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Modelos estatísticos podem ajudar a entender (e reduzir) mortalidade na terminação

Estudos conduzidos na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, demonstram que as perdas podem passar de US$ 170 por animal

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Saber e compreender quais são os principais fatores de risco associadas com a alta mortalidade do rebanho na fase de crescimento é um dever do produtor. Este conhecimento o ajuda a traçar estratégias, além de lidar com a situação da melhor maneira, sem ter grandes perdas na propriedade. Os médicos veterinários doutor Cesar Moura e doutor Daniel Linhares explicam um pouco mais sobre o assunto durante o Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), que aconteceu em maio, em Porto Alegre, RS.

Os profissionais informam que antes de mais nada o produtor precisa entender quais são os principais fatores associados com alta mortalidade no rebanho, lembrando que como cada sistema de produção é diferente um do outro, os fatores de risco também serão diferentes. “Diante disso, é importante realizar uma avaliação para entender a variabilidade da mortalidade presente do rebanho e identificar variáveis específicas do rebanho que estejam relacionados com bom ou mau desempenho produtivo”, explica Moura.

Ele diz que modelos estatísticos têm ajudado muitos produtores nos Estados Unidos a entender causas de mortalidade específicas de seus rebanhos. “Nos últimos anos, desenvolvemos modelos multivariáveis que apresentam até 85% da correlação com a mortalidade real apresentada no campo”, esclarece. Em outras palavras, foram identificados fatores de risco que em conjunto se mostraram associados com 85% da mortalidade na fase de crescimento. “Após a análise estatística fica mais fácil entender o que está realmente impactando a mortalidade e atuar para corrigir ou minimizar tais fatores de risco”, indica.

Moura conta que em um estudo realizado recentemente em Iowa, Estados Unidos, foi relatado que em grupos de wean-to-finish (desmamar para terminar, na tradução livre) oriundos de granjas contaminadas com o genótipo 1-7-4 do vírus da PRRS apresentam maior mortalidade do que grupos negativos ou contaminados com outros genótipos do vírus. “Mais recentemente, dados coletados entre novembro de 2017 e fevereiro de 2018 mostraram que grupos de creche oriundos de granjas estáveis para PRRS apresentaram mortalidade média de 3,46%, enquanto creches de origens positivas obtiveram mortalidade média de 11,54%”, relata.

O médico veterinário afirma que outros fatores associados com alta mortalidade na fase de crescimento em Iowa reportados recentemente pelo grupo de estudos em que ele participa foram a baixa idade de desmame – menos que 16 dias -, baixa produtividade da granja de origem – 9,5 desmamados/fêmea –, filhos de fêmeas de primeiro parto, grupos desmamados entre outubro e dezembro e grupos oriundos de granjas positivas e com alta prevalência do vírus da PRRS.

Diminuindo as perdas

O doutor Daniel Linhares informa que intervenções no desmame podem ajudar a diminuir a mortalidade na fase de crescimento. “Nos últimos trabalhos conduzidos por nosso grupo, achamos que cerca de 60% dos fatores de risco relacionados com alta mortalidade na fase de crescimento estão no sítio 1”, conta. Ele diz que entre eles se destacam o status sanitário do rebanho, genética, ordem de parto das fêmeas desmamadas, idade e peso dos leitões ao desmame.

O profissional afirma que é importante lembrar que todas as fases produtivas da cadeia suinícola atual estão interligadas e, por isso, dependem uma das outras. “Dessa forma, quando formos analisar algum indicador produtivo, devemos incluir parâmetros de todas as fases de produção da suinocultura. Mesmo uma variável utilizada como fator aleatório nas análises pode apresentar uma significância importante no resultado final”, revela.

Linhares conta que por meio de vários estudos de campo feitos na Universidade de Iowa está sendo possível demonstrar a aplicação de modelos matemáticos em dados de sanidade e produtividade para medir impacto de doenças específicas, tratamentos e outros fatores no desempenho produtivo de lotes de crescimento. “Essas ferramentas podem ser utilizadas no conceito de ‘medicina veterinária de precisão’, em que efeitos de doenças – ou de intervenções em saúde animal – dependem de diversos fatores. Portanto, a decisão de veterinários sobre quais intervenções aplicar pode variar significativamente entre sistemas de produção ou condições de campo, como imunidade, co-infecções ou virulência dos agentes infecciosos em questão”, confidencia.

O médico veterinário afirma que para auxílio na tomada de decisões na suinocultura, esses modelos podem ser implementados para gerar dados sobre as condições específicas de campo em questão.

Em números

O doutor Cesar Moura conta que em uma análise com 1.247 lotes de terminação dos Estados Unidos foi identificado que a idade média de mortalidade de leitões gira em torno de 85 dias pós alojamento. “Agregando os custos de compra de leitão descrechado, de ração, custos de alojamento, entre outros, os autores somaram um custo final de mortalidade de US$ 172,27 por cabeça”, informa.

Em outras palavras, acrescenta, diminuindo a mortalidade de terminação em um sistema de produção de 10 mil fêmeas em 1% representaria um ganho em produtividade de aproximadamente 2.700 cabeças por ano e uma diminuição de custos de cerca de US$ 465 mil por ano.

De acordo com Moura, cada sistema de produção terá sua própria condição de desafios e oportunidades com relação à mortalidade – desde o nascimento ao abate. “Por exemplo, cada sistema de produção tem sua própria ‘população’ de agentes infecciosos, assim como imunidade de rebanho específica, instalações, ambiência e outras interações patógeno-suíno-ambiente”, esclarece. Portanto, extrapolar causas de mortalidade de um sistema para outro pode ser de baixo valor, esclarece.

“Assim, recomendamos que cada sistema de produção deve avaliar essas interações e as interações – incluindo melhorias de biossegurança, genética, intervenções em saúde animal e outras tecnologias – baseado em sua própria realidade”, afirma. Moura ainda acrescenta que hoje em dia muita informação de sanidade e produção é disponível a nível digital, como em planilhas, o que possibilita a agregação desses dados para a avaliação específica em cada realidade sobre qual o valor produtivo e econômico das perdas (mortalidade), assim como suas causas e possível retornos sobre investimento (ROI) de diferentes opções de intervenções.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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