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Ministério da Agricultura publica vazio sanitário e calendário de semeadura da soja para a safra 2024/2025
Para a definição das datas, foram consideradas as condições climáticas, bem como as sugestões encaminhadas pelos estados.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou, nesta quarta-feira (15), a Portaria nº 1.111 que estabelece os períodos de vazio sanitário e de calendário de semeadura de soja em nível nacional, referentes à safra 2024/2025.
O vazio sanitário é o período contínuo, de no mínimo 90 dias, em que não pode plantar e nem manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento na área determinada. Essa medida fitossanitária é uma das mais importantes para o controle da ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. O objetivo é reduzir ao máximo possível o inóculo da doença, minimizando os impactos negativos durante a safra seguinte.
Já o calendário de semeadura é adotado como medida fitossanitária complementar ao período de vazio sanitário. Implementada no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS) a ação visa à racionalização do número de aplicações de fungicidas e a redução dos riscos de desenvolvimento de resistência da ferrugem asiática da soja às moléculas químicas utilizadas no seu controle.
Para a definição das datas, o Mapa considerou as condições climáticas, bem como as sugestões encaminhadas pelos estados. “Para o estabelecimento dos períodos de vazio sanitário e do calendário de semeadura, utilizamos de dados técnicos, além de realizar reuniões com os órgãos estaduais defesa vegetal de forma individual e regional, analisando de forma conjunta, todas as propostas enviadas pelas unidades da federação”, explica a diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Edilene Cambraia.
A Ferrugem Asiática é considerada uma das doenças mais severas que incidem na cultura da soja, podendo ocorrer em qualquer estádio fenológico. Nas diversas regiões geográficas onde a praga foi relatada em níveis epidêmicos, os danos variam de 10% a 90% da produção.
Confira os períodos de semeadura para a cultura da soja:


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Praga ameaça até 70% da produtividade do milho no Brasil
Campanha reforça necessidade de manejo integrado e alerta para risco elevado de perdas na produção.

As ameaças de pragas às lavouras de milho, sobretudo aquelas capazes de transmitir doenças que podem reduzir em até 70% a produtividade, têm mobilizado entidades e especialistas a reforçar a adoção de práticas de manejo no campo. Entre elas está o inseto Dalbulus maidis, que deixou de ser considerado praga secundária em 2015 e passou a figurar entre os principais riscos à cultura, com surtos mais intensos em estados como Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Fotos: Divulgação
Com o objetivo de orientar produtores sobre medidas eficientes para prevenir o enfezamento e controlar a disseminação de patógenos, a CropLife Brasil (CLB) conclui em novembro a última etapa da Campanha de Boas Práticas Agrícolas (BPAs). “O milho ele é um dos pilares do sistema de plantio direto (SPD) e uma cultura estratégica, quando se fala em alimentação animal, bioenergia, e principalmente, para a balança comercial do país”,expõe o especialista em Assuntos Regulatórios de Defensivos Químicos na CropLife Brasil, Pedro Duarte.
Nas últimas safras, a praga figura como uma das principais ameaças ao milho, causando perdas significativas conforme o nível de infestação. Diante desse cenário, a CropLife tem intensificado treinamentos e estimulado a adoção de boas práticas agrícolas, entre elas o uso de sementes tratadas, híbridos tolerantes, rotação de culturas e sincronização das semeaduras, para reduzir a pressão do inseto e fortalecer o manejo no campo. “Essas medidas, aliadas ao uso responsável e complementar de inseticidas químicos e biológicos, são fundamentais para reduzir a pressão do inseto, preservar a efetividade dos métodos de controle e garantir a sustentabilidade da produção de milho no Brasil”, ressalta Duarte.
A CLB possui acordo de cooperação técnica firmado com as unidades da Embrapa Cerrados e Milho e Sorgo, que contempla 20 atividades e tem o objetivo básico de desenvolver estudos aplicados do tema em áreas de produção de sementes e grãos no Brasil.

Foto: Divulgação
O que é e por que é ameaça
A cigarrinha-do-milho é um inseto de apenas 3,7 a 4,3 mm de comprimento, de coloração branco-palha, que lembra a mosca-branca. O primeiro grande relato de aparição foi datado em 1985, em Minas Gerais.
Embora quase imperceptível para quem não está familiarizado com a espécie, a praga apresenta potencial perigo devido a sua alta capacitada reprodutiva e dano ativo pela sucção contínua da seiva de plantas.
Cada fêmea é capaz de depositar 400 a 600 ovos, resultando em populações numerosas, com ciclo de vida entre 15 e 27 dias, permitindo a formação de duas ou mais gerações dentro do mesmo período de cultivo do milho.
Além do dano direto, o inseto representa um risco ainda maior por atuar como vetor de patógenos que infectam o milho. Em altas populações, pode desencadear os chamados enfezamentos, doenças de caráter vascular e sistêmico que comprometem o desenvolvimento da planta. Entre as mais comuns estão o enfezamento-vermelho, o enfezamento-pálido e a virose da risca, todas capazes de provocar perdas significativas na produtividade.
Entre as principais commodities
O milho é uma das principais commodities do Brasil. Hoje, o país é o terceiro maior produtor mundial da cultura, atrás da China e dos

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Estados Unidos, respectivamente. Além da relevância na produção, em 2023, o Brasil foi o maior exportador global de milho, superando inclusive os EUA.
Na safra de verão 2024/2025, a produção brasileira alcançou 24,9 milhões de toneladas, enquanto a safrinha de 2025 registrou 109,5 milhões de toneladas. O rendimento médio foi de 6.320 kg por hectare, evidenciando a eficiência da produção nacional.
Monitoramento e manejo
Nenhuma medida de controle isolada é capaz de eliminar totalmente a cigarrinha-do-milho. Por isso, a adoção de práticas de manejo orientadas pelas boas práticas agrícolas, preferencialmente em nível regional, pode auxiliar a reduzir as populações da praga e seus impactos. A eficácia deste processo requer monitoramento da lavoura desde os estágios iniciais e adoção de medidas rápidas com controle químico, biológico ou captura massiva na lavoura.
Entre as principais ações estão a eliminação das plantas voluntárias na entressafra, para evitar que funcionem como hospedeiras; o uso de cultivares mais resistentes ou tolerantes, reduzindo a vulnerabilidade da lavoura; a aplicação criteriosa de controle químico nas fases iniciais da cultura, quando as plantas são mais suscetíveis; e a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que combina diferentes estratégias de forma coordenada e sustentável.
Campanha de conscientização
A campanha de Boas Práticas Agrícolas (BPAs) conduzida pela Croplife Brasil visa conscientizar produtores, trabalhadores rurais e consumidores sobre o uso responsável das tecnologias no campo. O objetivo é estabelecer uma iniciativa permanente para fortalecer a relação entre a produção sustentável de alimentos e os desafios globais de sustentabilidade que impactam o agronegócio, além de capacitar o setor com ferramentas e informações sobre essas práticas, que são fundamentais para gerar impactos positivos na agricultura e no planeta.

Além disso, a entidade mantém a plataforma de treinamento Conecta, que possui dois módulos (9 e 10) destinados ao manejo integrado de pragas, entre outros que abordam o uso de tecnologia de aplicação segura e correta. Todo o conteúdo da campanha está disponivel para download.
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China mira cooperação com Bahia em saúde animal e genética
Acordo em discussão com a Academia Chinesa de Ciências Agrícolas prevê pesquisa conjunta, novos métodos de diagnóstico e tecnologias acessíveis para produtores baianos.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) e a Academia Chinesa de Ciências Agrícolas (CAAS) discutiram, na segunda-feira (17), novas possibilidades de cooperação voltadas à biossegurança animal, ao melhoramento genético e ao desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao campo. A aproximação também abre caminho para intercâmbio científico, pesquisa conjunta e acesso a insumos e metodologias mais acessíveis para o setor agropecuário baiano.
Para o secretário estadual de Agricultura, Pablo Barrozo, o diálogo reforça o compromisso da Bahia em avançar na modernização produtiva. “O estado está estruturando um ecossistema de inovação e vê na China um parceiro estratégico para tecnologias aplicadas à saúde animal, ao melhoramento genético e ao fortalecimento da defesa agropecuária. Essa troca pode gerar ganhos diretos para pequenos e médios produtores”, afirmou.
A reunião ocorreu durante a visita do pesquisador chinês Dr. Guangzhi Zhang à Seagri. Referência internacional em prevenção e controle de zoonoses, Zhang atua no Instituto de Ciências Animais da CAAS, em Pequim, onde lidera estudos em métodos de detecção, patogênese e vacinas para doenças como brucelose e tuberculose bovina. A agenda foi articulada pela pesquisadora da UFBA, Dra. Silvana Marchioro, que acompanhou a visita ao lado do professor Luis Pita.
Cooperação institucional e oportunidades para o setor
O secretário destacou o papel do Centro Tecnológico Agropecuário da Bahia (CETAB) e da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) como instituições-chave para validação de tecnologias, testes de campo e implementação de projetos-piloto no território baiano. Durante a reunião, foram alinhadas frentes de cooperação em áreas estratégicas, como: melhoramento genético e produtividade animal; desenvolvimento de métodos de diagnóstico precoce; pesquisas conjuntas; fortalecimento da saúde e defesa agropecuária.
A parceria com a CAAS coloca o estado em uma agenda de inovação estratégica. “A Bahia está pronta para construir pontes que fortaleçam a produção, ampliem a segurança sanitária e gerem novas oportunidades para quem vive e trabalha no campo”, enfatizou Barrozo.
A expectativa é que a cooperação estabeleça bases sólidas para avanços estruturantes no setor. A longo prazo, a Bahia, que possui o maior rebanho caprinovinocultor do Brasil, terá condições de elevar padrões produtivos e ampliar a oferta de proteína animal de alta qualidade.
Para a pesquisadora Silvana Marchioro, a colaboração pode ampliar significativamente a capacidade científica e tecnológica do estado. “A China domina tecnologias de ponta e produz em escala, o que reduz custos e amplia o acesso a insumos essenciais. Essa parceria aproxima a universidade de soluções aplicadas ao campo, e o professor Zhang demonstrou grande interesse em colaborar com a Bahia”, frisou.
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Brasil deve romper barreiras históricas na produção e exportação de soja em 2026
Estimativas indicam safra de 177,7 milhões de toneladas e exportações recordes, em cenário de maior processamento e fortalecimento da cadeia.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) divulgou novas estimativas para o balanço de oferta e demanda do complexo da soja em 2026, reforçando a expectativa de resultados inéditos para o setor. A produção nacional está projetada em 177,7 milhões de toneladas, enquanto o esmagamento deve atingir 60,5 milhões de toneladas, impulsionando também os volumes industriais: a produção de farelo está estimada em 46,6 milhões de toneladas, e a de óleo de soja deve chegar a 12,5 milhões de toneladas.

Foto: Jaelson Lucas
No comércio exterior, as projeções mantêm o Brasil em trajetória ascendente. A Abiove prevê a exportação de 111 milhões de toneladas de grãos, além de 24,6 milhões de toneladas de farelo e 1,2 milhão de toneladas de óleo, este último com alta de 20% em relação ao ciclo anterior.
As importações devem permanecer em níveis moderados: cerca de 125 mil toneladas de óleo de soja e 500 mil toneladas de grãos, destinadas ao abastecimento interno. “Mesmo com ajustes pontuais, os números reforçam a solidez da cadeia da soja e a capacidade do setor em responder às demandas do mercado interno e externo com eficiência. A expansão do processamento, somada ao ritmo consistente das exportações, confirma o papel estratégico do Brasil no comércio internacional do complexo da soja”, afirma Daniel Furlan Amaral, diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove.
Desempenho em 2025
Os dados consolidados até setembro de 2025 também mostram avanço do setor. A produção de soja no ciclo alcançou 172,1 milhões de

Foto: Alvaro Rezende
toneladas, enquanto o esmagamento projetado foi de 58,5 milhões de toneladas.
A oferta de farelo deve atingir 45,1 milhões de toneladas, e a de óleo, 11,7 milhões de toneladas, mantendo estabilidade frente ao desempenho industrial.
Ritmo das exportações
Em setembro de 2025, o processamento somou 4,1 milhões de toneladas, queda de 9,1% em relação a agosto e de 1,2% frente a setembro de 2024, considerando o ajuste amostral.
Ainda assim, o setor segue em expansão: no acumulado do ano, o processamento cresceu 5,1% ante o mesmo período de 2024, totalizando 39,3 milhões de toneladas.



