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Suínos / Peixes

Micotoxinas reduzem eficiência vacinal e resposta imune dos suínos

Uma alimentação com a presença de micotoxinas pode levar ao aumento da suscetibilidade a doenças infecciosas e redução na eficácia das vacinas

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Artigo escrito por Vladimir Borges, médico veterinário, gerente técnico e comercial da Biomin do Brasil

Os suínos sofrem os impactos da presença das micotoxinas por terem um elevado consumo de cereais em sua alimentação. Este impacto vai depender de qual micotoxina está presente e da concentração. O objetivo deste material é discutir como as micotoxinas podem afetar o sistema imune e as consequências para a saúde dos suínos. Uma alimentação com a presença de micotoxinas pode levar ao aumento da suscetibilidade a doenças infecciosas e redução na eficácia das vacinas.

As micotoxinas afetam as funções de vários órgãos e tecidos, tais como trato gastrointestinal, fígado e rins, bem como sistemas nervoso, reprodutor e imunológico. Níveis baixos de micotoxinas geralmente não são suficientes para causar sintomatologia, mas podem resultar em perdas econômicas causadas por queda no crescimento e imunossupressão.

Há na literatura publicações mostrando os efeitos que as principais micotoxinas têm sobre a suscetibilidade a alguns patógenos, como podem ser vistos na tabela 1. Além de influenciar na susceptibilidade a doenças, algumas micotoxinas têm mostrado influência sobre a eficácia vacinal. Alguns trabalhos relacionados a esse tema podem ser vistos na tabela 2.

Em uma infecção experimental com Brachyspira hyodesenteriae, a ingestão de aflatoxina reduziu o período de incubação e aumentou a severidade da diarreia. A presença do vírus PCV2 e de Deoxinivalenol (DON) aumentou a severidade da infecção viral, o DON. Já na presença da infecção de PRRS, levou a um aumento das lesões pulmonares. As fumonisinas (FUM) para suínos induzem a infecções intestinais e algumas funções intestinais são alteradas com sua presença. As FUM estão associadas a um aumento da suscetibilidade às infecções pulmonares e um aumento na gravidade das alterações patológicas causadas por patógenos bacterianos ou virais.

A imunidade adquirida através da vacinação também pode ser prejudicada pela ingestão de micotoxinas. As FUM diminuem a resposta com anticorpo específico durante a vacinação para micoplasma. A resposta imune após vacinação para Doença de Aujeszky foi prejudicada com diminuição da produção de anticorpos na dieta contaminada por DON ou FUM. Dietas contaminadas com DON inibem a eficiência da vacinação para PRRS utilizando vírus vivo modificado, prejudicando severamente a replicação viral. A presença de doenças em rebanhos adequadamente vacinados pode ser um indicativo de falhas vacinais e a presença de micotoxinas deve ser verificada e sua influência no sistema imune deve ser considerada.

As micotoxinas quando presentes podem causar riscos à saúde dos animais, aumentar a suscetibilidade e gravidade das doenças infecciosas e reduzir a eficácia das vacinas. Algumas estratégias devem ser usadas para minimizar a contaminação das micotoxinas. Para os diferentes grupos de micotoxinas devemos usar estratégias específicas, levando em consideração as diferentes fases de produção. O uso de aditivos com componentes capazes de inativar os diferentes grupos de micotoxinas através de adsorção (AFLA) e biotransformação (DON, ZEA, OTA e FUM), usados na dosagem adequada para cada desafio, serão capazes de controlar de forma eficiente o desafio de tais micotoxinas. Com o controle efetivo das micotoxinas teremos uma maior eficiência no programa de prevenção de doenças através de vacinação.

 

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de julho/agosto de 2016 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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