Avicultura
Mercado faz aminoácido ficar cada vez mais indispensável na dieta de frangos
Uso de aminoácidos na dieta de frangos de corte proporciona, entre outros benefícios, melhor desempenho na carcaça do animal
Sendo uma das atividades agropecuárias que mais evoluiu nas últimas décadas, principalmente devido à grande competitividade do mercado, a avicultura tem avançado como uma das principais cadeias produtivas do país. Com o foco de profissionais para tornar a atividade mais rentável economicamente, mas sem afetar o consumidor, a avicultura tem passado por diversas melhorias ao longo dos anos. Entre elas, podem ser citadas os avanços genéticos, envolvendo maior desempenho do animal, melhoria na carcaça, além de investimentos para uma melhor e mais balanceada alimentação.
Um dos destaques na dieta das aves, que têm sido utilizado desde a década de 70, são os aminoácidos. Proporcionando diversos benefícios para a atividade, as dietas com esta característica têm sido cruciais para que as aves tenham melhor desenvolvimento e cheguem ao consumidor da melhor forma. O médico veterinário e especialista em Nutrição, Vitor Brandalize, comenta alguns dos benefícios dos aminoácidos na dieta avícola. “Os principais benefícios nas dietas de frangos de corte são poder, além de reduzir os níveis de proteína bruta das dietas, manter um melhor equilíbrio na alimentação”, explica. O profissional explica que a utilização deste componente resulta em melhor desempenho dos animais, maiores benefícios econômicos e menor excreção de nitrogênio, que reduz a contaminação do meio ambiente.
O elemento é utilizado principalmente na dieta de aves de corte pelos bons resultados que apresenta. Brandalize comenta que o crescimento constante desta cadeia produtiva teve como suporte principal a melhoria constante no desempenho das linhagens pela seleção genética, investimentos na área de ambiência, tecnologia na produção de rações e desenvolvimento de programas nutricionais adaptados às exigências de mercado. “Devido a este intenso programa de seleção genética, as aves apresentam uma excelente capacidade de transformar proteína das dietas em proteína corporal. Como os aminoácidos compõem as proteínas, a inclusão deles nas dietas impactam diretamente no desempenho das aves”, conta.
Outra característica dos aminoácidos na alimentação dos frangos de corte citada pelo nutricionista é a melhoria na carcaça do animal. Segundo ele, o elemento impacta diretamente no rendimento da carcaça das aves. “Estas aves modernas são muito sensíveis aos diferentes níveis de aminoácidos das dietas”, defende. Brandalize ainda acrescenta que as principais mudanças nas aves, devido a alimentação a partir de aminoácidos, estão relacionadas com o rendimento e não com a composição das carcaças das aves. “Atualmente as aves apresentam um peito mais desenvolvido que as aves do passado. O foco dos geneticistas no rendimento de carcaça e principalmente na carne do peito está relacionado com a demanda e preferência dos consumidores”, conta.
O nutricionista reforça que as linhagens comerciais estão focadas em aves com uma excelente capacidade de rendimento de carcaça. Dessa forma, os mercados necessitam de programas nutricionais especiais, visando um excelente rendimento de carcaça (carne de peito). “Os nutricionistas aumentarão a inclusão de aminoácidos (densidade) nas dietas e provavelmente utilizarão níveis marginais de energia. Devido a esta maior demanda por aminoácidos na alimentação, além da utilização daqueles sintéticos, como Metionina, Lisina, Treonina e Triptofano, passaremos a utilizar a Valina em escala comercial também”, informa.
No Mercado
Brandalize ainda comenta que a utilização de aminoácidos na dieta de frangos de corte se tornou obrigatória por conta dos avanços genéticos da ave. Ele esclarece que esta é uma forma do país manter a competitividade das indústrias através da redução dos custos de formulação das dietas. “No passado, os custos dos ingredientes eram baixos e os preços de venda dos produtos eram elevados, portanto o principal foco dos programas nutricionais na década de 50 era o desempenho das aves, em que se utilizavam dietas com níveis de energia metabolizável e de proteína bruta elevados”, conta.
O profissional acrescenta que entre os anos de 1970 e 80 os preços das fontes de energia eram baixos, mas os custos dos ingredientes que forneciam aminoácidos se elevaram, portanto os nutricionistas tiveram que manter os níveis energéticos das dietas elevados, mas reduziram os níveis de proteína bruta.
“A partir da década de 80, os Estados Unidos passaram a utilizar uma grande quantidade de milho para a produção de etanol e mais recentemente, em 2010, a China iniciou a importação de milho. Estes dois fatores foram os grandes responsáveis pelas mudanças nos custos dos grãos no mundo”, comenta. Brandalize esclarece que até 2000 os preços do milho em Chicago eram de aproximadamente US$ 100/ton. Porém, nos últimos anos estes valores mudaram de patamar e encontram-se acima de US$ 180/ton.
O profissional explica que essas mudanças no mercado dos grãos, associadas à capacidade das linhagens atuais em depositar proteína corporal, a partir de 2000, possibilitou que os programas nutricionais fossem direcionados para a redução dos níveis de energia metabolizáveis das dietas e no incremento dos níveis de aminoácidos nestas dietas. “Com estas mudanças, pudemos nos adaptar às situações do mercado, e os programas nutricionais passaram a ser mais econômicos”, afirma.
Mais informações você encontra na edição Aves de junho/julho de 2016 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola
Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.
Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.
Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.
Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
