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Miopatias no peito das aves merece mais atenção do avicultor
Entre outros fatores, o peito amadeirado, peito espaguete e as estrias brancas podem estar associados ao crescimento rápido das aves e o aumento de peso ao abate
Artigo escrito por Vitor Hugo Brandalize, médico veterinário e especialista Mundial em Nutrição da Cobb-Vantress
Barbut (2019) menciona que a incidência de miopatias na carne de peito aumentaram nos últimos cinco a dez anos. Tais doenças afetam principalmente o filé de peito, a parte mais valiosa da carcaça dos frangos de corte na vasta maioria dos países. Os técnicos frequentemente confundem a classificação e as causas das diferentes miopatias. As cinco miopatias mais preocupantes são White Striping (WS) e o Wooden Breast (WB) ou; estriações brancas e peito amadeirado, peito espaguete, miopatia peitoral profunda (também conhecida como doença do músculo verde ou doença de Oregon) e miopatia dorsal.
Entre outros fatores, o peito amadeirado, peito espaguete e as estrias brancas podem estar associados ao crescimento rápido das aves e o aumento de peso ao abate. A miopatia peitoral profunda e a miopatia dorsal, normalmente, estão associadas a problemas de manejo, como falta de alimento ou água, programas de luz intermitente, atividade humana, etc…
Pesquisadores estimam que de 5% a 10% dos produtos comerciais de peito de frango poderiam ser afetados por peito amadeirado. Eles notaram que isso afeta a textura do filé, mas não oferece Nenhum Risco à Segurança Alimentar.
Kuttapan et al (2016) estimaram que o custo para a indústria americana é de aproximadamente 200 milhões de dólares por ano. Contudo, Barbut (2019) mencionou que discussões recentes com o pessoal da indústria, sugeriram que este número esteja subestimado. Se considerar que nos Estados Unidos, cerca de 5,82 bilhões de quilos de carne de peito de frango sejam processados anualmente a um custo de varejo de aproximadamente 1,5 dólar por libra (1 libra = 453 gramas), o valor de mercado deste produto pode ser calculado em 18 bilhões de dólares por ano, portanto, 200 milhões de dólares representam apenas 1% desse total.
O que é peito amadeirado?
A síndrome de WB (Peito Amadeirado) é uma doença muscular que envolve o endurecimento das fibras musculares. Carne do peito com WB tem sinais de degeneração das fibras musculares e uma fibrose com níveis mais elevados de colágeno e tecido adiposo. Desta forma, o peito contem níveis mais baixos de proteína que afetam propriedades funcionais, como capacidade de retenção de água e outros atributos de textura. O exame histológico pode mostrar inflamação, acúmulo de colágeno ou cartilagem hialina. É mais comumente observada no peito, mas também pode ocorrer nas pernas. Atualmente, a causa exata da doença é desconhecida. Parece afetar mais os machos do que as fêmeas e as aves mais pesadas. Bilgili (2013) levantou a hipótese de que a hipóxia localizada está presente no tecido do WB devido à ruptura vascular e/ou perfusão do tecido estagnado. Posteriormente, Lilburn et al. (2018) discutiram porque a hipóxia localizada é uma causa potencial das anormalidades de WS e WB no músculo. No caso do peito amadeirado, a reparação muscular inclui uma grande quantidade de tecido conjuntivo que substitui as células musculares proteicas que afetam a qualidade da carne. Diminuir a taxa de ganho de peso da ave pode permitir que os músculos tenham tempo para se desenvolver e se reparar de forma ideal, reduzindo assim a incidência de peito amadeirado.
Como reconhecer peito amadeirado
Um filé normal fica mole quando segurado pela ponta, enquanto o peito amadeirado é duro. O nível de rigidez pode ser avaliado com base na avaliação tátil. Os filés estão categorizados como 0 (completamente flexível), 1 (rígido na região craniana, mas flexível no restante), 2 (rígido por toda a região craniana), 3 (extremamente rígido na região craniana e na ponta).
Barbut (2019), mencionou que a classificação é importante para as indústrias, pois os filés com graus baixos de estrias brancas ou peito amadeirado não oferecem problemas no processamento e na comercialização da carne. Atualmente, um número de processadores classifica a carne nas plantas e encaminha os casos graves para operações específicas.
Como prevenir o peito amadeirado?
Barbut (2019) mencionou que pesquisadores e empresas estão analisando a contribuição de fatores genéticos, nutrição, ambiente e manejo na ocorrência destas miopatias (peito amadeirado e peito espaguete) nos filés de carne de peito.
Uma preocupação é que as estratégias usadas para reduzir as condenações para peito amadeirado (no campo) podem comprometer o desempenho do frango de corte, o que não é economicamente viável. Por exemplo, um estudo divulgado pelo National Chicken Council (Conselho Nacional do Frango) em 2017 mencionou que, se somente um terço dos produtores de frango de corte nos Estados Unidos mudassem para uma linhagem de crescimento mais lento, seria necessário aproximadamente 1,5 bilhão a mais de aves por ano para suprir a quantidade de carne atualmente necessária.
Atualmente, as causas exatas do peito amadeirado são desconhecidas, no entanto, usar uma boa formulação de ração e seguir boas práticas de manejo e sanidade conforme prescrito em nossos guias de manejo podem reduzir a ocorrência de peito amadeirado.
É muito importante que
- Certifique-se de que uma boa ventilação e um sistema de resfriamento correto estejam atingindo as aves. O estresse térmico e as elevadas temperaturas corporais das aves causam degradação muscular.
- É importante que as aves, não apresentem problemas nos pés e pernas, pois se as aves apoiarem o peito sobre a “cama” durante longos periodos de tempo, poderá prejudicar o fluxo sanguíneo na região do peito. Andar lentamente pelo galpão várias vezes ao dia, poderá estimular o movimento das aves, evitando que elas permaneçam deitadas por muito tempo.
- A nutrição adequada dos pintinhos numa fase inicial, pernas e sistema respiratório saudáveis são todos extremamente importantes. É fundamental, que o pintinho tenha um bom crescimento nas primeiras 2 semanas, pois esta fase de vida das aves é muito importante para o desenvolvimento muscular.
- Realize a apanha e transporte das aves o mais rápido possível. Desta forma, reduziremos o estresse das aves.
- Siga o programa de luz recomendado pela Cobb. Um programa de luz inadequado, poderá criar um ambiente estressante para os frangos.
- As dietas 100% vegetais (Sem produtos de origem animal) mostraram aumentar a incidência de peito amadeirado em comparação com aquelas que incluíam farinha de carne e ossos, farinha de vísceras e farinha de penas.
- Superdoses de fitase, parecem reduzir o peito amadeirado por meio de uma ação antioxidante.
- Concentrações mais baixas de lisina digestível nas dietas, reduzem a incidência de peito amadeirado. As pesquisas demonstram que os frangos têm uma taxa de crescimento mais alta, quando aumentamos os níveis de lisina nas dietas, no entanto, a incidência de peito amadeirado aumentam, também (Cruz et al. 2016; Meloche et al. 2018).
- Manter uma boa ventilação e, especificamente, manter os níveis de CO2 no aviário abaixo de 2.000 ppm.
Olhando para o futuro
Barbut (2019) mencionou que há vários fatores que afetam a incidência de (WB) Peito Amadeirado, (WS) Estrias Brancas e Peito Espaguete em lotes de frangos de corte. No curto prazo, os produtores já estão engajados em reduzir a incidência destas miopatias, através de modificações das dietas, manejo e até certo ponto através da genética. As soluções de longo prazo, se concentram na seleção das aves e em entender mais sobre as interações entre fatores ambientais e miopatias.
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Inaugurada nova unidade industrial da Aurora Coop
Cooperativa investiu R$ 587 milhões em avançada unidade de processamento de carnes para os mercados interno e externo
A Aurora Coop – terceiro maior grupo agroindustrial brasileiro da proteína animal – inaugurou na última terça-feira (16), em Chapecó, uma das maiores e mais avançadas indústrias de processamento de carnes do Brasil. Designado de IACH II (Indústria Aurora Coop Chapecó II), o empreendimento amplia a presença da cooperativa no segmento de industrializados.
O presidente Neivor Canton destacou a relevância da instauração de mais uma planta industrial para o cooperativismo catarinense e brasileiro. “A inauguração dessa moderna e avançada indústria de processamento de carne é um eloquente testemunho do triunfo do cooperativismo como ideologia associativista e do modelo de negócio fundado na ética e na sustentabilidade”.
Canton enfatizou que a diversificação do portfólio busca fortalecer a posição da Aurora Coop no mercado brasileiro e, também, como player global. “É fundamental investir na produção e no lançamento de linhas de produtos inovadores, gerando valor para os nossos produtores rurais cooperados, colaboradores, clientes e consumidores, sem esquecer da gestão sustentável da cadeia produtiva”.
“Há 55 anos, o cooperativismo é o grande protagonista dessa história que é contada por mais de 100 mil famílias no campo e na cidade. O resultado todos nós já conhecemos: alimentos de excelência na mesa de milhares de consumidores do brasil e do mundo”, observou o presidente da Aurora Coop.
Presente na cerimônia de inauguração, o governador do Estado de Santa Catarina, Jorginho Mello declarou que a Aurora Coop, sua capacidade técnica e sua numerosa geração de empregos são um orgulho para o estado catarinense e para todo o país. “Não tenho dúvida que todos nós temos orgulho do que a Aurora Coop fez nesses 55 anos. É uma honra quando vemos em supermercados produtos dessa cooperativa, levando o nome de nosso estado para o mundo.” O governador apontou ainda a potência do sistema cooperativista catarinense ao afirmar que se tornou um grande protagonista mundial.
A entrega do termo de licença ambiental de operação e o descerramento da placa inaugural da Indústria Aurora Coop Chapecó II marcaram o encerramento da cerimônia.
IMPONENTE
O novo complexo industrial impressiona pela sua amplitude. Ocupa uma área territorial de aproximadamente 15 hectares inseridos dentro uma gleba com 241 hectares, no bairro Efapi. O conjunto é formado por 37 edificações (industriais, administração, suporte e tratamento de efluentes), totalizando área construída de 31.402 metros quadrados.
Os produtos se destinam para os mercados interno e externo, com previsão de exportação para o Reino Unido, Emirados Árabes Unidos (EAU) e União Europeia (UE). O faturamento da nova indústria está projetado em R$ 86,2 milhões/mês, o que incrementará a receita operacional bruta da Aurora Coop para 2024 em 4,2%.
A nova indústria da Aurora Coop possui um elevado grau de automação, presente em todas as etapas do processo produtivo, em diferentes níveis, atingindo a robotização ao final das linhas. O setor embalagens, em destaque na automação, conta com robôs, empacotadoras, controles rigorosos de pesagem e geração de etiquetas.
A fábrica foi projetada e construída de forma a garantir a qualidade do processo e evitar o contrafluxo. Entre os diferenciais tecnológicos destacam-se a linha de formação com alta precisão de peso e formato; o congelamento por leito fluidizado; a equalização de temperatura com uso de nitrogênio; o sistema de grelhamento dos produtos; e os fornos de cozimento que garantem maior sabor e qualidade dos produtos cozidos.
Diferenciais de sustentabilidade estão presentes na nova planta industrial, com a utilização de cavaco como fonte de biomassa. Proveniente de florestas próprias de eucalipto, plantadas no entorno da fábrica, essa alternativa reduz o consumo de lenha e aumenta a eficiência na geração de calor e vapor. Embalagens, por outro lado, são do tipo monocamada, facilitando o processo de reciclagem.
A capacidade instalada para produção diária é de 176 toneladas de empanados, 88 toneladas de cozidos, 14,3 toneladas de desfiados, totalizando um volume de 278,3 toneladas/dia com operação em três turnos (22 horas trabalhadas). Com uma média de 25 dias trabalhados, a produção mensal atingirá 4.400 toneladas de empanados, 2.200 toneladas de cozidos e 357,5 toneladas de desfiados, totalizando 6.957,5 toneladas/mês. A nova indústria atingirá plena capacidade de produção em até sete anos.
Foram gerados de imediato 354 empregos diretos para iniciar as diversas linhas de produção. Porém, o quadro funcional chegará a 700 trabalhadores – quando atingir a plenitude produtiva – com a indústria operando de segunda-feira a sábado, em três turnos.
Quatro linhas de produção já estão ativas: frango desfiado, peito de frango cozido (íntegro, cubos e tiras), empanados grandes formados e empanados pequenos formados e cortes íntegros. A fábrica foi projetada prevendo a futura instalação de uma quinta linha, que poderá ser complementar às linhas existentes ou possibilitar a industrialização de novos produtos do mix da empresa.
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Custos de produção de frangos de corte e de suínos caem em março
Os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos da CIAS por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente
Os custos de produção de suínos e de frangos de corte caíam no mês de março nos estados líderes em produção e exportação segundo os estudos registrados pela Embrapa Suínos e Aves em sua Central de Inteligência de Aves e Suínos (https://www.embrapa.br/suinos-e-aves/cias). Em Santa Catarina, o custo de produção por quilo de suíno vivo produzido em sistema tipo ciclo completo chegou aos R$ 5,61, queda de 1,42% em relação a fevereiro. No ano, o acumulado é de -9,52%, o que fez o ICPSuíno cair para 321,12 pontos. O custo com a alimentação dos suínos determinou esse recuo, caindo a R$ 4,09, o que representou 73,33% do custo total
Já os custos de produção do quilo do frango de corte no Paraná produzido em aviário tipo climatizado com pressão positiva foram de R$ 4,27 em março, queda de 2,39% em comparação com fevereiro. No ano, o acumulado é de -3,14%, o que fez o ICPFrango cair para 330,66 pontos. Assim como na suinocultura, o custo com a alimentação das aves determinou esse recuo, caindo a R$ 2,84, participando em 66,39% do custo total.
Os estados de Santa Catarina e Paraná são usados como referência nos cálculos da CIAS por serem os maiores produtores nacionais de suínos e de frangos de corte, respectivamente. Os custos de produção são uma referência para o setor produtivo. Entretanto, suinocultores independentes e avicultores sob contratos de integração devem acompanhar a evolução dos seus próprios custos de produção.
Aplicativo Custo Fácil – O aplicativo da Embrapa agora permite gerar relatórios dinâmicos das granjas, do usuário e das estatísticas da base de dados. Os relatórios permitem separar as despesas dos custos com mão de obra familiar. O Custo Fácil está disponível de graça para aparelhos Android, na Play Store do Google.
Planilha de custos do produtor – Produtores de suínos e de frango de corte integrados podem usar na gestão da granja a planilha eletrônica feita pela Embrapa. A planilha pode ser baixada de graça no site da CIAS.
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Doze exportadores de carne bovina confirmam presença no SIAVS
ABIEC comanda ação com agroindústrias do setor; outras empresas participarão com estande próprio
Doze das maiores empresas exportadoras de carne bovina do Brasil já confirmaram presença e novas empresas estão previstas para participar do Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS), maior evento dos setores no Brasil, que acontecerá entre os dias 06 e 08 de agosto, no Distrito Anhembi, em São Paulo (SP).
Duas exportadoras de carne bovina – a JBS Friboi e a Marfrig – já confirmaram participação com estandes próprios no SIAVS.
Ao mesmo tempo, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) comandará um espaço exclusivo para os exportadores de bovinos em meio ao SIAVS. Nove empresas confirmaram presença: Cooperfrigu, Frigol, Astra, Iguatemi, Naturafrig, Frigosul, Zanchetta, Agra e Barra Mansa.
Em outra área consorciada do evento, a Frigoestrela marcará presença no pavilhão das agroindústrias de carne suína.
Ao todo, em torno de 70 agroindústrias produtoras e exportadoras de carne de frango, carne suína e carne bovina, além de ovos e peixes de cultivo, confirmaram presença no SIAVS. Elas se somam a mais de 200 empresas fornecedoras da cadeia produtiva de proteína animal do Brasil, incluindo equipamentos, genética, rações, laboratórios e outros.
Principal centro dos negócios das cadeias produtivas no Brasil, o SIAVS deverá reunir mais de 20 mil visitantes do Brasil e de outros 50 países, incluindo importadores de dezenas de mercados estratégicos e clientes do varejo e atacado brasileiros.
“A confirmação massiva de empresas frigoríficas de bovinos reforça o novo perfil do SIAVS, que se consolida como grande palco de negócios, do fomento ao desenvolvimento técnico e dos debates políticos e conjunturais destes setores que já geraram mais de R$ 1,2 trilhão para o país em duas décadas de exportações”, avalia o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.
Realizadora do SIAVS, a ABPA preparou uma série de atrações para o principal evento das cadeias produtivas. Os detalhes serão divulgados por meio das redes sociais @siavsbr e pelo site do evento.