Conectado com

Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária

Métrica GWP* reflete melhor o impacto do metano nas mudanças climáticas

Quando a métrica GWP* é considerada, os cenários de emissões da pecuária mudam drasticamente. No cenário conservador, o setor poderia ser neutro em relação às emissões de metano até 2040, ou seja, a pecuária não teria implicações na variação de temperatura adicional do clima.

Publicado em

em

Foto: Arquivo/OP Rural

As emissões de gases do efeito estufa (GEE) do Brasil representam 3% do total global, contabilizando cerca de 2,16 bilhões de toneladas de CO2 equivalente. Disso, 26% correspondem ao metano (CH4), gerado principalmente pela fermentação entérica do rebanho bovino. Os suínos também contribuem com as emissões, porém em menor escala, sendo a maior parcela de óxido nitroso (N2O) proveniente dos dejetos.

Professor da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador da Cepagri/Unicamp, Eduardo Assad: “A métrica mais apropriada e o horizonte de tempo dependerá de quais aspectos da mudança climática são considerados mais importantes para uma aplicação particular” – Foto: Divulgação/Fórum Metano na Pecuária

“Duas características chave determinam o impacto de diferentes GEEs sobre o clima: tempo de permanência na atmosfera e a capacidade de absorver energia. O metano tem uma vida útil atmosférica curta, em torno de 12 anos, mas é um gás de efeito estufa muito potente e seu aumento está fortemente ligado à expansão populacional humana, sendo a produção de energia, através do uso de combustíveis fósseis, a principal fonte de emissão”, declarou o professor da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador da Cepagri/Unicamp, Eduardo Assad, ao iniciar sua palestra sobre “Padronização das métricas na emissão de GEE”, realizada durante o Fórum Metano na Pecuária – o caminho para a neutralidade climática, promovido pela JBS, em parceria com a Silva Team, em São Paulo (SP).

A ciência das mudanças climáticas já possui bem estabelecido, segundo Assad, o modo como os diferentes GEEs contribuem para as mudanças climáticas e que esse efeito é independente da métrica utilizada. “O uso das métricas de conversão é amplamente utilizada em diferentes setores, como por exemplo, indústria e a agricultura, bem como para definição de políticas agroambientais. Muitas vezes, a métrica é confundida como uma medida de impacto do GEE no clima, ao invés de ser diretamente interpretada como um número capaz de balizar decisões”, expõe.

Atualmente o método para medição de emissões de CH4 em bovinos é feito por meio de uma canga tubular com uma válvula reguladora para entrada do gás acoplada a um cabresto, colocado logo atrás da cabeça do bovino. No entanto, Assad adianta que a Embrapa de Juiz de Fora (MG) possui uma câmera respirométrica de grandes animais, onde o gado é colocado e através da respiração e do arroto é medido o CH4. “Neste equipamento conseguimos medir o metano gerado de uma galinha até o emitido pelo boi. Estamos tentando viabilizar seu uso, porque com este equipamento vamos ter um avanço muito grande em termos de medição do metano no Brasil. Vamos conseguir saber quanto que emite o boi e quanto que emite por raça, esse é um dado que está faltando, visto que algumas raças são mais eficientes que outras”, relata Assad.

A principal métrica usada para medição de metano atualmente é o GWP100. Em um estudo com machos maiores de dois anos, não confinados, por unidade Federativa, variando de 1990 a 2016, mostra o quanto a eficiência dos animais melhoraram neste período. Em Minas Gerais, por exemplo, de 72 kg/CH4/animal/ano em 1990 chegou a 67 kg/CH4/animal/ano em 2016.

E quando é realizada a comparação das emissões anuais de CO2 eq. por ganho de peso vivo até o abate em cinco cenários diferentes de manejo, naquele em que é feito a melhoria de pasto, as emissões da pastagem em termos de CO2 de uma pegada de carbono reduzem de 32 quilos de CO2 por ganho de peso vivo (pasto degradado) para três quilos de CO2 por ganho de peso vivo.

Limitações e Incertezas

Valores de potencial de aquecimento global (GWP) e de temperatura global para um horizonte temporal (GTP) de 100 anos, para CO2 é usado o valor 1 para ambas as métricas; para medir CH4 é utilizado o valor 4 para GTP100 e 28 para GWP100, e para dióxido nitroso é 234 para GTP100 e 265 para GWP100. “A métrica mais apropriada e o horizonte de tempo dependerá de quais aspectos da mudança climática são considerados mais importantes para uma aplicação particular. Nenhuma métrica pode comparar com precisão todas as consequências de diferentes emissões e todas têm limitações e incertezas”, expõe Assad.

As faixas de incerteza no GWP para CO2 foram estimadas em ± 18% e ± 26% para 20 e 100 anos, respectivamente. Segundo dados do IPCC, para GWP20 considera-se uma incerteza de ± 30% a para o GWP 100 ± 40%. A incerteza é dominada pelo CO2 e pelos efeitos indiretos. Para gases com vida útil de até algumas décadas a incerteza é na ordem de ±25% e ± 35% por 20 e 100 anos. “Em geral, essas incertezas aumentam com o horizonte de tempo. Além disso, para gases de vida mais curta como o metano, a incerteza da métrica GWP é maior. A confiança na capacidade de fornecer métricas em horizontes temporais longos são complicados devido a efeitos não lineares de comportamento dos gases. Assim, o AR5 (Quinto Relatório de Avaliação) do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) considera um prazo de até 100”, explica Assad.

GWP* surge para corrigir distorções

De acordo com Assad, a métrica GWP* objetiva corrigir distorções da utilização ampla da métrica GWP100 e, portanto, melhor refletir o impacto do metano nas mudanças do clima. As métricas GWP20 e GTP20 produzem trajetórias onde as emissões de metano podem variar entre 992-1.728 Mt CO2 eq. e 791-1.358 Mt CO2 eq, respectivamente, em 2050. “Fica claro que o esforço de mitigação de políticas setoriais é amplificado sob as métricas GWP20 e GTP20 quando comparado com a tradicional GWP 100”, ressalta Assad.

Quando a métrica GWP* é considerada, os cenários de emissões da pecuária mudam drasticamente. No cenário conservador, em que considera-se uma redução do tempo de abate do rebanho durante o período de 2021 até 2050, o setor poderia ser neutro em relação às emissões de metano até 2040, ou seja, a pecuária não teria implicações na variação de temperatura adicional do clima.

Por sua vez, no cenário desafiador, onde considera-se um crescimento do rebanho, as emissões em 2050 sob a métrica GWP* atingiram 777 Mt CO2 eq sugerindo uma contribuição da pecuária para o aquecimento global de 1,34 vezes maior em relação ao cenário desafiador na métrica GWP100 (576 Mt CO2 eq).

No cenário desafiador haveria uma escalada das emissões de aproximadamente 3,18% a.a. (GWP*) aumentando significamente o potencial de contribuição da pecuária para a temperatura global.

O aumento das emissões seria de 334 Mt CO2 eq a mais em relação aos níveis de 2020. No mesmo cenário, a métrica GWP100 sugere que o nível de emissões aumentaria em 198 Mt CO eq em relação aos níveis de 2020, o que equivale a um crescimento de 1,45% a.a das emissões de CH4.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura, commodities e maquinários agrícolas acesse gratuitamente a edição digital Bovinos, Grãos e Máquinas.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

ANCP lança tecnologia inédita para melhorar a genética do gado de corte

Inovação chega aos programas da entidade em 2026 e promete elevar a precisão das avaliações, revolucionando seleção e acasalamentos na pecuária de corte.

Publicado em

em

Foto: Freepik

A Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP) anuncia uma inovação que marca um novo capítulo no melhoramento genético brasileiro: a implementação da variabilidade gamética nas avaliações genéticas de gado de corte. A tecnologia será incorporada aos programas da ANCP em 2026 em uma série de etapas, posicionando a instituição como pioneira no cenário global.

Segundo Cristiano Botelho, CEO da ANCP, “A ANCP tem a inovação no seu DNA. Após anos lançando novas características e ferramentas, buscamos algo realmente disruptivo. Fomos apresentados a essa tecnologia, já utilizada em países como os Estados Unidos, e decidimos trazer em primeira mão para os nossos Associados.”

A variabilidade gamética permite prever a dispersão genética dos gametas antes da reprodução, oferecendo aos criadores uma ferramenta inédita para refinar estratégias de seleção e acasalamento.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O responsável por desenvolver esta tecnologia foi o Dr. Daniel Jordan de Abreu Santos, é pesquisador de pós-doutorado com passagem por universidades de prestígio como Maryland (EUA) e New England (Austrália), que em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, desenvolveu a tecnologia de segregação gamética para a raça holandesa – considerada uma das mais avançadas do mundo em genética.

“A ANCP é uma das principais instituições de avaliação genética de gado de corte no Brasil, pioneira na utilização de DEP e tecnologia genômica. É uma plataforma ideal para aplicar e validar essa tecnologia na realidade brasileira. Eles já têm mais de 500 mil animais genotipados e um pipeline robusto, o que facilita a implementação.”, destaca o pesquisador.

Dr. Daniel Jordan, explica que, com essa tecnologia, é possível olhar para o valor médio transmitido aos descendentes e também para a variabilidade. Isso aumenta a precisão, ajuda a padronizar características sensíveis e pode possibilitar ganhos expressivos em produtividade.

Para Fábio Gomes, coordenador de Pesquisa e Inovação da ANCP, “É a primeira vez que essa abordagem será aplicada no Brasil. Ela amplia a capacidade de escolha dos melhores reprodutores e matrizes, considerando não só homogeneidade, mas também extremos desejáveis para características econômicas.”

A informação sobre a avaliação gamética estará disponível na avaliação genética para todos os animais genotipados dos Criadores Associados e a ANCP irá disponibilizar ainda, um módulo opcional para acasalamentos dirigidos no Programa ANCP PAG em 2026. “Essa inovação vai beneficiar diretamente nossos associados, garantindo mais eficiência e competitividade para a pecuária brasileira”, completa Fábio.

Fonte: Assessoria ANCP
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil e Índia fecham acordo para levar tecnologias da Embrapa à pecuária leiteira

Parceria une empresas dos dois países para desenvolver soluções avançadas em genética e reprodução animal.

Publicado em

em

Foto: Rubens Neiva

A Embrapa assinou na segunda-feira (08) o Memorando de Entendimento (MOU) de cooperação científica e tecnológica com um consórcio de cinco empresas privadas, sendo três indianas e duas brasileiras. O acordo, com validade de 10 anos, tem como foco principal a transferência e a validação de tecnologias genômicas da Embrapa para a pecuária leiteira daquele país.

Pela Índia, participam a Leads Agri Genetics Private Limited (focada em genética animal e tecnologias de laticínios, incluindo seleção genômica e fertilização in vitro)a LeadsConnect Services Private Ltd (pioneira em Analytics com foco em AgriTech, agricultura inteligente para o clima e análise de dados) e a B.L. Kamdhenu Farms Limited (entidade dedicada a promover a pecuária leiteira na Índia e desenvolver um ecossistema sustentável para raças nativas). Pelo Brasil, assinam o MOU a Fazenda Floresta (especializada na produção de embriões in vitro e operações leiteiras de alto desempenho) e DNAMARK (laboratório focado em melhoramento genético e genômica aplicada).

O embaixador da Índia no Brasil, Dinesh Bhatia, destaca que esta é a primeira vez que um acordo de cooperação técnico-científica é firmado entre empresas brasileiras e indianas na área de melhoramento genético de ponta, envolvendo técnicas modernas de reprodução animal. Ele ressalta ainda que a iniciativa é um desdobramento do Memorando de Entendimento assinado entre a Embrapa e o Conselho Indiano de Pesquisa Agrícola (ICAR), em julho deste ano, com o objetivo de ampliar a cooperação em pesquisa agropecuária.

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, lembra que a parceria entre Brasil e Índia na área de pesquisa agropecuária é antiga, especialmente no campo do melhoramento genético bovino. Segundo ela, nas últimas décadas, técnicas modernas como genômica, biotecnologia, edição gênica e bioinformática passaram a integrar esse trabalho, trazendo novos desafios às pesquisas e ampliando as oportunidades de compartilhar avanços voltados ao aumento da produtividade de leite nos dois países. Para Massruhá, a cooperação com instituições indianas reforça a posição da Empresa como referência global em agropecuária tropical e abre uma frente científica ainda mais abrangente. “Embora o foco inicial seja a pecuária, o escopo de cooperação definido é bastante amplo”, acrescenta.

Segundo o pesquisador Marcos Vinícius G. B. Silva, da Embrapa Gado de Leite (MG), essa iniciativa inédita permitirá transferir, adaptar e validar o portfólio de tecnologias genômicas da Embrapa em um dos maiores mercados de laticínios do mundo, com foco inicial nas raças zebuínas. “A parceria oferece uma via de mão dupla. A Embrapa contribui com sua expertise em genômica, bioinformática, melhoramento genético e biotecnologias reprodutivas; em contrapartida, terá acesso aos bancos de dados genômicos e fenotípicos de raças indianas”, destaca. Segundo ele, esse acesso é vital para aprimorar os modelos de predição genômica da Embrapa e irá acelerar o ganho genético do rebanho indiano.

As instituições se comprometem a estabelecer projetos conjuntos em ciência e tecnologia nas áreas de recursos naturais e mudanças climáticas (adaptação e resiliência dos sistemas produtivos); biotecnologia, microbiomas, nanotecnologia e geotecnologia; bioeconomia e bioprodutos; tecnologia agroindustrial; automação e agricultura digital: incluindo inteligência artificial e tecnologia da informação.

A implementação dessa cooperação se dará por meio de Projetos de Cooperação Científica (PCC) ou Projetos de Cooperação Técnica (PCT), que deverão detalhar recursos, responsabilidades e, crucialmente, os direitos de propriedade intelectual (PI) sobre novos processos ou produtos obtidos. Com a assinatura do Memorando, as partes iniciam o processo de definição dos projetos específicos (PCCs e PCTs) que darão corpo e operacionalidade ao plano de colaboração. “O sucesso dessa iniciativa irá posicionar a genômica brasileira como uma ferramenta essencial no desenvolvimento sustentável da pecuária global”, conclui Silva.

Do berço indiano à exportação de genética: a saga do zebu no Brasil

Originárias da Índia, as raças zebuínas denominadas Bos indicus chegaram ao Brasil no século XIX como alternativa ao Bos taurus (raças de origem europeia, como a Holandesa). O objetivo era a criação de rebanhos mais adaptados às condições tropicais do País, o que na pecuária de corte se deu principalmente com a raça Nelore. Na bovinocultura de leite, a maior expressão é a raça Gir que viveu um período de intensa valorização em meados do século passado apelidada de Febre do Gir.

Foto: Divulgação/ABCZ

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologias da Embrapa Gado de Leite, Rui da Silva Verneque, afirma que as importações subsequentes, realizadas até a década de 1960, foram cruciais para a formação do patrimônio genético nacional, incluindo a criação da raça sintética Girolando (Gir X Holandês), definida por Verneque como “um milagre do melhoramento bovino brasileiro”.

O Brasil se posiciona hoje como um exportador de genética bovina de zebu. Para o chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, José Luiz Bellini a assinatura do memorando simboliza o reconhecimento internacional da qualidade do trabalho desenvolvido no Brasil. Silva acrescenta que a parceria com a Índia no desenvolvimento genômico das raças zebuínas completa um ciclo histórico, revertendo o fluxo genético. “De importador, agora exportamos conhecimento em melhoramento para o país de origem da raça”, afirma o pesquisador.

“Essa parceria não é apenas um gesto de cooperação, mas uma demonstração de que o rebanho Gir brasileiro, fruto de décadas de seleção e pesquisa, alcançou um nível de excelência que o credencia a guiar o melhoramento da raça em seu próprio país de origem” diz Bellini. A “saga” do zebu se completa, então, com o Brasil consolidando-se como uma superpotência na pecuária tropical.

Fonte: Assessoria Embrapa Gado de Leite
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Leite de jumenta ganha força como alternativa para a pecuária leiteira brasileira

Produto de alto valor agregado e potencial terapêutico avança em pesquisas e abre novas oportunidades para alimentação, cosméticos e geração de renda no campo.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação

Produto de alto valor agregado nos mercados europeu e asiático, alcançando preços entre 30 e 50 euros por litro, o leite de jumenta é apontado como uma alternativa para fortalecer a pecuária leiteira do Brasil. Sua composição nutricional semelhante à do leite humano, especialmente no que se refere ao perfil de proteínas e lactose, abre espaço para atender à forte demanda por produtos funcionais e hipoalergênicos.

O professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Gustavo Carneiro, explica que o leite de jumenta reúne características nutricionais e imunológicas únicas. “O produto tem grande potencial tanto no mercado nacional quanto internacional, especialmente para crianças com intolerância às proteínas do leite de vaca. Isso abre oportunidades para nichos especializados em alimentação infantil e produtos funcionais, agregando valor à produção de asininos em regiões rurais e contribuindo para o desenvolvimento de cadeias produtivas locais e para a geração de renda complementar aos produtores rurais”, informa.

Além do consumo como alimento, o leite pode ser transformado em derivados cosméticos. O pesquisador chama atenção para a crescente demanda da indústria cosmética. Rico em vitaminas (A, B1, B2, C e E), minerais e compostos bioativos, o leite de jumenta promove hidratação, elasticidade e regeneração da pele. Cremes, loções, sabonetes e máscaras faciais já atraem consumidores na Europa e na Ásia, onde cresce o interesse por cosméticos naturais.

As matérias-primas derivadas da asininocultura também podem atender a indústria farmacêutica. A pele do animal é utilizada na produção de biofármacos, colágeno e gelatina, insumos valorizados pelas indústrias farmacêutica e alimentícia. “Além disso, poderá abrir espaço para o turismo rural e o agroturismo, com a oferta de produtos artesanais e experiências relacionadas à produção do leite”, acrescenta.

Pesquisas voltadas para bebês em UTIs

O leite de jumenta é objeto de estudo na Universidade do Agreste de Pernambuco (Ufape), em Garanhuns. A expectativa dos pesquisadores é que, até 2026, o leite possa ser oferecido de forma segura para UTIs pediátricas, devido às suas qualidades terapêuticas. O professor e pesquisador Jorge Lucena, que coordena o grupo responsável pelo estudo e detalha o rigor do processo de produção. “Tudo é desenvolvido com base nas boas práticas. Temos um rebanho controlado, vacinado contra as principais enfermidades, além das boas práticas de ordenha e da pasteurização do leite. A previsão é que os testes finais para uso em humanos ocorram em breve, permitindo que o alimento esteja disponível para UTIs neonatais dos hospitais de Pernambuco no primeiro semestre de 2026”, informa Lucena. Segundo os pesquisadores, esse modelo já é consolidado em países como a Itália, que serve de referência para o trabalho realizado pela universidade.

Fortalecimento da cadeia produtiva

Com pesquisas avançando e o interesse do mercado em expansão, a asininocultura é vista como uma forma de gerar renda no campo, ganhando força dentro da lógica da economia circular — em que resíduos e subprodutos são transformados em biogás, adubo ou farinha de carne e ossos.

Se os resultados previstos se confirmarem nos próximos anos, o Brasil pode consolidar uma nova cadeia produtiva baseada na inovação, no valor agregado e no uso sustentável dos recursos da asininocultura.

Fonte: Assessoria UFRPE
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.