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Ministra da Agricultura do Brasil vê chance de acordo UE-Mercosul em 2021
Acordo preliminar já foi todo revisado, traduzido para diversas línguas e deve, no próximo ano, ser debatido nos parlamentos europeus e dos países do Mercosul

Um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul poderia ser assinado em 2021, disse a ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina, na quarta-feira (09), ao citar quais são as prioridades do Brasil para ganhar mercados agropecuários no ano que vem.
“Acredito, sou uma otimista, que o Brasil tem muito a dar. Mas este acordo também é muito bom para os países europeus. Acredito que, este acordo, temos grande chance de assinar em 2021, sob o comando de Portugal no Parlamento da União Europeia”, afirmou ela, durante evento online.
Ela lembrou que o acordo preliminar já foi todo revisado, traduzido para as diversas línguas e deve, no próximo ano, ser debatido nos parlamentos europeus e dos países do Mercosul. O acordo comercial UE-Mercosul, contudo, enfrenta algumas dificuldades na Europa.
A França e a Irlanda ameaçaram votar contra o acordo comercial a não ser que o Brasil adote uma postura mais favorável a questões ambientais. Em setembro, o governo francês disse que um novo relatório sobre desmatamento confirmou sua oposição à atual versão do acordo UE-Mercosul.
A ministra Tereza afirmou ainda que em 2021 o Brasil também deverá avançar em acordo comercial com Canadá e continuará trabalhando em abertura de mercados. As afirmações foram feitas em entrevista durante evento promovido pela Associação Brasileira dos Produtores de Soja e a Corteva Agriscience, transmitido pelo Canal Rural.
Mais crédito
A ministra disse ainda que as linhas de crédito de investimento dentro do Plano Safra tiveram um “esgotamento” e que está buscando mais recursos. “Estamos conversando, tem um momento fiscal complicado, o Congresso ainda não aprovou a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)… estamos vendo o que é possível fazer neste ano ou no ano que vem”, afirmou ela, sobre a possibilidade de conseguir mais recursos.
“Isso é um bom problema (o esgotamento dos recursos para investimentos), porque demonstra que o setor quer investir, demonstra a confiança de que o setor vai continuar com exportações grandes, abastecimento aquecido, com o agro trabalhando e sendo remunerado”, afirmou.
Questionada sobre iniciativas para aliviar preços de alimentos, como medidas tributárias, ela disse que o Brasil estuda eventualmente isenções de taxas para importações de outros produtos, além de soja, milho e arroz, mas não detalhou.
“Estamos estudando sim outros produtos, mas não quer dizer que teremos que fazer, não existe nada mostrando que teremos de importar mais nada”, declarou ela, pontuando que o Brasil, grande exportador agrícola, precisa se acostumar com importações de alimentos em um mercado dinâmico. “Se tivesse uma seca maior, acredito que não teremos esse problema, temos essa ferramenta”, concluiu.
Ela citou a chegada de um navio de soja dos EUA ao porto de Paranaguá e acrescentou que outros com milho estão começando a chegar, sem especificar a origem do cereal. A ministra afirmou ainda que o país tem importado grãos por meio do modal rodoviário, a partir de países do Mercosul, como o Paraguai.

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Agricultura regenerativa ganha destaque na COP30 como caminho para um agro mais sustentável
Painel do Mapa no Pavilhão Brasil debate práticas que reduzem emissões, recuperam solos e fortalecem a competitividade da agricultura de baixo carbono no país.

Representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participaram, neste penúltimo dia da COP30, de um painel dedicado à agricultura regenerativa como caminho para um agronegócio mais sustentável e resiliente. O encontro ocorreu no Pavilhão Brasil, na Blue Zone, reunindo especialistas e autoridades para discutir soluções que integrem produção e preservação.
O painel teve como foco mostrar como práticas regenerativas podem reduzir emissões de carbono, restaurar a capacidade produtiva dos solos e ampliar a eficiência das cadeias agropecuárias. Os participantes também discutiram os desafios e as oportunidades para expandir essas técnicas no campo brasileiro, sobretudo diante das mudanças climáticas e da necessidade de fortalecer a segurança alimentar.
O auditor fiscal federal agropecuário do Mapa, Luís Rangel, destacou que o Programa Caminho Verde Brasil será um dos principais motores da transformação sustentável no país. A iniciativa prevê a recuperação de áreas atualmente degradadas, devolvendo-as à produção por meio de ciência, tecnologia e inovação, fortalecendo a agricultura de baixo carbono e ampliando a competitividade do Brasil no cenário global.
Rangel também reforçou que o governo vem ampliando os instrumentos de incentivo para que mais produtores adotem práticas sustentáveis. Entre eles, está o desconto de 0,5% no Plano Safra para quem investe em sistemas produtivos sustentáveis e tecnologias de baixa emissão. Para ele, “a transição verde já é uma realidade no campo brasileiro, e programas como o Caminho Verde mostram que é possível produzir mais, conservando os recursos naturais”.
Além disso, o debate ressaltou que a agricultura regenerativa está alinhada às metas nacionais de sustentabilidade, contribuindo para o uso eficiente do solo, o aumento da biodiversidade e a redução de impactos ambientais, sem comprometer a produtividade de pequenos, médios e grandes produtores.
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Mobilização do setor rural retira de pauta PL que aumentaria custos extrajudiciais no Paraná
Pressão do Sistema Faep, sindicatos e produtores garante suspensão do projeto que poderia elevar em até 532% taxas essenciais para atividades rurais e impactar o preço dos alimentos no estado.

O Projeto de Lei (PL) 1016/2025, referente ao aumento dos valores de referência aos atos extrajudiciais no Paraná, foi retirado da pauta de votação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A ação é resultado da mobilização do Sistema Faep, com apoio dos sindicatos e produtores rurais, que também envolveu o G7 (grupo que reúne sete entidades representativas do setor produtivo paranaense), os deputados estaduais e o governo estadual. O projeto de lei havia sido protocolado na Alep pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR).
Caso o PL 1016/2025 fosse aprovado, o impacto financeiro seria significativo na agropecuária estadual. Isso porque os produtores rurais teriam que pagar, por exemplo, até 532% a mais para averbação sem valor econômico, 351% para emissão de certidões e 82% para pedidos de escrituras com valor acima de R$ 750 mil. Com o aumento dos custos dentro da porteira, o valor dos alimentos para a sociedade paranaense sofreria reajuste.
“A retirada de tramitação do projeto é uma vitória do setor rural e também da sociedade paranaense, já que teria impacto para todos os cidadãos. O momento em que vivemos, principalmente no meio rural, é delicado, com altos custos de produção, margens apertadas e problemas extras, como as intempéries climáticas. Essa vitória é coletiva, resultado da mobilização de diversos elos da cadeia produtiva rural”, destaca o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. “O Sistema Faep, nossos sindicatos e produtores rurais agradecem a sensibilidade dos deputados estaduais, principalmente do presidente da Alep, Alexandre Curi, e do governador, Carlos Massa Ratinho Junior”, complementa.
A retirada do PL da pauta da Alep evita que os produtores rurais tenham que pagar a mais em operações de registro, averbação, retificação de área, georreferenciamento, regularização ambiental e ratificação de área em faixa de fronteira. Esses documentos são necessários para o financiamento, regularização fundiária, crédito rural, registro de propriedades, regularização ambiental e, até mesmo, a obtenção de financiamentos bancários.
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Centro de Excelência em Fertilizantes lidera debate sobre inovação na AgriZone
Painel do Mapa apresenta novo modelo de governança para desenvolver fertilizantes eficientes e tecnologias adaptadas aos biomas brasileiros, fortalecendo a segurança alimentar e a sustentabilidade.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) promoveu, na quinta-feira (20), o painel “O Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas e a Nova Governança para Inovação Aberta no Agro”, na AgriZone, para debater como o CEFENP promoverá a ponte para a inovação em fertilizantes adaptados às condições tropicais. O Centro será formado por uma rede de hubs em nove estados do Brasil, com cinco países parceiros. Open labs e plantas-piloto transformarão ativos de P&D em produtos e tecnologias em fertilizantes eficientes, da bancada ao campo, sob a orientação da ciência, das políticas públicas e da sustentabilidade.
Na ocasião, representantes do Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CEFENP) apresentaram os modelos de governança, financiamento de projetos e estímulo ao mercado, que permitem inovação em fertilizantes eficientes, otimizando ativos públicos e acelerando demonstrações de campo com foco em adaptação climática e inclusão produtiva. Eles também destacaram como as diretrizes do CEFENP se alinham às do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).

Foto: Mapa
O assessor especial da Secretaria-Executiva, José Carlos Polidoro, explicou que o centro de excelência em fertilizantes e nutrição de plantas consiste na criação de uma instituição público-privada representada por organismos nacionais e internacionais, setor privado e governos federal e estaduais, para promover inovação e negócios voltados ao desenvolvimento de tecnologias de ponta para a produção de fertilizantes no país e garantir a segurança alimentar. “Nós agora temos uma iniciativa de Estado, cujo desafio até 2050 é resolver essas questões. Temos prioridades muito claras para transformar o Brasil em um grande produtor de fertilizantes”, ressaltou Polidoro.
O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias Produtoras de Matéria-Prima de Fertilizantes destacou que o Brasil tem condições de desenvolver tecnologias para a produção de fertilizantes apropriadas para cada bioma brasileiro. “O Brasil tem centros de pesquisa e desenvolvimento, tem pesquisadores, tem uma agricultura pujante, tem uma indústria que investe no país. Então, entendemos que o Brasil tem total condição de cumprir os objetivos do Plano Nacional de Fertilizantes e reduzir nossa dependência”, afirmou.
A missão essencial do CEFENP é demonstrar que a cooperação interinstitucional e o uso compartilhado de ativos de P&D são mecanismos eficientes para reduzir custos, democratizar o acesso à inovação e consolidar a soberania tecnológica nacional.
A iniciativa busca instituir um novo paradigma de governança para o agronegócio brasileiro: um modelo capaz de escalar fertilizantes inteligentes, bioinsumos e práticas regenerativas, garantindo segurança alimentar, descarbonização da produção e resiliência climática.


