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Bovinos / Grãos / Máquinas

Metionina: nutriente chave para produtividade de vacas leiteiras

Aminoácido sulfuroso é um fator limitante para a lactação e reprodução dos animais.

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Foto: Arquivo/OP Rural

A metionina é um aminoácido essencial em vacas leiteiras, isso significa que o animal e as bactérias ruminais não sintetizam metionina suficiente para suplementar suas exigências. Além disso, a maioria das fontes de proteína têm baixos níveis deste aminoácido, o que levaria a uma utilização muito alta de proteína na dieta para suprir sua exigência, o que pode causar diversos problemas metabólicos. Desta forma, a metionina é um fator limitante para a lactação e reprodução de vacas leiteiras.

Entretanto, a DL-metionina não protegida é altamente degradável por bactérias ruminais, por isso deve ser suplementada na forma protegida (Bypass). Uma das principais características que devem ser avaliadas nas metioninas protegidas é sua resistência ao processo de peletização (temperatura, umidade e pressão), mantendo a fração protegida inicial.

A suplementação com metionina protegida aumenta a porcentagem de aminoácidos da dieta que é absorvida pelo intestino, aumentando a utilização geral de nitrogênio da dieta. Além disso, o desempenho dos ruminantes pode ser melhorado pela suplementação dietética de metionina protegida.

Efeitos na produção e qualidade do leite

O aumento na disponibilidade de metionina através da suplementação da metionina protegida em dietas favorece o aumento da produtividade e da qualidade do leite. A maior disponibilidade de metionina melhora a síntese de proteínas do leite e consequentemente sua produção. Desta forma, auxilia na melhoria da eficiência alimentar das vacas, aumentando a produção de leite por Kg de alimento consumido.

A maior disponibilidade de metionina também é importante para o metabolismo energético através da sua capacidade de doação de grupamento metila, sendo esse um processo necessário para síntese de diferentes moléculas envolvidas no metabolismo energético, como colina, fosfatidilcolina e creatina. Além disso, a metionina também pode aumentar a síntese da glutationa peroxidase, um antioxidante que auxilia na proteção das células contra o estresse oxidativo e mantém a saúde hepática. A melhoria da saúde hepática auxilia em um metabolismo mais eficiente.

A metionina possui em sua composição o enxofre, que serve como um precursor de outros aminoácidos, como cisteína, homocisteína e taurina, que também são importantes nas reações de metilação. O metabolismo da metionina começa com sua conversão em S-adenosilmetionina (SAM), que é um cofator chave do metabolismo intermediário da metionina usado para reações de metilação. SAM é um doador de metila para uma ampla variedade de receptores, como resíduos de aminoácidos em proteínas, DNA, RNA e pequenas moléculas. Além do SAM, a metionina atua como precursora do sulfeto de hidrogênio, taurina e glutationa. Esses produtos aliviam o estresse oxidativo induzido por vários agentes oxidantes e protegem o tecido contra danos. Portanto, a suplementação dietética de doadores de metil protegidos no rúmen, como a metionina protegida, auxilia nas exigências de vacas no pico da lactação, quando a produção de compostos metilados no leite é alta.

Desta forma, vários estudos indicaram que a metionina é o aminoácido mais limitante para a produção de leite em vacas alimentadas com dietas contendo forragens de leguminosas, silagem de milho, farelo de soja e milho em grão. As pesquisas avaliaram os efeitos da suplementação de metionina protegida na produção de leite de vacas leiteiras e concluíram um aumento na porcentagem de proteína do leite, na produção de leite corrigida para energia e produção de leite.

Além do aumento da produtividade na lactação, estudos avaliaram a suplementação de metionina protegida em dietas de vacas em transição. A suplementação de metionina protegida melhorou a produção de leite após o parto, o que foi parcialmente atribuído a um aumento na ingestão de matéria seca e possível melhor utilização das reservas corporais de lipídios. Esses trabalhos também relataram melhoria na função imunológica dos animais que receberam suplementação com metionina protegida nas dietas.

Efeitos na produção

A alimentação com metionina protegida em vacas em lactação produziu alterações na expressão gênica em embriões, o que pode influenciar na produtividade ao longo da vida dos animais. Além disso, a metionina está concentrada nos fluidos uterinos e embrionários em ovinos e bovinos, sugerindo um papel importante da metionina no desenvolvimento embrionário normal e na sobrevivência.

Recentemente, estudiosos avaliaram os efeitos da suplementação com metionina protegida de 30 ± 3 até 126 ± 3 dias sobre o desempenho produtivo e reprodutivo em vacas leiteiras em lactação e eles concluíram que o aumento nas concentrações plasmáticas de metionina após a alimentação foi suficiente para produzir um aumento na porcentagem de proteína do leite e melhorar o tamanho embrionário e a manutenção da prenhez em vacas multíparas.

Considerações finais

Em animais ruminantes, as exigências de proteína são bem elevadas comparadas a outras espécies. Isso ocorre pois a proteína desempenha um papel fundamental no suporte do ecossistema anaeróbio do rúmen e para suprir as exigências do animal. A evolução na nutrição tem permitido melhor eficiência na suplementação específica de nutrientes para ruminantes.

Evidências cientificas comprovam a eficácia para a resposta produtiva dos animais à suplementação com metionina protegida, com efeitos positivos sobre produção de leite e eficiência reprodutiva.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: hebertsilveira@naturalbrfeed.com.br

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor pecuário acesse gratuitamente a edição digital de Bovinos, Grãos e Máquinas. Boa leitura!

Fonte: Por Hebert Silveira Coordenador técnico Natural BR Feed

Bovinos / Grãos / Máquinas

Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023

Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.

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Foto: Ari Dias/AEN

O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.

Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.

Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.

Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.

Gráfico 1 – Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2024). Fonte: Cepea-Esalq/USP.

 

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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Foto: Shutterstock

O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Mateus Castilho Santos / Divulgação

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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