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Mercado do trigo no Brasil tem boas perspectivas para o futuro, aponta analista da StoneX

Profissional ressalta a importância de os triticultores monitorarem a situação climática no hemisfério norte, onde a colheita da safra deve iniciar em julho.

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Foto: Shutterstock

O mercado do trigo em 2023 apresenta uma avaliação positiva com relação ao plantio, colheita, preço e mercado porque a produção atual tem comercialização internacional em geral, devido ao acordo de exportação pelo Mar Negro, o que tem sido um fator decisivo na precificação internacional. Quem traz estas considerações é o gestor de risco da StoneX, Jhonatan Pinheiro.

O analista ressalta a importância de os triticultores monitorarem a situação climática no hemisfério norte, onde a colheita da safra deve iniciar em julho. Isso porque as transações norte-americanas têm um grande impacto no mercado brasileiro, e há preocupações com a possibilidade de uma nova quebra de safra nos Estados Unidos, que já enfrentaram essa situação em 2022, principalmente por conta das questões climáticas.

No cenário europeu, há um panorama positivo, enquanto em outros países existem preocupações pontuais. É o caso da vizinha Argentina, que enfrenta questões de vulnerabilidade por conta do clima e dos problemas econômicos. Conforme o consultor, a produção argentina, por conta da proximidade geográfica, sempre foi muito bem trabalhada aqui no Brasil, pois para alguns estados é mais viável importar trigo da Argentina”, explica.

No Brasil, o plantio do trigo é realizado no inverno e está começando. Desta maneira, Jhonatan chama atenção e ressalta que o início do plantio também é um ponto de atenção para o mercado interno. “No geral, nosso clima ainda é favorável, mas há preocupações com o El Niño, e os produtores estão tomando medidas para antecipar possíveis impactos”, informa.

Gestor de risco da StoneX, Jhonatan Pinheiro – Foto: Arquivo Pessoal

O consultor traz o exemplo de produtores do Paraná que estão antecipando em mais ou menos duas semanas a janela de plantio, sendo que a semeadura está acontecendo em um ritmo acelerado, cerca de 20% acima da média esperada. “Essa evolução está ocorrendo para evitar a colheita do trigo em uma época em que normalmente ocorrem chuvas devido ao fenômeno climático El Niño”, expôs em entrevista na segunda quinzena de maio.

Preços

Em relação aos preços há uma pressão atualmente mesmo durante o período de entressafra. Isso ocorre não pelo aumento das ofertas, mas porque os preços da soja e do milho estão caindo significativamente, o que leva os produtores a travarem suas comercializações. De maneira geral, o mercado segue com demanda firme, até porque os preços da farinha recuam conforme o preço do trigo tem caído recentemente.

O consultor reforça que o momento traz uma redução de preço muito forte, mas que também acompanha o mercado internacional, que também registra fortes quedas. De acordo com ele, as cotações têm reduzido conforme aumenta a oferta e os produtores têm buscado capitalizar com o trigo.

Embora o momento seja pequeno, os moinhos ainda não aumentaram sua ociosidade. A demanda geral ainda é firme, principalmente devido à queda nos preços da farinha acompanhando a redução do preço do trigo recentemente. O consumo, no entanto, deve aumentar. “A previsão é de aumento tanto na produção quanto no consumo para a próxima temporada”, adianta.

No que diz respeito à comercialização da saca de trigo, o preço de referência atualmente é de cerca de R$ 66 no Rio Grande do Sul e R$ 67 no Paraná, sendo que o preço mínimo estipulado pela Conab é de R$ 1.320 a tonelada. “Ou seja, é uma conta que não está fechando, isso indica a possibilidade de intervenção do governo. Porém, acredito que uma interferência no preço mínimo só ocorrerá quando houver uma oferta maior na entrada da nova safra, que deve acontecer em outubro e novembro. O consultor adianta ainda que existem rumores de que a Conab está fazendo estudos sobre a situação atual no Rio Grande do Sul e que isso leva a crer que o mesmo deve ser feito no Paraná.

Novas áreas

A cultura do trigo vem ganhando espaço em solo brasileiro. O gestor reforça que existe sim a possibilidade de aumento da área de produção desse cereal, principalmente em regiões menos tradicionais, como Goiás, Bahia e São Paulo, que demonstraram interesse em investir na cultura de trigo devido às margens favoráveis dos últimos anos. “No entanto, a queda nos preços tem gerado incerteza nos produtores, e agora haverá um período de ajustes. Embora seja possível ter uma safra recorde, isso dependerá do comportamento do cenário internacional e da postura do Brasil em relação a ele”, declara.

Com relação às expectativas de que o Brasil deve ser autossuficiente na produção de trigo nos próximos cinco anos, o consultor reitera que não enxerga com tanto otimismo este apontamento. “Realmente o Brasil mudou de patamar de produção, todavia temos que levar em conta o cenário de ajuste no mercado internacional, pois existe a possibilidade de o mundo voltar à normalidade de antes da guerra da Ucrânia e assim, pode acontecer de o Brasil recuar. Vivemos um bom momento de comercialização, entretanto, devemos estabilizar este crescimento”, pondera.

Demanda interna e externa de trigo

Conforme o consultor, o Brasil está consumido algo entre 12 a 13 milhões de toneladas, o que mostra que existe uma espaço para aumentar a produção que hoje é estimada em 11,3 milhões de toneladas, sendo que quase todo este volume é para produção de farinha.

Com relação ao mercado de exportação, Jhonatan considera que os triticultores do Sul do País estão muito voltados para o mercado externo, o que traz a possibilidade de aumentar a produção. “Na última safra, os preços internacionais estavam muito altos e o trigo aqui no Brasil estava competitivo. Desta maneira, acreditamos num cenário cada vez mais autossuficiente, só que os cinco anos são um cenário improvável, não impossível, mas ainda assim é um pouco difícil”, sugere.

Trigo para etanol?

De acordo com o gestor, além da produção de farinha, já se escuta sobre a possibilidade de uso de trigo para a produção de etanol no Rio Grande do Sul. “Algumas plantas estão sendo produzidas que vão ser capazes de produzir etanol com o trigo no Sul, mas elas ainda não estão prontas. Caso isso venha a consolidar-se, estudos apontam que as estimativas de demanda girem em torno de 70 mil toneladas de trigo para produção de etanol, o que seria mais uma grande possibilidade”, finaliza.

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Fonte: O Presente Rural

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Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023

Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.

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Foto: Ari Dias/AEN

O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.

Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.

Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.

Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.

Gráfico 1 – Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2024). Fonte: Cepea-Esalq/USP.

 

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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Foto: Shutterstock

O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Mateus Castilho Santos / Divulgação

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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CBNA – Cong. Tec.

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