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Momento é de o produtor cuidar da fazenda, afirma pesquisador da Embrapa Gado de Leite

Para Glauco Carvalho, momento exige que o produtor de leite contenha gastos dentro da fazenda e reveja gestão; mercado pós covid-19 ainda é incerto

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 Quando a pecuária de leite no Brasil ensaiava uma ligeira recuperação, surgiu o novo coronavírus e tudo mudou de repente. As perspectivas para o setor, segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Glauco Carvalho, não são muito diferentes do resto da economia: “É difícil prever o que irá acontecer, pois não sabemos nem quanto tempo deve durar esse contexto, mas a expectativa é de retração”.

Os analistas não acreditam que a crise terminará tão de repente quanto surgiu. “Deve ocorrer um longo período de desconforto, com as pessoas evitando aglomerações e a retomada será lenta”, diz Carvalho, que acredita em “fissuras” no comércio global, com Estados Unidos e China aumentando a polarização e cada país olhando para os próprios problemas domésticos. “Não sairemos desta crise sem sequelas”, declara.

O setor leiteiro já vinha sofrendo desde 2013 com o cenário econômico ruim. A produção brasileira andou praticamente de lado nos últimos anos e 2020 iniciou com baixo crescimento devido à seca na região Sul do país, com a piora na rentabilidade dos produtores. “Começamos agora a entressafra, que prometia melhores ganhos aos produtores, mas toda a cadeia produtiva terá de se ajustar ao novo cenário”, avalia Carvalho. Ainda segundo o pesquisador, é provável que haja um recuo na produção, o que ajuda a estabelecer um piso nos preços do leite.

Segundo relatório da Embrapa Gado de Leite, há pelo menos quatro impactos na cadeia do leite neste momento de pandemia. O primeiro é o efeito pânico, que levou o consumidor de forma desenfreada às compras para garantir estoques de alimentos. “Houve incremento na demanda por lácteos com maior vida de prateleira, como o leite UHT e o leite em pó, que apresentaram maior volume de vendas e elevação de preços. Superado o pânico, as compras voltaram a ocorrer de forma mais regular. A pressão de demanda recuou, houve ligeiro aumento dos estoques e os preços perderam força”, explica Carvalho.

O segundo ponto é o fechamento de canais de food service (alimentação fora do lar), prejudicando a venda de queijos e outros refrigerados. “Laticínios dependentes deste canal e empresas e cooperativas que atuam na captação, mas não na fabricação de lácteos, aumentaram a ofertar de leite no spot (venda entre empresas), provocando expressiva queda nos preços do leite cru neste mercado”, diz. Outro ponto é quanto a queda do PIB e a redução da renda da população, que parece ser o mais preocupante e menos previsível dos choques, podendo deixar sequelas por um longo período. “O impacto será maior conforme a duração da pandemia. Se for curta há possibilidade de recuperação. Caso contrário, o horizonte ficará mais sombrio”, avalia.

O último impacto refere-se à consolidação setorial, na produção primária e na indústria. “É um processo que já vem ocorrendo no Brasil, mas dependendo da duração da pandemia pode se acelerar. Laticínios e produtores com dificuldades operacionais e financeiras podem deixar a atividade. É importante neste momento uma gestão refinada, com corte de gastos, descarte de animais menos produtivos e muito diálogo com os fornecedores e clientes. Todos estão no mesmo barco”, comenta Carvalho.

Preços baixos, custo alto

De acordo com o relatório da Embrapa Gado de Leite, o preço de leite ao produtor registrou alta de 1% em abril, fechando a R$ 1,45/litro. Na comparação com abril de 2019, o valor foi 2,7% inferior. Além disso, a relação de troca continua pior que a observada no ano passado. Em abril deste ano foram necessários 47,6 litros de leite para aquisição de 60 kg de mistura. Em abril/2019 esse valor era de 32,7 litros. “Essa relação do preço do leite com o preço do concentrado piorou muito e tem afetado a rentabilidade do produtor nesse momento”, comenta o pesquisador. Ele diz que uma grande preocupação dos produtores está atrelada ao custo de produção e a conseguir gerenciar este custo. “Temos um cenário desafiador”, afirma.

Já no varejo, os preços de leite e derivados apresentaram alta de 3,8% no mês. Destaque para o leite UHT, que teve alta de 9,59%. Já o queijo caiu 1,48%. Na comparação com o mesmo mês de 2019, o preço do UHT está 13,36% maior, enquanto o do queijo está 4,08% menor.

As oportunidades frente à Covid-19

Carvalho destaca que mesmo neste momento de dificuldade, sempre existem oportunidades que podem ser aproveitadas pelo pecuarista. “Hoje, os produtores de leite vão ter que olhar para dentro da propriedade. O momento exige um acompanhamento de custo feito de forma muito detalhada”, diz. Outra oportunidade hoje que pode ser observada é quanto ao mercado de carne bovina, que continua bastante aquecido. “Existe a possibilidade de o produtor justamente descartar animais. Ele pode direcionar alguns animais para o abate, e isso gera caixa e diminui custos”, observa.

O momento também é oportuno para o produtor olhar para dentro da propriedade na questão de biosseguridade e, a partir disso, conseguir uma melhor qualidade do leite e segurança de alimentos. “O produtor pode aproveitar o momento e internalizar conceitos, mas também planejar melhor a estrutura dentro da fazenda, seja na parte de maquinários, funcionário, para ver se ele consegue uma maior produtividade, melhor mão de obra e ter mais capital investido”, afirma.

Para Carvalho, a oportunidade hoje está muito mais em o produtor olhar para dentro e ver onde ele pode cortar custos, onde pode buscar para produzir com qualidade superior e ter uma bonificação maior. Além disso, de acordo com o pesquisador, é uma boa ocasião para o produtor fazer contrato com os laticínios. “É um momento de o produtor estreitar o relacionamento com a empresa que coleta o leite, tentar fazer alguma forma de contrato. É o momento para ele criar algo rentável”, declara.

Mudanças nos hábitos de consumo de alimentos

Entre os consumidores, o efeito imediato da crise, desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a pandemia, foi de correria às padarias e supermercados. É o que Carvalho chama de “efeito pânico”, com as pessoas comprando produtos estocáveis, como o leite UHT e leite em pó. Os preços desses produtos tiveram um aumento, mas, na medida em que a população percebeu que o abastecimento não seria comprometido, as compras voltaram ao normal, com os preços se estabilizando e, posteriormente, recuando. A pandemia teve como consequência uma radical mudança nos hábitos do consumidor, atingindo em cheio os food services (restaurantes, pizzarias, lanchonetes, food trucks). Segundo o pesquisador, os produtos que mais perderam com isso foram os queijos e outros lácteos refrigerados.

O que preocupa os economistas é uma terceira onda: a queda no poder aquisitivo da população, que tem efeito direto no consumo de produtos com maior valor agregado (queijos, iogurtes, leite fermentado). Mas, para Carvalho, dados históricos mostram que quando a renda cai, o consumo de produtos lácteos cai em menor proporção. “A maioria dos produtos lácteos é inelástico à renda”, explica.

Ainda assim, na visão do pesquisador, “a terceira onda” pode ser muito prejudicial ao setor e terá como consequência uma reorganização da cadeia, com a redução do número de produtores e laticínios maiores absorvendo os menores. “Haverá uma maior concentração”, explica, “produtores podem sair do mercado, com os mais estabilizados ocupando o espaço deixado, o que já vem ocorrendo de forma natural nas últimas décadas, mas que deve se intensificar”. No entanto, Carvalho aposta na mudança de hábitos do consumidor como uma das consequências da pandemia. “Estamos verificando que as pessoas estão mudando o estilo de vida, consumindo alimentos mais saudáveis e investindo mais na saúde. É a crise nos ensinando”, observa.

Impactos mundiais

No entender dos especialistas, o mercado global também passará por sensíveis mudanças e grandes exportadores como Austrália, Nova Zelândia e Uruguai podem sofrer importantes impactos com o recuo do comércio. Existem riscos de revés na globalização e na abertura de mercados, com a economia mundial encolhendo. Analistas internacionais apontam uma queda de 3% do PIB mundial e no Brasil já se fala em um tombo de até 5%. “Nunca tivemos uma queda tão grande”, frisa Carvalho. “Nossa pior queda foi de 3,5% do PIB, na crise do segundo governo da Dilma; mas a crise atual é diferente e os mecanismos tradicionais de política econômica têm efeito limitado. A duração da pandemia e do isolamento social vai nortear o real impacto econômico”, diz.

A vantagem do Brasil, neste momento, é que o país tem uma população grande e disponibilidade de insumos produtivos. Outro ponto importante é que, na pandemia, a indústria de alimentos sofre menos, já que não pode haver uma paralisação (lockdown) da produção agrícola (as pessoas precisam se alimentar).

Corte de custos e recuperação lenta

Houve também uma redução no preço de alguns insumos da cadeia do leite como o milho e o farelo de soja, embora ainda sigam com valores historicamente altos. Um conselho dado pelo especialista aos produtores é que eles cortem custos. “Sempre há gorduras para cortar”, ressalta Carvalho. A pecuária de leite tem como característica uma recuperação lenta. O rebanho que for reduzido hoje para se adaptar à nova realidade de mercado pode demorar até quatro anos para ser recomposto. Planejamento, organização e cuidados com a própria saúde é o que recomenda o cientista.

Em geral, observa Carvalho, a pecuária leiteira está fazendo o dever de casa. Comparado com outros países, como Alemanha e Estados Unidos, o Brasil está indo bem nestes primeiros meses de pandemia. “Nós, diferente destes países, dependemos basicamente do consumo interno. Se olharmos a dinâmica do nosso mercado, o principal produto é o leite UHT, que tem uma vida de prateleira longa, que é positivo. Mas esta não é a realidade de outros países. Nos EUA, por exemplo, o principal produto deles é o leite pasteurizado, que possui uma vida de prateleira menor”, conta.

O pesquisador diz que a cadeia do leite brasileira conseguiu se organizar bem. “A cadeia conseguiu ir muito bem nesse início de pandemia. Porém, a grande dúvida é: como vai ficar o consumo dentro dos próximos dois ou três meses?” questiona.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de  ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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