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Milho safrinha tem perdas de 60% com a geada

Áreas com cultura plantada mais tarde terão prejuízo de 100% e outras, adiantadas, perda inferior a 10%

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Sandro Mesquita/OP

Gramados, plantações e telhados brancos formaram a paisagem de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, na terça (29) e quarta-feira (30). Enquanto muitos aproveitavam para fotografar a geada, outros começavam a calcular os prejuízos do gelo. Os agricultores, que já vinham sofrendo com a estiagem e seus reflexos na produtividade da safrinha 2020/2021, viram o milho praticamente definhar.

Ao avaliar as plantações de milho da região, o engenheiro agrônomo Cristiano da Cunha estima um alto prejuízo em virtude da geada que, segundo ele, acometeu tanto as área baixas quanto as elevadas. “Não víamos algo tão forte há muitos anos. As geadas foram extremamente severas. Áreas com milho mais atrasado terão prejuízo de 100% e outras, com milho adiantado, perda inferior a 10%. A maioria das lavouras estava com o milho verde, ou recém passando dessa fase, e serão afetadas de 50% a 60%. Em média, estimo prejuízos na ordem de 60%”, calcula.

Perdas podem piorar

Se o cenário não é nada favorável diante da alta perda nas plantas de milho, a situação ainda pode se agravar. O alerta é do membro da Comissão Estadual de Cereais e secretário do Sindicato Rural Patronal de Marechal Rondon, engenheiro agrônomo e produtor Cévio Mengarda. “Os danos são imensuráveis e podem piorar. Há gente falando de 100% de perda com as duas geadas, é correto. Se tivermos índices pluviométricos elevados nos próximos dias, o prejuízo pode se elevar: o milho vai brotar, ‘vai arder’, e fica complicado para colocá-lo no mercado”, expõe ao O Presente.

Contudo, as previsões futuras parecem estar ao lado do agricultor, considera Mengarda. Ontem (1º) e hoje (02) as temperaturas subiram no município e a tendência é de que sigam assim. “O clima deve ser favorável e seco. O milho não se desenvolve mais, mas ao menos aquilo que está formado se consolida em um grão menor e com menos peso, produzindo alguma coisa”, explica.

Prejuízo acumulado

O produtor destaca que o prejuízo na safrinha se acumula pelos fatores climatológicos e foi intensificado por conta do atraso na semeadura, que aconteceu no final de fevereiro e começo de março. “Quem plantou ainda no final de fevereiro deve ter perdas de 20%, mas são poucos – cerca de 10% do total. O restante das lavouras, plantadas até meados de março, chegam a perdas de 70%. Vejo uma perda média de 50% devido à geada, mas já tínhamos uma perda projetada de 50% por causa da seca. Somando as duas ocorrências, o prejuízo mínimo deve ser de 70%, um número bastante alarmante”, afirma.

30% de áreas não asseguradas

Cunha salienta que boa parte das lavouras estão asseguradas, seja por seguro particular ou via ProAgro. “Com o seguro das lavouras, diminui um pouco a perda do produtor. Porém, há uma parcela, cerca de 30% das áreas, que não estão asseguradas e o agricultor acaba amargando prejuízo total”, frisa, emendando: “O produtor deve acionar o seguro e acompanhar as lavouras na colheita. Resta ao produtor plantar novamente, porque, mesmo com as intempéries, a agricultura não vai parar”, destaca.

Cotação versus disponibilidade

O representante rondonense na Comissão Estadual de Cereais menciona que, mesmo com a perda da produtividade, o encarecimento do milho deve fazer com que o agricultor cubra os gastos. “A cotação deve subir, porém é muito mais interessante ter o produto do que ter um preço extremamente elevado. Com uma produção elevada de milho, toda a cadeia se beneficia, inclusive o consumidor final. Boa parte das áreas ainda produzirá, mas não significativamente. Com preços elevados, acredito que deve cobrir os custos”, opina.

Profissional que produz a céu aberto, o agricultor é ciente dos riscos, ressalta Mengarda. “É obvio que há uma tristeza pairando entre os produtores, pois a perda é grande e esse era o ano em que conseguiríamos bons resultados”, lamenta, acrescentando: “O momento é de cautela, aguardar os próximos cenários e a colheita. Não fazer dívidas ou investimentos altos, porque a situação vai ser delicada”.

Lavouras que escaparam

Apenas 15% dos 45 mil hectares cultivados com milho safrinha na região Oeste não devem sofrer com a geada, de acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). Na estimativa de Cunha, na microrregião de Marechal Rondon as lavouras que escaparam do fenômeno foram poucas.

“Aquelas áreas semeadas cedo, em que o agricultor fez silagem do milho verão e plantou milho novamente, foram acometidas pela seca e o produtor cortou novamente. Em percentual com perda zero na região são no máximo 5% das lavouras”, pontua.

Falta de milho deve encarecer ainda mais o grão

Questionado sobre a possibilidade de falta de milho no mercado, acenada por grandes cooperativas da região em virtude da estiagem, Cunha ressalta que o grão já está escasso e o possível desprovimento é um ponto preocupante. “A geada traz problemas de qualidade no grão e, com isso, há problemas depois na ração animal em função das microtoxinas. Tenho plena certeza de que haverá falta de milho no mercado e isso vai afetar toda a cadeia produtiva”, prevê o engenheiro agrônomo.

Tendo em vista que o ciclo da suinocultura e da avicultura não é rápido, o desabastecimento pode repercutir por muitos lotes. “Quando faltar cereal, as empresas vão diminuir o alojamento e até que isso se recupere será preciso de mais uma ou duas safras. É coisa de mais de um ano para frente. Inclusive, podemos ter escassez na oferta de carne, bem como impactos na exportação por não termos matéria-prima para ração”, amplia.

Reflexo nos preços

Se nas lavouras as plantas levam certo tempo para de fato mostrarem os efeitos da geada, os preços do milho tiveram impacto quase simultâneo, o que, no entendimento de Mengarda, se deve ao medo do desabastecimento. “Houve uma alta de 10% em dois dias, algo significativo. Isso é o receio do mercado de que falte o produto”, indica.

Segundo ele, a falta total de produto é difícil de acontecer, mas o encarecimento do grão é certeiro. “O Brasil é grande e temos regiões produtoras que, tirando o efeito da seca, ainda terão uma produtividade significativa. O problema é o preço que esse produto vai chegar no mercado local. Nossa região é extremamente agrícola, pecuária e consome muito milho; com certeza teremos dificuldades”, opina.

Fonte: O Presente

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Sindirações apresenta dois novos associados

Sul Óxidos e Purefert do Brasil passam a integrar o quadro de associados da entidade, reforçando a cadeia produtiva na promoção de parceiras estratégicas.

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Foto: Shutterstock

Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal – Sindirações anuncia a chegada de duas novas empresas no seu quadro de associados: Sul Óxidos e Purefert do Brasil. No total, a entidade representa cerca de 90% da indústria de alimentação animal. Para Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, essa movimentação vai de encontro com um dos principais objetivos da entidade, que é dar voz para as empresas e defender os principais interesses do setor.

Foto: Divulgação/Sindirações

Com mais de 20 anos de experiência, a Sul Óxidos é referência na produção de óxido de zinco e sulfato de zinco, além da comercialização de ânodos, zinco metálico e outros metais não ferrosos. Comprometida com a excelência, a empresa foca na melhoria contínua de seus processos e na garantia da qualidade de seus produtos, atuando com responsabilidade ambiental e priorizando a redução de resíduos sólidos e efluentes, a fim de minimizar os impactos ambientais.

De acordo com Jorge Luiz Cordioli Nandi Junior, Engenheiro Agrônomo da Sul Óxidos, “a filiação ao Sindirações é vital para reforçar sua presença no setor de alimentação animal e fomentar parcerias estratégicas. A associação garante acesso a informações essenciais sobre tendências do mercado, regulamentações e práticas de excelência. Além disso, a Sul Óxidos se posiciona para defender os interesses da indústria, moldando políticas que beneficiam o segmento. A colaboração com outros líderes do setor facilita a troca de inovações e conhecimentos, fortalecendo a competitividade e a sustentabilidade da empresa nesse nicho crucial”, comenta.

Já o grupo Purefert atua como fornecedor de fertilizantes premium para clientes em todo o mundo. Com contratos estratégicos de fornecimento de longo prazo com fornecedores líderes, a Purefert está na vanguarda das mais recentes inovações em qualidade de produto e agregação de valor à cadeia de fornecimento para seus clientes. A empresa é líder de mercado em produtos à base de Fosfato.

“A associação da Purefert ao Sindirações é estratégica por proporcionar acesso a informações técnicas e regulatórias, participação em grupos de trabalho que definem tendências do mercado, suporte em questões jurídicas e tributárias, além de oportunidades de networking para parcerias e inovações. Essa conexão fortalece a competitividade e a conformidade da empresa no mercado”, afirma Thiago Janeri, trader da Purefert.

Fonte: Assessoria Sindirações
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Epagri divulga Boletim Agropecuário de Santa Catarina referente a outubro

Para a 1ª safra de milho 2024/25, a redução na área plantada deverá chegar a 10,4%. “A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 24%, chegando a 8.463kg/ha.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

A Epagri divulgou a última edição do Boletim Agropecuário, publicado mensalmente pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Epagri/Cepa).

Milho

Foto: Sandra Brito

Em outubro, o preço médio mensal pago ao produtor de milho em Santa Catarina apresentou uma alta de 5,3% em relação ao mês anterior. Segundo o documento, os preços refletem a maior demanda interna pelo cereal, a entressafra no Brasil e a concorrência com as exportações.

De acordo com o analista de socioeconomia e desenvolvimento rural da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, para a 1ª safra de milho 2024/25, a redução na área plantada deverá chegar a 10,4%. “A produtividade média esperada, entretanto, deverá crescer em torno de 24%, chegando a 8.463kg/ha. Assim, espera-se um aumento de 11% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,24 milhões de toneladas de milho”, diz ele.

O Boletim Agropecuário traz os dados atualizados do acompanhamento das safras e do mercado dos principais produtos agropecuários catarinenses. Confira mais detalhes de outras cadeias produtivas:

Trigo

Em outubro, os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo ficaram praticamente estabilizados, mas com uma pequena variação negativa de 0,34%. Na variação anual, em termos reais, registrou-se uma alta expressiva de 22,07%. Em todo o estado, até a última semana de outubro, cerca de 39% da área destinada ao plantio de trigo nesta safra já havia sido colhida. Para as lavouras que ainda estão a campo, 20% da área estava em fase de floração e 80% em fase de maturação.

Com relação à condição de lavoura, em 94% das áreas avaliadas a condição é boa; 5% a condição é média e, 1% a condição é ruim. A área plantada estimada é de pouco mais de 121 mil hectares, redução de 11,8% em relação à safra passada. A produtividade média estadual está estimada em 3.582kg/ha, um aumento de 60,1%. Até o momento, a expectativa é que a produção estadual deverá crescer 41,3%, chegando a aproximadamente 435 mil toneladas.

Soja

No mês de outubro, as cotações da soja no mercado catarinense apresentaram reação de 2,7% em relação ao mês anterior. No início de novembro, nos 10 primeiros dias do mês, na comparação com o preço médio de setembro, é possível perceber movimento altista de 2,6%. A menor oferta interna do produto no mercado interno tem favorecido as cotações, no entanto, fatores de baixa estão se projetando no mercado futuro.

Para essa safra, deveremos ter um aumento de 2,09% da área plantada, alcançando 768,6 mil hectares na primeira safra. A produtividade média esperada deverá crescer significativamente: a expectativa é um incremento de 8,56%, chegando a 3.743kg/ha. Com isso, espera-se um aumento de 10,8% na produção, com um volume colhido de aproximadamente 2,87 milhões de toneladas de soja 1ª safra.

Bovinos

Nas primeiras semanas de novembro registrou-se de alta nos preços do boi gordo em relação ao mês anterior em praticamente todos os estados brasileiros. Em Santa Catarina, o preço médio estadual do boi gordo atingiu R$295,34 em meados deste mês, o que representa uma alta de 8,8% em relação ao mês anterior e de 20,3% na comparação com maio de 2023. A expectativa é de que se verifique a continuidade desse movimento de alta nas próximas semanas.

A reduzida oferta de animais prontos para abate e a elevada demanda, tanto no mercado interno quanto externo, são responsáveis por esse acentuado movimento de alta observado na maioria dos estados. A forte seca que atingiu grande parte do país, em especial a região Centro-Oeste, tem sido um fator crucial na redução da oferta.

Frangos

Santa Catarina exportou 105,5 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em outubro – queda de 0,03% em relação aos embarques do mês anterior, mas alta de 27,1% na comparação com os de outubro de 2023. As receitas foram de US 212,8 milhões – queda de 4,8% em relação às do mês anterior, mas crescimento de 32,9% na comparação com as de outubro de 2023.

De janeiro a outubro, Santa Catarina exportou 961,8 mil toneladas, com receitas de US$ 1,88 bilhão  alta de 6,7% em quantidade, mas queda de 1,6% em receitas, na comparação com os valores acumulados no mesmo período do ano passado.

A maioria dos principais destinos apresentou variação positiva, na comparação entre o acumulado deste ano e o mesmo período de 2023, com destaque, mais uma vez, para o Japão (crescimento de 35,6% em quantidade e 13,4% em valor).

Suínos

Santa Catarina exportou 68,0 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em outubro, altas de 10,6% em relação ao montante do mês anterior e de 44,8% na comparação com os embarques de outubro de 2023. As receitas foram de US$169,4 milhões, crescimentos de 12,7% na comparação com as do mês anterior e de 61,5% em relação às de outubro de 2023. Esse é o segundo melhor resultado mensal de toda a série histórica, tanto em quantidade quanto em receitas, atrás apenas de julho passado.

De janeiro a outubro, o estado exportou 595,3 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$1,39 bilhão – altas de 10,5% e de 6,3%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. Santa Catarina respondeu por 56,7% das receitas e por 55,0% do volume de carne suína exportada pelo Brasil este ano.

Leite

Até setembro/24, as indústrias inspecionadas brasileiras adquiriram 18,331 bilhões de litros de leite cru, 1,2% acima dos 18,116 bilhões adquiridos no período de 2023. Essa quantidade, somada à quantidade importada, mostra que, até setembro, a oferta total de leite foi 1,6% maior do que a do mesmo período de 2023.

De janeiro a outubro/24 foi importado o equivalente a 1,888 bilhão de litros de leite cru, 7% acima dos 1,765 bilhão de litros do mesmo período de 2023.

Em novembro, houve diferentes movimentos nos preços aos produtores catarinenses: estabilidade, alta e baixa. Com isso, pelos levantamentos da Epagri/Cepa, o preço médio de novembro fechou em R$2,75/litro, quase idêntico ao preço médio de outubro, que ficou em R$2,76/litro.

Leia a íntegra do Boletim Agropecuário de novembro, clicando aqui.

Fonte: Assessoria Agência de Notícias SECOM
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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano

Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).

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Fotos: Marcello Casal

O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.

No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.

No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.

No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.

Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.

A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.

Fonte: Assessoria Cepea
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