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Métricas e Fatores de Emissão do Cálculo da Pegada de Carbono na Pecuária

Ao todo, 47 executivos de 25 organizações associadas das sete categorias acompanharam o evento simultaneamente

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Foto : O Presente Rural

O GT de Clima da Mesa Brasileira da Pecuária Sustentável realizou mais um webinar sobre o mercado de carbono. Nesta edição, o objetivo foi debater as perspectivas sobre as métricas e os fatores de emissão no setor agropecuário brasileiro, explorar desafios e oportunidades e relacionar com a geração de créditos de carbono da pecuária brasileira. Ao todo, 47 executivos de 25 organizações associadas das sete categorias acompanharam o evento simultaneamente.

Intitulado, Cálculo da Pegada de Carbono – Métricas e Fatores de Emissão, o webinar contou com a participação de Carlos Eduardo Pellegrini Cerri, professor na Esalq/USP e diretor na CCarbon/USP; e Renata Potenza, especialista em Políticas Climáticas no Imaflora, que discutiram a importância de difundir conhecimento e formar uma visão comum sobre o tema do clima, destacando a agropecuária como parte da solução e a necessidade de explorar o impacto do setor na questão do carbono.

A pegada de carbono são todas as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) associadas à produção de um produto ou serviço. Falando de pecuária, qual é a pegada de carbono para um quilo de carcaça? Ou para um quilo de proteína animal? Para ir além, também existem as remoções de GEE, ou seja, o sequestro de carbono, onde a pecuária pode ser parte da solução, se bem conduzida com práticas de manejo sustentáveis, pois além de reduzir as emissões, consegue remover o carbono; este é o conceito de sequestro de carbono.

Já o cálculo da pegada de carbono nada mais é do que multiplicar os dados de atividades da produção de um produto, do campo até o consumidor, por fatores de emissão, refletindo a quantidade de carbono equivalente que está sendo emitido na atmosfera. A dificuldade neste caso é obter fatores de emissão abrangentes e dados específicos para refletir a pegada de carbono de forma precisa. “As ferramentas atuais precisam ser cada vez mais adaptadas para a realidade do País. Se não gerarmos os fatores de emissão, ficaremos com um valor de pegada de carbono enviesado, aumentando o risco de desvalorização do produto brasileiro no mercado internacional,” afirmou o professor.

Para Cerri, dentre todas as fases da pegada, o que mais impacta no valor do produto é a pegada de carbono no campo, pois pode representar até 80% da pegada de carbono, justificando a priorização de fatores de emissão específicos e compatíveis com a realidade. “Precisamos priorizar fatores de emissão no campo!”, finalizou Cerri. Importante salientar que os sistemas alimentares não são a principal fonte de emissão; aproximadamente 73%  das emissões globais de GEE vêm da queima de combustível fóssil.

Usualmente, está sendo observado que os dados obtidos para as condições de clima tropical são, em geral, mais interessantes do que os dados oriundos de outras situações, por exemplo, de clima temperado. Qual o risco de não ter a informação específica para as condições do Brasil?

Renata Potenza, comentou sobre o desafio da mensuração tropical. “Atualmente muitas metodologias se baseiam na métrica de emissões por área, o que não se adequa à realidade da pecuária intensificada no Brasil.”  Em resposta a essa lacuna, o Imaflora vem desenvolvendo há mais de 5 anos uma metodologia pioneira para melhoria na produção de gado em pastagens, em fase de validação pela VERRA, com o olhar de que os créditos de carbono sejam gerados baseado em resultado, ou seja, avaliando a quantidade de emissões de toneladas de carbono equivalente por tonelada de carne produzida, ou seja, baseada na eficiência do sistema de produção,

“A metodologia permite demonstrar a adicionalidade do projeto de crédito de carbono, o quanto se produz a mais, emitindo menos”. Esta abordagem busca refletir a complexidade dos sistemas produtivos brasileiros e seus biomas, e visa demonstrar a eficiência dos sistemas de produção sustentáveis, promovendo práticas de manejo de pastagens e animais que contribuem para a redução das emissões e a mitigação das mudanças climáticas.

Neste contexto, é crucial estabelecer uma linha de base sólida para comparar as emissões de carbono entre diferentes projetos, para demonstrar a eficácia e a adicionalidade das iniciativas voltadas para a pecuária sustentável. Utilizando exemplos concretos, como o estudo de caso de uma fazenda no norte do Tocantins, a metodologia busca validar suas premissas com números reais, bem como estabelecer um padrão regional que outras fazendas podem adotar para desenvolver seus próprios projetos de redução de carbono. Ao analisar detalhadamente cada etapa do processo produtivo, desde a criação até a engorda do gado, é possível minimizar vieses e calcular com precisão a redução das emissões, o que permite gerar créditos de carbono confiáveis e comercializáveis.

“A incorporação de salvaguardas sociais e ambientais no que se refere às metodologias do setor agropecuário é muito importante, a fim de assegurar a mitigação não apenas dos riscos climáticos, mas também dos riscos sociais e ambientais,” destacou Renata.

Para finalizar, os participantes enfatizaram a superioridade dos sistemas de produção sustentáveis da agropecuária brasileira em comparação com outros países e a importância de se ter dados confiáveis para respaldar essa afirmação. “Precisamos de esforços nacionais para incentivar pesquisas sobre pegadas de carbono,” comentou Cerri. Renata complementou ressaltando a complexidade da geração de fatores de emissão para animais e a importância de fomentar centros de pesquisa para comprovar que os fatores tropicais são positivos para calcular a pegada de carbono refletindo a realidade brasileira.

A série de seminários exclusivos para associados tem o objetivo de consolidar o conhecimento e o potencial do crédito de carbono e mercados voluntário e regulado para o agronegócio sustentável, além de compreender como a Mesa Brasileira poderá se inserir no processo de regulamentação para definir seu posicionamento.

Fonte: Assessoria

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Sete anos de promessas: A Rota do Milho e a falta de avanços

“O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta.”

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Fotos: Divulgação

Setembro de 2024 marca um triste aniversário: sete anos desde o encontro em Encarnación, no Paraguai, onde representantes políticos e setoriais de Brasil, Argentina e Paraguai se reuniram para abordar a implantação da Rota do Milho.

A proposta, tão simples quanto necessária, era estabelecer uma rota de transporte que reduziria drasticamente os custos logísticos para trazer milho do Paraguai até Santa Catarina, passando por Major Otaño, entrando na região de Misiones, na cidade de Eldorado, e chegando no Estado por Dionísio Cerqueira.

Naquele momento, acreditávamos que estávamos diante de uma solução definitiva para um problema que afeta diretamente a competitividade de nossa produção agropecuária. No entanto, passados sete anos, a Rota do Milho permanece como um projeto esquecido, engavetado pela inércia política.

Em 2016, Santa Catarina enfrentava um déficit de 3,5 milhões de toneladas de milho. Hoje, essa necessidade cresceu para 6 milhões de toneladas, tornando a situação ainda mais insustentável. A dependência do cereal, fundamental para a produção de proteína animal — especialmente suínos, aves e gado leiteiro — tornou-se um dos principais gargalos para o setor produtivo.

Apesar das inúmeras promessas e da presença de autoridades influentes naquela reunião, entre governadores, deputados e prefeitos, a verdade é que nada foi feito. Seguimos pagando caro para trabalhar, sacrificando a rentabilidade dos nossos produtores e a competitividade das nossas indústrias.

Chegou o momento de cobrar de forma incisiva. É inadmissível que as lideranças políticas, que juraram defender os interesses do setor agropecuário, tenham permitido que esse projeto caísse no esquecimento.

Onde estão os políticos que estavam em Encarnación em 2016? O que foi feito desde então? São perguntas que merecem respostas claras e objetivas. O agronegócio catarinense, que é a base da economia de tantas regiões, não pode continuar refém de uma política desinteressada, que só se mobiliza em tempos de interesse, mas não entrega resultados práticos para quem trabalha no campo.

Mas a janela de oportunidade foi aberta novamente. Hoje, tanto o Paraguai quanto a Argentina são governados por líderes de direita, que entendem a importância do agronegócio. O Paraguai, em especial, tem ampliado sua produção de milho e possui um governo comprometido com o crescimento do setor. E o que estamos esperando?

O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta. Chega de discursos vazios e promessas que se perdem no tempo. Temos de ver resultados práticos. Não podemos mais aceitar que a Rota do Milho siga apenas no sonho, enquanto produtores e indústrias pagam um preço altíssimo pela falta de milho mais acessível.

A abertura dessa rota não só reduziria os custos logísticos — que chegam a ser cinco vezes menores em comparação com o cereal vindo do centro do Brasil —, como também impulsionaria o desenvolvimento das regiões por onde o milho passaria. Todos os envolvidos sairiam ganhando: os produtores, as indústrias e as economias locais e nacionais.

Como representante do setor suinícola, vejo que o tempo das promessas vazias tem que acabar. Precisamos de ação, e precisamos agora. Chega de pagar caro pela ineficiência política. Se não houver uma mobilização séria, o agronegócio catarinense, que já atravessou três anos de crise severa, continuará sofrendo e perdendo competitividade.

Portanto, aos políticos que prometeram e não cumpriram, a mensagem dos nossos produtores é clara: a paciência acabou. Precisamos que vocês cumpram seu papel e coloquem em prática o que foi discutido em 2016.

Caso contrário, estarão condenando não apenas o setor agropecuário, mas também a própria credibilidade perante aqueles que vocês deveriam e dizem representar.

Fonte: Por Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da ACCS e da Coasc
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Eduardo Berbigier assume comitês na Sociedade Rural Brasileira

A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio.

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Advogado tributarista Eduardo Berbigier e presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo - Foto: Reinaldo de Maria

O advogado tributarista Eduardo Berbigier, com vasta experiência no setor tributário e do agronegócio, foi empossado nos comitês Jurídico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira (SRB).

A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio. “É uma honra colaborar com o agronegócio nacional e contribuir para o desenvolvimento de políticas que beneficiem esse setor fundamental para a economia do país” afirmou Berbigier, cujo escritório O Berbigier Sociedade de Advogados,  acumula 84 anos de atuação jurídica.

Fonte: Assessoria
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Notícias Safra 2024/2025

Conab aponta perspectiva com cenário positivo para milho e soja, além de novo aumento na área de arroz e feijão

Produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.

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Fotos: Shutterstock

Em meio aos desafios climáticos que se apresentam a cada nova safra, arroz e feijão devem apresentar novo crescimento no volume a ser colhido no ciclo 2024/2025. A alta é influenciada pela ligeira recuperação na área plantada dos dois principais produtos de consumo dos brasileiros, como mostra a 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária. A publicação, divulgada nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil (BB), aponta ainda que a produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.

Foto: Divulgação/Freepik

De acordo com a análise da Conab, a projeção é de um incremento na área destinada ao arroz na temporada 2024/2025 mais intenso do que o identificado na safra 2023/2024. Os preços e a rentabilidade da cultura encontram-se em um dos melhores patamares históricos para o produtor. Com isso, a perspectiva é de uma alta expressiva de 11,1% na área destinada para o grão, e uma produção que deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018. Para a safra de 2024/2025, a perspectiva de maior disponibilidade interna do grão, aliada à demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para um possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2,0 milhões de toneladas.

Dupla do arroz no prato dos brasileiros, o feijão também tende a apresentar aumento na área no próximo ciclo. Projeta-se um incremento de 1,2% em relação a 2023/2024. Como a produtividade das lavouras tende a apresentar ligeira queda, a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, a maior desde 2016/2017. Com isso, a produção segue ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor.

Cenário positivo

A Conab também prevê um novo aumento para a área destinada à cultura do algodão, podendo chegar a dois milhões de hectares, elevação de 3,2% em relação à safra 2023/2024. Na região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é onde se espera o maior crescimento em termos proporcionais. Os produtores têm investido na fibra, uma vez que o produto apresenta boa rentabilidade em relação a outros grãos, grande facilidade de comercialização antecipada e excelente competitividade em termos de preço e de qualidade da pluma brasileira no mercado internacional. Esses fatores influenciam na expectativa de produção da temporada 2024/2025, quando se espera uma colheita de 3,68 milhões de toneladas apenas da pluma.

Cenário positivo também é previsto para a produção de soja. Mesmo com a pressão baixista nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, a oleaginosa continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez. A crescente demanda global, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto internacionalmente, alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no esmagamento interno. Esse panorama influencia na projeção de aumento da área plantada, podendo chegar a 47,4 milhões de hectares. A produtividade tende a apresentar recuperação, após problemas climáticos nos principais estados produtores brasileiros. A combinação de maior área e melhor desempenho nas lavouras resulta na projeção de uma colheita em torno de 166,28 milhões de toneladas, 12,82% superior à safra 2023/2024.

Já para o milho, o cenário é de manutenção da área a ser cultivada. Apesar disso, a produtividade deve apresentar recuperação, o que contribui para uma expectativa de alta na produção, estimada em 119,8 milhões de toneladas. Mesmo com o crescimento na safra do cereal, as exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025, queda de 5,6%, se comparada com as vendas da safra 2023/2024. No mercado interno, a demanda pelo grão deverá se manter aquecida, uma vez que o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho, especialmente para composição de ração animal. Além disso, é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.

Parceria com Banco do Brasil

Pela primeira vez, a Perspectivas para a Agropecuária é realizada em parceria com o Banco do Brasil. Trata-se da materialização do início de parceria inédita firmada entre a Companhia e o Banco do Brasil, por meio de Acordo de Cooperação Técnica, que abrangerá atividades de pesquisa, de desenvolvimento, de treinamento, de intercâmbio de tecnologias e de metodologias, de produção de informações agropecuárias e de ações promocionais conjuntas em feiras e eventos estratégicos para as instituições.

No trabalho, a instituição financeira abordou a importância do crédito rural como fomentador de uma agricultura que visa ao desenvolvimento dos negócios por meio de ações ambientais, sociais e de governança; de forma que haja adequação dos processos produtivos ao comportamento climático atual, diversificação da matriz energética, rastreabilidade, certificado de origem da produção, práticas conservacionistas, certificação, crédito para a recuperação ambiental, custeio anual ou que melhorem toda a gestão da atividade rural.

Outras informações sobre o panorama dos principais grãos cultivados no país estão disponíveis na publicação Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2024/2025. O documento também traz a projeção de produção e de mercado para carnes bovinas, suínas e aves em 2025.

Fonte: Assessoria Conab
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ABMRA 2024

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