2024.

Presidente da DLG, Hubertus Paetow (à esquerda), entrega o Prêmio de Inovação EnergyDecentral em Ouro a Christian Große Brinkhaus, gerente de produto (ao centro) e Jörg Hurlin, diretor administrativo (à direita) da Agri Advanced Technologies GmbH – Foto: DLG/T Jaworr

Eficiência e precisão

Graças à tecnologia de ponta, o sistema de vacinação automatizado consegue imunizar até 2,8 mil aves por hora, aplicando as vacinas com precisão no peito e ajustando a força de aplicação conforme o tamanho de cada ave. O robô utiliza câmeras e algoritmos avançados que criam uma dupla digital da ave, identificando os pontos exatos para a aplicação da vacina.

Benefícios e sustentabilidade no processo avícola

O robô de vacinação também oferece outros benefícios, como uma economia de até 76% no tempo de trabalho e a redução do estresse animal, ao integrar a pesagem, triagem e vacinação em um único processo. “Com um design compacto e fácil de transportar entre diferentes celeiros, o sistema garante um padrão elevado de higiene e segurança”, frisa o gerente de produção da Agri-AT, Johannes Grafe, acrescentando: “A automação da vacinação, além de reduzir custos e aumentar a confiabilidade, torna um modelo de tecnologia sustentável na avicultura, promovendo práticas mais eficientes e humanizadas”.

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura Apresentada na EuroTier 2024

Tecnologia traz solução sustentável para detecção precoce de sexo in-ovo

Tecnologia utiliza um método não invasivo e puramente óptico para identificar o sexo dos embriões de galinha já nos primeiros dias de incubação

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Foto: Divulgação/Omegga

Na avicultura de postura, o abate de pintinhos machos é uma prática comum e controversa. Para mudar esse cenário, o uso da inteligência artificial (IA) desponta como uma solução inovadora e sustentável, capaz de eliminar ou reduzir despesas e promover ganhos econômicos e de bem-estar animal.

Prêmio : Presidente da DLG, Hubertus Paetow (à direita) e o presidente da Comissão de Inovação da DLG, Heinz Bernhardt (à esquerda), entregaram o Prêmio de Inovação EuroTier em prata para Clara Kaufhold e Katharina Hesseler da Omegga GmbH pelo sistema de detecção de sexo Omegga One – Foto DLG/T. Jaworr

A Omegga GmbH, empresa alemã de tecnologia para o setor avícola, desenvolveu um sistema de sexagem in-ovo com espectroscopia e aprendizado de máquina, ganhador da medalha de prata no Prêmio de Inovação EuroTier 2024.

A tecnologia utiliza um método não invasivo e puramente óptico para identificar o sexo dos embriões de galinha já nos primeiros dias de incubação. Um braço de medição integrado à infraestrutura do incubatório examina os ovos periodicamente, entre o terceiro e o sexto dia de incubação.

Através da transmissão de luz visível, os dados são coletados e enviados para a nuvem, onde são analisados ​​por algoritmos de IA. Com isso, o sistema pode identificar ovos machos e inviáveis ​​com precisão até o sétimo dia, possibilitando a separação dos ovos antes do desenvolvimento sensorial dos embriões e eliminando o sofrimento dos pintinhos.

Clara Kaufhold exibe orgulhosa a medalha conquistada na EuroTier 2024 pelo desenvolvimento do sistema de detecção de sexo in-ovo – Foto: Selmar Marquesin/OP Rural 

A sexagem in-ovo também oferece benefícios econômicos. Ao identificar e separar precocemente os ovos machos e inviáveis, a tecnologia libera mais de 50% do espaço nas incubadoras, reduzindo custos operacionais. “Os ovos descartados ganham um novo destino ao serem redirecionados para a produção de cosméticos, medicamentos e ração animal, gerando uma fonte de receita secundária para os produtores”, evidencia Clara Kaufhold, da Omegga GmbH.

A solução da Omegga será testada em larga escala em incubatórias pilotos em 2024 e deverá chegar ao mercado alemão em 2025, sinalizando uma mudança nas práticas da avicultura em resposta às demandas do consumidor e às novas regulamentações.

Fonte: O Presente Rural
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Avicultura A 10 dias do evento

Conbrasfran 2024 tem últimas vagas abertas

Asgav vai reunir líderes da avicultura brasileira de 25 a 27 de novembro, em Gramado (RS).

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Presidente executivo da Asgav e organizador da Conbrasfran 2024, José Eduardo dos Santos: "A Conbrasfran é uma forma de trocar ideias, porque vamos falar de tudo" - Foto: Divulgação/Asgav

As expectativas para a Conbrasfran 2024, a Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango, são grandes. A 10 dias do evento, as salas estão cheias e são poucas as vagas disponíveis. Cerca de 20 agroindústrias e outras 17 empresas já marcaram presença. O encontro promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), vai ser realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, Hotel Master, em Gramado, na serra gaúcha, e reúne as principais lideranças da cadeia produtiva.

“A programação inicia no dia 25 de novembro, a partir das 18h30, com a cerimônia oficial de abertura da Conbrasfran e logo após contará com uma apresentação do Governador em exercício do Estado do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, que vai abordar a nossa experiência com os desafios que este ano nos trouxe, como as enchentes e depois o caso isolado da Doença de Newcastle, e os esforços na retomada”, disse o presidente executivo da Asgav e organizador da Conbrasfran 2024, José Eduardo dos Santos.

A iniciativa é direcionada às lideranças de diferentes elos da cadeia produtiva, desde o segmento de genética avícola, passando por fornecedores de equipamentos, embalagens, nutrição e saúde animal, entre outros setores, até a indústria produtora de carne de frango. Com debatedores de todo o país, o encontro vai discutir os desafios, as oportunidades da produção, da industrialização e da comercialização de carne de frango, apresentando tecnologias e inovações capazes de impactar a avicultura do futuro e cases de sucesso.

Santos destaca que ações como a Conbrasfran são muito importantes, já que proporcionam qualificação, colaboração entre as empresas e networking, além de um ambiente favorável aos negócios. “A Conbrasfran 2024 absorveu os diversos eventos promovidos pela Asgav ao longo do ano na programação matutina. Assim, ele virou um grande evento para a avicultura de corte. E também é uma forma de trocar ideias, porque vamos falar de tudo”, pontuou o executivo.

Ele estima um público de 500 participantes e salienta que são poucas as vagas disponíveis.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível aqui.

Outras informações sobre a Conbrasfran 2024 podem ser obtidas no site do evento, pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro (@conbrasfran).

Apoio
Algumas das empresas mais importantes do setor patrocinam a Conbrasfran 2024, como o patrocínio Ouro da Cobb-Vantress, da Cumberland Agromarau e da Toledo do Brasil. A Seara e a Vaccinar confirmaram apoio na categoria Prata. E o patrocínio Bronze tem a confirmação de empresas como FS Nutrição Animal, Hipra, Phibro e Wilson,Sons. Entre os expositores, estão a Organização Avícola do RS (Asgav/Sipargs), Cumberland Agromarau, Toledo do Brasil, Vaccinar, Avioeste, Cleantec, Equitec, Importherm, Lumac, Mercolab, Supravel, Resistex, Tectron, Agrosys e Sulforte.

Das agroindústrias, estão confirmadas Agroaraçá Alimentos, Agrosul, Aurora Coop, Ave Serra, Bom Frango, BRF, Carrer, Frigorífico Chesini, Dália Alimentos, Leve Quintal Abate de Aves, Languiru, Mais Frango, Granja Menegon, Minuano, Nutrifrango, Piovesan, Saziare/Granja Caravajio, Seara, Vibra e Somave Alimentos. Outras indústrias e instituições avícolas de outros estados também devem enviar representantes para o evento.

Fonte: Assessoria Asgav
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