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Missão do Mapa ao Peru fortalece laços comerciais e avança em negociações sanitárias

Durante as negociações, Brasil e Peru atualizaram os requisitos sanitários para a exportação de sêmen e embriões bovinos, atendendo a uma antiga demanda do setor e fortalecendo a competitividade brasileira no mercado peruano.

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Fotos: Divulgação/Mapa

Uma missão oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ao Peru, concluída na última semana, obteve importantes avanços para o agronegócio brasileiro, fortalecendo as relações comerciais e sanitárias entre os dois países. Durante três dias de intensas reuniões e encontros bilaterais, a delegação brasileira desempenhou um papel decisivo no fomento do comércio bilateral, que recentemente alcançou a marca de US$ 5 bilhões.

Um dos principais resultados foi a conclusão de uma negociação que permitirá o acesso dos embriões bovinos brasileiros ao mercado peruano, com a publicação da Resolución Directoral D000029-2024-MIDAGRI-SENASA-DSA. Essa nova regulamentação atualiza os requisitos sanitários, harmonizando-os com o Código Sanitário dos Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e as recomendações da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões. Com isso, o Peru passa a aceitar as práticas tecnológicas adotadas no Brasil, como a coleta de embriões tanto em Centros de Coleta e Processamento de Embriões (CRPE) quanto em unidades móveis autorizadas, assegurando a qualidade e a segurança dos produtos exportados.

“Recebemos com grande satisfação a notícia das recentes evoluções nas tratativas para ajuste do protocolo de exportação de embriões para o Peru, que reduziu o tempo de quarentena sem comprometer as garantias sanitárias. Essa abertura, além de viabilizar maior intercâmbio comercial com esse importante país vizinho, reflete a confiança no trabalho do Mapa, assim como nos criadores brasileiros e nas empresas comprometidas com o controle sanitário do material genético exportado. Nos últimos anos, testemunhamos um fortalecimento significativo das relações comerciais com o Peru, resultado do empenho dos nossos departamentos internacional e técnico, que promovem exportações, abertura de novos mercados e transferência de tecnologia, como o treinamento de técnicos peruanos em nosso país. Esses são passos essenciais para reposicionar o Peru como um importante parceiro comercial, com amplas possibilidades de ganho recíproco”, comemorou o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid.

Outro tema prioritário debatido na missão foi o avanço nas negociações para habilitação de novos estabelecimentos de carne suína, além do reconhecimento de compartimentação e zonas livres de doenças como Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Esses acordos sanitários são fundamentais para garantir a continuidade e expansão das exportações brasileiras de produtos de origem animal para o Peru.

Expoalimentaria

A comitiva brasileira contou com o secretário-executivo adjunto, Cleber Soares, secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Julio Ramos, adido agrícola em Lima, Warley Efrem Campos, e da assessora técnica especializada da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, Angela Pimenta Peres. A missão teve como um dos focos principais a participação na Expoalimentaria 2024, uma das maiores feiras agroalimentares da América Latina, onde o Brasil se destacou com o maior pavilhão estrangeiro, reunindo mais de 100 empresas brasileiras.

De acordo com os organizadores, neste ano, o volume total negociado para os próximos 12 meses foi de US$ 695 milhões, nas cerca de 3 mil reuniões de negócios realizadas durante os 3 dias de evento. Coroando a participação brasileira, ao final da feira, o Pavilhão Brasil foi premiado com o título de Melhor Pavilhão Internacional, tornando-se tricampeão nessa modalidade ao longo dos 16 anos de existência da Expoalimentaria. O Pavilhão, organizado em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, a ApexBrasil e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apresentou uma ampla variedade de produtos agropecuários brasileiros, como carnes de aves e suínos, frutas, polpas, mel, café, chocolates e itens da sociobiodiversidade, reforçando a presença do Brasil no mercado peruano e ampliando as oportunidades de negócios.

“A participação do Brasil na Expoalimentaria reflete nosso compromisso com a expansão das exportações brasileiras e com o fortalecimento das relações comerciais com o Peru, que já é um parceiro estratégico na América Latina”, destacou Julio Ramos, secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Segundo Giancarlo Rocco, diretor de relações internacionais da Invest Paraná, “participar da Expoalimentaria no Peru foi uma excelente oportunidade para fortalecer a presença do Paraná no mercado internacional. Gostaríamos de parabenizar o Mapa, que mais uma vez organizou com maestria o estande Brasil, proporcionando um ambiente de alto nível para negócios”. A Invest Paraná esteve representando 20 empresas do estado, com produtos variados como chás, erva-mate, papinhas de bebê, açúcar, queijos finos, farinhas, snacks saudáveis, produtos de food service e derivados de milho. No balcão da Invest Paraná foram realizados mais de 50 atendimentos de compradores e 15 reuniões B2B previamente agendadas, o que os deixou muito otimistas quanto às perspectivas de novos negócios.

Outros empresários ressaltaram a importância da participação na Expoalimentaria como uma forma de alavancar as exportações e ampliar a presença dos produtos brasileiros nos mercados internacionais. O empresário Fernando Miguel, da empresa Soul Gin, participou pela primeira vez da feira e ficou bastante impressionado e entusiasmado com o que vivenciou, destacando que “a Expoalimentaria é uma mina de oportunidades”.

Durante toda a semana, os empresários brasileiros participaram de rodadas de negócios, visitas técnicas e palestras, buscando trocar experiências, conhecer novas tecnologias e identificar oportunidades de investimento. A presença ativa e engajada dos representantes brasileiros contribuiu para fortalecer a imagem do país como um importante player no mercado de alimentos e bebidas da América Latina.

Fonte: Assessoria Mapa

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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