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Método inédito calcula ganho econômico de rebanhos com melhor genética

Dessa forma, fica mais fácil enquadrar os rebanhos bovinos em programas de carne premium

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Fagner Almeida

Técnica lançada pela Embrapa e pela Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) traz cálculo inédito que indica quanto o pecuarista obterá de ganho extra pelos filhos de reprodutores com melhor genética. Dessa forma, fica mais fácil enquadrar os rebanhos bovinos em programas de carne premium.

O Índice Bioeconômico de Carcaças (IBC) é uma fórmula que, inserida nos programas de melhoramento genético, identifica os touros capazes de gerar descendentes que produzam carne de alta qualidade. O IBC apresenta uma perspectiva inédita para o melhoramento genético de bovinos no Brasil, uma vez que seleciona os animais e já informa o quanto esse incremento pode render economicamente para o produtor quando for feita a venda do animal para o frigorífico.

O pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Fernando Flores Cardoso explica que o antigo índice gerava apenas um ordenamento dos melhores touros. O novo índice inova ao estimar o valor a ser agregado. “É uma ferramenta que relaciona o desempenho e as características dos animais com a rentabilidade. O produtor tem agora como tomar a decisão de seleção sabendo quanto vai agregar de valor ao produto final”, conta o pesquisador.

O Índice Bioeconômico de Carcaças foi desenvolvido por meio de um modelo estatístico que relaciona as características de crescimento dos animais e as medidas de qualidade da carcaça, obtidas por ultrassonografia in vivo, como área de olho de lombo, espessura de gordura e a gordura entremeada na carne, com a chance de enquadramento e bonificação das carcaças dos filhos de um determinado reprodutor em programas de carne premium.

“Nós fizemos um modelo bioeconômico que relaciona as características dos animais com o preço das carcaças e aí, por meio dessas avaliações, podemos dizer então quanto esperar, em valor a mais, da carcaça do filho de um reprodutor”, reforça Cardoso.

O índice representa o valor em reais agregado às carcaças dos filhos de um touro selecionado comparado a um reprodutor médio da raça. Por exemplo, um índice de + R$ 60 significa que os filhos daquele reprodutor, em relação a um touro médio que tem valor zero, vão valer, em média, R$ 60 a mais (cada um) no mercado, quando forem abatidos.

Como o produtor acessa a tecnologia

O IBC já está disponível nos Sumários de Touros 2018/2019 da ANC. O projeto teve início com animais Angus e Brangus, mas é possível estender a ação a outras raças e programas de melhoramento genético, com o ajuste dos parâmetros do modelo com os dados específicos de cada raça. “Qualquer produtor que for usar um reprodutor por meio de inseminação artificial vai poder olhar nessa lista e ver o valor bioeconômico que é esperado dos filhos daquele reprodutor”, explica o pesquisador da Embrapa.

Além disso, todos os touros jovens que são selecionados pelo Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo) da ANC que passaram pela avaliação de carcaça por ultrassonografia também têm a informação sobre seu rendimento econômico. Em 2018, mais de dois mil animais foram avaliados e selecionados com essa informação.

O touro líder em IBC do Sumário da ANC 2018/2019, por exemplo, tem capacidade de gerar terneiros 6% mais valorizados do que a média.

Sem custo adicional

O novo indexador não representa custo adicional aos criadores, mas traz ganhos consideráveis aos rebanhos. As vantagens não são restritas ao pecuarista. A indústria agrega valor às matérias-primas, o comércio oferece novos produtos e o consumidor tem acesso a essa carne de alta qualidade. “É uma mudança no conceito de melhoramento genético, com viés mais voltado para os ganhos econômicos dentro e fora da porteira. Esses indexadores são o futuro da pecuária nacional”, pontua o presidente da ANC, Ignacio Tellechea.

Conforme o gerente de sustentabilidade da Marfrig Global Foods, Leonel Almeida, a relação da indústria com o pecuarista é fundamental para levar produtos de qualidade à mesa dos consumidores e o IBC é mais uma ferramenta de agregação de valor à carne. “A empresa sempre estimula ferramentas de boas práticas agropecuárias que propiciem aumentos de produtividade e que sejam compatíveis com a sustentabilidade. O Índice Bioeconômico de Carcaça (IBC) se enquadra nesses quesitos ao permitir a avaliação de desempenho dos reprodutores quanto à capacidade de produzir descendentes com alta probabilidade de enquadramento em programas de carne premium e, por consequência, permitir uma melhor remuneração desse produto”, reforça.

Simulação de aplicação do IBC

Reprodutor Touro A Touro B Touro C
Classificação para IBC na população Está entre os 8% melhores Está entre os 50% melhores Está entre os 90% melhores
Valor do IBC

 

R$ 60 R$ 9 – R$ 26*
Valor médio esperado da carcaça dos filhos R$ 2.538 R$ 2.487 R$ 2.452
Ganho em relação ao valor base R$ 2478 2,42% 0,36% -1,05%

*Na primeira versão publicada, esse valor saiu positivo. Porém, o número correto é – R$26 (vinte e seis reais negativos)

Fonte: Embrapa Pecuária Sul

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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