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Ministro Fávaro destaca o fortalecimento e as oportunidades comerciais entre Brasil e Índia durante Seminário Internacional em Nova Délhi
Seminário internacional reuniu empresários indianos e representantes de entidades do agronegócio brasileiro.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou nesta quinta-feira (02) da abertura do Seminário Internacional – Perspectivas e o Futuro da Índia e Brasil, em Nova Délhi, na Índia. Em seu discurso, Fávaro destacou o empenho do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na retomada das relações diplomáticas brasileiras e apontou o evento como uma oportunidade para promover parcerias entre o Brasil e a Índia e explorar as possibilidades de cooperação entre os empresários brasileiros e indianos no setor do agronegócio.
“A prioridade do governo do presidente Lula é o fortalecimento dos laços fraternais para que possamos ampliar as relações comerciais. Por isso, espero aqui que as nossas relações Brasil e Índia sejam cada vez mais prósperas e de amizade. Essa visita à Índia simboliza um marco nessa parceria e na aproximação com os indianos e tenho certeza que esse seminário vai estreitar ainda mais os nossos laços de oportunidades”, destacou Fávaro.
Aos empresários, Fávaro destacou como pauta importante do governo brasileiro o crescimento da produção de alimentos, mas sempre voltadas ao respeito ao meio ambiente, com boas práticas de sustentabilidade que seja ambiental e social e também a produção de energia renovável com a modernização das matrizes energéticas.
“Estamos aqui para trazer as nossas potencialidades e também ampliar as potencialidades indianas para o Brasil. É assim que uma boa relação comercial deve acontecer”, disse.
O ministro ainda enfatizou a relevância da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária que com tecnologia) no desenvolvimento da agropecuária brasileira para que hoje o Brasil seja o grande produtor de alimentos do mundo.
“Por meio da pesquisa que desenvolveu tecnologia para produzir alimentos com eficiência, o Brasil deixou de ser importador de alimentos e se transformou em grande produtor de alimentos”, ressaltou Fávaro.
O Seminário Internacional
Perspectivas e o Futuro da Índia e Brasil reuniu cerca de 200 participantes, sendo 60 empresários indianos e representantes de 18 entidades do agronegócio brasileiro. O evento foi realizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Desde o início do ano, o Brasil conquistou 55 novos mercados para os produtos agropecuários. As aberturas reforçam o reconhecimento dos players internacionais pela qualidade e elevados controles sanitários e fitossanitários estabelecidos pelos exportadores brasileiros.
As mais recentes aberturas são: Marrocos (alimentos para animais de companhia – petfood); México (sêmem equino); Vanuatu (produtos cárneos termoprocessados de aves); Argélia (carne de frango); e Chile (mamão fresco “carica papaya”).
O ministro Fávaro e a equipe técnica do Mapa estão em missão oficial no sudeste asiático para uma série de agendas bilaterais e de promoção do agronegócio brasileiro.
Com uma população de aproximadamente de 1,3 bilhões de pessoas, a Índia é a sexta economia mundial que cresce num ritmo acelerado. O país tem o segundo PIB agrícola mundial, com destaque na produção de arroz, trigo e açúcar.
Memorandos de Entendimento
Durante o evento foram assinados memorandos de entendimentos (MoU) entre instituições dos dois países que visam ampliar a cooperação e fomentar o desenvolvimento do comércio internacional entre Brasil e Índia.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) e a Solvent Extractor´s Association of India (SEA), assinaram o MoU destinado a promover a cooperação mútua no setor de óleos vegetais em ambos os países, visando a ampliação do comércio bilateral.
Outro acordo celebrado foi entre a Amireia Pajoara e a Ananda Dairy para a comercialização e produção de insumos para alimentação animal na Índia.
Participaram do evento o ministro da Pecuária, Pesca e Lácteos da Índia, Parshottam Rupala; o embaixador do Brasil na Índia, Kenneth da Nóbrega; o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana; o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa; o adido agrícola em Nova Délhi, Angelo de Queiroz; o diretor de Promoção Comercial e Investimentos, Marcel Moreira Pinto; o coordenador-geral de Promoção Comercial da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, Dalci de Jesus Bagolin; o auditor fiscal da Secretaria de Defesa Agropecuária, Allan Alvarenga; o secretário de Promoção Comercial, Ciência e Tecnologia, Inovação e Cultura do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Laudemar Neto; e o chefe da Divisão de Promoção da Agricultura do Ministério das Relações Exteriores,

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



