Empresas
Microbioma é chave para produção eficiente e sustentável de aves e suínos
Pesquisas científicas confirmam que tecnologias nutricionais voltadas à funcionalidade intestinal potencializam o desempenho animal e reduzem a pegada ambiental

Avicultores e suinocultores que utilizam tecnologias nutricionais focadas na saúde intestinal dos animais conseguem ser mais eficientes e minimizar o impacto ambiental. “O equilíbrio do microbioma é que fará o animal ter o desempenho esperado, com melhor conversão alimentar e absorção de nutrientes, além de menor mortalidade e otimização de recursos, o que aumentará a produção de carne e ovos, com redução da pegada ambiental”, destaca o engenheiro agrônomo Felipe Fagundes, gerente da Alltech para América Latina. A empresa oferece aos produtores uma série de soluções, respaldadas por pesquisas científicas, que os ajudam a gerenciar desafios e potencializar os resultados.
O especialista explica que o desempenho dos animais é garantido quando o microbioma do intestino é funcional, ou seja, quando as bactérias benéficas prevalecem sobre as patogênicas. “A estratégia nutricional para um microbioma equilibrado começa pela reprodutora, porque é ela que transfere os primeiros microrganismos que vão habitar o trato gastrointestinal do pintinho ou do leitão. Passar uma população bacteriana favorável para a progênie e manejar bem o ambiente para reduzir o desafio evita problemas logo no início da vida dos animais, que depois dificilmente serão resolvidos”, observa. Estudo conduzido por George Girgis e publicado em 2020 na revista científica PLOS ONE confirmou que a suplementação de Actigen®, aditivo desenvolvido pela Alltech com frações ativas de mananos (MRF), reduziu significativamente a prevalência de Salmonella no tecido ovariano e a concentração da mesma bactéria no ceco de aves de postura após desafio.
Outra situação crítica que merece a atenção dos produtores é quando há resistência bacteriana na granja. “A busca por aditivos naturais tem crescido, seja como parte de um protocolo para redução do uso de antibióticos ou para atuar em sinergia com essas moléculas”, aponta Fagundes. Conforme artigo de Helen Smith e colaboradores publicado em 2022 no International Journal of Molecular Sciences, a suplementação com Actigen aumentou a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) em Escherichia coli resistentes a antibióticos em 42%. Quando combinada com antibióticos, a suplementação de MRF ampliou em 59% a produção de ROS em E. coli resistente. “No contexto atual, em que não há novas moléculas antimicrobianas sendo produzidas, esses resultados nos mostram um caminho para lidar com a resistência bacteriana através do mecanismo de estresse oxidativo”, completa o especialista.
Trabalho de Paola da Silva e equipe publicado pela Poultry Science em 2024, corrobora a eficácia de soluções naturais voltadas ao microbioma em momentos de desafio sanitário. Os pesquisadores apontam que o uso do ViligenTM, aditivo da Alltech à base de ácido graxo de cadeia curta e mineral orgânico proteinato, resultou em menor dano intestinal aos frangos de corte com enterite necrótica subclínica, na comparação com as aves que receberam o antibiótico enramicina. “Escolhas orientadas à funcionalidade intestinal, como a inclusão de tecnologias nutricionais com respaldo científico, geram ótimos resultados, permitindo que os animais se desenvolvam adequadamente e cheguem ao final do ciclo com menos contaminação e menos condenações de carcaças no abatedouro”, ressalta Fagundes.
SIAVS
Além do Actigen e Viligen, a Alltech conta um amplo portfólio de produtos para atender às diferentes demandas dos produtores, com destaque para o adsorvente de micotoxinas Mycosorb® A+ e a linha de enzimas Allzyme®, que também impactam no microbioma dos animais. A empresa levará essas e outras soluções nutricionais ao Salão Internacional de Proteína Animal (SIAVS), a maior feira e congresso técnico do Brasil sobre as cadeias produtivas, que acontecerá de 6 a 8 de agosto no Distrito Anhembi, em São Paulo. Com o tema “Pense grande, foque no micro”, o estande da Alltech receberá clientes e visitantes do Brasil e de outros países, como Peru e México. “Nossa equipe técnica está apta a analisar os desafios de cada produtor e focar no melhor programa nutricional para garantir eficiência e sustentabilidade”, afirma o gerente.

Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
Empresas
Boehringer Ingelheim anuncia Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing de Aves e Suínos
A executiva assume a posição anteriormente ocupada por Filipe Fernando, que ascendeu ao cargo de Head de Grandes Animais da empresa

A Boehringer Ingelheim, multinacional farmacêutica referência na produção de medicamentos para humanos e animais, anuncia a chegada de Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing da unidade de negócios de Aves e Suínos, assumindo o cargo anteriormente ocupado por Filipe Fernando, novo diretor de Grandes Animais da companhia.
A gerente é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, onde também concluiu o mestrado. Além disso, possui doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e um MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No âmbito profissional, Patricia conta com mais de 18 anos de experiência em empresas nas áreas de saúde, produção e nutrição animal, com forte atuação em marketing estratégico.
“Estou muito contente e animada em iniciar esse novo capítulo profissional em uma empresa líder e referência global na área da saúde, como a Boehringer Ingelheim. Com minha sólida experiência técnica e prática no segmento de avicultura e suinocultura, estou ansiosa para colaborar com a equipe e contribuir ativamente para os resultados e inovações da empresa”, afirma Patricia Aristimunha.
A chegada da executiva, que ingressou no cargo na primeira semana de novembro, reforça o compromisso da Boehringer Ingelheim em fortalecer sua liderança e inovação no mercado de saúde animal, especialmente nos setores de aves e suínos. Com sua vasta experiência no segmento, a empresa espera que Patrícia impulsione ainda mais as estratégias de marketing da companhia, contribuindo significativamente para o sucesso contínuo de seus clientes e parceiros no agronegócio.
Empresas
Ventilação eficiente é chave na preparação do agro para a chegada do calor
Manutenção preventiva dos motores ajuda a reduzir perdas e preservar o bem-estar animal

Com a chegada da primavera e a aproximação do verão, as altas temperaturas passam a impactar diretamente a produção animal no Brasil. O calor excessivo é um dos principais fatores de estresse térmico, comprometendo o desempenho dos animais, reduzindo a produtividade e elevando riscos sanitários e econômicos para os produtores.
Segundo Drauzio Menezes, diretor da Hercules Energia em Movimento, a manutenção preventiva dos motores é fundamental nesse período. “A confiabilidade dos motores determina o bom funcionamento dos sistemas de ventilação, que são essenciais para manter as granjas em condições adequadas”, afirma.
Manutenção e ventilação: aliados da produtividade
A ventilação é um dos recursos mais eficazes para preservar o bem-estar dos animais durante os meses mais quentes. Para que os equipamentos cumpram sua função com eficiência, é essencial que os motores estejam revisados e em pleno funcionamento. Entre as ações mais importantes estão a manutenção dos motores, isolamento térmico das estruturas, controle da umidade e fornecimento constante de água fresca, além de ajustes na densidade de lotação em períodos de calor extremo. “Esses sistemas precisam operar com segurança e sem falhas para garantir conforto térmico, reduzir o estresse dos animais e evitar perdas na produção”, reforça Menezes.
Segundo ele, a Hercules Energia em Movimento oferece soluções adequadas para esse tipo de demanda, com motores monofásicos, trifásicos e customizados, todos com alta eficiência energética, conformidade com as normas NEMA e IEC, e aprovação do Inmetro. Os equipamentos são projetados para atender ambientes de produção animal, que exigem desempenho constante mesmo em condições severas.
Alta nas temperaturas exige preparação antecipada
De acordo com previsões do INMET e da Climatempo, a primavera e o verão de 2025/2026 devem registrar temperaturas acima da média histórica em várias regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, Sudeste e partes do Sul. A previsão também aponta para chuvas mal distribuídas e períodos prolongados de tempo seco, elevando o risco de ondas de calor e agravando os desafios para a criação de aves.
Esse cenário reforça a necessidade de antecipar cuidados com a climatização das áreas de produção animal. “Ambientes bem ventilados ajudam a mitigar os efeitos do calor excessivo, preservando o desempenho zootécnico das aves e garantindo a continuidade da produção com segurança”, conclui Menezes.

