Conectado com
VOZ DO COOP

Notícias Segundo especialista

Momento do agronegócio é extraordinário, mas exige cautela

Combinação de alguns fatores contribuiu, de forma decisiva, para que o setor venha se sustentando com resultados históricos

Publicado em

em

Divulgação

Apesar da recessão mundial e dos desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, o agronegócio brasileiro passa por um momento positivo, com demanda e preços aquecidos. As perspectivas favoráveis devem se sustentar ao longo de 2021, quando se espera a recuperação da economia mundial e a retomada do crescimento. Apesar dos bons ventos, a recomendação é de cautela, principalmente no que diz respeito a investimentos que demandem desembolsos significativos por parte do produtor rural. As projeções foram apresentadas pelo especialista em agronegócio, Alexandre Mendonça de Barros, em transmissão ao vivo promovida pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, Secretarias Estaduais de Desenvolvimento Sustentável e Economia e o Sistema Ocepar, na quarta-feira (02).

Ao longo da apresentação, Mendonça de Barros apontou que 2020 tem sido extraordinário ao agronegócio brasileiro, com projeções de um salto do setor. Nos últimos quatro anos, os rendimentos agropecuários giraram em torno dos R$ 500 bilhões por temporada, mas as perspectivas são de que este volume chegue ao fim deste ano na casa dos R$ 625 bilhões – o que configuraria um aumento de 25%. Se a safra 2020/21 transcorrer em condições ideais, a renda agropecuária pode fechar 2021 perto dos R$ 700 bilhões, conforme as projeções do especialista.

“Neste ano, [teremos] um salto extraordinário e sem precedentes”, resumiu Mendonça de Barros. “Mesmo diante de uma pandemia e problemas de recuperação econômica mundial, nós vivemos um momento extraordinário”, acrescentou.

O caso do agronegócio brasileiro, no entanto, é considerado uma exceção por Mendonça de Barros. O especialista aponta que a combinação de alguns fatores contribuiu, de forma decisiva, para que o setor venha se sustentando com resultados históricos. No plano global, a pandemia aqueceu a demanda mundial por commodities agrícolas, sustentando os preços. O mercado de proteínas também se manteve em alta, principalmente pelo maior apetite de China, que ao longo de 2019 enfrentou um surto de Peste Suína Africana, que dizimou parte significativa do rebanho.

Taxa de câmbio favorável

No âmbito internacional, a taxa de câmbio também acabou por beneficiar o setor agropecuário brasileiro. Ainda que algumas commodities tenham sofrido, em momentos específicos, queda nos preços nominais, a alta do dólar garantiu os rendimentos dos produtores rurais brasileiros. “A depreciação fortíssima do real segurou os preços dos produtos exportáveis, principalmente da soja”, ressaltou o especialista. “A depreciação do real também tornou a logística brasileira mais barata. O país ficou extremamente competitivo internacionalmente”, acrescentou.

Esse bom momento beneficiou praticamente todas as cadeias produtivas. Além do excelente cenário registrado no mercado de grãos, o setor de proteína animal – suinocultura, avicultura e bovinocultura – também foi impactado positivamente. Além disso, a maior demanda por combustíveis se converteu em oportunidades para o setor sucroenergético.

Auxílio emergencial

No mercado interno, o auxílio emergencial pago pelo governo federal a trabalhadores informais, microempreendedores individuais, autônomos e desempregados teve papel decisivo. Essa injeção de dinheiro – cinco parcelas de R$ 600 e mais quatro de R$ 300 nos últimos meses de 2020 – manteve o aquecimento da economia, contribuindo de forma decisiva para o aquecimento dos preços internos, mesmo ante a crise mundial.

“O voucher [auxílio emergencial] foi uma virada extraordinária. Começou a entrar dinheiro na economia brasileira, um volume sem precedente de renda. Muitas famílias, principalmente em áreas mais pobres, passaram a receber R$ 1,2 mil, até mesmo R$ 1,8 mil”, disse Mendonça de Barros. “Nós vamos ter, pelo menos até o final do ano, uma injeção de renda, um poder de consumo muito agressivo que permite pagar os preços altos, que por tabela se reflete em renda agrícola elevada ao produtor”, observou.

O setor de lácteos, por ser em sua maioria voltado para o mercado interno, é um bom termômetro, na avaliação de Barros, para analisar a capacidade de repasse do aumento dos preços dos produtos do agronegócio ao varejo. “Não achava que teria uma transferência de preços dos lácteos por causa da crise, mas estamos vendo esse segmento subindo de forma importante. Acredito que enquanto durar o voucher (do governo), esse cenário vai seguir”, avaliou.

Cautela

Mendonça de Barros projeta que, ao longo de 2021, se observe a recuperação da economia internacional, o que deve manter o cenário favorável para o agronegócio brasileiro. Com a retomada do crescimento, a expectativa é de que a demanda por produtos agropecuários continue aquecida, sustentando os preços agropecuários em alta. Além disso, o especialista destacou que os preços internacionais das commodities já estão em movimento de alta.

Apesar disso, o fim do auxílio emergencial a partir de 2021 provoca um cenário de incertezas, principalmente porque não é possível garantir que o mercado interno se mantenha tão aquecido. Por isso, Mendonça de Barros recomenda cautela ao produtor rural.

“A corda está esticada em um limite que ninguém imaginaria. Mas isso não é sustentável. É bom entendermos que somos uma anomalia no mundo em relação a preços agropecuários. E anomalias não duram para sempre”, disse o especialista. “Não é uma boa hora para fazermos investimentos exagerados em ativos caros. É um excepcional momento de capitalização. [O ano de] 2021 tende a um cenário bom, mas a gente tem muitas dúvidas. Se tirarmos o voucher, será que vamos continuar tendo preços dessa magnitude?”, questionou Mendonça de Barros.

Avaliações

O presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette destacou a importância da infraestrutura paranaense para o desenvolvimento do agronegócio. Mesmo durante a pandemia, o Porto de Paranaguá conseguiu manter as operações, batendo recordes de embarques de soja e outros produtos. “Foi montada uma estrutura de guerra para que o porto pudesse agilizar as exportações e estamos batendo recordes”, destacou.

Além disso, Meneguette lembrou que o Paraná deve conquistar, em maio de 2021, o novo status sanitário de área livre de febre aftosa sem vacinação. O reconhecimento internacional vai ajudar a abrir novos mercados, criando novas oportunidades ao setor agropecuário. Apesar disso, o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR concorda que o momento é de cautela.

“Temos que ter produtividade, eficiência. Não só apenas em grãos, mas avicultura, suinocultura, pecuária moderna, pecuária de carbono neutro. Tudo isso dá perspectiva para que o Paraná esteja preparado para galgar melhores mercados. O produtor está fazendo a sua parte, de investir em tecnologia, em pesquisa. Estamos preparados”, disse Meneguette. “Não vamos ficar afoitos, mas precisamos fazer investimentos e aproveitar as oportunidades”, acrescentou.

Por sua vez, o secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Márcio Nunes, ressaltou a articulação entre as pastas do governo do Paraná e o setor produtivo, para agilizar procedimentos e criar condições para que o Estado continue em rota de crescimento. “O Estado somos todos nós, no mesmo caminho, puxando a corda para o mesmo lado para que possamos evoluir, usando o que temos de mais moderno, com agricultura e meio ambiente caminhando juntos”, disse.

Para o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, as cooperativas agropecuárias do Paraná estão prontas para aproveitar o bom momento e que existe um planejamento para expansão. Apesar disso, o executivo também reconhece que é preciso prudência. “Nesse momento de pandemia, devemos acrescentar 6,5 mil postos de trabalho, em projetos que estão em amadurecimento e em novos investimentos. Estamos num bom caminho. Mas concordo com a recomendação de cautela. Não vamos manter esse nível de demandas interna e internacional”, disse.

O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, lembrou que, em 2019, as proteínas animais, pela primeira vez, ultrapassaram os grãos e florestas em Valor Bruto de Produção (VBP), no Paraná. Ele também fez coro às perspectivas positivas para o setor, ao longo do próximo ano. “Para 2020, estamos projetando um acrescimento de 15% do VBP, para R$ 111 bilhões. Dobramos a venda antecipada da soja e, neste ano, estamos com um terço da safra de soja vendida previamente”, apontou. “Estamos com um cenário otimista, mas sem loucuras, com prudência, com cabeça no lugar e com ousadia no que pudermos fazer para melhorar a produtividade”, disse.

Fonte: Sistema FAEP

Notícias

Governador recebe embaixador do Azerbaijão e destaca potenciais produtivos do Paraná

É a primeira visita do diplomata ao Paraná, que pretende estreitar relações com o Estado, ampliando o comércio exterior e o intercâmbio cultural e educacional.

Publicado em

em

O governador Carlos Massa Ratinho Junior recebeu na terça-feira (23), no Palácio Iguaçu, o embaixador da República do Azerbaijão no Brasil, Rashad Novruz. É a primeira visita do diplomata ao Paraná, que pretende estreitar relações com o Estado, ampliando o comércio exterior e o intercâmbio cultural e educacional.

Fotos: Roberto Dziura Jr/AEN

Localizado na região do Cáucaso, entre a Europa e a Ásia, o Azerbaijão é um dos mais de 200 destinos ao redor do mundo que adquirem produtos paranaenses. Em 2023, as exportações do Paraná ao país somaram US$ 1,3 milhão, principalmente de carnes suína e de peru congeladas. Apesar de ter parcerias comerciais com o Brasil, principalmente para a exportação de fertilizantes, o país não consolidou vendas para o Estado no ano passado. “Temos uma boa oportunidade para estreitar as relações comerciais e culturais com o Azerbaijão. Nosso Porto de Paranaguá, por exemplo, tem uma grande expertise no recebimento de fertilizantes, e pode ser a porta de entrada, no Brasil, das cargas que vêm do país”, afirmou Ratinho Junior. “Além disso, o Paraná é um dos maiores produtores de alimentos do Brasil, e pode ter no Azerbaijão um bom parceiro comercial nesse sentido”.

Ratinho Junior apresentou os potenciais do Paraná na produção de alimentos, sendo o segundo o maior produtor de grãos e o principal produtor de proteína animal do Brasil. O Estado, destacou o governador, tem também uma economia diversificada e é um importante polo automobilístico no País, além de contar com centros de tecnologia e inovação e, também, sete universidades estaduais espalhados em todas as regiões.

O embaixador ressaltou que, além dos acordos bilaterais entre os governos brasileiro e azerbaijano, pretende fortalecer as relações comerciais, culturais e diplomáticas com os estados individualmente, e destacou o potencial do Paraná para futuras parcerias. Além disso, o país vai sediar a próxima Conferência da ONU sobre Mudanças do Clima (COP29), que acontece em novembro na capital Baku. “Queremos que o povo do Paraná conheça o Azerbaijão e a população do nosso país também conheça um pouco do Estado. Um intercâmbio cultural e de estudantes poderia abrir a possibilidade de aproximar nossas regiões”, disse o embaixador. “Estamos identificando, no Brasil, locais para investir em projetos estratégicos. O Paraná tem uma economia diversificada, então também há possibilidade de fortalecer o comércio bilateral”, completou.

Presenças

Acompanharam a reunião o vice-governador Darci Piana; a secretária estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o diretor de Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, Giancarlo Rocco; e a chefe do Escritório de Representação do Itamaraty no Paraná, embaixadora Lígia Maria Scherer.Governador recebe embaixador do Azerbaijão e destaca potenciais produtivos do Paraná

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

Notícias

Rede de Agropesquisa do Paraná inicia treinamento de combate à cigarrinha-do-milho

Treinamento ministrado em Londrina abordou desde a instalação e coleta das armadilhas adesivas até a taxonomia e identificação da Dalbulus maidis, além de atualizações sobre a bioecologia do inseto. Participaram 12 extensionistas do IDR-Paraná, representando seis mesorregiões produtoras de milho segunda safra.

Publicado em

em

Representantes de entidades que se dedicam à pesquisa agropecuária se reuniram no Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), em Londrina (PR), para um treinamento e início do projeto de monitoramento da flutuação populacional da cigarrinha-do-milho na atual safra. O trabalho é feito pela Rede de Agropesquisa Complexo de Enfezamento do Milho no Paraná, da qual o IDR-Paraná faz parte.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Criada em 2023 para atender as demandas crescentes do setor agrícola estadual, a rede tem se destacado no enfrentamento dos prejuízos causados pelos enfezamentos e viroses transmitidos pela cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis). Com na complexidade desse desafio, ela foi estruturada em três eixos prioritários: monitoramento, reação de cultivares e controle químico e biológico.

O treinamento ministrado na semana passada pela equipe de pesquisadores da Área de Proteção de Plantas abordou desde a instalação e coleta das armadilhas adesivas até a taxonomia e identificação da Dalbulus maidis, além de atualizações sobre a bioecologia do inseto. Participaram 12 extensionistas do IDR-Paraná, representando seis mesorregiões produtoras de milho segunda safra.

O protocolo técnico resultante desse encontro, que servirá de base para o monitoramento nas unidades de referência, também será estudado em novos treinamentos abrangendo outras regiões produtoras. “O IDR-Paraná se destaca ao gerar essa rede de informações graças à capilaridade dos técnicos nos municípios, e com os dados sobre a biologia do inseto podemos ajustar as estratégias de manejo”, salientou Ivan Bordin, pesquisador da área de Fitotecnia. A equipe contou ainda com os pesquisadores Rodolfo Bianco, Humberto Godoy Androcioli, Adriano Thibes Hoshino e Michele Regina Lopes da Silva.

Além do monitoramento, a equipe técnica ressaltou a importância de estratégias como seleção de cultivares tolerantes geneticamente, tratamento de sementes, pulverizações regulares, controle de plantas daninhas, planejamento do plantio e controle ambiental para mitigar os impactos das pragas. A iniciativa visa gerar mapas de distribuição populacional da cigarrinha-do-milho e emitir alertas nos períodos críticos da cultura. As informações são fundamentais para orientar técnicos e produtores na adoção de melhores práticas agrícolas. “Esses alertas possibilitam ao produtor saber como estão as populações de cigarrinha na sua região e também a efetividade delas com os patógenos. Para que possa decidir se deve ou não intensificar as ações de manejo contra as doenças do complexo de enfezamento do milho”, afirmou Michele.

Doença

A doença envolve o inseto Dalbulus maidis, que transmite o vírus da risca e as bactérias fitoplasma e espiroplasma, também conhecidas como molicutes. Por isso, os técnicos a denominam “complexo” do enfezamento.

A cigarrinha se contamina ao sugar a seiva de plantas infectadas e transmite os patógenos quando se alimenta novamente em lavouras sadias. Ela pode voar em um raio de 30 quilômetros, mas transportada por correntes de ar alcançam distâncias maiores.

A infecção das plantas ocorre no período que vai da emergência até cerca de 35 dias, embora os sintomas — manchas vermelhas ou amarelas nas bordas das folhas ou em formato de riscas e pouco desenvolvimento das plantas — se manifestem com a lavoura já em fase de pendoamento e formação de grãos.

O complexo do enfezamento foi primeiramente detectado no Oeste do Paraná há cerca de 20 anos, em ocorrências esporádicas e localizadas. A partir de 2017 aumentaram os relatos de sua presença nas lavouras.

As principais recomendações para lidar com a doença são o uso de cultivares tolerantes e vistorias constantes no período que vai da emergência das plantas até o estágio de oito folhas, com o objetivo de avaliar a presença da cigarrinha e a necessidade de seu controle com inseticidas químicos ou biológicos.

Também se recomenda o uso de sementes tratadas e a semeadura simultânea em uma mesma região para evitar a chamada “ponte verde”, que é a existência de lavouras em diferentes etapas de desenvolvimento.

A eliminação de tigueras, ou plantas guaxas, do terreno é importante para interromper o ciclo da cigarrinha e dos patógenos.

Rede

Além do IDR-Paraná, estão envolvidas na Rede de Agropesquisa Complexo de Enfezamento do Milho a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), a Universidade Estadual de Londrina (UEL), a Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), a UniCesumar, a Embrapa Milho e Sorgo, a Embrapa Cerrados, além das cooperativas Coamo, Cocamar, Copacol e Integrada.

O investimento previsto na rede é de R$ 3,8 milhões, recurso proveniente da Fundação Araucária, entidade de apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico vinculada à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR). A duração dos projetos é de três anos.

“O trabalho que temos feito desde o ano passado tem se mostrado acertado. Com o engajamento dos parceiros e financiadores da rede, conseguimos estabelecer estratégias de integração e vamos, cada vez mais, divulgar os resultados das pesquisas para a comunidade acadêmica e aos produtores, a fim de vencermos os desafios dessa doença”, afirmou a diretora de pesquisa e inovação do IDR-Paraná, Vânia Moda Cirino.

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

Notícias

Movimentação de grãos pelo modal hidroviário tem salto superior a 780% em 13 anos

Deslocamento fluvial possui um custo mais barato ao possibilitar o transporte de grande volume de grãos em uma única viagem, o que reduz a quantidade de caminhões a serem contratados pelo produtor.

Publicado em

em

Fotos: Claudio Neves

O volume de soja e milho transportado pelo modal hidroviário no país saltou de 3,4 milhões de toneladas em 2010 para 30 milhões de toneladas no ano passado, um crescimento de 782,35%. Em termos percentuais, este modal, que representava 8% em 2010, chegou a 23% em 2022 e 19% em 2023. Os dados estão no Anuário Agrologístico 2024, publicação inédita lançada na terça-feira (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O documento ainda mostra que este crescimento verificado acompanha a maior participação dos portos do Arco Norte como canal de escoamento dos grãos no país.

“Os embarques de milho e soja pelos portos da região Norte já representam cerca de um terço do volume exportado pelo país. Esse resultado é obtido a partir do desenvolvimento do setor, impulsionado pela Lei dos Portos de 2013”, avalia o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth. “Vale destacar que os investimentos em infraestrutura não aparecem de imediato, levando tempo para serem percebidos”.

De acordo com a empresa pública federal Infra S.A., os pedidos para autorização de instalações portuárias privadas após a promulgação da Lei dos Portos saltou de 3 em 2013 para 75 em 2014. Já a partir de 2015 essas solicitações por ano aumentaram em cerca de 4 vezes se comparadas com o período anterior da nova legislação. Atualmente, o país conta com 253 Terminais de Uso Privado (TUPs) e 247 Terminais Públicos.

O modal hidroviário possui um custo mais barato ao possibilitar o transporte de grande volume de grãos em uma única viagem, o que reduz a quantidade de caminhões a serem contratados pelo produtor. “Nós temos um crescimento de logística nos Rios da Amazônia que faz uma redução de custo, uma melhoria de receita ao produto e, sobretudo, não podemos esquecer que reduz o tempo de caminhão na estrada, com isso menos produção de produtos [gases] que possam afetar o meio ambiente”, ressaltou o diretor do Departamento de Análise Econômica e Políticas Públicas do Ministério da Agricultura e Pecuária, Silvio Farnese, durante a divulgação do 7º Levantamento da Safra de Grãos 2023/2024 realizado pela Companhia.

Desafios

Diante do crescimento da safra brasileira, a maior integração entre os modais tende a tornar os grãos produzidos pelos agricultores brasileiros mais competitivos no mercado internacional. “Quando olhamos o modal hidroviário, apesar do aumento na participação no transporte de grãos, ainda é preciso superar desafios”, pondera Guth. Segundo o superintendente, é preciso gerar investimentos que visam a melhoria do desempenho das vias economicamente navegáveis, bem como na construção de terminais de transbordo, de forma a impulsionar a intermodalidade no país.

Também é preciso estimular a aplicação de recursos a fim de ampliar a utilização das ferrovias no país. De acordo com a avaliação de Guth, além das construções das linhas férreas, é fundamental ter pontos em que seja possível fazer a baldeação do produto entre um modal e outro. “A ferrovia Norte-Sul, por exemplo, amplia as escolhas do produtor ao abrir um novo corredor logístico e traz competitividade no momento de exportar seus produtos, seja pelo litoral da Região Sudeste ou pelo Norte do país”.

No entanto, o superintendente da Conab reforça que ampliar o uso de novos modais não significa extinguir o uso de caminhões. “A integração traz uma nova abordagem para o uso das rodovias. Ao invés de um caminhoneiro fazer uma viagem de 3 mil quilômetros ou mais, ele tende a fazer vários trajetos curtos. Essa nova abordagem traz não só mais economia e facilidade para se manter a qualidade das vias rodoviárias, como também desgasta menos o caminhão e oferece melhor qualidade de vida aos trabalhadores”, completa.

Outras informações sobre a logística, principalmente, de exportação de soja, milho e farelo de soja, bem como a importação de fertilizantes estão no Anuário Logístico 2024, disponível no site da Conab.

Fonte: Assessoria Conab
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.