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Ministério da Agricultura certifica bioinsumo da Coopavel durante Show Rural
Inoculante foi desenvolvido em parceria com a Embrapa Soja para beneficiar a produção de milho e aumentar a produtividade da cultura, sem causar danos ao meio ambiente.

O primeiro dia do 37º Show Rural da Coopavel, na última segunda-feira (10), teve uma boa notícia do governo federal: a certificação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária de um bioinsumo inédito, desenvolvido pela Embrapa em parceria com indústria paranaense para beneficiar a produção de milho e aumentar a produtividade da cultura, sem causar danos ao meio ambiente. Porta-voz da novidade no evento em Cascavel, o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PT) comemorou o anúncio. “Os biodefensivos contribuem para uma agricultura regenerativa, que prioriza a saúde do solo e a sustentabilidade, além de serem uma alternativa viável que oferta produtos de alta tecnologia para pequenos, médios e grandes produtores,” destacou o deputado. Zeca acompanhou de perto, em Brasília, as tratativas com os órgãos públicas para registro e certificação do produto.
O Azoscoop, inoculante para milho com formulação exclusiva, é um dos lançamentos em parceria com a unidade da Embrapa Soja , de Londrina, que pode ser conferido no estande da Biocoop Indústria de Biodefensivos a primeira fábrica de bioinsumos de uma cooperativa brasileira (Coopavel). O produto é inédito no Brasil e passou por análise rigorosa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Com a certificação do Ministério da Agricultura, se completa essa etapa de autorização e ele pode ser produzido e registrado para comercialização.
O gerente da Biocoop, Leandro Belter , explica que o inoculante para milho tem como principal característica ser um promotor de crescimento natural, elevando a produtividade da cultura do milho e de forma ambientalmente sustentável. Na parceria, a Embrapa ficou responsável pela pesquisa, enquanto a Biocoop, da produção. Para fins de registro, o produto passou por avaliação de toxilogia na Anvisa, em seguida, o IBAMA avaliou o potencial de periculosidade ambiental. A última etapa foi a avaliação e certificação do MAPA. “Conseguir autorização para certificação do Azoscoop é uma vitória muito grande para nós após percorremos um longo processo, pois é um produto totalmente novo no mercado,” afirmou Leandro Belter.
Olho no futuro

Presidente da Coopavel, Dilvo Grolli: “Gastamos cerca de R$ 85 bilhões por ano em produtos químicos para a lavoura brasileira. Os produtos biológicos não chegam a R$ 10 bilhões. Daqui a cinco anos, deve triplicar essa participação” – Fotos: Divulgação/Arquivo OPR
O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, ressaltou a crescente importância da produção de bioinsumos. Além disso, o fato de a Biocoop ser a primeira indústria de bioinsumos no Brasil a pertencer a uma cooperativa também é significativo, pois fortalece o papel das cooperativas na inovação e na busca por soluções mais ecológicas e acessíveis para os produtores rurais.
Ele agradeceu o empenho e a atenção do deputado Zeca Dirceu, destacando ainda o papel dos bioinsumos para o futuro da produção agropecuária: “Gastamos cerca de R$ 85 bilhões por ano em produtos químicos para a lavoura brasileira. Os produtos biológicos não chegam a R$ 10 bilhões. Daqui a cinco anos, deve triplicar essa participação,” destacou. “Quanto mais a gente colocar anel de proteção biológico nas nossas lavouras, mais vamos fortalecer a agropecuária e agregar valor dessa proteção aos nossos produtos”.
No Show Rural 2025, Zeca Dirceu também visitou as centenas de exposições de produtos e serviços para a agricultura e pode conferir as inovações tecnológicas e das pesquisas paranaense e brasileira, com foco na produção sustentável de alimentos. “Qualquer tarefa que a agricultura paranaense tenha, pode contar com a gente em Brasília e no estado para apoiar e buscar solução”, completou o deputado.

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Seguro rural para soja no Paraná adota modelo inédito baseado em manejo
Projeto-piloto do ZarcNM oferece subvenções maiores conforme o nível de manejo, incentivando práticas que reduzem riscos de perdas por seca e aumentam a resiliência da cultura.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático em Níveis de Manejo (ZarcNM) começou a ser operado pela primeira vez no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Ministério da Agricultura e Pecuária. A nova modalidade está em fase piloto, tendo como foco inicial a cultura da soja no Paraná. Vinte e nove áreas de produção, totalizando cerca de 2.400 hectares, aderiram à iniciativa e efetivaram a contratação de seguro rural, acessando percentuais diferenciados de subvenção nas apólices de acordo com o nível de manejo adotado na propriedade.
O piloto usa a metodologia desenvolvida pela Embrapa, que permite classificar talhões em quatro níveis de manejo (NM), baseada em indicadores objetivos, verificáveis e auditáveis. Juntamente com as avaliações de risco climático do ZarcNM, o produtor e demais interessados podem verificar o quanto a adoção de boas práticas pode reduzir os riscos potenciais de perdas da produção por seca. Quanto melhor o nível de manejo, maior a subvenção do seguro.

Fotos: Shutterstock
Da área total participante do projeto-piloto, cerca de 5% foi classificada com o nível quatro, o melhor da escala do ZarcNM e que resulta numa subvenção de 35% no valor do seguro rural. Do restante, 27% da área foi classificada no nível de manejo 3, com subvenção de 30%; 57% no nível 2, com 25% de subvenção da apólice; e 11% da área ficou com o nível 1, mantendo os 20% de subvenção padrão do PSR.
De acordo com Diego Almeida, diretor do Departamento de Gestão de Riscos, do Ministério da Agricultura, este novo formato de subvenção deve se tornar perene. “Após a avaliação dos resultados desta primeira fase, planejamos expandir o programa para outros estados, iniciando com a soja e, posteriormente, incluindo a cultura do milho”, afirma.
Aumento de produtividade e resiliência
A metodologia ZarcNM contribui para reduzir um problema recorrente do seguro rural que é a necessidade da quantificação mais individualizada do risco, por gleba ou talhão, conforme o manejo de cada área. Ao aplicar incentivos financeiros, a gestão do PSR coloca em prática um mecanismo de indução de boas práticas e adaptação da agricultura brasileira, tornando-a mais resiliente à variabilidade climática e aos crescentes riscos de seca.
O pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja (PR), afirma que essa atualização do ZarcNM é muito relevante porque quanto melhor o nível de manejo adotado, menor será o risco de perdas por déficit hídrico. De acordo com o pesquisador, a adoção de práticas conservacionistas é determinante para aumentar a infiltração de água e reduzir o escorrimento superficial, comuns durante chuvas intensas e em grandes volumes. Junto a outras práticas de manejo do solo, elas promovem maior disponibilidade de água às plantas. “O aprimoramento do manejo do solo leva a um aumento significativo na produtividade das culturas, à redução do risco de perdas causadas por condições de seca e ao aumento da fixação de carbono no solo. Além disso, promove a conservação tanto do solo quanto dos recursos hídricos”, destaca Farias.
Segundo o pesquisador, culturas não irrigadas, como a grande maioria da área com soja no Brasil, têm como fontes de água para atendimento de suas necessidades a água da chuva e aquela disponibilizada pelo solo. “As práticas de manejo que incrementam a capacidade do solo de disponibilizar mais água às plantas são essenciais para reduzir os riscos de perdas por seca, principalmente, quando se projetam cenários climáticos cada vez mais adversos à exploração agrícola”, ressalta Farias.
Modelo de operação
Neste modelo testado pela primeira vez são considerados seis indicadores: tempo sem revolvimento do solo, porcentagem de cobertura do solo em pré-semeadura (palhada), diversificação de cultura nos três últimos anos agrícolas, percentual de saturação por bases, teor de cálcio e percentual de saturação por alumínio. “Além dos indicadores quantitativos, alguns pré-requisitos precisam ser observados como, por exemplo, semeadura em contorno ou em nível”, explica Farias.
No piloto, os agricultores submetem seus projetos às seguradoras e agentes financeiros, indicando o talhão a ser analisado, repassando as informações solicitadas e as análises de solo feitas em laboratórios credenciados. Por meio de uma plataforma digital desenvolvida pela Embrapa Agricultura Digital (SP), o Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), os dados são cruzados com informações de sensoriamento remoto para cálculo e classificação dos níveis de manejo.
O pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coordenador da Rede Zarc de Pesquisa, Eduardo Monteiro, destaca a importância do sensoriamento remoto nesse processo. Ele exemplifica com uma das áreas aprovadas no Nível de Manejo 3 e que está ao lado de outra com sinais de erosão.
“Apesar de vizinhas, as classificações podem ser bem diferentes. A área erodida não obteria classificação maior que NM1. Isso mostra a importância de um sistema de verificação independente e bem estruturado para ser capaz de observar esses detalhes de forma automatizada à medida que ganha escala e o número de operações chega aos milhares”, afirma.
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Brasil e África discutem novas revoluções verdes para agricultura sustentável
Painel promovido pelo ATLAS na AgriZone destaca cooperação técnica, políticas públicas e transferência de tecnologia como caminhos para acelerar transformações agrícolas no clima atual.

Com a crescente demanda global por práticas agrícolas sustentáveis, os debates sobre novas revoluções verdes tornam-se cada vez mais essenciais. Nesse contexto, o Laboratório de Transições Agrícolas para Soluções Africanas (ATLAS) promoveu, nesta terça-feira (18), na AgriZone, o painel “Lições das Revoluções Verdes: Perspectivas do Brasil e da África para Transformações Agrícolas Sustentáveis”.
O assessor especial da Secretaria-Executiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), José Polidoro, representou a Pasta no painel e destacou que o sistema agrícola brasileiro é baseado em três pilares: ciência e tecnologia, defesa agropecuária e o sistema de financiamento/crédito rural. “Não temos dúvida em afirmar que nossa agricultura é baseada em ciência sustentada por tecnologia. E temos um amplo sistema para financiar grandes e pequenos produtores. Todos os produtores no Brasil são atendidos por esse sistema, que financia produção, custeio e investimentos”, disse.
A plataforma ATLAS busca promover o diálogo político, a cooperação institucional e a ampliação de financiamentos para o desenvolvimento agrícola sustentável do continente africano. O painel discutiu as políticas públicas que tornaram o Brasil uma potência agrícola global, incluindo a recuperação de solos degradados e tecnologias adaptadas aos diferentes biomas brasileiros.
O continente africano possui 70% da sua força de trabalho envolvida na agricultura, e o evento buscou explorar caminhos de cooperação entre Brasil e África capazes de acelerar uma transformação agrícola compatível com o clima.
Polidoro citou como exemplo o Programa Caminho Verde Brasil, que irá impulsionar o crescimento da agropecuária brasileira por meio da restauração de áreas degradadas. “Temos uma política que demonstra aos nossos parceiros do Sul Global, como os países africanos, que é possível realizar uma revolução verde, uma revolução verde verdadeira. Mas, para isso, é necessário ter leis, regulamentação e políticas de Estado”, ressaltou.
Brasil e África firmaram, em 2025, acordos para a transferência de tecnologia por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além da assinatura de Memorandos de Entendimento (MoUs) entre o Brasil e países africanos para cooperação técnica, melhoria dos sistemas agrícolas e apoio à segurança alimentar e ao desenvolvimento rural.
Participaram do painel o pesquisador PhD em Agronomia, Genética e Cooperação Internacional da Embrapa, Paulo Melo; o chefe de Resiliência, Clima e Fertilidade do Solo da Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA), Tilahun Amede; e a diretora de Relações Públicas da OCP Nutricrops, Mouna Chbani.
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Mato Grosso ganha escritório da ApexBrasil para impulsionar exportações
Nova unidade, inaugurada em Cuiabá, aproxima serviços de apoio ao comércio exterior e reúne empresários e adidos agrícolas para ampliar a atuação internacional das empresas da região.

Por meio da iniciativa conjunta entre a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a região Centro-Oeste ganha um reforço no apoio às empresas locais para fortalecimento nas exportações. Na segunda-feira (24), em Cuiabá, será inaugurado o Escritório da ApexBrasil em Mato Grosso (EA-MT) com rodada de negócios entre entidades representativas de diversos setores produtivos e os adidos agrícolas brasileiros.
A cerimônia de inauguração contará com a presença do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. O evento será realizado no Cenarium Rural a partir das 8h30.
Atualmente, o Mapa conta com 40 adidos agrícolas brasileiros em 38 postos ao redor do mundo, responsáveis pelo trabalho de abertura, manutenção e ampliação de mercados para o agronegócio brasileiro. Durante a programação, empresários e produtores interessados em exportar seus produtos podem participar das rodadas de negociação com eles. Para isso, é necessário fazer a inscrição prévia clicando aqui. “Estamos reunindo toda a estrutura de apoio necessária para quem produz poder comercializar seus produtos ao redor do mundo e, com isso, fortalecer a agroindústria e a geração de renda nas diferentes regiões e setores do estado”, comentou o ministro Carlos Fávaro.
Entre 2023 e 2025, o esforço integrado entre ApexBrasil, Mapa e Ministério das Relações Exteriores (MRE) resultou em mais de 170 ações internacionais realizadas em 42 países, gerando US$ 18 bilhões em negócios projetados e atendendo mais de 3 mil empresas brasileiras.
EA-MT
O novo escritório da ApexBrasil está localizado na sede da Famato, no Centro Político Administrativo em Cuiabá. A abertura do EA Mato Grosso faz parte da estratégia de descentralização da ApexBrasil, que busca aproximar os serviços da Agência das empresas locais, ampliando o apoio à exportação, internacionalização e atração de investimentos estrangeiros diretos (IED). “Mato Grosso tem papel estratégico no comércio exterior brasileiro, especialmente nos setores do agronegócio, alimentos e sustentabilidade. Com esse novo escritório, queremos estar mais próximos das empresas da região e ajudá-las a conquistar novos mercados”, destacou o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.
No exterior, a agência conta com escritórios nos principais centros comerciais do planeta, como Miami, Dubai, Pequim, Xangai, Moscou, Bruxelas, Bogotá, entre outros. Ao todo, a agência conta com seis escritórios no Brasil e outros 11 atendendo América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia e Pacífico e Oriente Médio, África e Índia.



