Suínos
Mercado de suínos segue aquecido no Sul do país impulsionado por exportações e baixa oferta
Esse cenário é resultado de dois fatores principais: o bom desempenho das exportações e a escassez de animais disponíveis para abate, especialmente entre os produtores independentes.

O mercado de suínos nas últimas semanas tem apresentado uma forte valorização, especialmente na região Sul do Brasil. De acordo com Losivanio Luiz de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), esse cenário é resultado de dois fatores principais: o bom desempenho das exportações e a escassez de animais disponíveis para abate, especialmente entre os produtores independentes.
“As exportações estão em volumes recordes mês após mês e os preços em dólar, quando convertidos para real, têm trazido resultados bastante positivos. Isso tem sido um diferencial na formação dos preços no mercado interno”, destacou Lorenzi. Ele ainda explica que o cenário internacional, marcado por tensões comerciais entre Estados Unidos e China, favorece o Brasil, especialmente Santa Catarina, que tem um status sanitário diferenciado e é o único estado autorizado a exportar carne suína para países como Estados Unidos, Japão e México.
A baixa oferta de suínos, principalmente os de menor peso, tem feito com que grandes empresas e cooperativas intensifiquem a procura no mercado independente para atender tanto a demanda interna quanto as exigências do mercado externo. “A falta de suínos leves faz com que os produtores consigam melhores resultados na comercialização. As indústrias estão comprando o que conseguem no mercado independente para exportar, especialmente produtos com rastreabilidade”, comentou.
Essa tendência deve se manter nas próximas semanas, com previsão de se intensificar na véspera do Dia das Mães, uma data que tradicionalmente eleva o consumo de proteína animal. Losivanio acredita que esse aumento da demanda deve refletir em nova valorização dos preços. Ele também destaca a importância de os produtores continuarem atentos à sanidade do rebanho, garantindo não apenas o bom desempenho nas exportações, mas também a qualidade do produto destinado ao mercado interno, que segue em crescimento.
“A qualidade do que é produzido nas nossas propriedades precisa ser mantida. O consumidor está cada vez mais exigente, e o nosso produto precisa continuar sendo uma referência nas gôndolas dos supermercados”, concluiu o presidente da ACCS.

Suínos
Preços do suíno vivo sobem e aumentam rentabilidade em 2025
Oferta controlada e baixa do farelo de soja ampliam lucro dos produtores e impulsionam exportações brasileiras.

Os preços do suíno vivo no mercado doméstico permaneceram firmes ao longo de 2025, sustentados pelo aquecimento das demandas interna e externa e pela oferta controlada.
Ao mesmo tempo, as cotações do farelo de soja, um dos principais insumos utilizados na atividade, operaram em baixos patamares. Como resultado, o poder de compra do suinocultor paulista frente ao derivado foi o maior da série histórica do Cepea, iniciada em 2004.
O suíno vivo posto na indústria da praça SP-5 foi comercializado à média de R$ 8,56/kg no ano, 6,5% acima da de 2024 e a mais alta desde 2020, em termos reais (IGP-DI). O pico de preços do animal na região foi observado em setembro, de R$ 9,25/kg.
Como nos últimos anos, 2025 foi caracterizado pela crescente demanda externa pela carne suína brasileira. De janeiro a novembro, foram 1,35 milhão de toneladas embarcadas, 10,3% a mais que no mesmo período do ano anterior e já superando todo volume enviado ao exterior em 2024, de 1,33 milhão de toneladas, segundo dados da Secex.
Recentemente, o Brasil atingiu a terceira posição de maiores exportadores de carne suína, de acordo com o USDA, devido a uma ação conjunta que visa abrir e consolidar novos mercados, assim como garantir produção e seu devido escoamento para o exterior. Entre os destinos, as Filipinas seguiram como o principal, com mais de 350 mil toneladas destinadas ao país asiático em 2025.
Suínos
Suinocultor bate recorde histórico de produtividade e valor na Copacol
Vanilto Ferreira alcançou 706 pontos de IEP e R$ 62,20 por animal, resultado de 15 anos de dedicação, manejo eficiente e trabalho em equipe.

Com dedicação, planejamento e foco em excelência, o suinocultor Vanilto Ferreira, da comunidade Nossa Senhora da Penha, Corbélia, conquistou o melhor resultado entre todos os integrados à atividade na Copacol, tornando-se referência no setor. No último lote de suínos entregue à Central Frimesa, ele obteve Índice de Eficiência Produtiva (IEP) de 706 pontos, o maior já alcançado por um produtor na história da suinocultura da Cooperativa. Outro recorde é o valor pago por animal, R$ 62,20. O desempenho alcançado é reflexo de um trabalho consistente, baseado em boas práticas de manejo, atenção rigorosa à sanidade e uso eficiente dos recursos produtivos.
Com 15 anos de atuação na atividade, o suinocultor se emociona ao falar do recorde. “Esse é um resultado que eu buscava há muito, e agora conseguimos chegar, isso é emocionante, é fruto de muito trabalho, da nossa dedicação aqui na granja e também da eficiente técnica, Ágatha, que nos direciona nos manejos, e dos colaboradores Orli e Sara que se dedicam no dia a dia com os suínos. Também conto com o apoio da minha esposa, Tânia, que me auxilia na administração das granjas. É um conjunto de ações que começa lá nas matrizes, genética, enfim, de todos que participam direta e indiretamente da atividade na Copacol e na Frimesa”, conta emocionado o produtor que acredita que sempre é possível produzir mais.
Eficiência técnica
Ao longo do ciclo do lote, o produtor demonstrou alto nível de controle nos indicadores zootécnicos, com ganhos expressivos em produtividade, qualidade e eficiência. O cuidado diário com os animais e a busca constante por inovação foram determinantes para alcançar resultados superiores. “Com esse resultado a gente colhe o fruto de um trabalho que começa nas Unidades de Produção de Leitões (UPLs), passa pelo produtor, pela assistência técnica, por nossas fábricas de rações, pela indústria e chega até o consumidor. Mas para que isso aconteça temos que estar bem alinhados, e foi o que aconteceu com esse lote do Vanilto”, destaca a médica veterinária Ágatha Prestes.
Exemplo inspirador
Esse destaque evidencia que a combinação de conhecimento técnico, comprometimento e gestão responsável gera impactos positivos tanto no bem-estar animal, quanto na rentabilidade. O melhor resultado geral não representa apenas uma conquista individual, mas também um exemplo inspirador para todo o setor da suinocultura. “Esse recorde é resultado de um trabalho bem alinhado entre todas as pessoas e áreas envolvidas na atividade. Essa evolução é acompanhada em muitas propriedades integradas. Vermos esse recorde tanto de valor pago quanto de IEP gera um sentimento positivo, de dever cumprido, onde o cooperado conta com a segurança da Cooperativa e a recompensa por todo o empenho”, destaca o gerente da Integração Suínos e Leite, Leonardo Dornelles.
Valorização
Além do histórico resultado no último lote de suínos, que coloca o cooperado Vanilto em posição de destaque na atividade, o ano de 2025 fecha na suinocultura da Cooperativa com expressivos resultados. Entre sobras e complementações, os cooperados receberam o valor de R$ 59 por suíno, um resultado que reforça o bom desempenho da atividade durante o ano. Feliz e motivado com o dinheiro das sobras, o suinocultor reforça a importância de trabalhar com a Cooperativa. “A Copacol é diferenciada, ela sempre tem uma reserva para nós, trabalha com os pés no chão, e isso nos dá confiança. Sempre temos um fim de ano com o dinheiro das sobras. Vou guardar um pouco desse dinheiro, fazer uma reserva e outra parte vou investir aqui na granja”, comemora o recordista.
Suínos
Vacinação combinada avança no controle dos principais desafios respiratórios da suinocultura
Estratégia que une proteção contra Mycoplasma hyopneumoniae e PCV2 em dose única reduz lesões pulmonares, melhora o desempenho dos lotes e aumenta a previsibilidade produtiva nas granjas.

A suinocultura convive há décadas com dois dos agentes mais desafiadores à saúde respiratória: Mycoplasma hyopneumoniae (M. hyo), causador da pneumonia enzoótica, e o circovírus suíno tipo 2 (PCV2), responsável por importantes perdas produtivas. A ação desses patógenos potencializa quadros respiratórios e compromete a eficiência zootécnica, tornando o controle integrado essencial.
O M. hyo é o principal agente bacteriano do Complexo de Doenças Respiratórias dos Suínos (CDRS) no Brasil. Sua infecção destrói o epitélio ciliado das vias aéreas, reduz a depuração pulmonar e favorece inflamações e infecções secundárias. “Quando o sistema respiratório é afetado, o desempenho cai rapidamente. Sem controle adequado, há piora na conversão alimentar, no ganho de peso e na uniformidade dos lotes”, explica o médico-veterinário e gerente de Marketing e Produtos da Unidade de Suínos da Ceva Saúde Animal, Felipe Betiolo.

Médico-veterinário e gerente de Marketing e Produtos da Unidade de Suínos da Ceva Saúde Animal, Felipe Betiolo: “Controlar dois agentes com uma única aplicação representa um salto em eficiência. É menos estresse para o animal, mais praticidade para o produtor e uma proteção mais completa” – Foto: Divulgação
Já o PCV2 é amplamente disseminado, com o genótipo PCV2d atualmente predominante no campo e mais resistente ao sistema imune. “O vírus evolui, e as vacinas precisam acompanhar essa evolução. Só assim garantimos proteção contínua e eficaz”, ressalta Betiolo.
Estudos recentes confirmam que a coinfecção entre M. hyo e PCV2 intensifica lesões pulmonares e aumenta a viremia. Nesse contexto, a vacinação combinada surge como uma solução estratégica, capaz de induzir imunidade simultânea contra ambos os agentes em dose única.
Trabalhos de campo, como os de Trampe etal, demonstraram que vacinas contendo antígeno PCV2d e M. hyo promovem soroconversão precoce, reduzem quase totalmente a viremia e diminuem significativamente a incidência de tosse e as lesões pulmonares. Já Krejci etal comprovou que a imunidade se estabelece entre duas e três semanas e se mantém eficaz por até 23 semanas, com proteção cruzada frente aos genótipos a, b e d.
Em granjas comerciais, os resultados são consistentes: redução de até 40% nas lesões pulmonares, menor carga viral e melhora no ganho médio diário. Esses avanços se traduzem em maior previsibilidade produtiva, menor uso de antimicrobianos e ganhos econômicos diretos. “Controlar dois agentes com uma única aplicação representa um salto em eficiência. É menos estresse para o animal, mais praticidade para o produtor e uma proteção mais completa”, salienta Betiolo.
A vacinação combinada consolida uma nova lógica sanitária na suinocultura: unir ciência, tecnologia e manejo racional para promover sistemas produtivos mais saudáveis, sustentáveis e rentáveis.
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