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Mesmo com atraso na colheita, safra de soja deve ser recorde no Brasil

Principal desafio do momento para a produção brasileira é a colheita estar ocorrendo com excesso de chuvas no Centro-Oeste

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Divulgação/AENPr

O Brasil deve confirmar uma safra recorde de soja superior a 130 milhões de toneladas e o mercado deve manter preços firmes tanto na Bolsa de Chicago como no mercado físico nacional. Esses foram alguns dos destaques da palestra do consultor de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, durante o primeiro dia da SAFRAS Agri Week, evento totalmente on line que ocorre de 09 a 11 de março.

Segundo o consultor, o principal desafio do momento para a produção brasileira é a colheita estar ocorrendo com excesso de chuvas no Centro-Oeste. “Vínhamos de um clima muito positivo no Sudeste e Centro-Oeste, as atenções estavam voltadas para o Rio Grande do Sul e o Sul inteiro pela falta de chuvas com o La Niña. Apesar de alguns problemas no RS, a safra é boa. Por outro lado, o Centro-Oeste agora, principalmente Mato Grosso, mas também Goiás e Tocantins, apesar do bom desenvolvimento da safra enfrenta excesso de umidade”, salientou.

Essa condição climática traz perdas tanto produtivas quanto de qualidade. Mas isso não vai tirar o Brasil da colheita de uma safra recorde, apenas devendo impactar mais a qualidade. A estimativa de SAFRAS por enquanto é de uma produção de soja de 133,104 milhões de toneladas em 2020/21, com incremento de 4,7% sobre a safra 2019/20, indicada em 127,178 milhões de toneladas. Luiz Roque diz que SAFRAS deve revisar para baixo a estimativa da produção brasileira pelos problemas climáticos, sobretudo agora com as chuvas na colheita no Centro-Oeste. Mas ainda será uma safra recorde superior a 130 milhões de toneladas.

No mercado, o consultor destacou que os preços foram excepcionais em 2020, com o dólar elevado sendo fundamental para o suporte às cotações da soja, com a moeda global disparando com o risco global que a pandemia trouxe. A soja brasileira tornou-se mais competitiva e a China aumentou sua demanda por alimentos. As exportações de soja dispararam e houve aumento da demanda interna com incremento das exportações de carnes.

Roque salientou que, apesar da Bolsa de Chicago ter estado com preços relativamente baixos entre janeiro e agosto de 2020, o dólar puxou preços e exportações no Brasil. Com a China tendo comprado muita oleaginosa brasileira nos oito primeiros meses de 2020, os últimos quatro meses do ano foram de menor oferta e de descolamento dos preços interno em relação a Chicago, com a soja na casa de R$ 180,00 a saca em algumas praças. E o Brasil com os menores estoques de passagem da história.

No Brasil, para os preços da soja, o consultor acredita em preços firmes, com o dólar acima de US$ 5,00. Talvez a moeda americana gire em mínima de US$ 5,20 a US$ 5,30 com a maior atividade econômica global com o mundo vencendo a pandemia com a vacinação. Depende muito da instabilidade política-econômica no Brasil também. E o dólar nestes patamares deve manter sustentadas as cotações da soja no Brasil. Contribui para isso o fato de que Chicago está com cotações firmes, os estoques brasileiros são baixos, houve atraso na colheita e o país já comercializou grande parte da safra.

Comercialização

A comercialização da safra 2020/21 de soja do Brasil envolve 62,7% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 9 de março. No relatório anterior, com dados de 5 de fevereiro, o número era de 59,8%.

Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 61% e a média para o período é de 49%. Levando-se em conta uma safra estimada em 133,104 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 83,463 milhões de toneladas.

No período, a comercialização evoluiu pouco e, com isso, o total negociado da safra 20/21 se aproxima do percentual de igual período do ano passado. Mas seguem bem acima da média para o período, devido à elevação consistente dos preços.

“Nesse último mês, os produtores priorizaram os trabalhos de colheita e deixaram a comercialização em um segundo plano. Até mesmo devido ao excesso de chuvas e ao atraso da colheita”, apontou o analista de SAFRAS. Luiz Fernando Roque.

Fonte: Agência SAFRAS

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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